Imagine um
lugar, um grande vazio, onde existiam apenas o mar e algumas formas
indefinidas. Acima desse lugar havia o Takama-no-hara, ou a “Alta Planície do
Céu”, onde habitavam os kami (deuses). Foi passeando por uma ponte celestial
que um casal de kami olhou para baixo e viu aquele lugar.
Ficaram
curiosos e mergulharam uma lança no mar, que respingou água ao ser retirada. As
gotas que se desprenderam da lança formaram ilhas. Estas foram às primeiras
porções de terra, conforme a mitologia xintoísta.
Em seguida,
o casal divino fez descer um enorme pilar até aquelas ilhas. Aquele pilar
possuía significado mágico, e o kami Izanagui convidou a companheira Izanami a
girar-se em torno do mastro, enquanto ele girava em sentido oposto. Depois da
primeira volta encontraram se, puderam ver seus corpos e se admiraram
mutuamente. Daquele encontro, que trouxe muito prazer, nasceram às oito ilhas
que formam o Japão, os trinta espíritos majestosos da terra, do mar, das
estações, dos ventos, das árvores, das montanhas, dos pântanos e do fogo.
Quando Izanami deu a luz o fogo, este queimou as suas entranhas, e ela adoeceu.
Mesmo assim,
continuou procriando. Do seu vômito nasceu a argila, a irrigação, o crescimento
e a rica alimentação. Izanami acabou falecendo. Izanagui sentiu-se muito só e
resolveu busca la no reino dos mortos. Lá, Izanami estava com o corpo coberto
de vermes. Ela se sentiu envergonhada, ficou furiosa, e assumindo o aspecto da
Morte, perseguiu Izanagui acompanhada de todos os espíritos infernais. Ao sair
do mundo das trevas, ergueu uma rocha, separando a terra do mundo dos mortos.
A criação da
deusa Sol
Não
conseguindo recuperar a esposa morta, Izanagui entregou-se, inicialmente, às
purificações do corpo e da mente. Para isso, ele mergulhou o corpo nas águas
correntes violentas de um rio, e seu próprio corpo foi dando origem a outros
kami. A grande deusa Sol, Amaterasu Omikami nasceu do seu olho esquerdo, do
olho direito nasceu o deus Lua, Tsukiyomi-no-Mikoto, e o deus Tempestade,
Susano-O-no-Mikoto, de um dos furos do nariz.
Amaterasu
era o Sol e por isso iluminava, enquanto seu irmão Susano deveria habitar nas
profundezas do mar, onde não havia claridade, mas ele não aceitou e foi punido
com o exílio. Amaterasu tentou ajudar o irmão, mas este, revoltado, praticou
inúmeras maldades.
Numa delas,
Amaterasu ficou apavorada e resolveu se retirar do céu, escondendo-se numa
caverna. A escuridão tomou conta de tudo. Veio à tristeza e, sem o Sol, a safra
do arroz não mais aconteceu. Mesmo as lamentações não foram capazes de demover
Amaterasu de seu auto-exílio. Foi quando milhões de kami reuniram-se diante da
caverna, esperando por uma decisão favorável do kami Sol. Eles enfeitaram o
local, acenderam fogueiras e conversavam entre si. Para passar o tempo,
resolveram fazer uma festa e criaram os instrumentos musicais e até a dança.
Oito milhões de kami dançavam e se divertiam na Alta Planície do Céu, quando
Amaterasu, intrigada, resolveu espiar. Quando ela abriu a entrada da caverna,
se viu refletida num espelho que haviam colocado na frente, e uma corda de
palha impediu que ela se escondesse novamente.
Amaterasu
voltou a iluminar, enquanto Susano foi castigado, sendo enviando para o
arquipélago japonês, o único mundo que existia abaixo da Alta Planície do Céu.
Amaterasu e
Susanoo “o deus das tempestades”
Os textos
também contam sobre sua longa rivalidade com seu irmão mais novo, Susanoo,
conhecido como “O Varão Impetuoso”, que aparece em vários contos.
Um de seus
contos mais conhecidos fala que Izanagi, cansado do comportamento precipitado e
impulsivo de seu herdeiro, Susanoo, o causador de tempestades e caos onde quer
que fosse e de repetidas queixas sobre suas travessuras, o baniu ao Yomi, o
Submundo. Susanoo, a contragosto, concordou, porém, antes de seu exílio pediu
permissão para ir até a Planície do Alto Céu despedir-se de sua irmã mais
velha, Amaterasu. Esse pedido, aparentemente inofensivo, foi concedido e
Susanoo ascendeu ao Céu. Sua partida provocou uma grande agitação no mar e as
colinas e montanhas gemeram em sons trovejantes.
Tais
barulhos chegaram aos ouvidos de Amaterasu, percebendo que se tratava da
aproximação de Susanoo, sabia que seu irmão imprevisível não tinha boas
intenções em mente, e se preparou para a batalha.
Ela deu nós
em seus longos cabelos e neles pendurou joias. Prendeu em seu pulso um
bracelete de quinhentas pedras preciosas de Yasaka. Jogou nos ombros a aljava
de mil flechas e outra de quinhentas lanças e cuidou de proteger os braços com
finas e suaves almofadas de couro para que abrandassem o impacto das cordas do
arco.
A Deusa
empunhava duas esplendorosas espadas em ambas as mãos. Seus cabos eram
cravejados de pedras preciosas que reluziam contrastando com os raios reluzentes
da Deusa do Sol.
Sua armadura
de guerra era tão linda quanto à própria Deusa, uma figura de aspecto temível e
ao mesmo tempo cheio de esplendor. As duas em conjunto, “Deusa e Armadura”,
fizeram chover o resplendor no Palácio dos Céus em flores de raios solares como
a própria Deusa do Sol.
Toda essa
elaborada preparação foi desnecessária, Susanoo adotou a postura de um
penitente. “Desde o início,” disse ele, “Meu coração não é tão negro como
pensam. Mas, em obediência aos nossos pais, eu estou prestes a partir para
sempre ao Mundo Inferior. Como eu poderia suportar partir sem antes ver a minha
irmã mais velha? Foi por isso que eu atravessei a pé nuvens e névoas, e vim
para cá de tão longe. Estou surpreso que minha irmã mais velha tenha adotado
essa postura tão severa”.
Amaterasu
considerou essas observações com muita suspeita. A piedade filial de Susanoo e
a sua crueldade não era tão simples de serem reconciliadas. Susanoo então
propôs um desafio para provar sua sinceridade. Um desafio foi definido a respeito
de quem poderia trazer à luz filhos divinos mais nobres, cada um deles pegou um
objeto do outro e dele nasceu deuses e deusas. Amaterasu fez três mulheres da
espada de Susanoo, enquanto Susanoo fez cinco homens a partir do colar de
Amaterasu. Amaterasu reivindicou o título para os cinco homens feitos de seus
pertences, portanto, as três mulheres foram atribuídos a Susanoo. Ambos os
deuses se declararam vitoriosos, o teste provou a pureza do coração e a
sinceridade de Susanoo em relação à sua irmã, mas o seu bom comportamento não
durou por muito tempo.
Amaterasu
tinha no Céu um grande número de campos de arroz, dos quais se orgulhava,
juntamente com sua manada de potros malhados. Na primavera, a deusa havia
plantado as sementes em seu estimado campo de arroz. Susanoo quebrou as
divisões entre os lotes, e, no outono, soltou em sua plantação uma enorme
quantidade dos preciosos potros malhados da irmã, destruindo boa parte dos
arrozais.
Amaterasu
Um dia,
quando ele viu sua irmã no sagrado Salão de Tecelagem, tecendo as vestimentas
dos deuses, juntamente com suas criadas. Descontente, com tamanha paz e
harmonia, não se conteve, fez um buraco no telhado e arremessou um cavalo
celestial morto sobre os teares das criadas tecelãs. Assustadas, elas se
atropelaram, e uma delas morreu, perfurada por sua própria lançadeira e outras
se feriram gravemente. A deusa do Sol não apreciou a brincadeira, extremamente
zangada, ela decidiu abandonar seu Reino no Céu. Então, levando consigo suas
vestes resplandecentes desceu o céu azul, se escondeu dentro da Ama-no-Iwato
(caverna de rocha celestial), prendendo-a firmemente com uma rocha e permaneceu
em reclusão privando o mundo de sua esplendorosa luz. A alternância entre o dia
e a noite passou a não mais existir…
A partir de então o mundo conheceu as trevas…
A luz
desapareceu, o mundo congelou e os campos murcharam. O mundo estava mergulhado
na escuridão e se tornou um refúgio para demônios. E o pânico foi semeado até o
alto céu, onde viviam os deuses e deusas, que como os humanos, também não
enxergavam nada. Os deuses temendo a eterna escuridão se reuniram em assembleia
às margens do “Rio Celestial” e passaram a discutir sobre a melhor maneira de
persuadir Amaterasu a sair de seu refúgio e proporcionar aos Céus mais uma vez
a brilhante glória de sua luz resplandecente.
Depois de
muito discutirem e de muitas adivinhações, utilizando ossos de cervos postos em
cima das labaredas feitas de casca de Sakura (cerejeira). Os deuses fizeram
diversas ferramentas como fole e aparatos para forja. Com as ferramentas
construíram inúmeros instrumentos musicais, soldaram estrelas dos céus e com
elas fizeram o magnífico espelho Yata no Kagami (Espelho de Oito Lados) e as
joias Yasakani-no-Magatama (Joias Curvadas). O deus da inteligência, Omoikane, pediu
a todos que comparecessem ao redor da caverna. Depois de tudo pronto, desceram
até a entrada da caverna celestial onde Amaterasu encontrava-se. Penduraram as
joias e o espelho no cimo dos galhos da “Verdadeira Árvore Sakaki” e fizeram
uma festa para a deusa do Sol.
Podia-se
ouvir de todos os lados o canto das Aves Canouras que trouxeram das Regiões
Eternas. A Deusa Ame-no-Uzume, deusa da alegria, fez um capuz da Verdadeira
Árvore Sakaki e com uma lança enfeitada de Capim Eulália nas mãos, virou um barril
e sobre ele começou a dançar o Kagura, uma dança divina, de maneira provocante,
para complementar sua dança cômica ela levantou o leme do seu quimono e fez
gestos obscenos com caretas engraçadas. Estava tão divertida que os deuses
desataram na gargalhada, fazendo um grande barulho.
Curiosa,
Amaterasu não resistiu, quando ela espiou fora de sua longa estadia no escuro,
um raio de luz chamado “amanhecer” escapou e Amaterasu ficou deslumbrada com o
seu próprio reflexo no espelho. Surpresa, ela se adiantou, o deus
Ameno-Tajikarawo, aproveitando-se de sua distração, puxou-a para fora e a caverna celestial foi
selada com um “shirukume”, cordão santo.
Amaterasu
Amaterasu e
o Yata no Kagami
Cercada por
tamanha alegria, o amargor de Amaterasu desapareceu e ela concordou em retornar
a iluminar o mundo com seus raios dourados e resplandecentes. Uzume foi a
partir de então conhecido como a deusa do amanhecer, assim como da alegria.
Susanoo deu
para sua irmã como presente de reconciliação a espada mata-dragão
Kusanagi-no-Tsurugi que havia encontrado debaixo das escamas da calda do dragão
Yamata no Orochi ao salvar a princesa Kushinada.
Segundo a
lenda, Amaterasu legou a seu descendente Ninigi: o espelho, Yata-no-Kagami; a
joia, Yasakani-no-Magatama e a espada, Kusanagi-no-Tsurugi. O espelho sagrado,
a joia, e a espada tornaram-se conhecidos como “Os Três Tesouros Sagrados do
Japão“.
Os contos de
Amaterasu estão nos dois registros mais antigos da história japonesa, Kojiki e
Nihon Shoki. Na mitologia japonesa, Amaterasu, a deusa do sol, é a irmã de
Susanoo, o deus das tempestades e do mar, e de Tsukuyomi “Tsukuyomi-no-mikoto”,
o deus da Lua e regente da noite. Foi escrito que Amaterasu pintou a paisagem
com seus irmãos para criar o Japão antigo. De acordo com o Kojiki, os três
irmãos nasceram de Izanagi, quando foi purificar-se após entrar em Yomi (Mundo
dos mortos) e não conseguir salvar Izanami.
Amaterasu
nasceu quando Izanagi lavou o seu olho esquerdo, Tsukuyomi nasceu da lavagem do
olho direito e Susanoo da lavagem do nariz, os três são conhecidos como
Mihashira-no-uzu-no-miko “Os três filhos nobres”. Izanagi orgulhoso com o
nascimento de seus nobres filhos dividiu seu reino entre os três irmãos. Para
Amaterasu entregou uma joia, um colar sagrado chamado Mikuratana no kami, a
tornando deusa do Sol e dos Céus, enquanto para Tsukuyomi ele atribuiu a Lua,
tornando-o deus da noite, e a Susanoo, ele entregou o comando dos oceanos.
Amaterasu
vivia em uma gruta celestial na Planície do Alto Céu, sendo uma tecelã muito
hábil, fazia as vestimentas divinas com delicadas sedas japonesas em companhia
de suas criadas, que lhes teciam cotidianamente um quimono da cor do tempo.
Todos os dias de manhã, ela saía para iluminar a Terra e garantir o crescimento
exuberante dos campos de arroz.
Amaterasu, a
poderosa deusa do sol do Japão, é a divindade mais conhecido da mitologia
japonesa, assim como sua rivalidade com seus irmãos.
Amaterasu
(Amaterasu-ōmikami) também conhecida como Ōhirume-no-muchi-no-kami, “Grande
Deusa Augusta que ilumina o céu”, é a Deusa do Sol e do universo reverenciada
pela religião Shinto. É a divindade japonesa que vela sobre os homens e os
enche de benefícios, responsável por iluminar o mundo e assegurar a fertilidade
dos campos de arroz. NAmaterasu (Amaterasu-ōmikami) também conhecida como
Ōhirume-no-muchi-no-kami, “Grande Deusa Augusta que ilumina o céu”, é a Deusa
do Sol e do universo reverenciada pela religião Shinto. É a divindade japonesa
que vela sobre os homens e os enche de benefícios, responsável por iluminar o
mundo e assegurar a fertilidade dos campos de arroz. Na mitologia, Amaterasu
nasceu do olho esquerdo de Izanagi. Principal divindade xintoísta, é
representada empunhando um disco solar.
Amaterasu ou
Ama como ela é carinhosamente chamada, é um membro da realeza divina no Japão,
a filha da divindade suprema, que se diz ser o criador do mundo. Ela tem dois
irmãos o deus da tempestade “Susanoo”, e o deus da lua “Tsuki-yomi” , juntos,
eles estão no comando dos céus. Sendo uma deusa do sol, Amaterasu ilumina o
mundo a cada dia e garante o crescimento exuberante nos campos de arroz. Ela é
também considerada uma tecelã muito hábil.
Afirma-se
que o Imperador do Japão é um descendente direto de Amaterasu. De acordo com os
antigos escritos, o neto de Amaterasu, Ninigi no Mikoto, teria descido à terra
e se tornado o primeiro soberano do Japão. Segundo o Kojiki, teria sido seu
tataraneto, Jimmu Tennô, que se tornou o primeiro imperador na mitologia,
Amaterasu nasceu do olho esquerdo de Izanagi. Principal divindade xintoísta é
representada empunhando um disco solar.
Amaterasu ou
Ama como ela é carinhosamente chamada, é um membro da realeza divina no Japão,
a filha da divindade suprema, que se diz ser o criador do mundo. Ela tem dois
irmãos o deus da tempestade “Susanoo”, e o deus da lua “Tsuki-yomi” , juntos,
eles estão no comando dos céus. Sendo uma deusa do sol, Amaterasu ilumina o
mundo a cada dia e garante o crescimento exuberante nos campos de arroz. Ela é
também considerada uma tecelã muito hábil.
Afirma-se
que o Imperador do Japão é um descendente direto de Amaterasu. De acordo com os
antigos escritos, o neto de Amaterasu, Ninigi no Mikoto, teria descido à terra
e se tornado o primeiro soberano do Japão. Segundo o Kojiki, teria sido seu
tataraneto, Jimmu Tennô, que se tornou o primeiro imperador
Amaterasu e Tsukuyomi “o deus da Lua”
Separação do
Dia e a Noite:
Para cuidar
de seus enormes e exuberantes campos de arroz, Amaterasu sempre utilizava
sementes fornecidas pela deusa dos alimentos, Uke-mochi, e um dia pediu para
que seu irmão Tsukuyomi, o deus da Lua, verificasse suas plantações e o
trabalho de Uke-mochi, enquanto ela se escondia em sua caverna. Sabendo da
visita do deus, Uke-mochi resolveu preparar um imenso banquete: vomitou arroz
cozido (felicidade em abundância), peixes e moluscos (sabedoria em abundância)
e algas (alegria em abundância). Tsukuyomi não gostou nada do modo “criativo”
que Uke-mochi preparou a refeição, e enojado matou a deusa. A morte de
Uke-mochi perturbou Amaterasu fazendo-a rotular Tsukuyomi como um deus mau e se
dividiram, separando o dia da noite.
É Deusa: do
sol, da luz, da beleza, dos imperadores (governantes)
Velas:
amarelas e douradas.
Cores:
amarelo, dourado, vermelho
Oferendas
pra ela: Sake, Arroz, Sal, imagens dela, espelhos, pentes (produtos de beleza a
base de arroz), quimonos (os japoneses, só procura em lojas ocidentais)
amarelos, ou com imagens do sol.
Amaterasu
corresponde a Afrodite (grega), Hator (egípcia), Oxum (umbanda\candomblé).
Que os
deuses lhe abençoe!!
Raffi Souza