14 maio 2015

O Dom

O Dom


O que é energia? Energia é tudo. Para defini-la em termos bastante simples, a energia é composta de moléculas girando ou vibrando em várias velocidades. Em nosso mundo físico, as moléculas giram em uma velocidade muito baixa. No mundo físico, também, tudo vibra em uma velocidade constante. E por isso que as coisas na Terra parecem sólidas. Quanto menor a velocidade, mais densa ou mais sólida é a coisa - por exemplo, a cadeira na qual você está se sentando, a casa em que vive e, é claro, o seu corpo físico. Para além do mundo tridimensional, as moléculas vibram muito mais rapidamente. Portanto, em um ambiente tão sutil, ou em uma dimensão etérea, como é o mundo espiritual, as coisas são mais livres e menos densas.
Dentro de nosso corpo físico há um outro corpo usualmente chamado corpo astral, etéreo, ou corpo espiritual. Esse corpo é uma réplica exata de nosso corpo físico e, como tal, possui olhos, cabelos, mãos, pernas e tudo o mais. A grande diferença entre nosso corpo físico e o corpo etéreo é que as moléculas deste vibram em uma velocidade muito maior do que as da sua contraparte física. Normalmente, não podemos ver o corpo astral. No entanto, algumas pessoas, valendo-se de poderes psíquicos, são capazes de enxergá-lo. Durante a transição que chamamos de morte, o corpo etéreo é liberado do corpo físico. O corpo etéreo não é sujeito a
moléstias, nem ao envelhecimento, como acontece com o corpo físico, e pode mover-se de um ponto para o outro através do pensamento.

UM MÉDIUM PODE TER MUITAS HABILIDADES



Aqueles que são capazes de sintonizar a vibração mais veloz, própria dos corpos espirituais depois da morte, seja de maneira física ou mental, são chamados sensitivos ou médiuns. Como o termo sugere, um médium é um indivíduo que está no meio das partes, um mediador ou intermediário, uma pessoa que transita entre o mundo físico e o espiritual. Um médium é capaz de usar sua energia para ultrapassar o tênue véu que separa a vida física da vida espiritual. Vou expor uma forma de conceber a mediunidade. Os seres humanos são dotados de uma mente superconsciente, de uma subconsciente e da mente consciente. Na mediunidade, todos os pensamentos, sensações e visões são transmitidos através da mente superconsciente do médium, ou da mente espiritual. Constantemente, captamos impressões espirituais dessa exata maneira, mas o médium é capaz de interpretá-las. A mensagem então se transfere para a mente consciente e é revelada. O termo psíquico é usado frequentemente como uma palavra genérica para denominar todo aquele que se dedica ao trabalho paranormal. Todo mundo é psíquico, em algum nível, mas nem todos são médiuns. Um médium não é alguém que lê a sorte. Em outras palavras, os médiuns são psíquicos, mas nem todos os psíquicos são médiuns. Tanto o poder psíquico quanto a mediunidade usam os mesmos mecanismos da mente, mas a mediunidade difere de ser psíquico, ou do poder psíquico. Assim como a mediunidade, o poder psíquico é dotado de telepatia.
Telepatia é apenas outra palavra para comunicação de uma mente para outra. Por exemplo, você está com um amigo e, de repente, diz exatamente o que ele está pensando. Seu amigo, então, exclama: "Puxa, você tem poderes psíquicos!" Uma pessoa dotada de tais poderes é capaz de ler um objeto inanimado ou uma outra pessoa, sintonizando a energia que emana desse objeto ou pessoa. E na aura desse objeto ou dessa pessoa que o indivíduo dotado de poder psíquico capta o que a seguir interpreta em revelações sobre o passado e o futuro daquele ou daquilo que lê. Uma pessoa com poderes psíquicos pode também receber a energia de um objeto ou de uma pessoa através de sensações ou olhando para ela. Ocorre que, como não há a dimensão do tempo no mundo da energia, poucos dotados são capazes de situar precisamente no tempo a informação que recebem.
Por outro lado, um médium é uma pessoa capaz de sentir e/ou de escutar pensamentos, vozes, impressões mentais do mundo espiritual. Também os espíritos usam a telepatia. Um médium é capaz de tornar-se completamente receptivo à frequência mais alta ou às energias em que os seres espirituais vibram. Assim, a mente de um espírito se funde à mente superconsciente do médium ou imprime-se nela. Dessa maneira, a mensagem vai para a mente consciente, e o médium torna-se capaz de dizer o que o espírito está pensando ou sentindo. A mediunidade exige mais envolvimento do que o poder psíquico, porque o médium está lidando com uma energia desencarnada. O poder psíquico não traz informações de um espírito que está num nível de frequência mais alta. Um desencarnado utiliza muito da energia vital do médium para enviar sua mensagem. O médium trabalha diretamente com o espírito, e ambos precisam estar dispostos a tomar parte no processo de comunicação - de outra forma, não haverá comunicação alguma. O conceito de mediunidade fica mais evidente nos sonhos. Muitas vezes, sonhamos com parentes ou com amigos que já morreram. Alguns desses sonhos parecem tão reais que somos capazes de afirmar que estivemos com eles. E nos despertam emoções muito poderosas. Isso ocorre porque, enquanto sonhamos, estamos de fato com nossos entes queridos em um plano espiritual. Quando dormimos, nosso corpo astral ou etéreo viaja para regiões nãoterrenas onde reencontramos aqueles que amamos e com quem podemos nos comunicar. A mediunidade em si pode ser dividida em muitas categorias. A primeira, e a mais comum, é a mediunidade mental. Como a palavra mental denota, essa forma de mediunidade se utiliza da mente - da mente intuitiva, cósmica, não da mente racional e lógica. Esse tipo de mediunidade manifesta-se de diversas maneiras: clarividência, clariaudição, clarisensibilidade e pensamentos inspiradores.

Clarividência

A palavra significa visão clara. Um clarividente aplica seu sentido inato, sua visão interior, para ver objetos, cores, símbolos, pessoas, espíritos, cenas. Essas imagens não aparecem para o olho normal e, geralmente, surgem como um flash dentro da mente do médium, como se ele as estivesse vendo fisicamente. Na maioria dos casos, devem ser reconhecíveis para a pessoa que consulta o vidente, a quem passarei a me referir como o consulente.

Clariaudição

O termo significa audição clara. Um clariaudiente possui o que se pode chamar de ouvido psíquico ou ouvido sensitivo. É capaz de escutar sons, nomes, vozes e músicas que vibram numa freqüência mais alta. Assim como os cachorros, cuja audição capta frequências mais altas do que os humanos, os médiuns desse gênero são capazes de ouvir sons em uma freqüência mais alta de vibração. A clariaudição transmite ao consulente as palavras que o médium capta na freqüência mais alta de vibração. Embora ele escute as vozes dos espíritos ou seus murmúrios com a mesma inflexão que usariam em suas vidas terrenas, transmite ao consulente as palavras em sua própria voz.

Clarisensibilidade

Essa forma de mediunidade expressa-se através de sensações claras. Um médium dotado de clarisensibilidade é capaz de sentir a presença dos espíritos no ambiente. Um verdadeiro médium com tal dom normalmente sente a personalidade espiritual penetrando em seu ser como um todo. Ele é capaz de transmitir mensagens ao consulente através de sentimentos e emoções fortes e empáticos vindos do espírito. Não apenas a mente do médium é utilizada no processo, mas também seu corpo emocional.

Pensamentos inspiradores

Também chamado de fala inspiradora, escrita inspiradora, arte inspiradora. Nesse caso, o médium recebe pensamentos,impressões, conhecimentos - sem nenhuma premeditação. Difere da clarisensibilidade porque o envolvimento emocional não é tão evidente quanto no contato com a personalidade espiritual. Os pensamentos inspiradores são extremamente objetivos. Não carregam nem a intensidade emocional nem a personalidade espiritual acoplada à mensagem, como acontece na clarisensibilidade. Embora os pensamentos inspiradores provenham dos espíritos, a personalidade do espírito não se imprime no receptor.

Em muitos casos, um grupo de almas pode imprimir um receptor terreno com pensamentos inspiradores. O grupo de almas funde seus pensamentos e os imprime na pessoa, que assim compõe uma melodia ou pinta um quadro. Aqui também o processo não corre no plano emocional, mas puramente através da inspiração. Grandes artistas como Michelangelo, Monet, Renoir e compositores como Bach, Mozart e Schubert eram médiuns. Famosos cientistas e pesquisadores do passado também eram médiuns e utilizavam pensamentos inspiradores. Bem à nossa volta, hoje em dia, temos maravilhosos artistas, músicos, escritores, atores e oradores que usam a arte mental mediúnica dos pensamentos inspiradores.


Retirado do livro "Conversando com Espíritos"
James Van Praagh 

Editado por André Boneberg