15 janeiro 2019

A serpente emplumada: Quetzalcóal!


A serpente emplumada: Quetzalcóal!



A cultura Maia é muito ampla e conta a historia de vários deuses, mas hoje neste artigo queremos falar especificamente do Deus Maia do vento, Quetzalcóal, considerado como um dos maiores deuses antigos, adorado em toda Mesoamérica.
Seu nome está composto por duas palavras, quetzal, que é uma ave de bela plumagem que habita a selva do sudeste de México e parte de Centro América, e cóatl, que significa “serpente”, sendo traduzido ou interpretado pelos espanhóis como “serpente emplumada”.
Igualmente, é qualificado como o criador das cinco idades cósmicas dos homens, dador de vida a custa de seu sangue, que junto com Tlaloc juntaram as formigas para alimentar os homens. Segundo a lenda, ele caiu na armadilha dos feiticeiros e do pecado, saiu de Tollan, indo para “o lugar da queima”, previu  seu regresso e se incinerou.
Disse-se que era o filho de Camaxtli e Chimalma, nasceu em Michatlauhco, sua mãe morreu durante seu nascimento e foi educado por seus avós. A lenda diz que Quetzalcoatl e seu irmão gêmeo Xólotl, descenderam ao inferno, para recuperar os ossos humanos, que ao receber gotas de seu sangue começaram a ressuscitar, pelo qual os homens se consideram filhos de Quetzalcóatl.
Além disso, era um Deus criador e da sabedoria, ele ensinou para os humanos a cultivar, a ourivesaria, astronomia, matemáticas, cerâmica, construção, medicina, a prática de penitencias e o auto sacrifício. Representa um Deus benévolo que leva ao redor do seu pescoço uma “joia do vento”, feita de uma concha e sua cabeça foi adornada com um jaguar e uma pequena tampa, um osso sobressai da cabeça do que flui o sangue que nutre seu nahualli, ou pássaro Quetzal.
Os Maias e Astecas veneravam as plumas do Quetzal como uma alegoria do crescimento das plantas. Eram muito valiosas e os mais poderosos as levavam em suas vestimentas. Desta maneira, governantes e nobres se distinguiam do resto aproximando-se ao Deus Quetzalcóatl. Um dos tocados mais famosos é o penacho atribuído a Moctezuma. Para conseguir as longas plumas iridescentes, deviam capturar a ave e depois libera-la. Matar a um Quetzal era um crime castigado com pena de morte.
O Deus Maia do vento, Quetzalcóatl, foi representado em muitas formas, uma delas é como um homem de pele branca, cabelos e barba ruivos, com unas orelheiras de concha, o corpo pintado de negro, um chapéu cónico e os instrumentos para auto sacrifício como farpas de piteira e furador de osso. Em 1519, quando o conquistador Hernán Cortés chegou a Mesoamérica, o imperador asteca, Moctezuma Xocoyotzin, acreditou que Cortés era o Deus Quetzalcóatl e por isso facilitou a conquista espanhola.
Finalmente, os ensinamentos de Quetzalcóatl ficaram contidos em determinados documentos chamados Huehuetlahtolli, “antigas palavras“, transmitidos por tradição oral e escrito pelos primeiros cronistas espanhóis, esta transmissão também se relaciona com o sexto Sol e a finalização do calendário Maia no ano de 2012, a famosa profecia.
Quetzalcóatl (náuatle clássico: [ketsaɬˈko.aːtɬ]) é uma divindade das culturas mesoamericanas, cultuado especialmente pelos astecas e pelos toltecas, e identificado por alguns pesquisadores como a principal deidade do panteão centro-mexicano pré-colombiano. Seu nome significa "serpente emplumada" (de quetzal, nome comum do Pharomachrus mocinno, e cóatl, serpente).
Os astecas incorporaram esta deidade em sua chegada ao vale do México, no entanto modificaram seu culto, eliminando algumas partes, como a proibição dos sacrifícios humanos. Especula-se que a origem desta deidade provém da cultura olmeca, no entanto sua primeira aparição inequívoca ocorreu em Teotihuacan. A cultura teotihuacana dominou durante séculos o planalto mexicano. Sua influências culturais abarcaram grande parte da mesoamérica, incluindo as culturas maia, mixteca e tolteca. Os maias retomaram a Quetzalcóatl como Kukulkán.
Quetzalcoatl representa as energias telúricas que ascendem, daí a sua representação como uma serpente emplumada. Neste sentido, representa a vida, a abundância da vegetação, o alimento físico e espiritual para o povo que a cultua ou o indivíduo que tenta uma ascese espiritual.
Posteriormente, passou a ser cultuado como deus representante do planeta Vênus, simultaneamente Estrela da Manhã e Estrela da noite, correspondendo, com o seu gêmeo Xolotl, à noção de morte e ressurreição. Deus do Vento e Senhor da Luz, era, por excelência, o deus dos sacerdotes. É às vezes confundido com o rei sacerdote de Tula. Governava o leste.
Segundo fontes incertas e tradições orais, uma das representações deste deus é um homem branco, barbado e de olhos claros. Esta representação seria uma das justificativas da teoria de que os povos indígenas, durante a conquista da Nova Espanha (Mesoamérica), acreditaram que Hernán Cortez era Quetzalcóatl. O acadêmico multiculturalista Serge Gruzinski, analisando as crônicas do século XVI sobre a conquista do México, compartilha da crença de que os astecas realmente acharam que Cortez fosse Quetzalcóatl e essa é uma das razões pela qual os espanhóis dominaram tão facilmente a América Central.
O cacau, fruto tipicamente americano, era usado durante os rituais ao deus como uma bebida quente, o xocóatl, bebida que deu origem ao chocolate tão apreciado atualmente.
Os astecas acreditavam na volta de Quetzalcóatl e isso contribui positivamente em seu contato com os espanhóis, pensando terem sido enviados pelo deus ou serem o próprio.
Quetzalcóatl é uma divindade mesoamericana adorada principalmente pelos astecas. Seu nome significa "Serpente Emplumada", e era assim que era apresentado. Os maias tem a sua versão de Quetzalcóatl chamado de Kukulcán ou Gugumatz...
Um símbolo proeminente dos sacerdotes de Quetzalcóatl era um objeto conhecido em náuatle como "Ehecaicozcatl" que se traduz como uma "Jóia do Vento". Este talismã era uma concha cortada na transversal e provavelmente foi usado como um colar pelos líderes religiosos como eles foram descobertos em enterros em sítios arqueológicos em toda a Mesoamérica. No século XVI, durante a conquista espanhola, muitas fontes confundem Quetzalcóatl com Ce Acatl Topiltzin , um governador da cidade mítica de Tollan.
Quetzalcóatl é o deus do vento, do planeta Vênus, do amanhecer, dos comerciantes, das artes, artesanato e conhecimento. Ele também é o deus patrono do sacerdócio asteca e da aprendizagem. Quetzalcoatl é um dos vários deuses importantes do panteão azteca, juntamente com os deuses Tlaloc, Tezcatlipoca e Huitzilopochtli. Dois outros deuses representados pelo planeta Vênus são aliados de Quetzalcoatl: Tlaloc que é o deus da chuva, e irmão gêmeo de Quetzalcoatl e deus da morte chamado Xolotl.
Animais que provavelmente representam Quetzalcóatl incluem o quetzal-resplandecente, cascavél ("Coatl" significa "Serpente" em Náuatle), o corvo, e a arara. Em sua forma como a Estrela da Manhã, Vênus, ele também é retratado como um gavião.
Quetzalcóatl é o criador e transgressor da fronteira entre a Terra e o Céu. Ele é uma divindade criadora tendo contribuído essencialmente para a criação da humanidade. Há várias histórias sobre o nascimento de Quetzalcóatl. Em uma versão do mito, Quetzalcóatl nasceu de uma virgem chamada Chimalman, a quem o deus Onteol apareceu em um sonho. Em outra história, a virgem Chimalman concebeu Quetzalcóatl após engolir uma esmeralda. A terceira história narra que Chimalman foi atingida no ventre por uma flecha de Mixcoatl e nove meses depois, ela deu à luz a uma criança que foi chamada de Quetzalcóatl. A quarta história narra que Quetzalcoatl nasceu de Coatlicue, que já teve centenas de crianças que formaram o estrelas da Via Láctea. Sugere-se também que ele era um filho de Xochiquetzal e Mixcoatl.

De acordo com outra versão do mito, Quetzalcóatl é um dos quatro filhos de Ometecuhtli e Omecihuatl, os quatro tezcatlipocas, cada um dos quais preside um dos quatro pontos cardeais. Ao longo do Ocidente preside a Tezcatlipoca Branco, Quetzalcóatl, o deus da luz, justiça, misericórdia e do vento. Ao longo do Sul preside a Tezcatlipoca Azul, Huitzilopochtli, o deus da guerra. Ao longo do Leste preside a Tezcatlipoca Vermelho, Xipe Totec, o deus do ouro, a agricultura ea hora da Primavera. E sobre o Norte preside a Tezcatlipoca Negro, conhecido por nenhum outro nome além de Tezcatlipoca, sendo o deus do julgamento, a noite, o dolo, a feitiçaria e da Terra. Quetzalcoatl foi muitas vezes considerado o deus da Estrela da Manhã, e seu irmão gêmeo Xolotl foi a Estrela da Noite. Quetzalcóatl era conhecido pelo título "Tlahuizcalpantecuhtli", que significa "Senhor da Estrela do Amanhecer." Ele era conhecido como o inventor dos livros e do calendário, o doador de milho para a humanidade, e, por vezes, como um símbolo da morte e ressurreição. Quetzalcóatl era também o padroeiro dos sacerdotes aztecas. Algumas lendas descrevem-no como contra o sacrifício humano, enquanto outras descrevem-no praticando-a.
Segundo fontes, uma das representações deste deus é um homem branco, barbado e de olhos claros. Esta representação seria uma das justificativas da teoria de que os povos indígenas, durante a conquista da Nova Espanha (Mesoamérica), acreditaram que Hernán Cortez era Quetzalcóatl. Mas todas as fontes foram na verdade criadas pelos espanhóis.

Que sejam prósperos.
Raffi Souza.