O deus Hindu da morte:
Yama!
Yama (em sânscrito: यम)
é o deus da morte e o senhor do Samsara no Hinduísmo, primeiro registro feito
nos Vedas. Yama pertence às primeiras camadas da mitologia indo-ariana. Na
tradição védica Yama foi considerado ser o primeiro mortal que morreu e espiou
o caminho para a morada celestial, e em virtude da sua precedência ele
tornou-se o regente dos mortos. Em algumas passagens, entretanto, ele já é
considerado deus da morte. O nome Yama pode ser interpretado pelo significado
de "gêmeo", pois em alguns mitos ele faz par com sua irmã gêmea Yamī.
Yama é assistido por Chitragupta que é encarregado da tarefa
de manter registros completos das ações dos seres humanos na Terra, até a sua
morte, decidindo como recomenda-los enviando para o paraíso ou o inferno,
dependendo das suas ações na Terra (Karma).
Yama é também o senhor da justiça e é as vezes referido como
Dharma, em referencia a sua dedicação sem reservas em manter a ordem e a
apegada à harmonia. Ele é dito também ser o mais sábios dos devas.
Yama é um dos Lokapāla e um Aditya. Na arte, ele é descrito
com pele verde e vermelha, roupas vermelhas, e montando um búfalo de água. Ele
segura um laço de rope em sua mão esquerda com o qual ele puxa as almas para
fora dos seus corpos. Ele é o filho de Surya (Sol) é irmão gêmeo de Yami, ou
Yamuna, tradicionalmente o primeiro casal de humanos nos Vedas. Ele foi também
venerado como filho de Vivasvat e Saranya. Ele é um dos Guardiães das Direções
e representa o sul. Ele está abaixo do Senhor Shiva o destruidor, um dos
aspectos da Trimurti (Triunvirato do Hinduísmo). Três hinos (10, 14, e 135) no
Rig Veda livro 10 são endereçados a ele.
No Katha Upanishad, uma das mais famosas Upanishads, Yama é
retratado como um professor. Ele é o pai de Yudhisthira, o irmão mais velho dos
5 Pandavas (Karna na priora do matrimônio de Kunti, assim tecnicamente Karna é
o irmão mais velho de Yudhishthira) e é dito ser uma encarnação de Vidura por
algumas referencias no período Mahabharata.
A Garuda Purana menciona Yama frequentemente. Sua descrição
esta no 2.5.147-149: "Assim muito em breve vocês estará diante da morte,
Timpo, etc. ele vê Yama com olhos vermelhos, olhando feroz e sombriamente como
um heap of colírio, com presas cruéis e sobrancelhas iradas, escolhido como seu
senhor por seu aspecto abominável, a face deformada por centenas de doenças,
segurando um barra de ferro na sua mão e também um laço. A criatura avança, sem
bondade ou maldade até próximo dele." No 2.8.28-29, "...os sete nomes
de Yama, viz Yama, Dharma-raja, Mrtyu, Antaka, Vaivasvata, Kala,
Sarva-pranahara...". Sua esposa é Syamala (3.17.4-5, 3.29.16, 24-25).
Yama, embora seja um controlador, ele ainda esta subordinado
os maiores controladores de todos Shiva e Vishnu. Um história da subordinação
de Yama à Shiva esta bem-ilustrada em Markandeya.
Yama é chamado de Kala ("tempo"), enquanto Shiva é
chamado de Mahakala ("o maior dos tempos").
Outra história, achada no Bhagavata Purana, mostra a
subordinação de Yama à Vishnu. O homem chamado Ajamila cometeu muitas maldades
durante a sua vida tais como roubar, abandonar sua esposa e seus filhos, e ter
desposado uma prostituta. No momento da sua morte ele involuntariamente evoca o
nome de Narayana (o nome Sânscrito de Vishnu) e atinge o moksha, ficando a
salvo dos mensageiros de Yama. Embora Ajamila estive na verdade pensando em seu
filho mais novo, o nome de Narayana tem um efeito poderoso, e assim Ajamila foi
libertados dos seus grandes pecados.
Nos primórdios do período védico, o Mundo Inferior era
considerado um lugar bastante agradável para as almas dos mortos, mas na
posterior mitologia hindu, os deuses da morte, como Kali, eram arautos da
desgraça para aqueles que deveriam entrar no temível Mundo Interior de Kalichi
e seu governante, Yama.
A deusa hindu da morte é geralmente descrita como uma mulher
nua aterrorizante, com a língua sedenta de sangue pendendo para fora da boca.
Tinha a carne negra, presas e um colar de crânios. Era ou a personificação de
uma das sete línguas de Agni, o deus do fogo, ou, mais frequentemente, a ira de
Durga, a consorte de Shiva.
Uma estória conta como Shiva enviou Durga para lutar contra
o terrível demônio Raktabija, que tinha o poder de clonar a si mesmo a partir
de qualquer gota derramada de seu próprio sangue. Durga também tentou o truque
da clonagem, mas o poder do demônio era maior. Ela ficou tão enfurecida que
Kali explodiu de sua testa e sorveu todo o sangue do demônio antes que
atingisse o solo. Ela ficou tão bêbada com o sangue que começou a bailar a
dança cósmica da destruição de Shiva.
No final do período védico, entre 900 e 550 a.e.c., Yama foi
o primeiro homem a viver e morrer. Ele também descobriu o caminho que levava os
mortos para o Céu, e tornou-se seu governante. Agni, o deus do fogo, podia
distinguir o bem e o mal em cada mortal pela cor das chamas da cremação. As
cinzas que ficavam representavam o mal, por isso, a alma era transportada para
o Céu em uma carruagem dourada para juntar-se ao corpo purificado e viver uma
vida desenfreada e feliz no reino de Yama.
Yama passava o tempo bebendo soma e tocando sua flauta.
Aquele era um lugar de leveza e música, riso e o paraíso eterno, até a era dos
deuses rivais e seus próprios reinos se estabelecerem. Indra e Varuna tinham
seus próprios céus, mais sofisticados e, com o tempo, Yama passou a ser
associado à escuridão e começou a ser considerado uma figura de terror. Na
crença hindu, Yama evoluiu como o governante do Inferno, onde apenas os
perversos e maus eram enviados. Ele vive em um lugar proibido chamado Kalichi.
Em seu livro do destino, escreve a duração da vida atribuída a cada ser humano,
e seu registrador Chandragupta lê em voz alta as virtudes e os pecados dos
mortos. A alma pode ser enviada para um de seus vários infernos ou retornar para
encarar outra vida na Terra. De acordo com um mito, Shiva acabou espancando
Yama até a morte e todos os seres tornaram-se imortais. Mas, como o mundo ficou
populoso demais e a vida tornou-se horrível para aqueles que eram bons e
virtuosos, os deuses decidiram restaurar Yama, e os mortais perderam sua única
chance de imortalidade.
Deus hindu da morte. Filho de Surya, o deus-sol, foi o
primeiro homem a viver e a morrer. Na mitologia veda primitiva, é uma figura
benevolente, que reina, com sua esposa-irmã Yami, de seu palácio celeste. No
entanto, com o passar do tempo, tornou-se o terrível senhor dos mortos. Na
mitologia hindu, uma alma leva quase cinco horas para atingir Yamapura, a
cidade de Yama. Uma vez no palácio, as almas devem se aventurar a passar por
dois cães ferozes para chegar ao próprio deus. Então, Chitragupta, o escrivão
dos mortos, lê o registro de seus feitos, e Yama os julga, enviando as almas ou
para o céu, para um dos 21 infernos ou ainda de volta à Terra, para viver
novamente.
De acordo com uma lenda, Yama foi um rei mítico que se
tornou o primeiro homem a morrer e, portanto, o primeiro homem a ter sua alma
julgada. Os deuses – com consentimento de Vivasvat, o sol – então o colocaram como
árbitro final do destino dos que acabam de morrer. A sentença pronunciada por
Yama decide se o destino final da alma é ascender às esferas celestes, outrora
governada por ele; se deve voltar à terra para continuar a viagem rumo à
salvação, no ciclo de reencarnações; ou se deve ser consignada, para sempre, a
um dos muitos infernos do hinduísmo.
Mas, com o tempo, Yama tornou-se uma figura aterrorizante, o
deus hindu da morte, príncipe dos infernos e juiz dos mortos. Com vestes
vermelhas, carrega um laço, com o qual puxa as almas dos corpos dos moribundos.
Um rio circunda seus domínios, cuja entrada é guardada por dois cães, cada um
com quatro olhos. O símbolo budista da Roda da Vida é mostrado entre os braços
e maxilares de Yama.
Que sejam prósperos.
Raffi Souza.
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