01 setembro 2015

Sagrado Feminino e Masculino na Wicca

Sagrados Feminino e Masculino na Wicca

A wicca reconhece o poder supremo divino, máximo, o poder que deu origem a todo o Universo. Os Wiccans (ou wiccanos) se conectam com essa força através de suas divindades. De acordo com os princípios da Natureza, o poder supremo foi personificado em dois seres básicos: a Deusa e o Deus.
Toda divindade venerada no planeta existe com o arquétipo (como face) do Deus e da Deusa. Os complexos panteões de divindades que surgiram em muitas partes do mundo são simplesmente aspectos dos dois. Toda deusa reside no conceito de Deusa; e todo deus, no conceito de Deus.
A wicca reverencia essas divindades gêmeas por causa de suas ligações com a Natureza. Assim como a maior parte da Natureza se divide em gêneros, as divindades que a incorporam são concebidas de forma similar.
(Retirado do livro Wicca Guia do Praticante Solitário de Scott Cunningham)


O Sagrado Feminino, a Deusa
A grande mãe universal, fonte de toda beleza, de toda fertilidade, de todo amor...
Na wicca vemos ela na lua, representada de 3 formas. Donzela, Mãe e Anciã, luas Crescente, Cheia e Minguante também conhecida como Deusa Tríplice.
O caráter tríplice da Deusa é muito importante, porque não se trata apenas de uma multiplicação em 3 aspectos, mas sim a Deusa se revelando em 3 níveis e nos 3 domínios do mundo e da humanidade.  Assim, como o homem tendo corpo, alma e espírito, o macrocosmo que consiste no céu, na superfície da Terra (no Mar) e nas profundezas da Terra (o Mundo Inferior), e o reino do tempo: Passado, Presente e Futuro.
Ela é ao mesmo tempo, o amanhecer, o nascimento, a primavera, a mãe frutuosa, a geradora, o inverno, a sabedoria, a morte, a reencarnação, a guardiã, a transformadora, etc... Apesar de ela possuir essas duas naturezas os wiccanos a veneram como a provedora da fertilidade, do amor e da abundância, além de reconhecer seu lado mais obscuro.
A Donzela, representada pela Lua Nova a Crescente, simboliza os novos começos, a juventude, a esperança, as sementes, o crescimento, a vitalidade, o lúdico. Como Deusa Ela aparece enaltecendo sua beleza, feminilidade e sexualidade. Muitas vezes é denominada de virgem, mas não no sentido de abstinência sexual. E sim de não pertencer a ninguém, em ser livre e completa em si mesma.
A estação do ano correspondente à Donzela é a primavera.
A Lua Cheia traz o aspecto Mãe da Deusa. Ela é aquela que nutre, protege e ama incondicionalmente; Ela é fértil e próspera. Sua sexualidade é exuberante e também a sua beleza. Ela está plena de sua potência e força vital. Muitas vezes a Deusa Mãe é representada grávida, ou com vários seios, ou com seu filho nos braços, representando o Deus que renasce de seu ventre.
Sua estação é o verão.
A Deusa como Anciã vem com a Lua Minguante. Ela é a parteira, a Bruxa, a Mulher Sábia, pois é a Senhora da Sabedoria e conhece o oculto e a magia. É a Rainha dos Mistérios e também Deusa da Cura. Ela rege os finais, o desapego, o conhecimento, as transformações e a morte. Lembrando que a morte contém a vida (e vice-versa), e assim como a Lua que mingua desaparecendo no Céu, ressurgindo Nova para iniciar um novo ciclo, a vida se reinicia num ciclo contínuo de vida-morte-vida.


Também estamos sempre nos transformando, abrindo e fechando ciclos. Alguns procuram estas mudanças, outros resistem em vão e parecem mortos-vivos. As transformações podem ser sutis e internas, mas uma mudança de energia e percepção ocorre e, daí tudo se torna novo, mesmo que aparentemente nada tenha mudado.
O meio do outono e o inverno são regidos pela Deusa Anciã, que nos convida a um tempo de maior interiorização e introspecção.
A Deusa tem sido descrita de muitas e variadas formas até hoje, entre elas como uma caçadora junto aos seus cães de caça, uma divindade celestial que caminha pelos céus deixando rastro de estrelas, mãe eterna que carrega seu filho, anciã que caminha pela luz da lua minguante à procura do fraco e do desesperado. Porém não importa como a enxergamos, e todos a vemos de formas diferentes, ela é onipresente, imutável e eterna. Uma das forças criadoras de tudo, ela não só criou tudo como É tudo.
O Sagrado Masculino, O Deus
Não é a divindade severa, todo poderoso e distante do Cristianismo, da mesma forma que também não é apenas o consorte da Deusa.
Pelo passado agressivo que as religiões pagãs sofreram (oprimindo o Sagrado Feminino), principalmente as mulheres, hoje quase não se fala no Deus, muitos wiccans preferem cultuar apenas a Deusa, outros já nem chegam (se interessam) em conhecer o Deus, talvez porque quando se fala em Deus já vem a imagem do Deus cristão a mente.
O Deus em contraparte da Deusa é visto no Sol, como Ela também possui três aspectos, Cornífero, Homem Verde e Ancião, Filho e Cônjuge da Deusa, também está intimamente ligado as estações do ano e ao ciclo da vida.
Cornífero é representado geralmente com chifres, o que não significa que é o "diabo". Os cristãos só transformaram isso em algo ruim.
Os chifres simbolizam o poder e a fertilidade do Deus, os chifres sempre foram um símbolo de poder, animais com chifres são mais fontes mais poderosos, quanto maior for o chifre maior a força.
Como Cornífero é jovem, altivo, caçador, sua energia é vigorosa, impetuosa, aventureira. Na roda do ano ele acaba de vir (voltar) a vida. Representa a natureza intocada, os animais selvagens, é um ser livre.
Como Homem verde, representa a natureza cultivada, a vegetação, a colheita, a agricultura, Ele é o êxtase, o prazer, é representado como um homem coberto de folhagem da cabeça aos pés e rosto de madeira (feito de tronco de arvore) pois esse é o Deus da pura vida. Protetor das matas, cuida das florestas, principalmente das arvores. Nesta fase assume o papel de Filho e Amante da Deusa, é o portador da alegria.
Como Ancião é Senhor detentor de todo conhecimento, o sábio, o Deus que nos leva no fim da vida, guiando para a Terra do Verão, transformador, regenera a vida, guia na escuridão. Nem sempre tem a aparência de um idoso, também representado com Deuses da longevidade.

Assim como a Deusa e junto com Ela, não só criou tudo que existe como também É tudo.

Encontrar um equilíbrio entre os Sagrados Masculino e Feminino, é um desafio (um objetivo) para cada wiccano, sentir e equilibrar as forças da criação dentro de nós mesmos é importante para entrar em sintonia com a Terra e toda a criação divina, assim como também é uma forma de autoconhecimento.  Uma mulher não tem apenas o Sagrado Feminino dentro de si, como também tem o Masculino, certo que em alguns momentos precisa mais do Sagrado Feminino, da mesma forma o homem precisa entrar em equilíbrio com o Sagrado Feminino dentro de si. Uma religião matriarcal e tão ruim quanto uma patriarcal, pois também está em desequilíbrio.

Grey Oliver