Deus dos bosques: Cernunnos!
Vamos falar
do deus Cernunnos, que muitos conhecem apenas como o Grande Deus, O Deus, ou
Cornudo!
Cernunnos é,
possivelmente, a mais antiga divindade do panteão celta. Há sinais, inclusive,
de que ele seja anterior às invasões celtas. Independentemente de sua origem,
o Deus Cornudo (ou Galhudo, ou Cornífero), desempenha uma função
importante não só por se tratar do Senhor dos Animais - domésticos e selvagens
-, mas também da fertilidade e da abundância - regulando as colheitas dos grãos
e das frutas - e Mestre das Caças. Ele conectava a Terra, o Céu e o Mar no
centro sagrado do mundo, como a representação da Natureza. Posteriormente, foi
considerado também o deus do dinheiro e, em alguns momentos, é associado ao
Sol.
Segundo as
lendas, Cernunnos (o princípio masculino) é filho da Grande Deusa (o princípio
feminino). Ele atinge sua maturidade no solstício de verão e se apaixona pela
Deusa. Ao fazerem amor, deposita toda sua força e a engravida. Quando a Deusa
dá a luz no solstício de inverno, o deus morre, pois foi ele mesmo que
renasceu. É a representação da passagem das estações. Um símbolo do poder natural
da vida e da morte.
Os deuses
com chifres são sempre identificados como entidades de sabedoria e de poder. Na
Antiguidade, tais protuberâncias cefálicas podiam ser levadas apenas pelos mais
viris, dotados de valor, honra, masculinidade etc. É possível que a ideia de
"coroa real" venha daí. Um conto popular gaélico fala sobre viajantes
que ganharam chifres ao comerem maças da floresta de Cernunnos. Após mordê-las,
chifres cresceram em suas testas e eles passaram a compreender muitas coisas que
aconteciam ao redor do mundo. Uma lenda escocesa afirma que chifres apareciam
na cabeça dos melhores guerreiros. Os vikings são popularmente conhecidos por
seus elmos com chifres, mas eles nunca levavam adornos semelhantes aos
combates, pois isso seria um grande incômodo. Na verdade, utilizavam capacetes
lisos e práticos, quase sem ornamentos. Os famosos capacetes com chifres eram
utilizados apenas em cerimônias religiosas.
Essa relação
incestuosa foi substituída por outra lenda, registrada por um poeta. Nela, Cernunnos
nasceu da Grande Deusa sem seus chifres. Atingiu sua maturidade no verão e se
apaixonou por Epona. Com ela se casou e ambos reinavam no subterrâneo -
onde encaminhavam as almas. Porém, Epona precisava vir a Terra cumprir suas
funções de deusa da fertilidade, lembrando a história
de Hades e Perséfone. Num desses momentos, Epona o traiu e uma
galhada começou a nascer na cabeça do deus. Daí viria à ligação entre traições
e chifres.
Cernunnos geralmente é representado sentado com as pernas cruzadas,
portando dois chifres de cervo, e com cervos, bois, e serpentes em volta de si.
Vamos às
associações:
É deus: dos
bosques, animais (todos eles), fertilidade, masculinidade\homens.
Cores:
verde, marrom.
Velas:
brancas, verdes, amarelas, marrons.
Oferendas:
frutas, musicas, imagens dele.
Cernunnos
foi muito identificado ao deus Grego Pã, ao romano Fauno, e ao “diabo” cristão,
principalmente contra o paganismo.
Espero que
tenham entendido e se tiverem duvidas só me pergunta, que os deuses lhe
abençoe!
Raffi Souza
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