O deus do amor tupi: Rudá!
Hoje vamos falar sobre um deus brasileiro, o nosso deus tupi
do amor Rudá, que apesar de não ser tão conhecido para muitos indígenas é extremamente
importante, venha conhecer um pouco mais sobre ele!
Na mitologia tupi, é o deus do amor e do afeto. Vive nas
nuvens e sua função é despertar o amor dentro do coração dos homens. “No começo
havia a escuridão. Então nasceu o sol, Guaraci. Um dia ele ficou cansado e
precisou dormir. Quando fechou os olhos tudo ficou escuro. Para iluminar a
escuridão enquanto dormia, ele criou a lua, Jaci, tão bonita que imediatamente
apaixonou-se por ela. Mas, quando o sol abria os olhos para admirar a lua, tudo
se iluminava e ela desaparecia. Guaraci criou então o amor, Rudá, seu
mensageiro, que não conhecia luz ou escuridão. Dia e noite, Rudá podia dizer à
lua o quanto o sol era apaixonado por ela. Guaraci criou também muitas
estrelas, seus irmãos, para que fizessem companhia a Jaci enquanto ele dormia.
Assim nasceu o céu e todas as coisas que vivem lá. ”
(Adaptação de versão de Couto de Magalhães)
Deus do Amor (Tupi), encarregado de promover a reprodução de
todos os seres vivos. Tem a aparência de um guerreiro e vive nas nuvens, com
duas ajudantes: Cairé (a Lua Cheia) e Catiti (a Lua Nova). Essas duas tinham a
missão de despertar saudades nos amantes ausentes.
Rudá é o Cupido dos Indígenas. É a ele que as virgens e os
guerreiros se dirigiam, pedindo-lhe proteção nas suas pretensões amorosas.
As cunhãs, nas horas de saudade do seu amado, como suas
ancestrais índias, erguiam a voz à Rudá de braço estendido na direção em que
deve andar o seu bem-amado, e imploravam:
"Rudá, Rudá,
Iuaká pinaié
Amãna reçaiçu
Iuaká pinaié
Aiuté Cunhã
Puxiuéra oikó
Ne mumamára ce recé
Quahá caarúca pupé"
Traduzindo:
" Óh Rudá, tu que estás nos céus e que amas as
chuvas...Tu que estás no céus...faz com que ele, por mais mulheres que tenha,
as ache todas feias; faz com que ele se lembre de mim esta tarde quando o Sol
se ausentar no ocidente…"
Invocações à lua
Os tupis consideravam as luas, cheia e nova, elementos
auxiliares de Rudá, os deuses do amor, e tinham invocações semelhantes às que
cantavam aquele deus, e para o mesmo fim de trazer os amantes ao lar doméstico,
pelo poder da saudade. Eram estas as invocações à lua cheia (cairé) e a lua
nova (catiti):
Cairé, cairé nú
Manuára danú çanú
Eré ci erú
Piape amu
Omanuara ce recé
Quanhá pitúna pupé
Catiti, catiti
Imara notiá
Notiá imára
Espejú (fulano)
Emú manuára
Ce recé (fulana)
Cuçukui xa ikó
Ixé anhú i piá póra.
Cuja tradução, apesar da ignorância do sentido de alguns
versos, é assim apresentada:
Eia, ó minha mãe (a lua) fazei chegar esta noite ao coração
(do amante) a lembrança de mim.
Lua nova, ó lua nova! Assoprai em fulano lembranças de mim,
eis-me aqui, estou em vossa presença; fazei com que eu tão somente ocupe seu
coração.
Rudá é um Deus do panteão tupi, regente do amor. No
Paganismo Piaga, Rudá faz parte da Linha dos Deuses Nativos -> Corrente
Colona. Ele é celebrado especialmente na época da Festa da Fertilidade, quando
se fazem pedidos relacionados ao amor, fartura e reprodução.
Segundo o mito, Rudá vive nas nuvens e tem a missão de
despertar o amor no coração das mulheres e dos homens. Também é chamado de
Perudá e foi descrito (por Couto de Magalhães) como um guerreiro branco, belo e
gentil.
Cabe a Rudá promover a perpetuação de todas os seres vivos.
Com a ajuda de Cairé (a Lua Cheia) e Catiti (a Lua Nova) ele provoca saudades
nos amantes que se afastaram de seus amores, fazendo os mesmos retornarem para
casa.
Segundo o mito, Rudá também é auxiliado por uma serpente
mágica, que reconhece as moças virgens das tribos e devora as que perderam a
virgindade. Esse mito reforça a importância da virgindade antes do casamento,
isso para algumas tribos nativas, pois é algo que não é adotado na tradição
piaga.
De acordo com o mito de Rudá contato por Couto de Magalhães,
o Deus do Amor foi criado por Guaraci (O Sol), pois quando a luz solar tocava
em Jaci (A Lua), tudo se iluminava demasiadamente e desaparecia. “No começo
havia a escuridão. Então nasceu o sol, Guaraci. Um dia ele ficou cansado e
precisou dormir. Rudá então foi criado para ser mensageiro do amor dos Deuses,
pois ele não conhecia luz ou escuridão.
Dia ou noite, Rudá podia dizer à lua o quanto o sol era
apaixonado por ela. Guaraci criou também muitas estrelas, seus irmãos, para que
fizessem companhia a Jaci.
A Rudá eram dirigidos apelos de virgens e guerreiros, que
pediam por proteção e boa sorte em suas pretensões amorosas. As cunhãs (moças),
quando sofriam por saudade dos amados, oravam a Rudá, erguendo os braços (em
direção ao local onde achavam que os parceiros estavam) e imploravam.
Rudá aceita como oferendas: penas de pombo, símbolos
fálicos, pedras pintadas com símbolos de fertilidade e amor, pitanga, sementes
de pau-brasil e grãos em geral. As oferendas podem ser deixadas em matas ou
montanhas.
"Rudá" ou "Perudá", o deus do amor na
mitologia Tupi, possui ao seu serviço uma serpente que reconhecia as moças que
se conservavam virgens, recebendo delas os presentes que lhe levavam, e
devorando as que haviam perdido a virgindade.
Os Tupinambás do Pará acreditavam que havia destas serpentes
no lago Juá, pouco acima de Santarém.
Quando alguma donzela era suspeita de ter perdido a
virgindade, seus pais levavam-na ao lago, e aí deixando-a a sós em uma ilhota,
com os presentes destinados a serpente.
Que sejam sempre prósperos;
Raffi Souza.
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