21 julho 2019

Os 7 monstros da mitologia Guarani!


Os 7 monstros da mitologia guarani!




Tau e Kerana eram figuras centrais da mitologia dos povos guarani, onde o folclore predomina no norte da Argentina, sul e oeste do Brasil e Paraguai.
Kerana era filha de Marangatu, o filho de um dos primeiros humanos existentes da mitologia guarani. Kerana era a paixão do espírito do mal denominado Tau, que a cortejava, e até tomava outras formas para tentar ganhar seu coração, mas ela nunca ligou, até que ele a capturou.
Fugindo com Kerana para um lugar distante, Tau teve sucesso em seu objetivo, fazendo-a de sua mulher, mas foi amaldiçoado pela grande deusa Arasy(um dos nomes de Jaci deusa da lua), que fez quase todos os filhos de Tau nascerem como monstros terríveis, apenas um escapou da maldição.
Uma história alternativa da lenda conta que o oposto de Tau, o espírito do bem Angatupry, o desafiou para uma batalha que durou sete dias, e no oitavo, Tau fugiu com Kerana, que foram amaldiçoados pelo próprio Angatupry.
Aqui se encontra a lista das criaturas as vezes consideradas Deuses ou Espíritos por ordem de nascimento:
Teju Jagua, o espírito das cavernas e das frutas.
Mboi Tu'i, espírito das águas e todos os seres que vivem nela.
Moñai, espírito dos campos abertos.
Jaci Jaterê, deus da sesta (descanso após a refeição), único dos sete que não parece como monstro.
Kurupi, espírito da sexualidade e fertilidade.
Ao Ao, espírito dos montes e montanhas.
Luison, espírito da morte.

Teju Jagua:

Teju Jagua é um dos sete filhos de Tau e Kerana, um monstro do folclore guarani, era conhecido como o deus das cavernas, grutas, lagos internos e frutas, era uma quimera assustadora.
Teju Jagua possui um corpo de lagarto, em lendas variantes possuía sete cabeças de cachorro, ou apenas uma de lobo.
Acredita-se que ele protegia suas frutas e o mel das abelhas que moravam nas arvores de onde habitava, ficava à espreita, esperando os humanos furtar, para poder arrastá-los até sua caverna, onde os prendia e estocava para se alimentar.
Teju Jagua era conhecido por viver nos lugares fechados de água doce, e foi o primeiro dos filhos a ser abandonado, também o mais velho.

Mboi Tu’i

Mboi Tu’i é o segundo dos sete filhos monstros de Tau e Kerana, do folclore guarani.
Algumas pessoas acreditam que Mboi Tu’i era um deus das águas e criaturas marinhas, uma bizarra quimera com corpo de serpente e a cabeça de papagaio, tem a língua furada da cor de sangue, e a pele cheia de escamas e listrada. Às vezes pode possuir penas em sua cabeça.
Existem histórias que afirmam que Mboi Tu’i pode voar, mesmo sem possuir asas, ele subia em rochas e montanhas enquanto procurava alimento.
Dizem que ele não ataca pessoas, nem se alimenta delas, mas tem um olhar prejudicial que assusta e dá má sorte a todos que se encontram com ele pelo meio das matas.
Para proteger os anfíbios e outros animais dos lagos, o Mboi solta um tenebroso grito que pode ser ouvido de muito longe, o que aterroriza qualquer um que estiver por perto.
Mboi Tu’i significa ‘serpente papagaio’ e se alimenta da neblina e das frutas, e gosta de viver em lugares úmidos e com flores.

Moñai

Moñai é o terceiro filho de Tau e Kerana, do folclore guarani. Possui o corpo de cobra, e na sua cabeça tem um par de chifres que servem como antenas, suas presas são super afiadas e furam como agulhas.
Lendas variantes envolvem Monãi, algumas dizem que ele não mata, e sim protege todos os seres vivos, porém, tem o poder do hipnotismo, faz isso com seus chifres, os que usa para caçar pássaros com facilidade, subindo nas árvores para os pegar.
Dizem também que Moñai gosta de roubar, provocando assim a discórdia em vilas, o que levava a todos acreditar um tempo depois, que Moñai sempre era acusado por desaparecimentos misteriosos de qualquer pertence.
Ele escondia todas as coisas furtadas em uma caverna ao lado de uma montanha.
Os domínios de Moñai eram os campos abertos, onde se locomovia com grande facilidade deslizando o seu corpo.
Existe uma história que Moñai foi destruído por uma jovem e os moradores de uma cidade, quando armaram uma armadilha para o queimar, a jovem fingiu estar apaixonada pelo mesmo, oferecendo-lhe um casamento, mas antes queria conhecer todos os seus irmãos, assim ele a levou para uma caverna, onde todos estavam se embriagando.
A caverna era fechada por uma pedra enorme, impossível de escapar, com isso a jovem Porâsý se sacrificou, gritando para as pessoas atear fogo com a mesma ainda lá dentro.
Em troca do sacrifício, os deuses elevaram a alma da jovem e a transformaram em um pequeno, mas intenso ponto de luz destinada a acender a luz da aurora. Assim explicam no folclore guarani surgimento da estrela d’alva ou Vênus no céu.

Jaci Tererê

Jaci Tererê ou em guarani Yasi Yateré, é o quarto dos sete filhos de Tau e Kerana, e o único que não tem aparência monstruosa, é muito importante no folclore guarani e seu nome significa ‘Pedaço da lua’.
Ele é descrito como um homem de pequena estatura, ou talvez um menino, com o corpo já desenvolvido, com cabelos loiros cacheados, e grandes olhos azuis. Como a maioria dos seus irmãos, habita as matas e é considerado o protetor da erva-mate, e o senhor da sesta, o descanso depois do almoço.
Sendo o protetor da sesta, todos deveriam descansar, principalmente as crianças que desrespeitavam a tradição, ele as encantaria com seu cajado e levaria para seu irmão canibal Ao ao, que as devoraria ou eram transformadas em feras. 
O ponto fraco do Jaci Tererê é o seu cajado, se alguém consegue o tirar de sua mão, ele chora e esperneia igual uma criancinha indefesa, assim poderá ser detido.
Dizem que o Jaci Tererê esconde tesouros, no estado de manhã onde se encontra pelo furto do seu cajado, ele pode revelar vários segredos, assim como a localização de algum tesouro.

Kurupi

Kurupi o quinto filho de Tau e Kerana, um monstro tenebroso do folclore guarani, tido como o deus do sexo, sexualidade e fertilidade.
Um homúnculo horroroso que habita as florestas verdes e é descrito como um ser pequeno, de coloração amarelada ou esverdeada, com olhos negros sem pupilas, dentes afiados como presas, um cabelo muito ruim e sua característica marcante, curiosa e absurda: Ele usa o falo como ‘cinto’, enrolado em seu corpo, e como uma arma para atacar pessoas ou se pendurar em arvores, o enrolando nelas.
Também é conhecido por atormentar a vida dos índios e animais, além de se alimentar de filhotes e recém-nascidos, soltar gargalhadas estrondosas enquanto faz isso, e consegue dar enormes saltos com muita rapidez.
O Kurupi ficava atento à noite, procurando índios perdidos e caçadores, quando encontrava se satisfazia sexualmente, estuprando com sua enorme arma, não os deixando escapar, pois esticava em longas distâncias.
Raramente o Kurupi pegava mulheres, isso costumava ocorrer em noites de lua nova, onde encontrava virgens na mata, para conceber um filho endiabrado, um híbrido humano e sobrenatural que daria muito trabalho.

Ao Ao

Ao Ao, é um monstro a da Mitologia guarani, e um dos Sete Filhos de de Tau e Kerana, é frequentemente descrito criatura selvagem parecida com um carneiro, portando um par de presas afiadas.
O seu nome é derivado do barulho que produz ao perseguir suas vítimas. O primeiro Ao Ao teria uma enorme força e disposição sexual e por isso era considerado antigamente o Deus da fertilidade pelos guaranis. Para eles, Ao ao teve vários filhos iguais a ele, que servem coletivamente como senhores e protetores das colinas e montanhas.
É descrito ainda como sendo canibal devorador de gente, embora sua descrição física seja claramente não humana, é meio humano por nascimento, então o termo canibal se aplicaria. De acordo com a maioria das versões do mito, quando avista uma vítima para se alimentar, persegue o humano por qualquer distância ou em qualquer lugar, não parando até conseguir sua comida.
Se a presa tentar escapar subindo em uma árvore, o Ao Ao derrubará a mesma, uivando incessantemente e cavando as raízes até a árvore cair. De acordo com o mito, a única árvore segura para escapar seria a palmeira, que conteria algum poder contra o monstro, e se a vítima conseguisse subir em uma, ele desistiria e sairia em busca de outra refeição.

Luison

O sétimo e último filho de Tau e Kerana, Luison um macabro monstro do folclore guarani, tendo em seu controle o poder da morte. Dos sete filhos, Luison é o mais temido.
Seu nome é derivado de uma criatura que conhecemos bem, o famoso lobisomem, pois tem uma característica semelhante, o Luison foi amaldiçoado a passar as noites de lua cheia transformado em uma criatura com características de porco, cachorro, e humano, de tamanhos desproporcionais.
Sua forma mais comum é a de um macaco esquelético de olhos vermelhos brilhantes, com barbatanas de peixe e um falo de anta.
Luison costuma passar as noites vagando por cemitérios como os Carniçais, comendo carne de defuntos, quem passar por perto, será atacado e dilacerado.
Muita gente se preocupava apenas com noites de lua cheia, mas muitas vezes era dito aparecer em outras noites, na sua forma ‘normal’, vagueando com um bando de cachorros sem dono por qualquer noite.
No Brasil o Luison é conhecido na região Amazônica, no norte do Mato Grosso e em outros países como Bolívia e Peru.

Que sejam prósperos.
Raffi Souza.