09 maio 2017

o deus do amor tupi: Rudá!

O deus do amor tupi: Rudá!


Hoje vamos falar sobre um deus brasileiro, o nosso deus tupi do amor Rudá, que apesar de não ser tão conhecido para muitos indígenas é extremamente importante, venha conhecer um pouco mais sobre ele!
Na mitologia tupi, é o deus do amor e do afeto. Vive nas nuvens e sua função é despertar o amor dentro do coração dos homens. “No começo havia a escuridão. Então nasceu o sol, Guaraci. Um dia ele ficou cansado e precisou dormir. Quando fechou os olhos tudo ficou escuro. Para iluminar a escuridão enquanto dormia, ele criou a lua, Jaci, tão bonita que imediatamente apaixonou-se por ela. Mas, quando o sol abria os olhos para admirar a lua, tudo se iluminava e ela desaparecia. Guaraci criou então o amor, Rudá, seu mensageiro, que não conhecia luz ou escuridão. Dia e noite, Rudá podia dizer à lua o quanto o sol era apaixonado por ela. Guaraci criou também muitas estrelas, seus irmãos, para que fizessem companhia a Jaci enquanto ele dormia. Assim nasceu o céu e todas as coisas que vivem lá. ”
(Adaptação de versão de Couto de Magalhães)                       
Deus do Amor (Tupi), encarregado de promover a reprodução de todos os seres vivos. Tem a aparência de um guerreiro e vive nas nuvens, com duas ajudantes: Cairé (a Lua Cheia) e Catiti (a Lua Nova). Essas duas tinham a missão de despertar saudades nos amantes ausentes.
Rudá é o Cupido dos Indígenas. É a ele que as virgens e os guerreiros se dirigiam, pedindo-lhe proteção nas suas pretensões amorosas.                       
As cunhãs, nas horas de saudade do seu amado, como suas ancestrais índias, erguiam a voz à Rudá de braço estendido na direção em que deve andar o seu bem-amado, e imploravam:
"Rudá, Rudá,
Iuaká pinaié
Amãna reçaiçu
Iuaká pinaié
Aiuté Cunhã
Puxiuéra oikó
Ne mumamára ce recé
Quahá caarúca pupé"
Traduzindo:
" Óh Rudá, tu que estás nos céus e que amas as chuvas...Tu que estás no céus...faz com que ele, por mais mulheres que tenha, as ache todas feias; faz com que ele se lembre de mim esta tarde quando o Sol se ausentar no ocidente…"

Invocações à lua
Os tupis consideravam as luas, cheia e nova, elementos auxiliares de Rudá, os deuses do amor, e tinham invocações semelhantes às que cantavam aquele deus, e para o mesmo fim de trazer os amantes ao lar doméstico, pelo poder da saudade. Eram estas as invocações à lua cheia (cairé) e a lua nova (catiti):
Cairé, cairé nú
Manuára danú çanú
Eré ci erú
Piape amu
Omanuara ce recé
Quanhá pitúna pupé
Catiti, catiti
Imara notiá
Notiá imára
Espejú (fulano)
Emú manuára
Ce recé (fulana)
Cuçukui xa ikó
Ixé anhú i piá póra.

Cuja tradução, apesar da ignorância do sentido de alguns versos, é assim apresentada:
Eia, ó minha mãe (a lua) fazei chegar esta noite ao coração (do amante) a lembrança de mim.
Lua nova, ó lua nova! Assoprai em fulano lembranças de mim, eis-me aqui, estou em vossa presença; fazei com que eu tão somente ocupe seu coração.                       
Rudá é um Deus do panteão tupi, regente do amor. No Paganismo Piaga, Rudá faz parte da Linha dos Deuses Nativos -> Corrente Colona. Ele é celebrado especialmente na época da Festa da Fertilidade, quando se fazem pedidos relacionados ao amor, fartura e reprodução.                       
Segundo o mito, Rudá vive nas nuvens e tem a missão de despertar o amor no coração das mulheres e dos homens. Também é chamado de Perudá e foi descrito (por Couto de Magalhães) como um guerreiro branco, belo e gentil.
Cabe a Rudá promover a perpetuação de todas os seres vivos. Com a ajuda de Cairé (a Lua Cheia) e Catiti (a Lua Nova) ele provoca saudades nos amantes que se afastaram de seus amores, fazendo os mesmos retornarem para casa.                       
Segundo o mito, Rudá também é auxiliado por uma serpente mágica, que reconhece as moças virgens das tribos e devora as que perderam a virgindade. Esse mito reforça a importância da virgindade antes do casamento, isso para algumas tribos nativas, pois é algo que não é adotado na tradição piaga.                       
De acordo com o mito de Rudá contato por Couto de Magalhães, o Deus do Amor foi criado por Guaraci (O Sol), pois quando a luz solar tocava em Jaci (A Lua), tudo se iluminava demasiadamente e desaparecia. “No começo havia a escuridão. Então nasceu o sol, Guaraci. Um dia ele ficou cansado e precisou dormir. Rudá então foi criado para ser mensageiro do amor dos Deuses, pois ele não conhecia luz ou escuridão.
Dia ou noite, Rudá podia dizer à lua o quanto o sol era apaixonado por ela. Guaraci criou também muitas estrelas, seus irmãos, para que fizessem companhia a Jaci.
A Rudá eram dirigidos apelos de virgens e guerreiros, que pediam por proteção e boa sorte em suas pretensões amorosas. As cunhãs (moças), quando sofriam por saudade dos amados, oravam a Rudá, erguendo os braços (em direção ao local onde achavam que os parceiros estavam) e imploravam.                       
Rudá aceita como oferendas: penas de pombo, símbolos fálicos, pedras pintadas com símbolos de fertilidade e amor, pitanga, sementes de pau-brasil e grãos em geral. As oferendas podem ser deixadas em matas ou montanhas.                       
"Rudá" ou "Perudá", o deus do amor na mitologia Tupi, possui ao seu serviço uma serpente que reconhecia as moças que se conservavam virgens, recebendo delas os presentes que lhe levavam, e devorando as que haviam perdido a virgindade.
Os Tupinambás do Pará acreditavam que havia destas serpentes no lago Juá, pouco acima de Santarém.
Quando alguma donzela era suspeita de ter perdido a virgindade, seus pais levavam-na ao lago, e aí deixando-a a sós em uma ilhota, com os presentes destinados a serpente.

Que sejam sempre prósperos;

Raffi Souza.