A deusa dos escorpiões : Serket!
Serket é a deusa escorpião egípcia filha de Rá. Também é
conhecida/chamada de Selchis, Selkhet, Selkis, Selkhit, Selkit, Selqet,
Serkhet, Serket-Hetyt, Serqet e Serquet. A sua representação mais comum
correspondia à de uma mulher com um escorpião na cabeça, tendo o escorpião a
cauda erguida, estando pronta para atacar. Em mais raras representações,
mostrava-se um escorpião com cabeça de mulher, ou vice-versa (já que são o modo
mais comum representado os deuses egípcios).
Segundo alguns autores, o chamado Rei Escorpião terá
prestado culto a esta deusa. Selket era uma deusa do Baixo Egito, embora não se
conheça exatamente de que localidade. Contudo, o seu culto acabaria por
difundir-se por todo o Egito.
Era a mãe do deus serpente Nehebkau, que vivia no mundo dos
defuntos, e sua obrigação era defender a realeza. Devido a esta associação,
Serket era vista como guardiã de uma das quatro portas do mundo subterrâneo,
prendendo os mortos com correntes. Quando Nehebkau tornou-se uma divindade
benéfica, Serket seguiu o mesmo caminho.
O EGITO ABRIGAVA DOIS tipos de escorpiões: um mais escuro e
relativamente inofensivo e outro mais claro, mais venenoso. A deusa Selkis
tomava justamente a forma de um desses animais e, apesar da periculosidade do
bicho, era uma divindade protetora e curadora que defendia contra a picada
desses artrópodes. Seu nome no idioma egípcio era Serket-Heru, que significa
aquela que faz a garganta respirar ou a que facilita a respiração na garganta,
já que a picada do escorpião produz asfixia. Essa denominação também se
relaciona com a ajuda que a deusa prestava para que o recém-nascido ou o
defunto, em seu renascimento, pudessem respirar. Nos textos funerários surge
como a mãe dos defuntos, aos quais amamenta. No além-túmulo ela ajudava no
processo de renascimento do falecido e o orientava e dava-lhe o sopro da vida.
Foram os gregos que lhe deram o nome de Selkis, nome que também aparece grafado
como Serqet, Serket, Selqet, Selket, Selkit ou Selchis.
QUANDO ASSUMIA A FORMA DE UM ESCORPIÃO, o animal às
vezes era mostrado sem cabeça e sem cauda, pois desta maneira ele perdia seu
veneno e se tornava inofensivo, podendo ser representado dentro do túmulo sem
perigo. E assim era porque os egípcios acreditavam que todos os seres vivos
representados nas tumbas poderiam ganhar vida se as fórmulas mágicas adequadas
fossem pronunciadas. Portanto, era importante neutralizar o perigo de certas
imagens reduzindo-as à impotência. Essa deusa-escorpião se identificava com o
calor abrasador do Sol e era uma das quatro divindades protetoras de ataúdes
reais e dos vasos canopos, dos quais ela guardava aquele que continha os
intestinos.
TRATA-SE DE UMA DIVINDADE que já aparece no Império
Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.) como guardiã do trono real e vem rodeada de
simbologia mágica. Ela protegía das picadas venenosas de escorpiões, serpentes
ou outros animais peçonhentos e curava as pessoas que, acidentalmente, tivessem
sido atacadas por esses animais, sobretudo quando se tratasse de crianças e
mulheres grávidas. Mas também poderia punir os ímpios com esses mesmos venenos,
levando-os à morte.
Também era deusa da união conjugal e ajudava as mulheres na
hora do parto. Era filha de Rá e cuidava para que a serpente Apófis não
escapasse do mundo inferior. Nos textos conhecidos modernamente como Livro de
Him no Inferno vem descrito o que acontece no além-túmulo. O deus-Sol tem às 12
horas do período noturno para renascer. A cada hora corresponde um estágio de
sua jornada no além. Apófis tenta engolir o deus-Sol durante essa jornada e
representa uma grande ameaça. Na sétima hora Selkis aparece para combater a
serpente Apófis. Rá em seu barco assiste a captura da serpente. Finalmente
Selkis, com ajuda de outra divindade, capturam o demônio e subjugam a cabeça e
a cauda do monstro e trespassam com punhais a cabeça e o corpo da cobra. Selkis
desempenha, também, um papel importante na lenda de Ísis e Osíris, pois enviou
sete dos seus escorpiões para protegerem Ísis do deus Seth que a
perseguia.
AS RELAÇÕES DE PARENTESCO DE SELKIS não eram bastante
claras. Podia ser considerada mãe ou filha de Rá, razão pela qual sua ira era
considerada como o causticante sol do meio-dia. Entretanto, em algumas lendas
locais de Edfu era tida como esposa de Hórus e mãe de Rá-Harakhti, o Hórus no
Horizonte. Os Textos das Pirâmides afirmam que ela era mãe de Nehebkau, uma
serpente de três cabeças que evoluiu de uma posição maléfica a protetora do
faraó contra picada de cobras, enquanto outras fontes dizem que ela era esposa
dessa divindade.
PROTETORA DE VIVOS E MORTOS, ESSA DEUSA não dispunha de um
lugar de culto em particular. Sendo originariamente adorada no delta do Nilo,
seu culto se espalhou por todo o Egito e isso pode ser considerado natural uma
vez que as cobras e escorpiões eram abundantes no país e o povo precisava de
uma proteção mágica contra eles. Embora tivesse sacerdotes dedicados ao seu
culto, aos quais ela protegia e delegava seus poderes mágicos, até hoje não foi
encontrado qualquer templo que lhe fosse consagrado. Ela figurava sobretudo nas
fórmulas mágicas ou nas paredes das tumbas com o objetivo de proteger o defunto
de qualquer ataque. As pessoas usavam amuletos com a forma do escorpião para se
protegerem contra as perigosas picadas do animal e até mesmo curá-las.
OS SACERDOTES DE SELKIS eram verdadeiros médicos e magos ou
curandeiros, dedicados à cura de picadas de animais venenosos. Suas habilidades
de encantadores de escorpiões e de serpentes eram muito requisitadas, a julgar
pelo enorme número de encantamentos para repelir tais animais e para curar suas
picadas que aparecem nos papiros egípcios. Isso indica a extensão do problema,
o qual ainda é comum no Egito moderno. Esses homens eram chamados de Kherep
Selket, literalmente, aquele que tem poder sobre a deusa escorpião. No antigo
Egito um Sacerdote Leitor e um doutor poderiam também ter o título de Kherep
Selket. O título de Sunu, que significa doutor ou médico, era atribuído a
pessoas que prescreviam remédios tanto médicos quanto mágicos. Hoje em dia os
encantadores de serpente usam técnicas práticas para enlaçar suas presas, mas
eles também ainda confiam em cantos mágicos.
Essa deusa aparece pra mostrar que nem sempre algo que
parece errado é o errado, que nos devemos aprender com nossos erros, pois a
vida é cheia de erros e acertos, não devemos nos preocupar em errar, mas nos
preocuparmos em estarmos sempre certos, uma pessoa q acha q esta sempre certa
não é uma pessoa fácil de lidar, E o seu simbolo o escorpião mostra a dualidade
da vida que temos nas nossas vidas.
Associações desta deusa:
Deusa: da cura, dos escorpiões, dos mortos, dos partos, da
dualidade.
Cores: preto, vermelho, marrom (cores comuns em escorpiões).
Oferendas: imagens de escorpiões, imagens desta deusa,
trabalhar em hospitais, fazer serviços
comunitarios em centros de pesquisa de animais peçonhentos, etc.
Que os deuses lhe
abençoem!
Raffi Souza
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