Os Deuses Brasileiros, a Mitologia
Tupi
Vamos falar sobre alguns deuses que não vinheram atraves de
imigração? Os que nós esquecemos, por causa da nossa afastação aos indigenas,
aos que sofreram e ate sofrem? Vamos falar sobre os nossos deuses, os deuses
Brasileiros, ou os deuses da Mitologia Tupi!
Nhanderuvuçu:
Conhecido também como Nhamandú, Yamandú ou Nhandejara, é
considerado como o deus supremo da mitologia tupi-guarani. Nhanderuvuçu não tem
uma forma antropomórfica, pois é a energia que existe, sempre existiu e
existirá para sempre, portanto Nhanderuvuçú existe antes mesmo de existir o
Universo. No princípio ele destruiu tudo que existia e depois criou a alma, que
na língua tupi-guarani se chama "Anhang" ou "añã";
"gwea" significa velho(a); portanto anhangüera "añã'gwea"
significa alma antiga. Nhanderuvuçú criou as duas almas e, das duas almas (+) e
(-) surgiu "anhandeci" a matéria. Depois ele desejou lagos, neblina,
cerração e rios. Para tudo isso, ele criou Iara, a deusa dos lagos. Depois
criou Tupã que é quem controla o clima, o tempo e o vento, Tupã manifesta-se
com os raios, trovões, relâmpagos, ventos e tempestades, é Tupã quem empurra as
nuvens pelo céu. Nhanderuvuçú criou também Caaporã (Caipora) o protetor das
matas por si só nascidas, e protetor dos animais que vivem nas florestas, nos
campos, nos rios, nos oceanos, enfim o protetor de todos os seres vivos.
Iara:
Deusa das águas, também conhecida como Uiara, ela é vista
como uma linda sereia que vive nas profundezas do rio Amazonas, de pele parda,
cabelos verdes longos e olhos castanhos.
Abaçai:
É o deus da guerra, um tipo de 'Áries' ou 'Marte' dos
nativos. É o espírito guerreiro que se apossa do índio que se prepara para
batalhas sangrentas. Por isso, dizem que aqueles preparados para a guera estão
"abaçaiados".
Angra:
A deusa do fogo da mitologia tupi-guarani.
Andurá:
Uma árvore fantástica e surreal, que a noite se inflama
subitamente, se parecendo bastante com a forma através da qual o deus
judaico-cristão se comunica com seus profetas.
Chandoré
tupi:
Deus da mitologia tupi-guarani. Segundo a lenda, teria sido
enviado para matar o índio malvado Pirarucu, que desafiou Tupã, mas fracassou,
pois Pirarucu se jogou no rio. Como castigo o índio transformou-se em um peixe,
que leva o seu nome.
Sumé:
Também conhecido como Zumé, Pay Sumé ou Tumé, entre outros
nomes, é a denominação de uma antiga entidade da mitologia dos povos tupis do
Brasil cuja descrição variava de tribo para tribo. Tal entidade teria estado
entre os índios antes da chegada dos portugueses, e transmitido uma série de
conhecimentos como a agricultura, fogo e organização social, e seria uma
espécie de deus das leis e das regras. Era visto com cabelos amarelos, voava
por todo lugar, e inclusive mergulhava sob as águas do mar, até quando
desapareceu. Sumé deixou dois filhos, Tamandaré e Ariconte, que eram muito
diferentes e odiavam um o outro.
Rudá:
O deus do amor, que vive nas nuvens. Seu trabalho é o de
despertar o amor no coração das mulheres. Equivalente à deusa Hathor da
mitologia egípcia, Vênus da mitologia romana, e Afrodite da grega.
Tupã:
Seria um tipo de líder na mitologia tupinambá, senhor dos
trovões e tempestades. Em analogia simples, poderia ser comparado ao deus grego
Zeus, ou mesmo ao deus nórdico Thor, pois ele compartilha a mesma explicação
comum nos deuses dos povos antigos para os relâmpagos. Tupã também tem a
característica da onipresença, que é muito comum nas religiões cristãs, judaica
e islâmica. Os jesuítas, na época da colonização, difundiram uma opinião
errônea de que o trovão em sí seria um deus indígena, sendo que na verdade, ele
é apenas a maneira utilizada por Tupã para se expressar.
Jaci:
A deusa da Lua e da Noite seria responsável pela magia e
encanto dos homens. Teria sido criada por Tupã para dar beleza a Terra. Irmã de
Iara (deusa dos lagos sereno), Jaci tornou-se esposa do próprio Tupã. Outras
versões da mitologia indígena dizem que Jaci seria esposa e/ou irmã Guaraci, o
deus Sol. Jaci é equivalente a Vishnu dos hindus e Ísis dos egípcios.
Guaraci (ou Quaraci):
Guaraci é a representação do deus Sol, responsável pela luz,
vida e pureza do planeta Terra, assim como Brahma (hinduísmo) e Osíris
(egípcio).
Yorixiriamori:
Esse deus encantava as mulheres com seu belo canto, o que despertou
a inveja dos homens que tentaram matá-lo. Por isso, ele fugiu para o céu sob a
forma de um pássaro. É um personagem do famoso mito "A árvore
cantante", dos índios Ianomâmis.
Anhangá:
Os jesuítas propagaram a imagem errônea de que Anhangá seria
o equivalente ao Diabo da religião Cristã, porém, Anhangá (que significa
espírito) seriam almas que vagam pela Terra, que podia assumir qualquer forma,
mas que seria mais visto como um veado com olhos de fogo. Além disso, Anhangá
seria o protetor dos animais, protegendo-os contra caçadores. Quando um animal
consegue escapar miraculosamente durante uma caça, os índios atribuem tal
façanha a Anhangá.
Jurupari:
Filho da índia Ceuci, que após comer um fruto proibido para
moças no período fértil (fruta mapati), ficou grávida miraculosamente, após o
suco da fruta escorrer pelo seu corpo nu. Quando o conselho de anciãos soube da
história de Ceuci, ela foi punida com exílio, onde teve seu filho, chamado
Jurupari, enviado do deus Sol Guaraci, que teria como missão reformular os
costumes e o modo de vida dos homens, que eram submetidos às mulheres. Visto
como o grande Legislador, com 7 (sete) dias de vida já aparentava 10 anos de
idade, e sua sabedoria atraiu as pessoas que ouviam seus ensinamentos enviados
pelo deus Sol. Por sua vez, a história contada pelos jesuítas atribui Jurupari
a uma espécie de demônio que visita os sonhos das pessoas, dando origem aos
pesadelos, pois o ritual de Jurupari era o mais praticado na época da
colonização. O ritual exclusivo para homens inclui músicas com flautas,
flagelações, tabaco e coca e alucinógenos.
Ceuci:
Deusa da lavoura e das moradias, representada pela estrela
mais brilhante da constelação de Plêiades. Quando na Terra, era mãe de
Jurupari, o enviado do Sol/Guaraci, se submeteu ao novo método patriarcal das
tribos. As mulheres não podiam participar dos rituais de Jurupari, pois os
deuses matariam a intrusa. Certa vez, Ceuci com saudade de seu filho,
aproximou-se dele durante um cerimonial, e foi quando ela foi atingida por um
raio, enviado por Tupã. Jurupari, também filho do Sol, foi enviado para
ressuscitá-la, mas não o fez para não desobedecer a lei dos deuses. Ele a
acalmou dizendo que iria brilhar no céu, e encontrar o deus Guaraci, e nesse
momento, Jurupari chorou. Por isso, quando faz Sol e chuva ao mesmo tempo, os
índios dizem que o espírito de Jurupari está por perto.
Akuanduba:
Uma divindade dos índios araras toca a sua flauta para dar
sustentação e ordem ao mundo, representando a harmonia divina.
Wanadi:
Deus dos iecuanas faz parte de um mito em que o Sol teria
criado três seres vivos para habitar o mundo. Apenas Wanadi nasceu perfeito
enquanto que os outros dois seriam responsáveis pelo mal do planeta.
Yebá Bëló:
Chamada de “mulher que apareceu do nada”, é citada como a
responsável pela criação da humanidade segundo os Dessanas. De acordo com a
lenda, teria moldado os homens e mulheres das folhas de coca que mascava
chamadas de ipadu.
Caipora:
O nome caipora vem do tupi-guarani Caapora, e quer dizer
"habitante do mato". Caipora é representado pela forma de um índio
jovem, coberto de pelos e vive montado em uma espécie de porco-do-mato. Ele é o
guardião da vida animal. É ele que estala os galhos, faz assobios e dá falsas
pistas para desorientar os caçadores. Reza a lenda que Caipora seria canibal,
se alimentando de tudo e todos que caçam nas florestas, punindo homens, insetos
ou até outros animais. Caipora é responsável por punir, principalmente, aqueles
que caçam além da necessidade.
Tupi:
Personagem primordial de todos os povos tupis. O antepassado
principal, que deu origem à todos os índios. Por isso, muitas nações tupis
criaram seus nomes como homenagens a tupi: tupinambás, tupiniquins, tupiminós,
tupiguaés, etc.
Bem aqui falei apenas sobre alguns, existe uma imensidão de
deuses Brasileiros, cabe a nos procurarmos eles.
Que os Deuses lhe
abençoem!
Raffi Souza.
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