O Dom
O que é energia? Energia é
tudo. Para defini-la em termos bastante simples, a energia é composta de
moléculas girando ou vibrando em várias velocidades. Em nosso mundo físico, as
moléculas giram em uma velocidade muito baixa. No mundo físico, também, tudo
vibra em uma velocidade constante. E por isso que as coisas na Terra parecem
sólidas. Quanto menor a velocidade, mais densa ou mais sólida é a coisa - por
exemplo, a cadeira na qual você está se sentando, a casa em que vive e, é
claro, o seu corpo físico. Para além do mundo tridimensional, as moléculas vibram
muito mais rapidamente. Portanto, em um ambiente tão sutil, ou em uma dimensão
etérea, como é o mundo espiritual, as coisas são mais livres e menos densas.
Dentro de nosso corpo físico
há um outro corpo usualmente chamado corpo astral, etéreo, ou corpo espiritual.
Esse corpo é uma réplica exata de nosso corpo físico e, como tal, possui olhos,
cabelos, mãos, pernas e tudo o mais. A grande diferença entre nosso corpo físico
e o corpo etéreo é que as moléculas deste vibram em uma velocidade muito maior
do que as da sua contraparte física. Normalmente, não podemos ver o corpo
astral. No entanto, algumas pessoas, valendo-se de poderes psíquicos, são
capazes de enxergá-lo. Durante a transição que chamamos de morte, o corpo etéreo
é liberado do corpo físico. O corpo etéreo não é sujeito a
moléstias, nem ao
envelhecimento, como acontece com o corpo físico, e pode mover-se de um ponto
para o outro através do pensamento.
UM MÉDIUM PODE TER MUITAS HABILIDADES
Aqueles que são capazes de
sintonizar a vibração mais veloz, própria dos corpos espirituais depois da
morte, seja de maneira física ou mental, são chamados sensitivos ou médiuns. Como
o termo sugere, um médium é um indivíduo que está no meio das partes, um
mediador ou intermediário, uma pessoa que transita entre o mundo físico e o
espiritual. Um médium é capaz de usar sua energia para ultrapassar o tênue véu
que separa a vida física da vida espiritual. Vou expor uma forma de conceber a
mediunidade. Os seres humanos são dotados de uma mente superconsciente, de uma subconsciente
e da mente consciente. Na mediunidade, todos os pensamentos, sensações e visões
são transmitidos através da mente superconsciente do médium, ou da mente
espiritual. Constantemente, captamos impressões espirituais dessa exata
maneira, mas o médium é capaz de interpretá-las. A mensagem então se transfere para
a mente consciente e é revelada. O termo psíquico é usado frequentemente como
uma palavra genérica para denominar todo aquele que se dedica ao trabalho paranormal.
Todo mundo é psíquico, em algum nível, mas nem todos são médiuns. Um médium não
é alguém que lê a sorte. Em outras palavras, os médiuns são psíquicos, mas nem
todos os psíquicos são médiuns. Tanto o poder psíquico quanto a mediunidade
usam os mesmos mecanismos da mente, mas a mediunidade difere de ser psíquico, ou
do poder psíquico. Assim como a mediunidade, o poder psíquico é dotado de
telepatia.
Telepatia é apenas outra
palavra para comunicação de uma mente para outra. Por exemplo, você está com um
amigo e, de repente, diz exatamente o que ele está pensando. Seu amigo, então, exclama:
"Puxa, você tem poderes psíquicos!" Uma pessoa dotada de tais poderes
é capaz de ler um objeto inanimado ou uma outra pessoa, sintonizando a energia
que emana desse objeto ou pessoa. E na aura desse objeto ou dessa pessoa que o
indivíduo dotado de poder psíquico capta o que a seguir interpreta em
revelações sobre o passado e o futuro daquele ou daquilo que lê. Uma pessoa com
poderes psíquicos pode também receber a energia de um objeto ou de uma pessoa
através de sensações ou olhando para ela. Ocorre que, como não há a dimensão do
tempo no mundo da energia, poucos dotados são capazes de situar precisamente no
tempo a informação que recebem.
Por outro lado, um médium é
uma pessoa capaz de sentir e/ou de escutar pensamentos, vozes, impressões
mentais do mundo espiritual. Também os espíritos usam a telepatia. Um médium é capaz
de tornar-se completamente receptivo à frequência mais alta ou às energias em
que os seres espirituais vibram. Assim, a mente de um espírito se funde à mente
superconsciente do médium ou imprime-se nela. Dessa maneira, a mensagem vai
para a mente consciente, e o médium torna-se capaz de dizer o que o espírito
está pensando ou sentindo. A mediunidade exige mais envolvimento do que o poder
psíquico, porque o médium está lidando com uma energia desencarnada. O poder
psíquico não traz informações de um espírito que está num nível de frequência
mais alta. Um desencarnado utiliza muito da energia vital do médium para enviar
sua mensagem. O médium trabalha diretamente com o espírito, e ambos precisam
estar dispostos a tomar parte no processo de comunicação - de outra forma, não
haverá comunicação alguma. O conceito de mediunidade fica mais evidente nos
sonhos. Muitas vezes, sonhamos com parentes ou com amigos que já morreram. Alguns
desses sonhos parecem tão reais que somos capazes de afirmar que estivemos com
eles. E nos despertam emoções muito poderosas. Isso ocorre porque, enquanto
sonhamos, estamos de fato com nossos entes queridos em um plano espiritual.
Quando dormimos, nosso corpo astral ou etéreo viaja para regiões nãoterrenas onde
reencontramos aqueles que amamos e com quem podemos nos comunicar. A mediunidade
em si pode ser dividida em muitas categorias. A primeira, e a mais comum, é a
mediunidade mental. Como a palavra mental denota, essa forma de mediunidade se
utiliza da mente - da mente intuitiva, cósmica, não da mente racional e lógica.
Esse tipo de mediunidade manifesta-se de diversas maneiras: clarividência,
clariaudição, clarisensibilidade e pensamentos inspiradores.
Clarividência
A palavra significa visão
clara. Um clarividente aplica seu sentido inato, sua visão interior, para ver
objetos, cores, símbolos, pessoas, espíritos, cenas. Essas imagens não aparecem
para o olho normal e, geralmente, surgem como um flash dentro da mente do
médium, como se ele as estivesse vendo fisicamente. Na maioria dos casos, devem
ser reconhecíveis para a pessoa que consulta o vidente, a quem passarei a me
referir como o consulente.
Clariaudição
O termo significa audição
clara. Um clariaudiente possui o que se pode chamar de ouvido psíquico ou ouvido
sensitivo. É capaz de escutar sons, nomes, vozes e músicas que vibram numa
freqüência mais alta. Assim como os cachorros, cuja audição capta frequências mais
altas do que os humanos, os médiuns desse gênero são capazes de ouvir sons em
uma freqüência mais alta de vibração. A clariaudição transmite ao consulente as
palavras que o médium capta na freqüência mais alta de vibração. Embora ele
escute as vozes dos espíritos ou seus murmúrios com a mesma inflexão que usariam
em suas vidas terrenas, transmite ao consulente as palavras em sua própria voz.
Clarisensibilidade
Essa forma de mediunidade
expressa-se através de sensações claras. Um médium dotado de clarisensibilidade
é capaz de sentir a presença dos espíritos no ambiente. Um verdadeiro médium
com tal dom normalmente sente a personalidade espiritual penetrando em seu ser
como um todo. Ele é capaz de transmitir mensagens ao consulente através de
sentimentos e emoções fortes e empáticos vindos do espírito. Não apenas a mente
do médium é utilizada no processo, mas também seu corpo emocional.
Pensamentos
inspiradores
Também chamado de fala
inspiradora, escrita inspiradora, arte inspiradora. Nesse caso, o médium recebe
pensamentos,impressões, conhecimentos - sem nenhuma premeditação. Difere da clarisensibilidade
porque o envolvimento emocional não é tão evidente quanto no contato com a personalidade
espiritual. Os pensamentos inspiradores são extremamente objetivos. Não carregam
nem a intensidade emocional nem a personalidade espiritual acoplada à mensagem,
como acontece na clarisensibilidade. Embora os pensamentos inspiradores
provenham dos espíritos, a personalidade do espírito não se imprime no receptor.
Em muitos casos, um grupo de
almas pode imprimir um receptor terreno com pensamentos inspiradores. O grupo
de almas funde seus pensamentos e os imprime na pessoa, que assim compõe uma melodia
ou pinta um quadro. Aqui também o processo não corre no plano emocional, mas
puramente através da inspiração. Grandes artistas como Michelangelo, Monet,
Renoir e compositores como Bach, Mozart e Schubert eram médiuns. Famosos
cientistas e pesquisadores do passado também eram médiuns e utilizavam pensamentos
inspiradores. Bem à nossa volta, hoje em dia, temos maravilhosos artistas,
músicos, escritores, atores e oradores que usam a arte mental mediúnica dos
pensamentos inspiradores.
Retirado do livro "Conversando com Espíritos"
James Van Praagh
Editado por André Boneberg
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