11 dezembro 2018

O senhor da guerra: Ares!


O senhor da guerra: Ares!


Ares era o deus grego das guerras, da guerra selvagem com sede de sangue, conhecido também em Roma como Marte, filho de Zeus e Hera, de quem herdou o mal gênio da mãe e a força do pai. Pertence a geração dos grandes doze deuses do Olimpo. Ares era guerreiro, gostava muito de guerras, batalhas e brigas, era muito violento, sanguinário, pelo contrário de muitos ele só encontrava sua paz, em suas lutas e batalhas. Era ele quem governava a cidade de Esparta. Em suas lutas sua chegada era anunciada com gritos que causavam pânico nas pessoas.
Ares tinha como amante a deusa do amor, a Afrodite. Com ela teve dois filhos, o Deimos e o Fobos, que acompanhavam o pai nas batalhas. Também teve com ela o filho Eros que tinha o mesmo poder da mãe, o deus do amor, roubava corações com suas flechas, e até Afrodite foi uma delas, também teve a Harmonia e Anteros. Porém, Hefesto como marido de Afrodite descobriu sua traição, e soube que eles iam se encontrar em seu palácio e preparou uma armadilha para os dois. Na cama ele colocou uma rede invisível e os prendeu, o Sol que estava espiando, ajudando Hefesto viu que a armadilha tinha funcionado e avisou a todos os Deuses, para que todos pudessem ver e presenciar a traição.
Afrodite e Ares então foram presos e depois de um longo tempo quando foram soltos, se separaram. Sempre foi um grande protetor de seus filhos e mesmo sendo um deus de fama ruim, era o único deus que agia desta forma com proteção. Como deus Romano Ares também teve filhos com Réia que eram os gêmeos Remo e Rômulo.
Ares com sua fama era detestado pelos deuses, até seu pai Zeus não gostava dele. Embora Ares gostasse muitas das guerras e batalhas, não era invencível, perdeu muitas vezes. Tem como sua principal rival a deusa Atena que era a deusa das guerras estratégicas, ao contrário de Ares que gostava mesmo de sangue. Atena o derrotou muitas vezes. Ares em suas guerras usava capacete, lança, escudo e uma couraça, também usava uma carroça puxada por quatro cavalos que soltavam fogos pelas narinas.
Muitos gregos costumavam pedir a ajuda do deus Ares para suas lutas e para isso matavam animais na noite anterior a do combate.
Ares (em grego: Ἄρης, transl.: Árēs), é um deus grego, filho do rei e rainha dos deuses, Zeus e Hera na antiga religião grega. O culto de Ares não foi muito grande, sendo centrado na região norte da Grécia e em Esparta, uma das mais importantes cidades-estados da Grécia Antiga. Embora muitas vezes tratado como o deus olímpico da guerra, ele é mais exatamente o deus da guerra selvagem, sede de sangue, ou matança personificada. Os romanos identificaram-no como Marte, o deus romano da guerra e da agricultura (que eles tinham herdado dos etruscos).
Entre os helenos sempre houve desconfiança de Ares e ele era detestado por Zeus. Ares foi geralmente diminuído em nome da sua meio-irmã, Atena, que embora fosse deusa da guerra, a posição de Atena era de guerra estratégica, enquanto Ares tendia a ser a violência imprevisível da guerra. O seu lugar de nascimento e sua casa verdadeira foram colocados muito longe, entre os bárbaros e tráciosbelicosos (Ilíada 13.301; Ovídio, Ars Amatoria, II.10;), de onde ele se retirou depois que o seu caso com Afrodite foi revelado. Embora Afrodite seja mais conhecida como esposa de Hefesto em mitos tardios, ela foi mais retratada com Ares, que por representar virilidade e seu amante ideal no imaginário clássico. O casamento de Afrodite com Hefesto teria chegado ao fim após a exposição da traição dela com Ares e na Guerra de Troia, Homero diz que Afrodite é consorte de Ares. A paixão de ambos representa o dualismo entre amor e ódio, sendo constantemente representados juntos em obras de arte.
"Ares" permaneceu um adjetivo e epíteto em tempos clássicos: Zeus Areios, Atena Areia, até Afrodite Areia. Em tempos micênicos, as inscrições mencionavam Eniálios, um nome que sobreviveu em tempos clássicos como um epíteto de Ares. Corvos e cães, animais que se alimentam dos cadáveres nos campos de batalha, são sagrados para ele.
Embora importante na poesia, Ares raramente foi incluído no culto na Grécia Antiga, detinha poucos templos e santuários parecendo mais presente nos ritos de batalha. Seu culto foi centrado ao norte, na região de Tessália, Tesprócia e Trácia. Mesmo estando implicado no mito de fundação de Tebas, ele apareceu em poucos mitos.
Em Esparta havia uma estátua do deus acorrentado, para mostrar que o espírito de guerra e vitória nunca deveria deixar a cidade. O templo a Ares na Ágora de Atenas que Pausânias viu no século d.C. só tinha sido movido e rededicado lá durante o tempo de Augusto; na essência ele era um templo romano a Marte. O Areópago, "o monte de Ares" onde São Paulo pronunciou sermões, é situado em alguma distância da Acrópole; em tempos arcaicos era um terreno para disputas. A sua conexão com Ares, possivelmente baseado em uma etimologia falsa, pode ser puramente etiológica.
Ares tinha uma quadriga desenhada com rédeas de ouro para quatro (Ilíada v.352) garanhões imortais que cuspiam fogo. Entre os deuses, Ares era reconhecido pela sua armadura de latão; ele brandia uma lança ou uma espada na batalha. Os seus pássaros agudos e sagrados eram a coruja de celeiro, o pica-pau, o bubo e, especialmente no sul, o abutre. De acordo com Argonáuticas (ii.382ff e 1031 e seg; Higno, Fabula 30) os pássaros de Ares (Ornithes Areioi) eram um bando de pássaros que lançavam penas em forma de dardos que guardaram o templo das Amazonas do deus em uma ilha costeira no Mar Negro. Em Esparta, em uma noite ctônica de sacrifício de um cão a Enyalios ficou assimilado ao culto de Ares. O sacrifício poderia ser feito a Ares na véspera de uma batalha para pedir sua ajuda.
Na escultura clássica, Ares era representado como um homem bonito, muitas vezes nu, vestindo um elmo grego, e segurando uma lança ou espada. O deus é geralmente difícil de identificar por causa da falta de atributos distintivos: uma estátua de um guerreiro armado poderia facilmente representar um herói mítico ou guerreiro histórico.
O símbolo de Marte (Ares romano), uma seta representado uma espada e um círculo representado o escudo, é usado como símbolo do masculino e do planeta Marte. Na Renascença e obras de arte neoclássicas, os símbolos de Ares são a lança e o elmo, o seu animal é o cão, e o seu pássaro é o abutre. Em trabalhos literários dessas eras, Ares parece como cruel, agressivo, e sanguinário, injuriado tanto por deuses como por seres humanos, muito como ele era nos mitos gregos antigos.
No conto cantado pelo bardo na sala de Alcínoo, o Deus do sol Hélio uma vez espiou Ares e Afrodite amando um ao outro secretamente na sala de Hefesto, e ele prontamente informou o incidente ao cônjuge Olimpíco de Afrodite. Hefesto conseguiu pegar o casal em flagrante, e para tanto, ele fez uma rede especial, fina e resistente como o diamante para pegar os amantes ilícitos. No momento apropriado, esta rede foi jogada, e encurralou Ares e Afrodite em um abraço apaixonado. Mas Hefesto ainda não estava satisfeito com a sua vingança — ele convidou os deuses Olimpos e deusas a examinar o casal infeliz. Por causa da modéstia, as deusas duvidaram, mas os deuses testemunharam a vista. Alguns comentaram a beleza de Afrodite, os outros opinavam em trocar de lugar ansiosamente com Ares, mas todos zombaram dos dois. Uma vez que o casal foi solto, Ares, embaraçado, fugiu para longe à sua pátria, Trácia.
Em um detalhe interpolado muito posterior, Ares põem o jovem Alectrião à sua porta para avisá-los da chegada de Hélio, como Hélio diria a Hefesto da infidelidade de Afrodite se os dois fossem descobertos, mas Alectrião adormeceu. Hélio descobriu os dois e alertou Hefesto. Ares ficou furioso com Alectrião e o transformou em um galo, que agora nunca esquece de anunciar a chegada do sol na manhã.
A fundação de Tebas
Um dos papéis de Ares que era situado em terra firme na própria Grécia estava na fundação do mito de Tebas: Ares colocou um dragão para guardar uma nascente em Tebas (Pseudo-Apolodoro menciona que algumas versões diziam que o dragão era filho de Ares), e este dragão foi morto por Cadmo, sendo o antepassado dos tebanos, já que os dentes do dragão foram semeados na terra como uma colheita da qual nasceram soldados totalmente armados, que lutaram até a morte, até que só sobraram cinco, quando Equionte, um deles, comandou que eles parassem de lutar. Os nomes destes semeados(espartos) eram Equionte, Udeu, Ctônio, Hiperenor e Peloro. Para propiciar Ares, Cadmo serviu um ano (equivalente a oito dos anos atuais) a Ares, e depois disso casou-se com Harmonia, a filha da união de Ares com Afrodite.
Em um mito arcaico e obscuro relacionado na Ilíada pela deusa Dione a sua filha Afrodite, dois gigantes ctônicos, os Aloídas, chamados Oto e Efialtes, lançaram Ares em cadeias e puseram-no em uma urna de bronze, onde ele permaneceu durante treze meses, um ano lunar. "E teria sido o fim de Ares e o seu apetite da guerra, se a bela Eriboea, a madrasta dos jovens gigantes, não tivesse dito a Hermes o que eles tinham feito," ela relatou (Ilíada 5.385–391). "Em um destes suspeitos um festival de licença que é feito no décimo terceiro mês." Ares ficou gritando e uivando na urna até que Hermes o resgatasse e Ártemis enganou os Aloídas fazendo um assassinar o outro.
A Ilíada
 Na Ilíada, Homero representou Ares como não fixando lealdades nem respeito à Têmis, a ordem certa das coisas: ele prometeu a Atena e Hera que ele lutaria do lado dos Aqueus, mas Afrodite foi capaz de persuadir Ares para o lado dos Troianos (Ilíada V.699). Durante a guerra, Diomedes lutou com Heitor e viu Ares lutar do lado dos Troianos. Diomedes pediu que os seus soldados retrocedessem lentamente. Hera, a mãe de Ares, viu a sua interferência e perguntou a Zeus, o seu pai, para a permissão de expelir Ares do campo de batalha. Hera estimulou Diomedes a atacar Ares, portanto ele jogou uma lança em Ares e os seus gritos fizeram Aqueus e Troianos igualmente tremem. Atena então pegou a lança e machucou o corpo de Ares, que gritou de dor e fugiu para o Monte Olimpo, forçando Troianos a retroceder (XXI. 391). Depois quando Zeus permitiu que os deuses lutassem na guerra novamente, Ares tentou lutar contra Atena para vingar-se de seu dano prévio, mas foi mais uma vez ferido quando ela lançou um enorme seixo rolando nele. Contudo, quando Hera durante uma conversa com Zeus mencionou que o filho de Ares, Ascalaphus foi morto, Ares desatou a chorar e quis se juntar à luta do lado dos Aqueus descartando a ordem de Zeus que nenhum deus Olímpico devia entrar na batalha. Atena parou Ares e ajudou-o a tirar a sua armadura (de XV.110-128).
Outros mitos
Ares apreendeu o criminoso Sísifo, um homem impiedoso que se atreveu sequestrar o deus da morte Tânato. Durante a batalha entre Héracles e Cygnus (filho de Ares), o deus interveio mas foi ferido pelo herói e forçado a fugir de volta para o Olimpo. Ares apoiou ativamente as Amazonas em muitas guerras e batalhas. A mais famosa delas foi sua filha Pentesileia que se juntou à guerra de Troia.
Companheiros de guerra
Deimos, "o terror", e Fobos "medo", eram seus companheiros na guerra, crianças nascidas de Afrodite segundo Hesíodo. A irmã e companheira de assassinato de Ares era Eris, a deusa da discórdia ou Ênio, a deusa da guerra, derramamento de sangue e violência. Ele também foi assistido pelo deus menor da guerra Enyalios, seu filho com Ênio, cujo nome ("bélico", o mesmo significado que Ênio) também servia como um título do próprio Ares. A presença de Ares era acompanhada por Kydoimos, o demônio do estrondo da batalha, bem como o Makhai (Batalhas), o Hysminai (Carnificinas), Polemos (um espírito menor da guerra; provavelmente um epíteto de Ares, como ele não teve nenhum domínio específico), e a filha de Polemos, Alala, a deusa/personificação do grito de guerra grego, cujo nome Ares usou como o seu próprio grito de guerra. Sua irmã Hebe também realizou banhos para ele.
Consortes e filhos
Há vários filhos de Ares, Cicno (Kýknos) da Macedônia, que foi tão assassino que tentou construir um templo com as caveiras e os ossos de viajantes. Héracles matou esta monstruosidade abominável, gerando a ira de Ares, a quem o heroi feriu.
Outros consortes de filhos de Ares incluem:
1.            Aglauros
1.            Alcippe
2.            Afrodite
1.            Anteros (em algumas fontes)
2.            Deimos("Pânico")
3.            Eros (em algumas fontes)
4.            Harmonia
5.            Fobos ("Medo")
3.            Cirene
1.            Diómedes
4.            Harpina (ou Sterope, segundo algumas contas)
1.            Oenomaus
5.            Otrera (Rainha das Amazonas)
1.            Pentesiléia
2.            Hipólita
3.            Antíopa
4.            Melanipe
6.            Pyrene
1.            Cicno
2.            Biston
7.            Astyoche
1.            Ascalaphus e Ialmenus
8.            Bistonis
1.            Tereus
9.            Reia Sílvia (mitologia romana)
1.            Remo
2.            Rômulo
10.          Eriteia (uma das Hespérides, filhas de Atlas)
1.            Eurytion
11.          Mães desconhecidas
1.            Melanippe
2.            Thrax
Cultura moderna
             Ares é o principal antagonista em quadrinhos da DC Comics, na história da super-heroína Mulher Maravilha. Também faz uma aparição na série animada Liga da Justiça – Sem Limites. Ele é dublado por Michael York. No episódio “Gavião e Pombo”.
             Em Cavaleiros do Zodíaco, o "Grande Mestre" recebeu o nome do deus Ares, onde era o comandante dos doze cavaleiros de ouro, cada um com uma armadura de um signo do zodíaco grego, sendo o grande grupo rival dos cinco cavaleiros de bronze liderados por Saori Kido, reencarnação da deusa Atena, no anime Santuário. Mais tarde, também, apareceu como Marte no Saint Seiya omega e foi descrito uma batalha nos tempos mitológicos entre Ares e Atena.
             No game Empire Earth, uma das unidades robóticas que se pode construir na era digital se chama Ares.
             Ares também é o antagonista principal na série de jogos God Of War. O anti-herói principal, Kratos, era guerreiro de Ares, mas foi traído quando Ares fez Kratos matar sua própria esposa e filha. Com a ajuda de outros deuses, Kratos mata Ares e vira o novo deus da guerra.
             Ares também aparece história em quadrinhos da Marvel Comics como um membro proeminente dos Mighty Avengers. Ele desempenha o papel como de "Wolverine e Thor" tanto tendo os traços de violência como a força de Thor. Ele é também um antagonista principal da versão em quadrinho da Marvel, Hércules.
             Ares aparece como um personagem maior na série de TV em Hércules: as Viagens Místicas e Xena: a Princesa Guerreira; tanto como vilão como anti-herói, bem como ter um amor unilateral de interesse por Xena. Ele foi interpretado por Kevin Smith.
             Ares também apareceu na produção de Hercules da Disney e as suas séries animadas originadas. Os animadores da Disney retrataram-no em uma armadura de guerreiro e elmo como a sua roupa. Ele também é retratado tendo uma rivalidade com sua irmã Atena na série animada.
             Ares é o nome de um dos deuses falsos de Ilíon, uma novela escrita por Dan Simmons.
             Há um manhwa (desenho em quadrinho sul-coreano) chamado Ares.
             O míssil que substituirá o ônibus espacial será chamado Ares.
             Uma companhia de fabricação de armas em Shadowrun no jogo é chamado Ares.
             Ares aparece também na série de livros juvenis de aventura Percy Jackson e os olimpianos escrita por Rick Riordan, baseada na mitologia grega.Na série Ares e retratado como violento e louco por uma guerra, ele é também um grande inimigo do personagem principal da série.
             Ares também apareceu nas telonas como antagonista no filme Mulher Maravilha, 2017, onde é interpretado por David Thewlis
Ares era o deus da guerra, e filho de Zeus e Hera. Ele representou a violência crua e indomada atos que ocorreram em tempos de guerra, em contraste com Atena, que era um símbolo de estratégia tática e planejamento militar.
Ele foi detestado por seus pais. Sempre que Ares apareceu em um mito, ele foi descrito como uma personalidade violenta, que enfrentou humilhação através de suas derrotas mais de uma vez.
Na Ilíada, menciona-se que Zeus o odiava mais do que qualquer outra pessoa; Ares também estava no lado perdedor da guerra de Tróia, favorecendo os troianos. Ele era o amante de sua irmã, Afrodite, que foi casada com Hefesto. Quando este último descobriu sobre o assunto, ele concebeu um plano e conseguiu humilhar os dois. A união de Ares e Afrodite resultou no nascimento de oito crianças, incluindo Eros, deus do amor.
Havia poucos templos atribuídas a Ares na Grécia Antiga.
Sacrifícios normalmente seria feita a ele quando um exército marcharia para a guerra; Spartans faria sacrifícios a Enyalius, outro deus menor e filho de Ares e Enyo. No entanto, o nome também foi usado como um byname para Ares.
Quando Ares foi para a guerra, ele foi seguido por seus companheiros, Deimos (terror) e Phobos (medo), que eram o produto de sua união com Afrodite. Eris, deusa da discórdia e irmã de Deimos e Fobos, muitas vezes acompanhada-los na guerra.
Origem
Uma das 12 grandes divindades do panteão helênico, Ares, deus da guerra, não era muito apreciado pelos gregos, que davam prioridade aos valores do espírito e à sabedoria. Ares era filho de Zeus, deus supremo grego, e de Hera. Sua figura representava o espírito violento e combativo, que só encontra prazer nas batalhas.
Embora dotado de força extraordinária, era continuamente enganado por outros deuses que, como Atena – personificação da sabedoria -, sabiam tirar proveito de sua pouca inteligência.
Ares era representado com couraça, capacete, lança e escudo. No combate, sua presença era anunciada com ferozes gritos de guerra que provocavam pânico.
Lutava a pé ou num carro puxado por cavalos, às vezes em companhia dos filhos que teve com Afrodite: Deimos (o Medo) e Fobos (o Terror), e outras vezes com sua irmã Éris (a Discórdia).
Segundo a mitologia, foi vencido em várias ocasiões. Os Aloídas o derrotaram e encerraram numa urna de bronze durante 13 meses.
Segundo se narra no canto V da Ilíada, o herói Diomedes, ajudado pela astuta Atena, conseguiu ferir Ares, que se refugiou no Olimpo.
Ares manteve constantes aventuras amorosas com mulheres mortais, de que resultaram seus filhos Alcipe, Ascálafo e Flégias, entre outros.
Seus amores com Afrodite foram descobertos pelo marido desta, Hefesto, que envolveu astutamente os amantes numa rede para levá-los ante o soberano juízo dos deuses e assim demonstrar a traição. Em Roma, com o nome de Marte, recebeu maior veneração que entre os gregos, sobretudo por parte das legiões romanas.
Os romanos o identificaram com Marte, também um deus da guerra.
Ares, sanguinário e agressivo, personificava a natureza brutal da guerra.
Era impopular tanto com os deuses quanto com os humanos.
Entre as divindades associadas com Ares estavam sua mulher Afrodite, deusa do amor, e divindades menos importantes, como Deimos (o Temor) e Fobos (o Tumulto), que o acompanhavam em batalha.
Embora Ares fosse bélico e feroz, não era invencível, mesmo contra os mortais.
A adoração de Ares, que se acredita ter origem na Trácia, não se estendia à toda a antiga Grécia, e onde existiu, não tinha importância social ou moral.
Ares era uma divindade ancestral de Tebas e tinha um templo em Atenas, aos pés do Areopago, ou Colina de Ares.
Filho de Zeus e Hera, deus da guerra. Sempre acompanhado por seus escudeiros Deimos, o Espanto e Fobos, o Terror.
É o filho mais odiado entre os humanos e os imortais por estar sempre associado à conflitos e derramamento de sangue.
Apenas Afrodite aceitava Ares e passou a ser amante dele, mesmo já sendo casada com Hefesto.
Eles foram descobertos por uma armação de Hefesto.
Ele preparou uma rede muito fina mas muito resistente, esperou os amantes adormecerem após fazerem amor, jogou a rede neles, e chamou todos os deuses para verem que estava sendo traído, o que fez com que Ares fosse mais odiado ainda.
Desse relacionamento com Afrodite, nasceu uma filha chamada Harmonia.
Ares é representado por um jovem que veste armadura, capacete de bronze, túnica vermelha e uma lança.
Animais: abutre e cão.
O deus Ares
O deus Ares personificava o espírito do combate e a carnificina nele envolvida. Na Grécia Antiga, era considerado filho legítimo de Zeus e de Hera, mas na verdade parece ter origem trácia. A Ilíada refere, efetivamente, que ele habitava a Trácia, região rude e cheia de povos guerreiros.
Há referências ao deus nas tabuinhas em linear B, onde ele já aparece com o tradicional epíteto Eniálio. Enió parece ter sido uma antiquíssima deusa da guerra a personificação da batalha, possivelmente , já conhecida de Homero (v.g. Il. 5.592-3). Desde a época micênica, porém, ela se confundia com o próprio Ares.
Mitos
Ares teve muitas mulheres mas, aparentemente, nunca se casou. Participa de vários mitos, em geral relatos de lutas e batalhas; exceção é o mito de Cadmo, referente à fundação de Tebas. A lenda mais conhecida, no entanto, é a de seus amores clandestinos com a deusa Afrodite, esposa de seu irmão Hefesto. O famoso episódio da rede de Hefesto relata o que aconteceu quando o marido descobriu….
Nas lendas, Ares tem caráter violento e agressivo, e participa de incontáveis batalhas. Seus escudeiros habituais eram Fobos e Deimos, respectivamente o “medo” e o “pavor”. Nos combates, estranhamente, não era sempre o vencedor. A deusa Atena e o herói Héracles venceram-no em mais de uma oportunidade. Certa vez, os aloídas, Oto e Efialtes, conseguiram prendê-lo durante treze meses e o deus teve que ser discretamente libertado por Hermes.
Com Afrodite, Ares teve os seguintes filhos: Eros, Fobos, Deimos e Harmonia.
Seus filhos com mortais também eram, via de regra, violentos e agressivos, como por exemplo Cicno, Diomedes e as Amazonas, que participam da lenda de Héracles; e Enômao, personagem da lenda de Pélops e Hipodâmia.
Iconografia e culto
Em geral, Ares era representado como um guerreiro gigantesco, armado de lança, escudo e espada, e que se locomovia através de uma carruagem de fogosos cavalos, lançando terríveis gritos de guerra. Os animais a ele consagrados eram o cão e o abutre.
Os exércitos em guerra, às vezes, faziam sacrifícios a Ares.
Em pouco lugares, no entanto, ele tinha um culto ligado a um templo, como em Trezena, Tegéia e Esparta, entre outros. Em Tebas, era cultuado como antepassado dos espartos que, juntamente com Cadmo, teriam fundado a cidade.
O mito de Ares
Ares – o deus da guerra na mitologia grega – é filho de Zeus, senhor do Olimpo e pai dos deuses e Hera, a esposa de Zeus, como comprova a obra de Homero pelas palavras de Zeus ao deus da guerra quando este reclama de Atena, sua meia irmã, também deusa da guerra, a Zeus após ser ferido por Diomedes guiado por ela:
És meu filho e pariu-te esposa minha. (ilíada, V. 758)
Ares é o deus da guerra que nutria amor pela batalha, pelo derramamento de sangue, como afirma Zeus no poema de Homero, a Ilíada:
A rixa amas e a guerra (Ilíada,V. 754)
Ou nas palavras de Atena:
Um perverso inconstante (Ilíada,V. 700)
E Hera, sua mãe:
Que! Não refreias, soberano padre, Marte Cruel que a tais e tantos gregos, ímpio e sem pejo abate? (ilíada, V. 637)
Em outros versos mostram qual é o comportamento e a natureza do deus:
Ó Marte, exício de homens, de muros destruidor, sangrento Marte.(Ilíada,V. 375) / Ó Marte, exclama, flagelo dos homens e eversor de muros. (Ilíada,V. 24) / Marte Homicida (Ilíada, V. 432)
Ares exaltava a coragem e a covardia, atributos presentes no homem da antiguidade, talvez os mais presentes. A guerra fazia parte de como as sociedades se organizavam e se desenvolviam.
A própria imagem de Ares se confunde com o homem antigo preparado para a guerra.
Ares é representado como guerreiro, simplesmente.
A Grécia antiga tinha com a guerra uma relação de forma a assentar a identidade política, construindo com a guerra este mecanismo de construção.
Ares personificava a brutalidade física da guerra e lembrava as consequências desta. O deus representava junto a seus filhos – Deimos, o medo e Fobos, o pânico – que teve com Afrodite, as emoções que se descontroladas gerariam a violência, infligindo terror e pavor.
Homero mostra isso na Ilíada:
o brônzeo nume urra, ao sacar-se a ponta, qual nove ou dez mil homens o alarido em prélio aceso; Aterra Argeus e Troas do formidando Marte o grito horrendo. (Ilíada,V.723)
Brônzeo significa feito de metal, mais especificamente o bronze, do que era feita a arma dos guerreiros e a quem as empunha torna-se audacioso e confiante.
Ares, nos mitos referentes a ele, sofre sempre constantes derrotas, como quando Afrodite pede a dois gigantes, filhos de Poseidon, que castigassem Ares pelo assassinato de Adônis e este é preso pelos gigantes Aloidas, liberto apenas por Hermes.
Os gigantes mais tarde são enganados e acabam por se matar, graças a astúcia da deusa da caça Ártemis, este fato é lembrado por Homero:

Meses treze Efialtos e Oto Aloídas, ligaram Marte a rígidas cadeias: no éreo cárcere e sôfrego de lides morrera nas prisões extenuado, se, advertido Mercúrio da madrasta linda eribeira, a furto o não livrasse. (Ilíada,V.314)
Afrodite esta que foi amante do deus da guerra, gerando filhos que são as emoções presentes no amor e na guerra. Prova do amor de Ares por Afrodite, é quando esta pede para Ares auxiliá-la em Tróia, ganhando assim o rancor de sua mãe Hera e de Atena, que mostra-se incontestavelmente superior a ele.
Primeiro guiando Diomedes a feri-lo e depois quando Ares a ataca, a deusa reage, com uma pedra o fere no pescoço e o derruba, Afrodite vem em seu socorro e é por Atena também ferida, com o consentimento de sua mãe, Hera.
Nesta cena, percebe-se a união de Ares e Afrodite, a negação dos deuses para com Ares além de outras atribuições dadas sobre Ares, a dualidade entre dois aspectos da guerra, e a luta da derrota contra a vitória, atribuindo a Ares os aspectos negativos da guerra e a Atena os positivos:
E na terrível édige, que ao raio de Jove resistira, o desmedido pique lhe crava; a recuar, Minerva levanta negra pedra áspera e grossa, com que seu campo antigos demarcavam; Fere ao pescoço o turbulento Marte, e lhe enfraquece os membros: sete jeiras ocupa ao longo, e o pó lhe mancha a coma, com desusado ronco o arnês ribomba. Rindo Minerva gloriosa grita: Néscio! Atreves-te a mim que sou mais forte? As maldições da mãe em ti caíram, furiosa de que os Dânaos despertasses e os fedífragos Teucros auxilies. Disse, e os lumes arreda. Conduz Vênus a Marte, que os sentidos mal cobrando, vai gemendo açoado.
A vista-o Juno e diz: prole do Egífero indomada, olha a mosca impudente, que inda leva pela destra o flagelo dos humanos entre o aceso alvoroto: a ela, filha.
Folga Minerva, e diligente parte; Senta a pesada mão no peito a Vênus que ajoelha e esmorece, e os dois prostrando, orgulha-se a Tritônia: Assim caíssem, quantos protegem contra os gregos Tróia! Firmes e ousados como Vênus fossem, grande minha rival, de Marte apoio, que há muito finda a guerra, ao nosso esforço a altanada cidade se curvara a deusa bracinívea aqui sorriu-se (Ilíada, XXI, 333)
Ares representa a sede de sangue, a violência desvairada e ilógica.
O antigo deus grego da guerra Ares (nome romano: Marte) foi talvez o mais impopular de todos os deuses do Olimpo por causa de seu temperamento rápido, agressividade e insaciável sede de conflito.
Conhecido pelos romanos como Marte, ele foi um dos atletas olímpicos – os deuses da mais alta ordem da Olympus.
Ares é às vezes mostrado na arte como jovens e velhos, mas ele sempre carregava uma lança e usava um capacete – perpetuamente prontos para a batalha.
Deus da guerra, filho de Zeus e Hera, Ares foi, posteriormente, equiparado ao deus romano Marte.
Sanguinário e agressivo, personificava a natureza brutal da guerra.
Era impopular tanto com os demais deuses quanto com os gregos.
As mulheres que ousavam recusar o seu amor acabavam brutalmente violentadas.
Ele perseguia as ninfas com a mesma fúria avassaladora que empregava na batalha.
Partia para a conquista amorosa como se marchasse para uma campanha militar: confiante em sua força.
Com Afrodite foi diferente. Para obter o seu amor, Ares abandonou as atitudes brutais. Aproximou-se, oferendo seu corpo perfeito como um desafio à capacidade amorosa da bela deusa. Disse-lhe palavras de afeto e cumulou-a de ricos presentes. A amizade entre os dois foi aumentando a cada dia que passava, até descobrirem que estavam apaixonados. Fizeram planos e arquitetaram idéias para se unirem no amor.
Enquanto Hefestos, o aleijado marido de Afrodite, trabalhava durante a noite inteira em sua forja, Ares visitava clandestinamente a sensual amante.
Estavam felizes e apenas uma coisa poderia atrapalhar a ventura: Hélios, o Sol, que não gostava de segredos.
Ares tomou todas as precauções para não ser descoberto por Hélios.
Sempre que ia ao encontro da amada levava junto o jovem Alectrião, seu confidente. Assim, enquanto se deliciava nos braços de Afrodite, o amigo vigiava a porta do palácio, com a missão de avisá-lo caso chegasse o Sol.
Uma noite, o fiel guardião, exausto de uma tarefa, adormeceu. Ares e Afrodite amavam-se intensamente e distantes de preocupações. O dia amanheceu claro e bonito e o Sol, ao despontar, surpreendeu os amantes que dormiam abraçados. Indignado com a traição para com Hefestos, Hélios saiu à procura do armeiro defeituoso e contou-lhe tudo o que vira. Hefestos deixou cair o ferro que forjava. Envergonhado e humilhado, decidiu que tal coisa não podia ficar sem vingança.
Depois de muito refletir, o ferreiro divino teve uma idéia e pos-se a trabalhar.
Com finíssimos fios de ouro confeccionou uma rede invisível, mas tão forte e resistente que nenhum homem, nenhum deus conseguiria rompê-la.
Ocultando o ódio e a tristeza, Hefestos armou a rede no leito conspurcado e disse a Afrodite que teria que se ausentar por alguns dias.
Ares, tão logo viu Hefestos afastar-se, correu para a casa da amante. Deitaram-se felizes e, quando deram por si, já estavam envolvidos pela artificiosa rede que o esposo traído construíra. Neste instante, Hefestos, que fingira viajar, retornou, surpreendendo os dois amantes presos na trama de ouro. Parou na soleira da porta e chamou a atenção dos imortais. Não fosse a interferência de Apolo talvez os dois amantes nunca teriam sido libertados.
Hefestos acabou aceitando as palavras conciliadoras daquele deus e soltou-os. Afrodite, envergonhada, retirou-se para Chipre, sua ilha favorita.
Ares foi para a Trácia tentar esquecer nos ardores da guerra a malograda aventura. Antes de partir, puniu Alectrião por sua negligência, transformando-o num galo, condenando-o a advertir eternamente os homens, do despertar do sol.

Desta aventura nasceram: Eros, a personificação do desejo amoroso; Harmonia, a infeliz esposa de Cadmo; Deimos, o terror e Fobos, o medo, que acompanhavam o pai nos combates.
Etimologia
Em grego (Áres), certamente está relacionado com (aré), “desgraça, violência, destruição”. Veja-se i sânscrito irasyati, “ele entra em furor”.
Desde a época homérica, Ares surge, como o deus da guerra por excelência. Dotado de coragem cega e brutal, é o espírito da batalha, que se rejubila com a carnificina e o sangue. O próprio Zeus, seu pai, o chama de o mais odioso de todos os imortais que habitam o Olimpo. O “flagelo dos homens, o bebedor de sangue”, como lhe chama Sófocles, nem mesmo entre seus pares encontra simpatia. Hera se irrita com ele e Atena o odeia e o qualifica de (mainómenos) “louco”, e “encarnação do mal”. Na Ilíada, a deusa da inteligência dirigiu contra ele a lança de Diomedes e mais tarde ela própria o feriu com uma enorme pedra. Somente Afrodite, “ett pour cause” o chama de “bom irmão”.
Na Guerra de Tróia, pôs-se ao lado dos troianos, o que não importa muito, uma vez que Ares não está preocupado com a justiça da causa que defntet. Seu prazer, seja de que lado combata, é participar da violência e do sangue.
De altura gigantesca, coberto com pesada armadura, com um capacet coruscante, armado de lança e escudo, combatia normalmente à pé, lançando gritos medonhos.
Seus acólitos nos sangrentos campos de batalha eram: Éris, a Discórdia, insaciável na sua fúria; Quere, com a vestimenta cheia de sangue; os dois filhos, que tivera com afrodite, cruéis e sanguinários, Deîmos, o Terror, e Phóbos, o Medoe e a poderosa Enio, “a devastadora”. Esta última era certamente uma divindade guerreira anterior a Ares e que por ele foi suplantada; a ela deve o deus das lágrimas, como lhe chama Ésquilo, o epíteto de (enyálios), “o belicoso”, nome que parece estar atestado na Linear B, sob a forma E-nu-wa-ri-jo. Mais tarde, todavia, Enio se tornou sua filha. Seus demais filhos foram quase todos violentos ou ímpios devotados a uma sorte funesta, com o Flégias, que tivera com Dótis. Este Flégias era pai de Ixíon e Corônis, a mãe de Asclépio. Amante de Apolo, Corônis o traiu, embora grávida do deus da medicina. Como Apolo, a tivesse matado, Flégias tentou incendiar-lhe o templo de Delfos. O deus liquidou a flechadas e lançou-lhe a psiqué no Tártaro.
Com Pirene foi pai de três filhos: Cicno, Diomedes Trácio e Licáon. O primeiro, violento e sanguinário, era salteador. Geralmente se postava na estrada que conduzia a Delfos e assaltava os peregrinos que se dirigiam ao Oráculo. Apolo, encolerizado, instigou contra ele Héracles.
Cicno foi morte e Ares avançou para vingar o filho. Atena desviou a lança e Héracles atingiu-o na coxa, forçando-o a fugir para o Olimpo. Diomedes Trácio, que alimentava suas éguas com carne humana, foi também liquidado pelo filho de Alcmena. Licáon, rei dos crestônios, povo da Macedônia, quis barrar o caminho a Héracles, quando este se dirigia ao país das Hespérides, aonde ia buscar os pomos de ouro. Interpelado e depois atacado por Licáon, o herói o matou.
Tereui foi um outro de seus rebentos e seu mito prendeu-se às ilhas de Pandíon, Procne e Filomela. Tendo havido guerra, por questões de fronteira, entre Atenas e Tebas, comandada por Lábdaco, Pandíon solicitou o auxílio do trácio Tereu, graças a cujos préstimos obteve retumbante vitória. O rei ateniense deu a seu aliado a filha Procne em casamento e logo o casal teve um filhos, Ítis. Mas o trácio se apaixonou pela cunhada Filomela e a estuprou. Para que ela não pudesse dizer o que lhe acontecera, cortou-lhe a língua. A jovem, todavia, bordando numa tapeçaria o próprio infortúnio, conseguiu transmitir à irmã a violência de que fora vítima.
Procne resolveu castigar o marido: matou o próprio filho Ítis e serviu-lhe as carnes ao pai. Em seguida, fugiu com a irmã. Inteirado do crime, Tereu, armado com um machado, saiu em perseguição às duas irmãs, tendo-as alcançado em Dáulis, na Fócida. As jovens imploraram o auxílio dos deuses e estes, apiedados, transformaram Procne em rouxinol e Filomela em Andorinha. Tereu foi metamorfoseado em mocho.
Com a filha de Cécrops, Aglauro, o deus da guerra teve Alcipe.
Tendo Ares assassinado o filho de Posídon, Halirrótio, que lhe tentara violentar a filha, foi arrastado por Posídon a um tribunal formado por doze grandes deuses, que se reuniram numa colina, junto à qual o homicídio fora cometido, situada em frent à Acrópole de Atenas. Foi absolvido, mas a colina, a partir de então, passou a chamar-se (Áreios págos), isto é Areópago, “colina de Ares ou colina do homicídio”, uma vez que esse histórico tribunal ateniense tinha a seu encargo julgar crimes de sangue.
Movido por fortes ciúmes, Ares assassinou Adônis, seu rival na preferência de Afrodite. Os Alóadas, quer dizer, os dois gigantescos e temíveis filhos de Posídon, Oto e Efialtes, para vingar Adônis encerraram o deus da guerra num pote de bronze, dpois de o terem amarrado. ali o deixaram durante treze meses, atté que o astucioso Hermes conseguiu libertá-lo num estado de extrema fraqueza.
Atribuiem-se a ares muitas aventuras amorosas, dentre as quais a mais séria e célebre foi a que tve com Afrodite. Seu habitat preferido era a Trácia, país selvagem, de clima rude, rico em cavalos e percorrido frequentemente por populações violentas e guerreiras. A Trácia era também uma das habitações das terríveis Amazonas, que passavam igualmente por filhas do amante de Afrodite.
Seu culto, relativamente pobre em relação aos demais deuses, era sobretudo parcimonioso em Atenas. Além da Beócia, foi no Peloponeso, por força do militarismo espartano, que Ares teve mais simpatizantes. Na Lacônia, os Efebos sacrificavam a Eniálio, havendo em Esparta um templo que lhe era consagrado.
Em Atenas, era venrado num pequeno e modesmo santuário, ao qual estava associada Afrodite. Possuía templos ainda em Trezena e na ilha de Salamina, consoante Plutarco.
Na capital da Beócia, Tebas, o “belicoso” possuía realmente um culto particular, uma vez que era tido como ancestral dos descendents de Cadmo. É que este, filho de Agenor e Telefassa, após o rapto da irmã Europa, se estabelceu na Trácia com a mãe. Morta esta, Cadmo consultou o oráculo, que lhe ordenou abandonasse a procura de Europa e fundasse uma cidade. Para escolher o local, deveria seguir uma vaca até onde la caísse de cansaço. Cadmo pôs-se a caminho e, tendo atravessado a Fócida, viu uma vaca, que possuía nos flancos um disco branco, sinal da lua. Seguiu-a por toda a Beócia e, quando o animal se deitou, compreendeu que o oráculo se comprira. Mandou os companheiros a uma fonte fizinha, consagrada a Ares, em busca de água, mas um Dragão, filho do deus, que guardava a fonte, os matou. Cadmo conseguiu liquidar o monstro e, a conselho de Atena, semeou-lhes os dentes. Logo surgiram da terra homens armados e ameaçadores, a que se deu o nome (Spartoí), “os semeados” . Cadmo atirou pedras no meio dels e “os semeados”, ignorando quem os provocara, acusaram-se mutualmente e se mataram.
Sobreviveram apenas cinco: Equíon (que se casou com Agave, filha de Cadmo), Udeu, Ctônio, Hiperenor e Peloro. A morte do Dragão teve que ser espiada e, durante oito anos, Cadmo serviu ao deus como escravo. Terminado o “rito iniciático”, Zeus lhe deu como esposa Harmonia, filha de Ares e Afrodite. Cadmo reinou longos anos em Tebas. De seu casamento com Harmonia nasceram Ino (Leucotéia), Agava, Sêmele e Polidoro.
Três coisas nos chamam a atenção no mito de Ares: o pouquísimo apreço em que era tido por parte de seus irmãos olímpicos; a pobreza de seu culto na Hélade e, apesar de ser um deus da guerra, suas constantes derrotas para imortai, heróis e até para simples mortais.
Pública e solenemente desprezado pelos próprios pais, era ridicularizado por seus pares e até pelos poetas, que se regozijavam em chamá-lo, enttre outros epítetos deprimentes, de louco, impetuoso, bebedor de sangue, flagelo de homens, deus das lágrimas…
Epítetos, alías, que não condizem muito com as atitudes bélicas de Ares, deus da guerra: derrotado constantemente por Atena; vencido várias vezes por Héracles; ferido por diomedes; aprisionado pelos Alóadas… Era, por fim, um deus cujos templos na Grécia eram muito poucos, seu culto muito escasso.
Um deus olímpico, com tais características, convida auma reflexão.
Há os que solucionam o problema de maneira muito simples: os gregos, desde a época homérica, se compraziam em mostrar a força cega e bruta de Ares debelada e burlada pelo vigor mais inteligente de Héracles e sobretudo pela coragem lúcida, viril e refletida de Atena. A vitória da inteligência sobre a força brutat refletiria a essência do pensamento grego, e tudo estaria resolvido.
É verdade que tudo isto está correto, mas não satisfaz inteiramente.
Talvez se pudesse defender a hipótese de que Ares seja não um deus, mas um demônio popular, que se encaixou na epopéia, mesmo assim, ou por isso mesmo, desprezado pelos outros deuses. Talvez se trate, como querem outros, de um herdeiro pouco afortunado de alguma divindade pré-helênica, como já se pensou de sua comapanheira inseparável, Enio. Sua afinidade com a Trácia e suas ausências constantes do Olimpo, para atender a seus “trácios fiéis”, nos inclinariam a ver no deus da guerra um estranho mal adaptado à religião grega, em cujo seio seu caráter sangrento e funesto lhe valeu um sério descrédito.
Assim como a Erínia, a “devastadora”, foi qualificada por Ésquilo de deusa tão pouco semelhante aos deuses, igualmente Ares, por força de total ausência, em sua personalidade, de uma característica essencial a um deus, a virtude da beneficência, foi cognominado pelo escoliasta de Édipo Rei, de (theòs átheos), de um deus que não é um verdadeiro deus.
Seja como for, Ares jamais se adaptou ao espírito grego, tornando-se um antípoda do equilíbrio apolíneo. Realmente um estranho no ninho.
Que sejam prósperos.
Raffi Souza.