Deus Cernunnos
(26 de janeiro, celebração do Deus Cernunnos)
O Deus Cornífero é o Deus fálico da fertilidade. Geralmente
é representado como um homem de barba com casco e chifres de bode. Ele é o
guardião das entradas e do circulo mágico que é traçado para o ritual começar.
É o Deus pagão dos bosques, o rei do carvalho e senhor das matas. É o Deus que
morre e sempre renasce. Seus ciclos de morte e vida representam nossa própria
existência.
Ele nasce da Deusa, como seu complemento e carrega os
atributos da fertilidade, alegria, coragem e otimismo. Ele é a força do Sol e
da mesma forma , nasce e morre todos os dias, ensinando aos homens os segredos
da morte e da renascimento.
Segundo os Mitos pagãos o Deus nasceu da Deusa, cresceu e se
apaixonou por Ela. Ao fazerem amor a Deusa engravida e quando chega o inverno o
Deus Cornífero morre e renasce quando a Deusa dá a luz. Este Mito contém em si
os próprios ciclos da natureza onde no Verão o Deus é tido como forte e
vigoroso, no outono ele envelhece, morre no inverno e renasce novamente na
primavera.
Para a maioria pode aparentar meio incestuoso, quando
afirma-se que o Cornífero seja filho e consorte da Deusa, mas isto era
extremamente comum aos povos primitivos onde os indivíduos se casavam entre os
próprios familiares para conservar a pureza da raça. Além disso simbolismo do
Mito deve ser observado, pois todas as coisas vieram do ventre da Grande Mãe
inclusive o próprio Deus e por isso para Ela Ele deve voltar.
O culto aos Deus Cornífero surgiu entre os povos que
dependiam da caça, por isso Ele sempre foi considerado o Deus dos animais e da
fertilidade, e ornado com chifres, pois os chifres sempre representaram a
fertilidade, vitalidade e a ligação com as energias do Cosmos. Além disso a
Bruxaria surgiu entre os povos da Europa, onde os cervos se procriam com
extremada abundância, por isso eram freqüentemente caçados, pois eram uma das
principais fontes de alimentação. Com a crescimento do Cristianismo e com a
intenção do Clero em derrubar Bruxaria, a figura atribuída ao Deus Cornífero
acabou por personificar o Diabo e na atualidade resgatar o status deste
importante Deus torna-se bastante difícil.
O Deus Cornífero representa a luz e a escuridão, a imortalidade
e a morte, a interrupção a continuidade. Cernunnos, como também é chamado,
simboliza a força da vida e da morte. É o amante e filho da Deusa, o senhor dos
cães selvagens e dos animais. É ele que desperta-nos para a vida depois da
morte. Representa o Sol, eternamente em busca da Lua. Seus chifres na realidade
representam as meias-luas, a honraria e a vitalidade e não uma ligação com o
Diabo. Ainda hoje existe muito confusão a cerca da Bruxaria e isto se deve a
Igreja Medieval que transformou os Bruxos antigos em Feiticeiros do Demônio,
por conveniência.
O culto à Deusa Mãe e aos Deus Cornífero é pré-cristão,
surgiu milênios antes do catolicismo e do conceito de Demônio, o qual jamais
foi adorado, invocado, cultuado e reverenciado nas práticas pagãs ou como
deidade da Bruxaria.
A Arte Wiccaniana remonta os homens das cavernas e para
entendermos o porque uma divindade com chifres foi reverenciada pelos Bruxos de
antigamente e é reverenciada até hoje pelos Bruxos modernos temos que pensar
como nossos antepassados.
Os chifres sempre foram tidos como símbolo de honra e
respeito entre os povos do neolítico. Os chifres exprimem a força e a
agressividade do touro, do cervo, do búfalo e de todos animais portadores dos
mesmos. Entre os povos do período glacial uma divindade era representada com
chifres para demonstrar claramente o poder da divindade que o possuía.
Quando o homem saia em busca de caça, ao retornar à sua
tribo colocava os chifres do animal capturado sobre a sua cabeça, com a
finalidade de demonstrar a todos da comunidade que ele vencera os obstáculos.
Graças a ele todo clã seria nutrido, ele era o "Rei". O capacete com
chifres acabou por se tornar em uma coroa real estilizada.
Muitos Deuses antigos como Baco, Pã, Dionísio e Quíron foram
representados com chifres. Até mesmo Moisés foi homenageado com chifres pelos
seus seguidores, em sinal de respeito aos seus feitos e favores divinos.
Os chifres sempre foram representações da luz, sabedoria e
conhecimento entre os povos antigos. Portanto como podemos perceber, os chifres
desde tempos imemoráveis foram considerados símbolos de realeza, divindade,
fartura e não símbolo do mal como muitos associaram e ainda associam-nos. O
Deus Cornífero é então o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade,
luz sabedoria e fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na
terra.
A Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças
vitais do Universo
A CHAMADA DO DEUS
Sou o radiante Rei dos Céus, inundando a Terra com calor
encorajando a semente oculta da criação a germinar-se em manifestação.
Ergo minha brilhante lança para iluminar as vidas de todos
os seres e diariamente despejar meu ouro sobre a Terra, expulsando as forças
das trevas.
Sou o mestre dos animais selvagens e livres.
Corro junto ao ágil gamo e pairo como um falcão sagrado no
céu cintilante.
Os antigos bosques e locais silvestres emanam meus poderes,
e as aves voadores cantam minha santidade.
Sou ainda a última colheita, oferecendo grãos e frutos entre
a foice do tempo, para que todos sejam alimentados, pois sem a plantação não
pode haver colheita;
Sem inverno, não haverá primavera.
Cultue-me como o sol da criação de mil nomes, o espirito do
gamo cornudo nos bosques, a infindável colheita.
Observe no ciclo anual dos festivais o meu nascimento, minha
morte e meu renascimento - e saiba que este é o destino de toda a criação.
Sou a centelha de vida, o radiante sol, o que dá paz e
descanso, e envio meus raios de bênçãos para aquecer os corações e fortalecer
as mentes de todos.
André Boneberg
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