O Deus da Guerra Nórdica: Tyr
Apesar de Tyr aparecer em poucas lendas, a mais conhecida
história sobre ele envolve o feroz lobo Fenrir, o qual nenhuma cadeia poderia
segurar. O deus supremo Odin ordenou que os anões fizessem um grilhão mágico
tão forte que Fenrir não pudesse quebrá-la. Os anões então criaram um que era suave e macio como
seda, chamado Gleipnir. Fenrir desconfiou quando os deuses tentaram amarrar
Gleipnir à sua volta. Mas ele permitiu que eles o amarrassem após o bravo Tyr
colocar a mão na boca do lobo. Mas esta propensão para a nobrez
a lhe custou sua mão. Quando Fenrir percebeu que tinha sido enganado e que não conseguiria se soltar, ele devorou a mão de Tyr.
No Ragnarok, Tyr está destinado a batalhar com Garm, o cão
de guarda do submundo - uma luta que resultará na morte de ambos.
Filho de Odin e Friga, Tyr é o deus da guerra e do valor e
patrono da justiça. Era o deus da honra suprema e uma das doze divindades de
Asgard.
Tyr também era invocado com frequência por várias nações do
Norte, que como Odin, a ele pediam vitória. Considerado o deus patrono da
espada, era indispensável que a runa que o representava estivesse gravada nas
armas. Tyr, cujo nome era sinônimo de valentia e sabedoria, também conta com a
ajuda das brancas valquírias, assistentes de Odin. Geralmente era representado
como um deus manco, a partir de uma história que envolve o filho lobo de Loki,
Fenris. Segundo dizem, Fenris cresceu de tal forma que os deuses, temendo que
se tornasse incontrolável, resolveram acorrentá-lo, dizendo a ele que nao
conseguiria se soltar. Fenris aceitou o desafio e, infelizmente para os deuses,
rompeu as amarras. Os deuses pediram aos anões que fabricassem então uma
corrente mágica, Gleipnir, com grandes poderes, apesar de fina. Fenris foi
desafiado novamente e aceitou ser amarrado porém, desconfiado da finura da
corrente, disse que alguém tinha que por a mão em sua boca. Tyr for o único que
teve coragem. Quando Fenris se viu preso de vez, arrancou a mão do deus. Apesar
de tudo, Tyr alimentou e cuidou do lobo amarrado para sempre.
Tyr era filho de Odin e Frigga, é a divindade da guerra e um
dos doze grandes deuses do Asgard. A sua invencível espada, o próprio símbolo
da sua divindade, foi forjada pelos anões filhos de Ivald, também armeiros de
Odin. A sua espada também pertence à lenda e há uma muito especial que Guerber
colheu nos finais do século passado, onde se contava que a espada venerada
pelos Cheruski, uma vez roubada do templo em que era adorada, passou para as
mãos de Vitelio, prefeito romano que, encorajado pela sua posse, se autonomeou
imperador, mas não soube lutar com ela e morreu pelas mãos de um dos seus
legionários germanos, que a empunhou para cortar-lhe o pescoço pela sua
covardia. Átila depois encontrou-a enterrada na margem do Danúbio e, com ela,
quase se apropriou da Europa, para terminar por ser morto com o seu fio, pelas
mãos da princesa Ildico, que vingava assim as mortes dos seus produzidas pelo
huno.
O terrível lobo Fenris foi um dos monstruosos filhos do deus
Loki e a gigante Angur. Odin tentou domesticá-lo enquanto era um filhote e
levou-o para o Asgard. Tyr foi o encarregado de alimentar a fera, dado que era
o único que se atrevia a aproximar-se dela; assim o fez, vendo como o animal
crescia em tamanho e ferocidade e não melhorava de maneira nenhuma a sua
conduta. Então os doze acordaram amarrar o lobo com correntes, para evitar que
pudesse converter-se num perigo para todos; mas as correntes não serviam de
nada, pois Fenris partia-as com toda a facilidade; de maneira que os deuses
pediram aos elfos que fizessem algo indestrutível. Os elfos misturaram os
passos de um gato, o cio do urso, a voz dos peixes, saliva de pássaros, a barba
de uma mulher e a raiz de uma montanha; com ela teceram uma corda inquebrável,
Gleipnir, que quanto mais puxava mais se apertava.
Foram todos, deuses e lobos, para a ilha de Lyngvi, para
propor a Fenris que provasse a sua resistência, coisa nada fácil, dado que ele
receava de uma liga tão sutil. Como os doze insistiam, Fenris aceitou, com a
condição de que um deles pusesse o seu braço dentro das fauces, para pagar por
todos se algo saísse mal. De maneira que Tyr foi de novo o escolhido e deixou o
seu braço à prova dentro da boca de Fenris, enquanto se lhe atava o Gleipnir ao
pescoço e às garras. O lobo esticou e esticou a atadura, mas esta só se
apertava cada vez mais. O lobo furioso comeu o braço de Tyr e os deuses
meteram-lhe uma espada na boca, para calá-lo; do sangue que brotou do seu
paladar brotou o rio Vom e lá ficou Fenris, à espera do dia final, até que
chegasse o momento em que se partisse a sua ligadura e fosse o momento da sua
vingança.
Týr é um Aesir (deuses ligados a fenômenos naturais - a
guerra era considerada um fenômeno natural), que possui uma ligação direta com
um dos filhos de Loki, o gigantesco lobo Fenrir, que discutiremos a seguir.
Porém inicialmente vamos montar uma ficha técnica desse deus.
A genealogia de Týr, segundo a Edda Poética, se dá
proveniente de Hymir, o que lhe garante o posto de ser mais antigo que Odin,
sendo que, para algumas vertentes, ele é considerado como o deus patrono dos
nórdicos. Já na Edda em Prosa, ele aparece como sendo filho de Odin com Frigga,
a deusa do amor, o que lhe coloca em mesma posição de Thor, como um príncipe
dentre o panteão.
Logo a única certeza que temos em relação a esse deus é que
sua fama é muito antiga, sendo que o mesmo tem uma runa que o simboliza. Essa
runa geralmente é encontrada em armas como espadas, lanças e machados
utilizados em batalhas. O formato dessa runa é uma seta apontando para
cima.
Existe também o fato de que Týr é uma alusão a Ares na
mitologia grega e a Marte na mitologia romana, o que lhe trouxe grande apelo
entre as pessoas, que necessitavam de uma figura forte para trazer coragem
frente às guerras. Devido a esse fato, Týr ganhou muita popularidade, sendo que
hoje, ainda é relembrado seu mito no terceiro dia da semana nos países de
línguas anglo-saxônicas, como o inglês, por exemplo - Tuesday ou em sueco e
norueguês - Tisdag.
Agora vamos discutir o fato mais icônico de Týr, um fato
presente também em Odin e Mimir, que é o sacrifício de uma parte do corpo. O
chefe do panteão sacrificou o olho direito e se auto-imolou na Yggdrasil, em
busca de conhecimento supremo e Mimir uma orelha. Entretanto o corajoso Týr teve
parte de seu antebraço direito decepado pela ira de Fenrir.
A lenda conta que Fenrir não podia ser contido por nada,
quaisquer fossem os grilhões que tentassem conter o lobo titânico, acabavam se
esfarelando frente à monstruosa força da besta. E sabendo da importância que
Fenrir teria no Ragnarok, o panteão resolve pedir aos anões que construíssem
algo mágico para evitar que o lobo se soltasse e trouxesse o crepúsculo dos
deuses antes do esperado.
Dessa forma os anões modelaram e teceram uma corda de
seda que não poderia ser rompida facilmente, sendo mais poderosa que qualquer
corrente já feita. Essa corda recebeu o nome de Gleipnir e era feita de coisas
que não poderiam existir, porém como os anões de Svartalfhein eram conhecedores
de coisas estranhas, os deuses resolveram dar uma chance a Gleipnir.
Gleipnir era composta por seis coisas distintas, sendo elas:
o som do passo de um gato, o fio da barba de uma mulher, as raízes de uma
montanha, os tendões de um urso, a respiração de um peixe e a saliva de uma ave.
Todas essas coisas juntas garantiam a essa corda dos anões uma poderosa mágica
que permitia a mesma ser praticamente indestrutível.
Então os deuses atraíram o monstruoso lobo para uma ilha,
conhecida como Lyngvi bem no centro do lago Amsvartnir e lá mostraram a corda
para Fenrir, que ao vê-la lança um olhar de deboche, permitindo que os deuses o
envolvam na mesma, porém, com finalidade de amansar a besta, Týr dá um passo a
frente e coloca seu braço dentro da boca de Fenrir, que a mantém aberta como se
estivesse a zombar dos deuses.
Então, notando que a corda começou a apertar e seus
movimentos ficaram extremamente limitados, o lobo entra em pânico, porém já era
tarde e ele se encontrava envolto em tão delicada corda. Com raiva de ter sido
preso, Fenrir então fecha a bocarra, decepando a mão e parte do antebraço
direito de Týr. Logo o custo para prender a besta foi muito alto para Týr, mas
o que lhe garantiu uma posição de grande destaque entre os deuses do
panteão.
A morte de Týr é prevista no Ragnarok, onde ele irá lutar
contra Garm, o cão de guarda do submundo. Essa batalha se mostra terrível,
chegando ao ponto dos dois virem a perecer.
Associações:
Deus: da justiça, da ordem, da guerra, valor;
Cores\vela: vermelho, branco, roxo;
Oferendas: sua runa (uma seta apontando para cima), colocar
as coisas em ordem, lutas, imagens dele, usar sua sabedoria pra fazer a
justiça;
Que os Deuses lhe
abençoem com sabedoria!
Raffi Souza.
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