21 dezembro 2016

Serket, a deusa dos escorpiões

A deusa dos escorpiões: Serket!


Serket é a deusa escorpião egípcia filha de Rá. Também é conhecida/chamada de Selchis, Selkhet, Selkis, Selkhit, Selkit, Selqet, Serkhet, Serket-Hetyt, Serqet e Serquet. A sua representação mais comum correspondia à de uma mulher com um escorpião na cabeça, tendo o escorpião a cauda erguida, estando pronta para atacar. Em mais raras representações, mostrava-se um escorpião com cabeça de mulher, ou vice-versa (já que são o modo mais comum representado os deuses egípcios).
Segundo alguns autores, o chamado Rei Escorpião terá prestado culto a esta deusa. Selket era uma deusa do Baixo Egito, embora não se conheça exatamente de que localidade. Contudo, o seu culto acabaria por difundir-se por todo o Egito.

Era a mãe do deus serpente Nehebkau, que vivia no mundo dos defuntos, e sua obrigação era defender a realeza. Devido a esta associação, Serket era vista como guardiã de uma das quatro portas do mundo subterrâneo, prendendo os mortos com correntes. Quando Nehebkau tornou-se uma divindade benéfica, Serket seguiu o mesmo caminho.

O EGITO ABRIGAVA DOIS tipos de escorpiões: um mais escuro e relativamente inofensivo e outro mais claro, mais venenoso. A deusa Selkis tomava justamente a forma de um desses animais e, apesar da periculosidade do bicho, era uma divindade protetora e curadora que defendia contra a picada desses artrópodes. Seu nome no idioma egípcio era Serket-Heru, que significa aquela que faz a garganta respirar ou a que facilita a respiração na garganta, já que a picada do escorpião produz asfixia. Essa denominação também se relaciona com a ajuda que a deusa prestava para que o recém-nascido ou o defunto, em seu renascimento, pudessem respirar. Nos textos funerários surge como a mãe dos defuntos, aos quais amamenta. No além-túmulo ela ajudava no processo de renascimento do falecido e o orientava e dava-lhe o sopro da vida. Foram os gregos que lhe deram o nome de Selkis, nome que também aparece grafado como Serqet, Serket, Selqet, Selket, Selkit ou Selchis.                       

QUANDO ASSUMIA A FORMA DE UM ESCORPIÃO, o animal às vezes era mostrado sem cabeça e sem cauda, pois desta maneira ele perdia seu veneno e se tornava inofensivo, podendo ser representado dentro do túmulo sem perigo. E assim era porque os egípcios acreditavam que todos os seres vivos representados nas tumbas poderiam ganhar vida se as fórmulas mágicas adequadas fossem pronunciadas. Portanto, era importante neutralizar o perigo de certas imagens reduzindo-as à impotência. Essa deusa-escorpião se identificava com o calor abrasador do Sol e era uma das quatro divindades protetoras de ataúdes reais e dos vasos canopos, dos quais ela guardava aquele que continha os intestinos.                       

TRATA-SE DE UMA DIVINDADE que já aparece no Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.) como guardiã do trono real e vem rodeada de simbologia mágica. Ela protegía das picadas venenosas de escorpiões, serpentes ou outros animais peçonhentos e curava as pessoas que, acidentalmente, tivessem sido atacadas por esses animais, sobretudo quando se tratasse de crianças e mulheres grávidas. Mas também poderia punir os ímpios com esses mesmos venenos, levando-os à morte.
Também era deusa da união conjugal e ajudava as mulheres na hora do parto. Era filha de Rá e cuidava para que a serpente Apófis não escapasse do mundo inferior. Nos textos conhecidos modernamente como Livro de Him no Inferno vem descrito o que acontece no além-túmulo. O deus-Sol tem às 12 horas do período noturno para renascer. A cada hora corresponde um estágio de sua jornada no além. Apófis tenta engolir o deus-Sol durante essa jornada e representa uma grande ameaça. Na sétima hora Selkis aparece para combater a serpente Apófis. Rá em seu barco assiste a captura da serpente. Finalmente Selkis, com ajuda de outra divindade, capturam o demônio e subjugam a cabeça e a cauda do monstro e trespassam com punhais a cabeça e o corpo da cobra. Selkis desempenha, também, um papel importante na lenda de Ísis e Osíris, pois enviou sete dos seus escorpiões para protegerem Ísis do deus Seth que a perseguia.                       

AS RELAÇÕES DE PARENTESCO DE SELKIS não eram bastante claras. Podia ser considerada mãe ou filha de Rá, razão pela qual sua ira era considerada como o causticante sol do meio-dia. Entretanto, em algumas lendas locais de Edfu era tida como esposa de Hórus e mãe de Rá-Harakhti, o Hórus no Horizonte. Os Textos das Pirâmides afirmam que ela era mãe de Nehebkau, uma serpente de três cabeças que evoluiu de uma posição maléfica a protetora do faraó contra picada de cobras, enquanto outras fontes dizem que ela era esposa dessa divindade.                       

PROTETORA DE VIVOS E MORTOS, ESSA DEUSA não dispunha de um lugar de culto em particular. Sendo originariamente adorada no delta do Nilo, seu culto se espalhou por todo o Egito e isso pode ser considerado natural uma vez que as cobras e escorpiões eram abundantes no país e o povo precisava de uma proteção mágica contra eles. Embora tivesse sacerdotes dedicados ao seu culto, aos quais ela protegia e delegava seus poderes mágicos, até hoje não foi encontrado qualquer templo que lhe fosse consagrado. Ela figurava sobretudo nas fórmulas mágicas ou nas paredes das tumbas com o objetivo de proteger o defunto de qualquer ataque. As pessoas usavam amuletos com a forma do escorpião para se protegerem contra as perigosas picadas do animal e até mesmo curá-las.                        

OS SACERDOTES DE SELKIS eram verdadeiros médicos e magos ou curandeiros, dedicados à cura de picadas de animais venenosos. Suas habilidades de encantadores de escorpiões e de serpentes eram muito requisitadas, a julgar pelo enorme número de encantamentos para repelir tais animais e para curar suas picadas que aparecem nos papiros egípcios. Isso indica a extensão do problema, o qual ainda é comum no Egito moderno. Esses homens eram chamados de Kherep Selket, literalmente, aquele que tem poder sobre a deusa escorpião. No antigo Egito um Sacerdote Leitor e um doutor poderiam também ter o título de Kherep Selket. O título de Sunu, que significa doutor ou médico, era atribuído a pessoas que prescreviam remédios tanto médicos quanto mágicos. Hoje em dia os encantadores de serpente usam técnicas práticas para enlaçar suas presas, mas eles também ainda confiam em cantos mágicos.     

Essa deusa aparece pra mostrar que nem sempre algo que parece errado é o errado, que nos devemos aprender com nossos erros, pois a vida é cheia de erros e acertos, não devemos nos preocupar em errar, mas nos preocuparmos em estarmos sempre certos, uma pessoa q acha q esta sempre certa não é uma pessoa fácil de lidar, E o seu simbolo o escorpião mostra a dualidade da vida que temos nas nossas vidas.

Associações desta deusa:
Deusa: da cura, dos escorpiões, dos mortos, dos partos, da dualidade.
Cores: preto, vermelho, marrom (cores comuns em escorpiões).
Oferendas: imagens de escorpiões, imagens desta deusa, trabalhar em  hospitais, fazer serviços comunitarios em centros de pesquisa de animais peçonhentos, etc.

Que os deuses lhe abençoem!
Raffi Souza


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