A lua grega: Selene!
Hoje irei falar sobre a titã da lua, aquela que é a lua em
todas as suas formas hoje vou falar sobre Selene!
Os titãs Téia e Hiperion tiveram três filhos, as mais lindas
crianças do Olimpo: Selene - a lua, Helius - o sol e Eos - a aurora. Outros
deuses, invejando a beleza dos filhos de Téia, lançaram Helius nas águas negras
do Eridano. Quando Selene mergulhou à procura do irmão, foi tragada pelas
águas. Ao saber do trágico destino dos filhos, Téia os procurou por todo o
mundo e cansada adormeceu.
Ao acordar Téia viu seus filhos no céu, iluminando tanto o
sofrimento como a alegria dos mortais: Eos - a Aurora, abria as portas para a
chegada de Helius - o Sol - que acompanhava o dia. Selene - a deusa da lua -
acompanhava a noite. A jovem tinha a pele tão branca quanto a neve e viajava em
uma carruagem de prata puxada por dois cavalos. Com seu manto prateado, carrega
uma tocha e tem uma meia lua em sua cabeça.
Selene nunca se havia interessado por homem algum. Sua
imagem pálida e solitária atravessava os céus numa rotina de pura melancolia.
Certa noite ela foi acompanhada pelos olhos sonhadores do tímido Endimion, um
belo pastor da Tessália que levava o rebanho para o alto da montanha para poder
observá-la mais de perto. De tanto contemplá-la, ele conseguiu compreender o
caprichoso ciclo lunar que era um mistério para todos.
De tanto ver o pastor Endimion a contemplá-la, Selene quis
conhecê-lo, pois talvez ele fosse um homem diferente capaz de entender o ritmo
de seus delicados movimentos pelo céu noturno. Abandonando seu curso, Selene
encontrou Endimion adormecido ao relento no alto do monte. Seu sono era sereno
e seu suave semblante tocou o coração de Selene que se sentiu invadida por uma
paixão que nunca antes experimentara.
Depois dessa noite, ela ficava perturbada cada vez que
avistava Endimion no alto do monte a apreciá-la. Certa noite, não resistindo
aos encantos do amado Selene abandonou seu curso e foi encontrar-se com
Endimion que dormia numa caverna. Beijando-lhe os olhos, infundiu-lhe um sono
mágico. Tomada pela paixão, ela se esqueceu de que era a luz que iluminava a
noite o que causou um eclipse total, deixando o mundo totalmente escuro.
Zeus, o deus dos deuses, não tolerava qualquer distúrbio no
cosmos e resolveu castigá-la. Porém Selene o sensibilizou quando revelou que
estava apaixonada pelo mortal, que era sujeito ao envelhecimento e à morte.
Para preservar a felicidade de Selene, Zeus fez Endimion dormir eternamente
para nunca envelhecer e não temer a morte. Endímion dorme até hoje e não pode
ver a linda luz prateada enquanto Selene cruza os céus. Algumas vezes, Selene
abandona os céus e vem juntar-se a ele nas noites escuras da Lua Nova e quando
ela eclipsa.
Selene representa todas as fases da Lua e seu nome deriva do
grego "selas" que significa luz e claridade. Selene estava
relacionada ao nascimento, crescimento, fertilidade e falecimento. Conhecida
por sua grande importância na magia, era associada a Artêmis ou Hécate, sendo
também conhecida pelos romanos por Luna ou Lua e tradicionalmente celebrada no
dia 7 de fevereiro.
O mito de Selene está relacionado ao encanto dos enamorados.
Cheia de encanto e magia, inspiradora dos poetas, companheira dos solitários,
confidente dos namorados, lá no alto, ela nos acompanha no nosso percurso pela
vida. A Lua inspira os poetas a falar de amor, do amor romântico que não
conhece o tempo e nem a hora. Esse é o desejo dos enamorados: cristalizar para
sempre aquela intensa paixão dos primeiros encontros.
Infelizmente isso não foi possível, pois a Lua e o pastor
estavam juntos, mas continuavam sozinhos. Não puderam conhecer um ao outro,
porque não se falavam e não se olhavam. Não riam juntos, não faziam projetos,
nem ao menos discutiam um com o outro. Não compartilhavam segredos, alegrias ou
tristezas e não podiam, a cada noite, contar um ao outro os vestígios do dia,
aquelas coisas tão simples, sem as quais o amor não sobrevive...
Selene é a Deusa grega da Lua, era filha de Hipérion e Téa,
tendo como irmãos, a Deusa Eos, e o Deus Hélius. Um de seus melhores mitos
sabidos envolve um simples, mas belo pastor, cujo nome era Endymion. A Deusa da
lua se apaixonou por este mortal, um caso que, consequentemente resultou no
nascimento de cinquenta filhas. Mas Endymion era, aliás, ser humano, e assim
suscetível ao envelhecimento e eventualmente à morte. Selene não podia carregar
o pensamento deste fato cruel. Então, assegurando que Endymion permanecesse
eternamente jovem, fez com que o belo jovem dormisse para sempre. Desta
maneira, Endymion viveria sempre, dormindo com a mesma aparente idade.
Selene é muito associada a Ártemis, ou Hécate, mas vale
lembrar, que está deusa representa todas as fases da Lua, e é a pura
personificação deste astro sendo seu nome romano Lua ou Luna.
Tradicionalmente ela é celebrada no dia 7 de fevereiro.
Ervas especificas da egrégora de Selene:
* Áster – Todas às Deusas e Deuses pagãos.
* Lunária - Associada à Deusas da Lua (Selene).
* Anis estrelado – Erva da magia.
Aqui vai um comentário interessante.... Deusa Selene, rege a
segunda-feira, ou Monday, ou dia da lua, como Yemanjá e poucos dias separam
suas festas. Logo após dia 9 vem Kuan Yin, que também rege a lua e as águas....
fevereiro, sob o signo de aquário rege os ritos das mães das águas.
Endímion foi um rei sagrado dos Etólios, que os conduziu da
Tessália para Elida. Era filho de Zeus e da ninfa Cálice, herdando do pai a
força e o poder de liderar homens e da mãe a beleza, sendo um dos mais belos
personagens da mitologia grega.
Um dia, enquanto pastoreava os seus rebanhos, adormeceu numa
colina e foi despertado pela luz da lua cheia, que havia se aproximado tanto
que quase ele poderia tocá-la com sua mão. Maravilhado com a lindeza e
perfeição da titânide Selene, ele passou a maldizer o destino humano.
Imaginou-se com o rosto sulcado de rugas e o encanto do seu corpo viril
arruinado por Cronos, perderia o volume e as carnes flácidas cairiam penduradas
nos ossos. Como podia Selene, quase tão velha quanto o Tempo, se manter tão
jovem e luminosa e permanecer no mundo enquanto o destino dos homens era se
transformar em pó? Passou o resto da noite em claro, em sua admiração revoltada
para com a lua que, como toda mulher, se fez ainda mais linda e cintilante para
prender a sua atenção.
Este voltou com seu rebanho nas semanas seguintes e passava
em claro suas noites observando o passeio diário que Selene fazia no céu,
aparecendo inteira, reduzindo até que sumisse de vez, para novamente aparecer
tímida num fio em forma de arco.
Meses se passaram e, longe de seu reino e família, Endímion
já não queria voltar para sua casa. Os filhos já cresciam, podiam cuidar do seu
reino, e sua mulher já não lhe despertava o fascínio de outrora e, mesmo sem
perceber, passou a desejar a lua. Sabia exatamente em que ponto do horizonte
ela apareceria em cada dia e com os olhos fixos, às vezes banhados em lágrimas,
esperava por ela. Nutrindo está paixão impossível, ele não percebia que
afrontava os deuses com sua pretensão e a cada manhã amaldiçoava-os e a sua condição
de humano. Ele era filho de Zeus, por todos os lugares que passava ouvia que
era semelhante aos deuses por seu porte e beleza, porque então não era divino e
imortal?
Selene, a Cintilante, era filha de Hipérion e Tia, e
percorria o céu num carro de prata puxado por dois cavalos brancos. Na primeira
noite que Endímion dormia ao relento com suas ovelhas, admirou-se com sua
beleza e fez com que a noite parasse para poder se encantar com o belo rosto do
homem que dormia. Lentamente aproximou-se dele fazendo com que a lua quase se
encostasse a terra, e com seus alvos dedos de raios de luar acariciou o belo
rosto fazendo com que o pastor despertasse.
Durante o período de enlevo de Endímion, Selene se fazia a
cada dia mais linda, vestia-se de prata e branco, destacava seus olhos
azuis-claros com sombras das cores do amanhecer para encantar ainda mais seu
apaixonado. E como a distância os separava, somente seus olhares se tocavam.
Como nada na terra escapa os olhos dos deuses, este romance
e a indignação de Endímion com os deuses logo se tornaram assuntos, deixaram de
ser comentários sussurrados para serem ditos em viva voz no Olímpio. Os deuses
não admitiam que um mortal se comparasse a eles, e juntos foram a Zeus pedir
uma punição às ousadias do rapaz, para que o pai dos deuses lançasse Nêmeses e
suas fúrias sobre ele.
Zeus, que amava seus filhos mortais, se esquivou do assunto,
passando para Hera a incumbência de castiga-lo. Porém quando a deusa do céu
fitou o rapaz nos olhos compreendeu sua revolta. O louro cabelo do Etólio,
cortado à maneira de Teseu, curtos na frente para que não atrapalhassem a visão
e longos até abaixo dos ombros na parte traseira, o nariz perfeito e a harmonia
de suas feições encantaram a deusa, que imediatamente aceitou a causa do rapaz,
afinal eram tantos os bastardos de Zeus que, porque este, o mais perfeito de
todos, não teria o direito à imortalidade?
Voltou ao Olimpo e conversou com Zeus, argumentando que este
era seu filho, por que então condena-lo se sua reivindicação era justa? Se não
tivesse nascido tão belo e forte, e não tivesse a revolta com a morte não seria
filho de Zeus, por que culpá-lo se tudo que Endímion fazia era de sua natureza?
Nada mais natural que ele, sendo filho de Zeus, fosse orgulhoso de sua
linhagem.
Zeus rapidamente percebeu, enciumado, que o rei pastor
encantara sua esposa como antes já havia encantado sua amante Selene, e que se
ele não desse um basta, logo todas as deusas defenderiam sua causa. Com sua
astúcia, vinda de Métis, Zeus decidiu-se, atenderia às reivindicações de seu
filho, o tornaria imortal e o manteria jovem pela eternidade, mas para garantir
a fidelidade de sua esposa, ele viveria eternamente mantendo sua beleza,
dormindo. E desceu a terra para expor a Endímion seu castigo.
Hera, porém, conhecia muito bem seu esposo, e não confiava
no seu julgamento. Conhecida como a que tem mil olhos e cujo animal é o pavão
que traz em sua cauda os mil olhos bovinos de Hera, espreitou enquanto Zeus
fazia a sua proposta ao moço. Protetora dos casamentos e dos romances
conjugais, ela ficou penalizada com a decisão de Zeus. O romance de Endímion e
Selene nunca se realizaria se ela não agisse rápido.
Vestida com as cores do Céu, desceu novamente à terra e de
lá ao Hades, na terra dos Cimérios, adentrou no sonolento palácio de Hipno, o
filho da Noite e de Érebo, e entre espíritos adormecidos, conversou com o irmão
de Tânato. Pediu-lhe que não desobedecesse ao Rei dos deuses, e cumprisse
exatamente o que lhe foi pedido, porém deveria acrescentar duas coisas, que Endímion
dormisse com os olhos abertos para que pudesse ver Selene e que seus sonhos
sempre fossem o que ele imaginava durante o período que passou apaixonado pela
Titânida. Com isto, Hipno não desagradaria a Zeus e também agradaria a Senhora
dos Céus, e assim foi feito.
Conformado com sua sina, Endímion deitou-se no morro onde
pela primeira vez sentiu a presença de Selene, e adormeceu com os olhos abertos
e voltados para o céu. E logo ao anoitecer Selene veio vê-lo, compungida pelo
castigo infligido ao seu amado e enternecida acariciou sua face, e neste
momento os olhos dele a fitaram, e no seu sonho ele murmurava palavras de amor
a ela. Percorrendo o corpo do amado com seus argênteos dedos, percebeu que ele
reagia aos seus estímulos e penetrou nos seus sonhos.
Longe do mundo real, onde a distância os separava, eles se
amavam nos sonhos e a cada nova noite Selene deixava que seus cavalos, a tanto
treinados em percorrer o céu noturno, levassem seu carro luminoso e, se
despindo suas roupas de luz, se deitava junto com o amante e penetrava nos seus
sonhos. O corpo dele, reagindo aos estímulos, ficava pronto para o amor e os
dois se amavam tanto no onírico quanto na realidade. Deste amor nasceram as 50
filhas da Lua e, das filhas desta, os sonhos femininos das que amam à distância
os amores impossíveis e os concretizam, ainda que de forma onírica.
Até hoje quando vemos uma lua esplendorosa e radiante no céu
nos lembramos que, em algum canto da Grécia, um rapaz que dorme com olhos
abertos a fita e sonha, é para ele que Selene se faz tão bonita.
Selene (em grego: Σελήνη, Selíní, "lua"), na
mitologia grega, era a deusa da lua. Ela é filha dos titãs Hiperião e Teia e
irmã do deus do sol, Hélio e de Eos, deusa do amanhecer. Ela dirige sua
carruagem lunar pelos céus. Vários amantes são atribuídos a ela em vários
mitos, incluindo Zeus, Pã, e o mortal Endimião. Em tempos clássicos, Selene foi
muitas vezes identificada com Ártemis, assim como seu irmão, Hélio, foi
identificado com Apolo.
Ambos Selene e Ártemis também foram associados com Hécate, e
todos os três eram considerados como deusas lunares, embora apenas Selene fosse
considerada como a personificação da própria lua. Sua equivalente romana é
Luna.
Depois que seu irmão Hélio termina sua jornada pelo céu,
Selene, recém-banhada nas águas do Oceano que circunda a terra, começa sua
própria jornada enquanto a noite cai sobre a terra, iluminada pela radiância da
sua cabeça imortal e de sua áurea coroa. Jovem e bela.
Na Arcádia, uniu-se a Pã, que a seduziu disfarçando-se com
uma pele de ovelha e depois a presenteou com um rebanho de bois inteiramente
brancos que ela usou para puxar seu carro noturno.
Com Antifemo ou Eumolpo, Selene teve o filho Museu, um
adivinho renomado e grande músico, capaz de curar doentes com sua arte, que foi
amigo inseparável, discípulo ou mesmo mestre de Orfeu.
Que sejam prósperos.
Raffi Souza.
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