01 novembro 2020

Dia de Los Muertos!

 

Dia de Los Muertos!

 


No México, o Dia dos Mortos é uma celebração de origem indígena, que honra os falecidos no dia 2 de novembro. Começa no dia 31 de outubro e coincide com as tradições católicas do Dia dos Fiéis Defuntos e o Dia de Todos os Santos. Além do México, também é celebrada em outros países da América Central e em algumas regiões dos Estados Unidos, onde a população mexicana é grande. A UNESCO declarou-a como Património Imaterial da Humanidade.

As origens da celebração no México são anteriores à chegada dos espanhóis. Há relatos que os astecas, maias, purépechas, náuatles e totonacas praticavam este culto. Os rituais que celebram a vida dos ancestrais se realizavam nestas civilizações pelo menos há três mil anos. Na era pré-hispânica era comum a prática de conservar os crânios como troféus, e mostrá-los durante os rituais que celebravam a morte e o renascimento.

O festival que se tornou o Dia dos Mortos era comemorado no nono mês do calendário solar asteca, por volta do início de agosto, e era celebrado por um mês completo. As festividades eram presididas pela deusa Mictecacíhuatl, conhecida como a "Dama da Morte" (do espanhol: Dama de la Muerte) - atualmente relacionada à La Catrina, personagem de José Guadalupe Posada - e esposa de Mictlantecuhtli, senhor do reino dos mortos. As festividades eram dedicadas às crianças e aos parentes falecidos.

É uma das festas mexicanas mais animadas, pois, segundo dizem, os mortos vêm visitar seus parentes. Ela é festejada com comida, bolos, festa, música e doces preferidos dos mortos, os preferidos das crianças são as caveirinhas de açúcar. Segundo a crença popular, nos dias 1 e 2, chamados de Días de Muertos, os mortos têm permissão divina para visitar parentes e amigos. Por isso, as pessoas enfeitam suas casas com flores, velas e incensos, e preparam as comidas preferidas dos que já partiram. As pessoas fazem máscaras de caveira, vestem roupas com esqueletos pintados ou se fantasiam de morte.

Morte entre os astecas

Para os antigos mesoamericanos, a morte não tinha as conotações morais da religião cristã, nas quais as ideias do inferno e do paraíso servem para punir ou recompensar. Pelo contrário, eles acreditavam que os cursos destinados às almas dos mortos eram determinados pelo tipo de morte que tiveram, e não pelo seu comportamento na vida.

As principais civilizações representativas da área mesoamericana, asteca e maia desenvolveram um rico ritualístico em torno da adoração dos ancestrais e da própria morte, que foi o precedente do atual Dia dos Mortos, no qual a visão de mundo desses povos ainda sobrevive parcialmente.

Os quatro pontos cardeais ou reinos do universo horizontal descritos no Codex borgiade.

Os astecas acreditavam que a vida exterior do falecido poderia ter quatro destinos:

Tlalocan ou paraíso de Tláloc,deus da chuva. Este local era chefiado por aqueles que morreram em circunstâncias relacionadas à água: os afogados, aqueles que morreram de raios, aqueles que morreram de doenças como gota ou hidropesia, sarna ou bubas, bem como crianças sacrificadas ao deus. O Tlalocan era um lugar de descanso e abundância.

Omeyocán,paraíso do sol, presidido por Huitzilopochtli, o deus da guerra. Apenas os mortos em combate, os cativos que se sacrificaram e as mulheres que morreram no parto chegaram aqui. O Omeyocan era um lugar de alegria permanente, onde o sol era celebrado e acompanhado de música, canções e danças. Os mortos que foram para o Omeyocan, depois de quatro anos, voltaram ao mundo, transformaram-se em pássaros de belas penas multicoloridas.

Mictlán,destinado àqueles que morreram de morte natural. Este lugar era habitado por Mictlantecuhtli e Mictecacíhuatl, senhor e senhora da morte. Era um lugar muito escuro, sem janelas, do qual não era mais possível sair

Chichihuacuauhco, onde as crianças mortas foram antes de sua consagração à água onde havia uma árvore cujos galhos o leite estava pingando, para se alimentar. As crianças que vieram aqui voltariam à Terra quando a raça que a habitava fosse destruída. Desta forma, a morte renasceria.

O caminho para o Mictlán era muito tortuoso e difícil, porque para alcançá-lo as almas tinham que viajar por lugares diferentes por quatro anos. Depois desse tempo, as almas chegaram a Chicunamictlán, onde as almas dos mortos descansavam ou desapareçam. Para trilhar esse caminho, o falecido foi enterrado com um cão chamado Xoloitzcuintle, que o ajudaria a atravessar um rio e chegar a Mictlantecuhtli, a quem ele deveria dar, como oferenda, amarrado com chás e bucos de perfume, algodão(ixcátl),fios vermelhos e cobertores. Aqueles que foram ao Mictlán receberam, como oferenda, quatro flechas e quatro chás amarrados com fio de algodão.

Os enterros pré-colombianos, eram acompanhados por oferendas contendo dois tipos de objetos: aqueles que, em vida, tinham sido usados pelos mortos, e aqueles que ele poderia precisar em seu trânsito para o submundo. Dessa forma, a elaboração de objetos funerários foi muito variada: instrumentos musicais de argila, como ocarinas, flautas, timbales e sonajas na forma de crânios; esculturas representando os deuses mortuários, crânios de vários materiais (pedra, jade,vidro), braseros, incensários e urnas.

O Dia dos Mortos fora do México

Estados Unidos

Um altar do Dia dos mortos em Los Angeles fazendo homenagem a antigos programas de TV

Em várias comunidades estadunidenses com imigrantes mexicanos, o Dia dos Mortos é celebrado de maneira bastante semelhante da forma que são celebrados no México. Em algumas destas comunidades, como o Texas e Arizona, as celebrações costumam ser mais tradicionais. Por exemplo, a Procissão de Todas as Almas tem sido um evento anual de Tucson desde 1990. O evento combina elementos do tradicional Dia dos Mortos com outros de festivais pagãos de colheita. Pessoas usando máscaras carregam sinais homenageando os mortos e uma urna na qual pode-se colocar pedaços de papel com orações para serem queimadas.

Em outras comunidades, a interação entre as tradições mexicanas e a cultura estadunidense está resultando em celebrações nas quais tradições mexicanas estão sendo estendidas para fazer manifestos artísticos, ou às vezes, políticos. Por exemplo, em Los Angeles, Califórnia, o centro cultural Self Help Graphics & Art Mexican-American apresenta uma celebração anual do Dia dos Mortos, que inclui tanto elementos tradicionais quanto políticos, como altares em honra das vítimas da Guerra do Iraque enfatizando o alto número de soldados latinos. Uma versão inter-cultural do Dia dos Mortos também está evoluindo em um cemitério próximo a Hollywood. Lá, numa mistura de tradições mexicanas e atitudes modernas de Hollywood, altares convencionais são levantados ao lado de altares a Jayne Mansfield e Johnny Ramone. Dançarinos e músicos nativos misturam-se com artistas de performance, enquanto pranksters tocam músicas tradicionais.

Tradições similares e modernizações inter-culturais da celebração mexicana ocorre em São Francisco, por exemplo através da Galería de la Raza, SomArts Cultural Center, Mission Cultural Center, de Young Museum; em Oakland, Califórnia no Museu de Oakland e com aulas da antiga arte da Cartonería no centro de educação de artes The Crucible; e em Missoula, Montana onde celebrantes esqueléticos em pernas de pau, pequenas bicicletas e esquis desfilam pela cidade.

Isto também ocorre no histórico Forest Hills Cementery, em Boston. Patrocinado pela Forest Hills Educational Trust e pelo grupo folclórico La Piñata, o Dia dos Mortos celebra o ciclo de vida e morte. As pessoas trazem ofertas de flores, fotos, memórias e comida para seus defuntos os quais são colocados em belos e coloridos altares. Um programa de música e dança tradicionais também acompanham o evento comunitário.

Europa

Pessoas decorando as sepulturas

Observa-se que o Dia dos Mortos ao estilo mexicano se espalhou também pela Europa. Em Praga, na República Tcheca, por exemplo, os moradores celebram o Dia dos Mortos com máscaras, velas e caveiras de açúcar. O evento, que recebe apoio da Embaixada Mexicana, é realizado pelo teatro Alfred Ve Dvore'.

Em vários outros países com uma herança católica, o Dia de Todos os Santos e o Dia dos Fiéis Defuntos são feriados onde as pessoas vão aos cemitérios com velas e flores e dão presentes às crianças, normalmente doces e brinquedos. Em Portugal e Espanha, oferendas são feitas neste dia. Na Espanha, a peça Don Juan Tenorio é tradicionalmente apresentada.

Na Espanha, Portugal, Itália, Bélgica, Países Baixos, França e Irlanda, as pessoas trazem flores para as sepulturas dos parentes mortos e fazem orações pelos mesmos. Na Polônia, Eslováquia, Hungria, Lituânia, Croácia, Eslovênia, Romênia, Áustria, Alemanha, Suécia e Noruega, a tradição é acender velas e visitar os túmulos dos parentes falecidos. Na região do Tirol, bolos são deixados sobre a mesa e a sala é mantida quente para o conforto dos mortos. Na Bretanha, as pessoas vão aos cemitérios ao anoitecer para ajoelharem-se perante as lápides de seus entes queridos e ungirem-nas com água benta ou fazerem libações de leite nela. Na hora de deitar, o jantar é deixado na mesa para as almas.

América Latina

Celebrações guatemaltecas do Dia dos Mortos são marcadas pela construção, e uso, de pipas gigantes, além das tradicionais visitas aos túmulos dos ancestrais. O consumo de fiambre - uma comida típica da Guatemala - também é um grande acontecimento, pois é o único dia em que é preparado durante o ano.

O feriado brasileiro de Finados é celebrado no dia 2 de novembro. Similar ao Dia dos Mortos, as pessoas vão aos cemitérios e igrejas, com flores, velas e orações. A festa tem intenção de ser positiva, para celebrar os que estão mortos.

No Haiti, tradições vudu misturam-se com as observâncias católicas do Dia dos Mortos, como, por exemplo, barulhentos tambores e músicas são tocados por toda a noite em celebrações pelos cemitérios para acordar Baron Samedi, o senhor dos mortos, e seu descendente, o Gede.

Dia de los ñatitas (do espanhol, Dia das Caveiras) é um festival celebrado em La Paz, Bolívia em 9 de novembro. Nos tempos pré-colombianos, indígenas andinos tinham o costume de partilhar um dia com os ossos de seus antecessores no terceiro ano após o sepultamento, contudo, somente as caveiras são usadas atualmente. Tradicionalmente, a caveira de um ou mais membros da família são mantidas em casa para tomar conta da família e protegê-la durante o ano. No dia 9 de novembro, a família coroa a caveira com flores frescas, às vezes também as vestindo com peças de roupa, e fazendo oferendas de cigarros, folhas de coca, álcool, e vários outros itens em agradecimento pela proteção durante o ano. As caveiras também são, por vezes, levadas ao cemitério central em La Paz para uma missa especial e bênçãos.

Ásia

Nas Filipinas, o feriado chamado Araw ng mga Patay (Dia dos Mortos), Todos los Santos ou Undas (os últimos dois devido aos fato de serem celebrados em 1 de novembro), tem uma atmosfera mais de reunião familiar. As tumbas são limpas ou repintadas, velas são acesas e flores são oferecidas. Famílias inteiras acampam em cemitérios, e às vezes passam uma noite ou duas junto às tumbas de seus parentes. Jogos de cartas, comidas, bebidas, cantos e danças são atividades comuns no cemitério. É um feriado de muita importância para os filipinos (depois do Natal e da Semana Santa), e dias de folga são normalmente adicionados ao feriado, mas apenas o dia 1º é considerado um feriado regular.

Tradições similares em outras culturas

Muitas outras culturas ao redor do mundo têm tradições similares a respeito de um dia especial para visitar as sepulturas dos familiares falecidos. Muitas vezes, estas tradições estão inclusas em festas, algumas com comidas e bebidas, além de orações e recordações sobre os que já morreram.

Em Wellington, Nova Zelândia, o Dia dos Mortos mexicano também pode ser encontrado com altares homenageando os falecidos com flores e presentes.

O Bon Odori (em japonês O-bon お盆 ou simplesmente Bon ), é um feriado budista japonês em honra aos ancestrais mortos. Este festival tem se tornado um reunião familiar na qual as pessoas dos grandes centros voltam à suas cidades de origem para visitar e limpar as sepulturas de seus ancestrais. Tradicionalmente inclui danças típicas. Este festival já existe no Japão por mais de 500 anos.

Na Coréia, o Chuseok - também conhecido como Hankawi (한가위,中秋) (do coreano arcaico ótimo meio) é um dos principais feriados tradicionais. As pessoas vão para onde os espíritos de seus ancestrais estão consagrados e fazem cultos pela manhã; eles visitam as tumbas de seus ancestrais imediatos para podar as plantas e limpar a área ao redor da tumba, e fazerem ofertas de comida e bebida para seus acentrais.

O Festival de Ching Ming (do chinês tradicional 清明節; chinês simples 清明; pinyin īng míng jié) é um festival tradicional chinês que acontece normalmente por volta de 5 de abril no calendário Gregoriano. Juntamente com o Festival do Duplo Nove (no chinês tradicional 重陽節; pinyin: Chóngyángjié; e no chinês simplificado 重九, pinyin: Chóngjiǔ) no nono dia do nono mês do calendário chinês, é uma época que os chineses cuidam dos túmulos de seus ancestrais. Além do que, pela tradição chinesa, o sétimo mês no calendário chinês é chamado de mês fantasma (chinês simplificado: 中元; chinês tradicional : 中元節; pinyin: zhōngyuánjié), no qual os fantasmas e espíritos saem do além para visitar a terra.

Durante o feriado nepalês do Gai Jatra (festival da vaca), toda família que tenha perdido um membro durante o ano anterior faz uma construção de babus, panos, papéis decorativos e retratos dos falecidos, chamado de gai. Tradicionalmente, uma vaca guia o espírito do morto no outro mundo. Dependendo dos costumes locais, uma vaca viva, ou uma réplica, são usadas. O festival também é a época de se fantasiar, incluindo temas tanto de manifestos políticos como de sátiras.

Em algumas culturas da África, visitas às tumbas dos ancestrais deixando comidas, presentes e pedindo por proteção fazem parte de importantes rituais tradicionais. Um exemplo são os rituais que ocorrem antes do início da temporada de caça.

O Día de los muertos (Dia dos mortos) é uma data comemorativa celebrada no México no dia 2 de novembro, na qual é costume ir aos cemitérios visitar os túmulos dos entes queridos e preparar altares com alimentos, velas, flores e outros elementos. Diz-se que somente nesses dias as almas podem voltar do além para estar perto dos seus.

Origem do Dia dos mortos

A história da celebração pelo Dia dos mortos no México é de origem indígena e já existe desde o tempo dos astecas e dos maias.

Inicialmente, a comemoração era realizada durante todo o mês de agosto. Quando os colonizadores espanhóis chegaram, ficaram chocados com os rituais pagãos dos índios. Assim, alteraram a data comemorativa para o fim de outubro e o início de novembro, de forma a fazê-la ficar mais próxima do Dia de todos os santos e do Dia de finados, celebrados pelo catolicismo nos dias 1º e 2 de novembro, respectivamente.

Símbolos do Dia dos mortos



Embora a celebração do Dia dos mortos possa variar dependendo da região do México, confira abaixo alguns elementos que são típicos dessa data em todo o país.

Altar

O altar de muertos (altar dos mortos) pode ter de 2 a 7 níveis.

Um altar construído de forma tradicional tem 7 níveis, e cada um apresenta elementos específicos:

1º nível (térreo): cruz feita de flores, sementes ou frutas.

2º nível: fotografia(s) da(s) pessoa(s) falecida(s) a quem o altar é dedicado.

3º nível: as frutas e também os pratos preferidos da pessoa falecida.

4º nível: pan de muerto (pão dos mortos), um tipo de pão tradicional oferecido como alimento e consagração.

5º nível: sal, que simboliza a purificação.

6º nível: dedicado às almas do purgatório

7º nível: imagem do santo de devoção da família

Além disso, também são distribuídas pelo altar outras oferendas como, por exemplo, incenso, velas, água, papéis coloridos perfurados com imagens, flores, caveiras de açúcar e objetos de afeição da pessoa falecida.

Caveiras de açúcar

As calaveras dulces (caveiras doces) são doces feitos com açúcar, água quente e limão, e moldados em forma de caveira.

Os doces costumam ser confeitados com diferentes cores vivas e, por vezes, apresentam um nome escrito sobre a testa.

Há duas teorias sobre esse nome: diz-se que pode ser escrito o nome do ente querido falecido a quem a caveira é oferecida ou o nome da própria pessoa que faz a oferenda. Segundo a tradição, todo aquele que oferta uma caveira de açúcar garante o seu lugar no paraíso.

Apesar de a caveira de açúcar ser a tradicional, atualmente também existem caveiras de outros ingredientes: algumas têm sabor de chocolate, outras são banhadas em mel e há até mesmo caveiras com amendoim.

Esqueletos com roupas e adereços

Os esqueletos costumam estar espalhados por todos os lados, desde casas até ruas. Geralmente eles estão vestidos com roupas, chapéus e adereços, como brincos e echarpes. Segundo a tradição, são eles que recepcionam as almas que vêm visitar seus entes queridos no Dia dos mortos.

Dentre a grande variedade de tipos de esqueletos, existem alguns pequenos, outros grandes e até mesmo alguns de tamanho real. É possível encontrar, inclusive, esqueletos humanos decorados.

No entanto, a maioria consiste em bonecos representativos, feitos de materiais, como papel machê, madeira e barro.

Se para algumas culturas a decoração do Dia de los muertos pode parece um pouco mórbida, para os mexicanos, os esqueletos divertidos e decorados com cores alegres podem ajudar os vivos a lidar com a morte de forma menos triste.

Flores decorativas

As flores são usadas como decoração para representar a beleza e a transitoriedade da vida. Elas costumam integrar, por exemplo, um grande arco colocado diante do altar como forma de portal de entrada para as almas passarem e visitarem os vivos.

Apesar de vários tipos de flores serem usados na decoração do Dia dos mortos, os mexicanos costumam usar alguns específicos, como a crista-de-galo, o cravo, o crisântemo e a cempasúchil (conhecida como cravo-de-defunto).

De todas, a cempasúchil é, sem sombra de dúvidas, a flor mais emblemática dessa data comemorativa. Sua cor amarela representa o Sol que, segundo a tradição asteca, guiava as almas dos defuntos até a última morada.

Além de a própria flor ser utilizada na decoração dos altares e túmulos, suas pétalas costumam ser usadas para formar um caminho até o altar dos mortos, de forma a ajudar as almas dos entes queridos a encontrá-lo.

Como é celebrado o Dia dos Mortos no México atualmente?


Hoje, os mexicanos acreditam que, entre 31 de outubro a 2 de novembro, os “laços” que ligam o mundo dos vivos ao dos mortos está mais tênue, o que permite que os falecidos retornem à Terra e passeiem visitando seus familiares e amigos.

Cada dia possui um significado próprio para os mexicanos. Na virada de 31 de outubro para primeiro de novembro, eles celebram as almas que faleceram quando crianças (a data é chamada de “Dia de los Angelitos”) e no dia seguinte a festa é dedicada aos falecidos adultos.

Por isso, são muitos os detalhes que compõem essa festa. Um dos mais conhecidos são as oferendas, ou seja, “presentes” dados aos mortos como:

frutos da terra (tangerina, cana de açúcar, abóbora etc.);

frutos do vento (incenso para orientar as almas);

frutos da água (vaso para os espíritos matarem a sede);

frutos do fogo (velas acesas nos 4 pontos cardinais para ajudar a orientar a viagem das almas);

vários objetos pessoais dos falecidos como fotografias, pertences, entre outros.

Além das oferendas, também é normal encontrar altares coloridos e adornados com imagens dos falecidos e, claro, as tradicionais caveiras mexicanas, que podem aparecer em pintura de rostos, doces e muitos outros.

Outra tradição é que, algumas famílias costumam ir até as tumbas dos falecidos, abrir os túmulos e limpar os restos mortais. Depois, eles são recolocados de volta ao local para continuarem descansando.

Quais as principais atrações e tradições?

Não é por acaso que o Dia dos Mortos no México foi considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Afinal, existem inúmeras tradições que chamam a atenção de turistas e traduzem a importância dessa data para o povo mexicano. Entre as principais podemos destacar:

Festival Cultural de Caveiras

É realizado em Aguascalientes e todas as atrações visam homenagear a caveira La Catrina, obra-prima de José Guadalupe Posada. São muitos os destaques da programação como eventos gastronômicos, culturais, passeios noturnos e visita ao Museu da Morte – construído em cima de um cemitério que tem um acervo rico em objetos relacionados ao Dia dos Mortos.

Cemitérios em San Andrés Míxquic

Desde o dia 30 de outubro, os cemitérios deste povoado da Cidade do México ficam decorados com inúmeras flores, bebidas e alimentos. Durante a noite, várias velas são acesas e acontecem exibições de concertos, teatros e dança.

Altares de Tuxtepec

Como dissemos, os altares enfeitados são tradicionalíssimos no Dia dos Mortos no México e em Tuxtepec é possível notar ainda mais esse costume. Os altares são enfeitados com a flor de cempasúchil, considerada o símbolo da luz solar capaz de guiar os mortos, além, claro, de vários objetos dos defuntos e muitas oferendas.

Para presentear os melhores altares, existe até um concurso regional que elege os mais belos e coloridos – e atrai turistas mexicanos e de outros países para apreciarem essa decoração.

Festival de Tradições de Vida e Morte em Xcaret

Localizado na Riviera Maya, o Parque Ecológico abriga o Festival de Tradições de Vida e Morte que acontece anualmente entre 30 de outubro a 2 de novembro com várias apresentações de gastronomia local, oficinas, exibições de dança e teatro, shows de gala, rituais e outros elementos da cultura mexicana.

Passeio de barco em Xochimilco

Nesse distrito da Cidade do México, a grande atração é o passeio de barco nos canais locais. Além do passeio, acontecem várias apresentações, sendo a mais aguardada a lenda da Llorona que acontece durante à noite e traz uma atmosfera sombria, mas bem diferenciada.

 

Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_dos_Mortos

https://www.todamateria.com.br/dia-muertos/

https://cemiteriosemmisterio.com.br/dia-dos-mortos-no-mexico/

Que sejam prósperos.

Raffi Souza.

19 outubro 2020

A deusa da magia: Ticê!

 

A deusa da magia: Ticê!

 


 

Deusa da Maldade e da Inveja

A deusa Ticê foi considerada, dentro da mitologia tupi-guarani, a deusa do submundo. Diz a lenda que as pessoas a temiam muito pela grandiosidade de poder que ela tinha. Suas habilidades mágicas dentro da feitiçaria eram justificadas pela quantidade de segredos que Ticê conhecia.

Ticê começou como feiticeira, buscando conhecimento mágicos e querendo elevar seus poderes. Fazendo isso, a feiticeira conseguiu ser elevada ao nível de deusa. Além disso, a deusa era conhecida por dominar a maldade e a inveja no coração de todos. Era como se esses sentimentos fossem plantados por ela.

Ticê & Anhangá – Reis do Submundo

Ticê também ficou muito marcada na história da mitologia tupi-guarani por ter se tornado esposa do Deus do submento, Anhangá. Isso faz com que ela virasse a primeira-dama do mundo dos mortos. É claro que uma mulher tão poderosa quanto Ticê não deve nunca ser lembrada apenas pelo status de seu relacionamento e não foi assim que aconteceu. O que fez com que a história dos dois fosse uma das mais conhecida entre os deuses foi a maneira como se apaixonaram.

Anhangá também era muito poderoso, ele era encarregado de castigar as pessoas ruins e cruéis. Além disso, ele era o protetor da flora e arqui inimigo de Tupã, Deus poderoso. Como Anhangá tinha que castigar todos aqueles que maltratam mulheres, fêmeas grávidas e etc, ele tinha uma forma peculiar de fazer isso. De acordo com as histórias, qualquer um que olhasse em seus olhos era atingido por uma loucura que seria capaz de acabar com a alegria da vida, levando a pessoa para a morte.

No meio de tudo isso, Ticê encontrou Anhangá e usou seus poderes para enganá-lo. Ou seja, ela não foi atingida pela loucura e morte do Deus do submundo. Isso fez com que, por um breve momento, os dois parassem e se olhassem profundamente olho a olho. O resultado dessa troca de olhares foi uma paixão fulminante, que acabou em casamento. Depois disso, os dois passaram a reinar o submundo juntos.

Ticê é de nossa herança, também, dentro do Sagrado Indígena. Eles, os povos indígenas, são os verdadeiros donos deste lugar, e são nossos ancestrais originários.  Nossos povos originários, assim como outros povos, a exemplo da mitologia grega, das deidades estudadas em Goétia e outras egrégoras, buscavam no esoterismo o reconhecimento de figuras míticas sentido para todos esses eventos que não se podiam explicar, mas que aconteciam e acontecem.

Para exemplificar melhor, podemos dizer que existe o gênio das pessoas, o íntimo que conversa com a consciência, a natureza pessoalíssima de cada um, quase que como um ser dentro de si: alguns se dão à maldade, violência e crueldade, sem que, aparentemente, tenham motivos para tal. “É o gênio”, dizem. Outras pessoas já nascem transcendendo a paz e a bondade, a voz do gênio vibra ressoando harmonia com o ser. Assim entendemos esses fenômenos relacionais entre gênio, personalidade e existência, que se confundem com a não explicação contundente para com os meteoros no céu, o girar da Terra em seu eixo, e mesmo a vida e sentido da Via-Láctea e todos os acontecimentos sobrenaturais que se dão em natural harmônico, por si.

A história de Ticê nos foi presenteada pela mitologia tupi-guarani. Tem seu valor guerreiro originário como parte do empoderamento de mulheres e da resistência cultural. Muitos serão os céticos, porém existem aqueles que conhecem as deusas e seus poderes. A Deusa Ticê foi chamada de “a feiticeira sem medo”. Alguns a consideram como a Deusa da maldade e da inveja. Na mitologia é a deusa do submundo.

Ticê causava medo às pessoas pela grandiosidade de poder que possuía. Manuseava suas habilidades mágicas dentro da feitiçaria com sigilo e muitos segredos. Fluídica desde o telúrico ao etéreo: força pura.

Todos valorizavam seus conhecimentos mágicos e admiravam sua dedicação na busca incessante para a elevação de seus poderes. Adquiriu intenso conhecimento sobre as profundezas da magia e conseguiu alcançar o elevado nível de deusa. A força ancestral da mulher indígena soube harmonizar seu gênio e magia transformando-os em equilíbrio natural.

A Deusa Ticê era conhecida por dominar e plantar a maldade e a inveja no coração de todos; “gênio” talvez devesse ter um correspondente mais digno do feminino. Em sua sabedoria e feitiçaria toda, possuía dons em manipular poções e venenos mortais com ervas e outros elementos. Ainda hoje há quem diga que Ticê sobe desde o pé esquerdo da mulher preparada e corajosa que se adentra em matas em busca de conhecimento e mostra segredos da magia natural das plantas. Para danos, domínios, ou até não. Sabedoria é árvore nova, pende para onde a sopramos.

Ticê, usando de seu encantamento e feitiço, tornou-se esposa do Deus do submundo: Anhangá. Também muito poderoso, carregava a missão de punir e castigar as pessoas ruins e cruéis. Protetor da mata e flora e arqui-inimigo de Tupã, Deus permissivo e do livre arbítrio. Anhangá fazia sua própria justiça contra quem maltratava mulheres, fêmeas grávidas e seres indefesos. Nesses eventos, o cometedor da maldade era obrigado a encarar Anhangá nos olhos e, imediatamente, era acometido por uma loucura extrema, que levava esse infrator à morte.

Ticê foi levada a Anhangá com fama de espalhar maldade e inveja e pelo poder de seus feitiços. Ela encarou Anhangá e não foi atingida pela loucura e morte. Essa troca de olhares resultou em paixão, desejo e lascívia. Desde então, o casal passou a reinar no submundo juntos. Ticê passou a comandar as trevas e a retornar à superfície para punir ou abençoar aqueles que a veneravam, ensinando e praticando seus poderosos feitiços, entre eles o encantamento amoroso e as amarrações.

Sua magnífica e irresistível beleza aliada aos seus tão assombrosos poderes levaram-na a se tornar a rainha de regiões infernais. Ticê é admirada e temida porque soube contar com o seu poder de mulher guerreira e forte.

Ela nunca dependeu de outros poderes, nem dos de Anhangá. Bastou-se através de sua dedicação ao estudo da arte da magia e de feitiços e continua sendo quem ela quer ser. Uniu-se a Anhangá por opção, e entre eles reinou a igualdade. Ao olhar profundamente nos olhos de Anhangá, saíram de sua bela boca as seguintes palavras: “Nós somos igualmente valorosos. Você me deve o mesmo respeito que eu devo a você”.


No Vale do Anhangabaú (mau espírito), em São Paulo, passava um rio. Nas regiões abissais desse rio moravam Anhangá e Ticê. Porém, o homem branco renegou sempre os mitos e lendas para implantar o progresso e achar espaço para sua ganância e seu suposto poder. E assim foi construindo a cidade nos arredores do rio. Injustiças sociais e outras modernidades sobrepujaram os poderes de Ticê e Anhangá.

Muitos não querem acreditar, mas tantos contam do cervo branco espectral que passeia por ali. Coincidentemente, as maiores tragédias de São Paulo ocorreram naquela região. Essa crença é pessoal e intransferível, o que importa mesmo, crendo ou não, é que o homem abra os olhos em tempo e tome para si o dever e respeito de zelar, cuidar e amar a natureza, domar seus instintos de ser e querer para harmonizar-se com o universo, ou que vá se entender com a justiça de Anhangá e Ticê!

Nemarangatuete! Orému camiarú! (Seja digna! Feitiço nosso!)

Salve, Ticê!

Ticê era uma poderosa feiticeira que era muito temida por seus segredos e conhecimentos. Ela foi elevada ao nível de divindade e reina as regiões infernais.

História

Certa vez, Ticê utilizou seus encantos para não ser atingida pela loucura e morte que eram causados pelos olhos de Anhangá, a divindade do submundo. Assim, com ambos podendo se olhar diretamente nos olhos, eles se apaixonaram. Anhangá então casou-se com Ticê e a levou para reinar ao seu lado no submundo, assim tornando-a uma divindade.

Correspondências:

É deusa: da magia, da inveja, da raiva, da maldade, das mulheres, do submundo, dos mortos.

Cores: preto, verde escuro, e tons de marrom escuro.

Oferendas: velas, incensos de ervas (não os industrializados, os naturais), penas, ossos, ervas, bonecas de ervas.

Chamada em rituais de: passagem (principalmente a morte), para realizar magias, para punir aqueles que falam mal, ou para punir os inimigos, para conhecer mais sobre suas próprias sombras, muitas vezes ela é chamada junto de Anhanga.

Fontes: https://my-bestiario.fandom.com/pt-br/wiki/Tic%C3%AA

https://www.astrocentro.com.br/blog/espiritual/deusa-tice/

https://www.xapuri.info/universo-feminino/tice-deusa-brasileira-brasileira-do-sagrado-feminino/

Que sejam prósperos.

Raffi Souza.

17 julho 2020

O senhor da floresta: Curupira

O senhor da floresta: Curupira!

 

O Curupira é uma criatura do folclore brasileiro, conhecido por ser o protetor da fauna e da flora amazônica. Existem muitas versões diferentes da sua lenda e, portanto, a aparência e os hábitos desse ser podem variar em cada região no Brasil.

Até mesmo seu nome é alvo de controvérsias, onde por vezes é relacionado à "kuru'pir", que significa "coberto de bolhas" em tupi, ou então é traduzido como "corpo de menino", considerando o "curu" como uma abreviatura de "curumin" (menino) e "pora" (corpo).

Mas quem é o Curupira?

De acordo com a lenda, essa criatura é descrita como um menino pequeno, de cabelo de fogo e com os pés virados para trás, para confundir os caçadores. Seu objetivo é proteger a natureza e os animais, e para fazer isso ele pode ser bem perigoso.

Essa criatura usa de mil artimanhas para enganar a percepção dos caçadores, usando gritos, gemidos, ou fazendo com que eles pensem que estão na trilha de um animal selvagem, só que na verdade estão perseguindo o próprio Curupira, que faz com que eles se percam na floresta. Ele também encanta os caçadores para que eles andem em círculos e não consigam achar a saída da mata.

Porém o Curupira tem um ponto fraco: ele é extremamente curioso. Então para que os caçadores consigam escapar, eles devem pegar uma corda e dar um nó, escondendo muito bem a sua ponta. Isso deixa o Curupira tão curioso sobre a ponta escondida, que ele se senta para desfazer o nó e acaba esquecendo da pessoa, que se livra do encanto e consegue encontrar o caminho pra casa.

Mas ele não protege os animais apenas impedindo os caçadores. Segundo o folclore, quando uma tempestade está chegando, o Curupira atravessa a floresta batendo nos troncos das árvores para verificar se elas são fortes para suportar a tempestade. Se ele percebe que uma árvore pode ser derrubada pelo vento, ele adverte os animais para que eles não fiquem perto delas.

As várias faces do Curupira

Não só o nome do Curupira tem mais de um significado, mas sua aparência também muda dependendo de cada região. Na maioria das vezes ele é descrito como um menino de cabelos ruivos e pés virados para trás, mas no Pará esse ser é conhecido por não ter gênero definido, possuir dentes longos e cabelos azuis ou verdes.

Em alguns lugares ele também é retratado como um duende, de orelhas grandes e pontudas, já outros descrevem ele sem cabelo e carregando um machado.

Mas segundo o folclore brasileiro, ele também pode transformar sua aparência através de feitiço, além de imitar a voz humana para atrair os caçadores, fazendo com que eles se confundam e se percam.

Como surgiu a sua lenda?

O Curupira também é chamado de senhor das árvores, porque ele protege os animais e a floresta, e entre os mitos indígenas o do Curupira é sem dúvida o mais antigo, pois já era contado pela população indígena que habitava o Brasil no período pré-colombiano.

Sua história começou com os Nauas, que os contou aos Caraíbas e depois aos Tupis e Guaranis. Em 1560, o Padre José de Anchieta já escrevia sobre a lenda do Curupira, descrevendo a criatura como “o demônio que acomete os índios”.

O tempo e os locais mudaram a forma como as pessoas viam o Curupira, e por isso hoje existem tantas versões de sua história, fazendo com que ele ganhasse novos rostos e poderes.

Curupira: bom ou mau?

O Curupira é uma criatura de personalidade muito complexa. Muitas vezes ele aparece como um justiceiro, defendendo a natureza dos caçadores e seringueiros, e agindo de forma impiedosa com quem maltrata sua casa.

Ele era muito temido tanto pelos índios quanto pelos navegantes, que o consideravam extremamente perigoso, e por isso sempre ofereciam fumo e cachaça para tentar agradá-lo.

O motivo de tanto medo é porque ele não só faz as pessoas se perderem na floresta, mas também pode torturar e matar a quem o desrespeitar.

A lenda também conta que o Curupira rouba crianças, levando-as para a floresta para brincar com ele. Ele enfeitiça essas crianças, que fogem com ele e só retornam depois de sete anos, quando começam a se tornar adultos e não são mais interessantes para a criatura.

Apesar do medo e fascínio que ele desperta, a história do Curupira pode ser resumida como um mito da proteção da natureza. Esse ser, representado por um menino, é uma força sobrenatural que defende as plantas e os animais da caça, da pesca e da extração de recursos feita pelos homens, e por isso foi tão importante na época dos descobrimentos quanto ainda é hoje, sendo uma marca inesquecível na cultura brasileira, e especialmente útil para a conscientização ambiental em crianças e adultos.

Como toda figura do imaginário, também o Curupira não possui uma origem completamente exata, sabe-se que já no século XVI, o garoto de cabelos vermelhos e pés para trás, já era conhecido como protetor das matas contra todos aqueles que pretendiam depredar fauna e flora.

Originalmente, a palavra Curupira vem da língua Tupi e significa Diabo. Entre os indígenas o Diabo, ainda não possuía a conotação cristã, portanto, a palavra diabo significava um ente fantástico, um espírito arredio que nesse caso, protegia as matas.

Na civilização grega, os demônios são seres divinos ou semelhantes aos deuses devido a um determinado poder. Posteriormente, a palavra passou a designar os espíritos inferiores e, por fim, os espíritos maus. Na demonologia cristã, os demônios são anjos que traíram a própria natureza, mas que não são maus nem na origem e nem na sua natureza, pois se fossem naturalmente maus não teriam nascido do Bem e nem teriam se separado dos anjos bons, de modo que se houve uma separação é por que sua origem é boa.

O Curupira de pele escura, dentes verdes, corpo coberto por pelos é um gênio da floresta que além de despistar a todos devido aos seus pés estarem às avessas, ainda produz silvos e sons que desnorteiam seus inimigos.

Os ruídos misteriosos que vem da mata são por ele produzidos e se um caçador malvado encontrá-lo no caminho e se apenas o encontro não o matar, acabará enlouquecido devido a tanta traquinagem de Curupira.

Quando imita gritos humanos, acaba fazendo com que as pessoas se percam na floresta. Os seringueiros e os caçadores que só caçam para comer são por ele tolerados, mesmo assim, esses caçadores e trabalhadores costumam ofertar pinga e fumo ao Curupira para que este não os incomode com suas travessuras.

O belo protetor das plantas e dos animais, quando percebe uma pessoa predadora usa de suas artimanhas para iludir tais como gritos, assobios, gemidos e devido a sua incrível rapidez, tal qual o vento, ele se esconde e é capaz de se fazer acreditar que esteja aqui e ali ao mesmo tempo.

Às vezes, o caçador é levado a pensar que Curupira é um animal ou uma ave, só que ao ir atrás dele acaba irremediavelmente perdido na floresta.

Ao se aproximar uma tempestade, velozmente, Curupira vai alcançando cada uma das árvores para verificar se estas estão firmes ou se correm o risco de queda, dessa maneira busca proteger os animais para que esses não fiquem próximos do que poderia ser sua tragédia.

Não gosta de ser visto pelas pessoas, mas todos sabem que ele adora descansar sob os mangueirais, de modo que se você tiver a curiosidade em conhecê-lo e não tiver má intenção para com as plantas e animais selvagens, bem à tardinha, naquela horinha da preguiça gostosa, basta se colocar bem quietinho e escondido para avistá-lo ali.

Se for criança deverá tomar cuidado, pois Curupira leva para si as crianças e após sete anos de ensinamentos, as devolve para seus legítimos pais que se encantam com o respeito e sabedoria com que agora lidam com a natureza.

Os índios costumam contar uma interessante história que ilustra o comportamento de Curupira, sua honestidade e coerência diante de suas convicções; sua inocência, o que é diferente de ingenuidade, esta é um descuido em relação à voz dos instintos, enquanto que aquela é a leveza de não ser culpado e de nem se quer buscar a culpa nos outros contra a "esperteza", aquele desejo de poder que busca tirar vantagem e que é o adubo de toda corrupção. Esta é a história:

Estava o Curupira andando pela floresta, quando encontrou um índio caçador que dormia profundamente. Como estava com muita fome, cismou em comer o coração do homem. Assim, fez com que ele acordasse.

O caçador levou um susto, mas como ele era muito controlado, fingiu que não estava com medo. O Curupira disse-lhe:

- Quero um pedaço de seu coração!

O Caçador, que era muito esperto, lembrando-se que havia atirado num macaco, entregou ao Curupira um pedaço do coração do macaco. O Curupira provou, gostou e quis comer tudo.

- Quero mais! Quero o resto! - pediu ele. O Caçador entregou-lhe o que havia sobrado, mas, em troca, exigiu um pedaço do coração do Curupira.

- Fiz sua vontade, não fiz? Agora você deve dar-me em pagamento um pedaço de seu coração, disse ele.

O Curupira não era muito esperto e acreditou que o Caçador havia arrancado o próprio coração, sem ter sofrido nenhuma dor e sem haver morrido.

- Está certo, respondeu o Curupira, empreste-me sua faca.

O Caçador entregou-lhe a faca e afastou-se o mais que pôde, temendo levar uma facada.

O Curupira, porém, estava sendo sincero. Enterrou a faca no próprio peito e tombou, sem vida.

O Caçador não esperou mais, disparou pela floresta com tal velocidade que deixaria para trás os bichos mais velozes...

Quando chegou à aldeia, estava com a língua de fora e prometeu a si mesmo não voltar nunca mais à floresta. Pensou: "Desta escapei. Noutra é que não caio"

Durante um ano, o índio não quis saber de entrar na mata. Quando lhe perguntavam por que não saía mais da aldeia, ele se desculpava, dizendo estar doente.

O Caçador tinha uma filha que era muito vaidosa. Como haveria uma festa dentro de poucos dias, ela pediu ao pai um colar diferente de todos os que ela já tinha visto.

O índio, pai dedicado, começou a pensar num modo de satisfazer o desejo da filha. Lembrou-se, então, dos dentes verdes do Curupira. Daria um bonito colar, sem dúvida.

Partiu para a floresta e procurou o lugar onde o gênio havia morrido. Depois de algumas voltas, deu com o esqueleto meio encoberto pelo mato. Os dentes verdes brilhavam ao sol, parecendo esmeraldas.

Conseguindo vencer o receio, apanhou o crânio do Curupira e começou a bater com ele no tronco de uma árvore, para que se despedaçasse e soltasse os dentes.

Imagine a sua surpresa quando, de repente, viu o Curupira voltar à vida! Ali estava ele, exatamente como antes, parecendo que nada havia acontecido!

Por sorte, o Curupira acreditou que o Caçador o ressuscitara de propósito e ficou todo contente:

- Muito obrigado! Você devolveu-me a vida e não sei como lhe agradecer!

O índio percebeu que estava salvo e respondeu que o Curupira não tinha nada que agradecer, mas ele insistia em demonstrar sua gratidão. Pensou um pouco e disse:

- Tome este arco e esta flecha. São mágicos. Basta que você olhe para a ave ou animal que deseja caçar e atire. A flecha não errará o alvo. Nunca mais lhe faltará caça. Mas, agora, ouça bem: jamais aponte para uma ave ou animal que esteja em bando, pois você seria atacado e despedaçado pelos companheiros dele. Entendeu?

O índio disse que sim e desde aquele momento não mais lhe faltou caça. Era só atirar a flecha e zás! O bicho caía. Tornou-se o maior caçador de sua tribo. Por onde passava, era olhado com respeito e admiração.

Um dia, ele estava caçando com outros companheiros que não tinham mais palavras para elogiá-lo. O índio sentiu-se tão importante que, ao ver um bando de pássaros que se aproximava, esqueceu-se da recomendação do Curupira e atirou...

Matou somente um pássaro e, como o Curupira avisara, foi atacado pelo bando enlouquecido pela perda do companheiro.

De seus amigos, não ficou um: dispararam pela floresta, deixando-o entregue à própria sorte.

O pobre índio foi estraçalhado pelos pássaros. A cabeça estava num lugar, um braço no outro, uma perna aqui, outra longe... O Curupira ficou com pena dele. Arranjou cera e acendeu um fogo para derretê-la. Depois recolheu os pedaços do Caçador e colou-os com a cera. O índio voltou à vida e levantou-se:

- Muito obrigado! Não sei como lhe agradecer!

- Não tem o que agradecer, respondeu o Curupira, mas preste atenção. Esta foi a primeira e ú1tima vez que pude salvá-lo! Não beba, nem coma nada que esteja quente! Se o fizer, a cera se derreterá e você também!

Durante muito tempo, o índio levou uma vida normal. Ninguém sabia do acontecido. Um dia, porém, sua mulher lhe serviu uma comida quente e apetitosa, tão apetitosa que o índio nem se lembrou que a cera poderia derreter-se. Engoliu a comida e pronto! Não só a cera se derreteu, mas também o próprio índio. (1)

Essa história guarda em si mesma, vários aspectos de Curupira que se aproximam dos deuses da vegetação, como por exemplo, Dioniso que também fora desmembrado e depois juntado, significando que é uma entidade consagrada e iniciada nos mistérios.

Por outro lado, Curupira tem o mesmo poder para com os homens, desmembrar e juntar, devolvendo-lhes a energia vital. É um deus da vegetação com o poder da caça e do rejuvenescimento.

Curupira possui os pés para trás e os calcanhares para frente, de modo que suas pegadas ficam na direção oposta da qual realmente veio.

Enquanto as pernas criam os laços sociais por que são elas que nos levam aqui e ali, os pés simbolizam o senhor e a chave dos laços sociais por que eles estão diretamente ligados ao chão, ao princípio de realidade e de concretude.

Os pés para trás representa uma habilidade maliciosa em se esquivar para em seguida, fazer sucumbir o inimigo das matas.

Curupira possui dentes verdes, como se fossem esmeraldas.

Os dentes simbolizam a energia vital, uma força agressiva de defesa que abre caminho, bem como representam a assimilação do alimento, ou, do conhecimento que nutre.

O verde situado entre o amarelo e o azul é o mediador entre o calor e o frio, entre o alto e o baixo. Significa a força nutridora da natureza, sua capacidade de regeneração e de sua refrescância.

A pedra de esmeralda é símbolo de fertilidade e de poder regenerador para muitos povos indígenas. Para os alquimistas era a pedra de Hermes ou Mercúrio. Hermes que também usou o artifício de fazer pegadas as avessas para escapar de represálias e para enganar.

Na tradição hermética se afirma que durante a queda de Lúcifer, uma esmeralda tombara de sua fronte. Assim, a esmeralda ressalta a simbologia de ser essa pedra a representante do pensamento que ilumina ao mesmo tempo em que está impregnado dos mistérios e dos sentidos.

Ela também é a pedra do Papa na religião cristã, assim como, anteriormente, representava a religião do paganismo como símbolo de primavera, vida manifestada e evolução de pujança verde da força natural. Onde expressava a periódica renovação da natureza e das forças ctônicas da terra, daí também ser referida como originária do inferno, embora hoje seja uma das representações do poder papal.

Esse fato, a princípio tão incongruente, se explica devido ao sincretismo que se fez entre as religiões. Esse mesmo sincretismo explica também que ora se diz que Curupira é um deus e ora se diz que Curupira é um demônio. Pois, no paganismo o demônio era um ente chamado de deus por possuir poder semelhante a um deus. Já na religião cristã, ocorreu uma separação entre bem e mau, dessa dicotomia, o demônio passou a representar a carne, os sentidos, o feminino e, portanto, o pecado.

Sendo os dentes de Curupira verdes feito esmeraldas, temos aí uma clara simbologia de que esse ente das matas é um demônio ou um deus de grande poder sobre a própria vida. Em Curupira ocorre a assimilação e a defesa do conhecimento racional e dos sentidos quanto ao conjunto da natureza. Curupira é o nosso deus ecológico de evidente influência pagã.

O fantástico Curupira possui cabelos vermelhos. O desencadear da vida parte do sangue, do útero, das paixões, ou simplesmente, do vermelho e desabrocha no verde.

O vermelho é considerado como símbolo fundamental do princípio de vida. É a cor da força, do poder e do brilho do fogo e do sangue.

Já a simbologia dos cabelos significa como que a síntese da personalidade de um indivíduo, daí o costume de se guardar mechas de cabelos para resguardar a pessoa de um mau destino. Os cabelos também representam a força e a virilidade como se vê no mito de Sansão.

O fato de Curupira ter os cabelos vermelhos significa que ele concentra em si mesmo o poder e a virilidade das matas e dos animais selvagens, bem como sua força de vida e restauração.

Assim é que o nosso Curupira representa o conjunto de conhecimento, de adaptabilidade e do grande poder de regeneração e de criação da natureza.

Curupira é uma figura do folclore brasileiro. Ele é uma entidade das matas, um moleque de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás.

"Curupira" e "currupira" procedem do tupi kuru'pir, que significa "o coberto de pústulas". Segundo o folclorista ítalo-brasileiro Ermanno Stradelli, procedem de curu, contração de corumi, "menino", e pira, "corpo", significando, então, "corpo de menino". Já segundo Eduardo Navarro, especialista em tupi antigo, o termo se origina da contração entre kuruba, "sarna" ou "verruga", e pira, "pele", significando, portanto, "pele de sarna" ou "pele de verrugas".

História

Um dos mais populares e espantosos entes fantásticos das matas brasileiras, o curupira é um anão de cabeleira ruiva, pés ao inverso, calcanhares para a frente. A mais antiga menção de seu nome é de José de Anchieta, em São Vicente, em 30 de maio de 1560:

"É coisa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios, chamam Curupira, que acontece aos índios muitas vezes no mato, dão-lhe açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhos disso os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos por eles. Por isso, costumam os índios deixar em certo caminho, que por ásperas brenhas vai ter ao interior das terras, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras coisas semelhantes, como uma espécie de oferenda, rogando fervorosamente aos Curupiras que não lhes façam mal."

Nenhum outro fantasma brasileiro colonial determinou oferenda propiciatória.

Demônio da floresta, explicador dos rumores misteriosos, do desaparecimento de caçadores, do esquecimento de caminhos, de pavores súbitos, inexplicáveis, foi lentamente o Curupira recebendo atributos e formas físicas que pertenciam a outros entes ameaçadores e perdidos na antiguidade clássica. Sempre com os pés voltados para trás e de prodigiosa força física, engana caçadores e viajantes, fazendo-os perder o rumo certo, transviando-os dentro da floresta, com assobios e sinais falsos.

Do Maranhão para o sul até o Espírito Santo, seu apelido constante é Caipora. Eduardo Galvão informa: "Curupira é um gênio da floresta. Na cidade ou nas capoeiras de sua vizinhança imediata não existem currupiras. Habitam mais para longe, muito dentro da mata. A gente da cidade acredita em sua existência, mas ela não é motivo de preocupação porque os currupiras não gostam de locais muito habitados."

"Gostam imensamente de fumo e de pinga. Seringueiros e roceiros deixam esses presentes nas trilhas que atravessam, de modo a agradá-los ou pelo menos distraí-los. Na mata, os gritos longos e estridentes dos Currupiras são muitas vezes ouvidos pelo caboclo. Também imitam a voz humana, num grito de chamada, para atrair vítimas. O inocente que ouve os gritos e não se apercebe que é um Currupira e dele se aproxima perde inteiramente a noção de rumo."

O estado de São Paulo, pela lei de 11 de setembro de 1970, assinada pelo governador Roberto Costa de Abreu Sodré, "institui o Curupira como símbolo estadual do guardião das florestas e dos animais que nela vivem." No município de Olímpia, nesse estado, por mais trinta anos consecutivos, não são assinados quaisquer documentos oficiais durante a semana em que ocorre o Festival de Folclore, no mês de agosto, período em que a autoridade municipal é representada pelo Curupira, que exerce seu poder protegendo a população local e os visitantes que ali comparecem, pássaros, matas, etc. No Horto Florestal da capital paulista há um monumento ao Curupira, inaugurado no Dia da Árvore, 21 de setembro.

No folclore brasileiro, o Curupira é um personagem descrito como um anão forte e ágil de cabelos ruivos que possui os pés virados para trás.

Assim, ao caminhar, o curupira consegue enganar alguém que pretenda segui-lo olhando para suas pegadas. O perseguidor pensará sempre que ele foi na direção contrária.

A lenda afirma que o Curupira vive na mata fazendo travessuras, sendo considerado o protetor das florestas.

A história do Curupira no folclore brasileiro

O Curupira, conhecido como “demônio da floresta”, assobia e utiliza falsos sinais.

Ele reúne muitas histórias que envolvem mistérios inexplicáveis, por exemplo, o desaparecimento de caçadores, bem como o esquecimento dos caminhos.

Dizem que com seus pés virados para trás, o Curupira engana e confunde as pessoas que danificam seu habitat, por exemplo, os caçadores, madeireiros, lenhadores, etc.

curupira

Esse personagem folclórico, que adora fumar e beber pinga, não gosta de locais muito habitados e, por esse motivo, prefere viver nas florestas.

Uma outra característica e, talvez o ponto fraco do Curupira, é a sua curiosidade. Assim, a lenda adverte que para escapar de suas armadilhas, a pessoa deve fazer um novelo com cipó e esconder bem a ponta.

Muito curioso, ele fica entretido com o novelo e a pessoa consegue fugir. Até os dias atuais, para que não sejam incomodados pelo Curupira, muitos caçadores e lenhadores costumam oferecer-lhe pinga e fumo quando chegam à floresta.

Qual a origem da lenda do Curupira?

Há controvérsias sobre a data de criação da lenda do Curupira. Contudo, o padre jesuíta espanhol José de Anchieta (1534-1597) escreveu sobre o personagem no XVI, denominando-o como “demônio que acometem os índios”.

Para os índios e os bandeirantes, o Curupira era considerado uma criatura perigosa, demoníaca, maliciosa, muito temida.

Isso porque esse personagem esteve associado a muitos casos de violência, abusos sexuais, rapto de crianças e horror psicológico.

Capaz de enfeitiçar as crianças, o Curupira as raptava e somente depois de sete anos elas eram devolvidas aos pais. Por isso, ele ficou conhecido como o mau espírito, disposto a assombrar as noites dos índios e dos bandeirantes.

Curiosidades sobre o Curupira

Do tupi guarani, o termo Curupira (kuru'pir) significa “corpo de menino”.

O Dia do Curupira é comemorado 17 de julho.

Em São Paulo, no Horto Florestal, há um monumento ao Curupira, inaugurado no Dia da Árvore (21 de setembro).

A lenda do Curupira pode variar de região para região. Há lugares em que ele é representado por um duende, com orelhas grandes e pontudas. Em outros, ele não possui cabelo e aparece carregando um machado.

O Curupira é muitas vezes confundido com outro personagem do folclore brasileiro: a Caipora. Os dois personagens gostam muito de fumar e de beber, são muito ágeis e, sobretudo, zeladores das florestas.

Correspondências:

É deus: da fauna, da flora, da ilusão;

Oferendas: Fumo, cachaça, frutas, novelo de corda com a ponta escondida;

Cores: vermelho, marrom, verde, azul;

Invocar quando: precisar caminhar com segurança em florestas, para ajudar na caça, a proteger os animais;

Fontes: https://www.bonde.com.br/colunistas/mitos-e-sonhos/o-curupira-mito-brasileiro-95113.html

https://www.hipercultura.com/lenda-do-curupira/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Curupira

Que sejam prósperos.

Raffi Souza


17 abril 2020

Erva sagrada: Manjericão!


Erva sagrada: Manjericão!



Lembre-se antes de consumir qualquer erva como remédio fitoterápico procure o auxílio de um médico, pois algumas ervas podem causa reações alérgicas, sempre consulte seu médico!
Muitas pessoas utilizam o manjericão para fazer pratos requintados e até mesmo drinks, justamente porque ele tem um aroma e sabor singular. Além da culinária, o manjericão é utilizado por várias culturas e religiões, porém, algumas pessoas nem imaginam as propriedades que essa plantinha possui! O manjericão é extremamente benéfico para nossa saúde. Para você ter uma ideia, ele é utilizado na medicina alternativa para ajudar a curar diversas doenças. Continue lendo para descobrir muito mais sobre essa erva aromática!
Características e curiosidades do manjericão
Essa fantástica planta pode chegar a medir até 50 cm e apresentar flores brancas ou quase roxas na sua parte superior. Ela possui folhas rugosas e ovaladas, e seu caule é reto. Você sabia que o manjericão também tem outros nomes? Alfavaca, Erva-real, Basilicão, Basílico, Alfavaca-doce, Manjericão-branco são alguns deles.
Os benefícios do manjericão
Diversas vitaminas compõem o manjericão, como A, B, C, E e K. Além disso, ele é uma ótima fonte de minerais, como cálcio, zinco, manganês, ferro e etc. Para os mais estressadinhos, essa planta pode ser um ótimo auxiliar, já que tem propriedades calmantes.
Seus benefícios para o corpo são inúmeros: o consumo do manjericão combate cansaço, depressão, enxaqueca e insônia; é eficaz também na cura de laringite e faringite; ajuda a diminuir a febre; combate a acne; ativa o sistema imunológico; desinflama aftas; possui propriedades analgésicas, antissépticas e cicatrizantes; entre outros.
O manjericão também é benéfico para o coração, já que contém magnésio – o que auxilia a melhorar o fluxo sanguíneo. Ele também é extremamente rico em antioxidantes que evitam o crescimento de células cancerígenas.
Saiba como utilizar o manjericão
Além do uso culinário, é possível usar essa planta de outras maneiras, como em xaropes, cremes, tinturas, pomadas e loções. Combina bem com saladas, carnes, sopas, massas, molhos, comida vegana e vegetariana. Além disso, é possível fazer drinks, chás e sucos detox. Você já tentou misturar manjericão com azeite ou alho para temperar os alimentos? Fica irresistível!
Como cultivar manjericão em casa
Para plantar manjericão não precisa ter muito espaço e nem uma horta grande: essa planta cresce bastante em qualquer vasinho com solo naturalmente fertilizado, basta deixá-la exposta ao sol. É uma ótima planta para cultivar no verão. Uma dica importante para fazer com que ela cresça e se mantenha saudável é sempre cortar as flores.
​O manjericão é uma planta medicinal e aromática também conhecida como Manjericão-de-folha-larga, Alfavaca, Basilicão, Anfádega e Erva-rea, muito utilizada para fazer remédios caseiros para aftas, tosse e dor de garganta.
O seu nome científico é Ocimum basilicum e pode ser comprada em lojas de produtos naturais, feiras livres e em alguns mercados. O manjericão é um arbusto que pode chegar a 60 cm à 1 metro de altura com inúmeras folhas largas e muito aromáticas, que são amplamente usadas na cozinha italiana. A planta possui pequenas flores que podem ser lilás, brancas ou vermelhas.
Para que serve o manjericão
O manjericão serve para:
Ajudar no tratamento de tosse, catarro;
Feridas;
Problemas de estômago;
Falta de apetite;
Gases;
Aftas;
Dor de garganta;
Rouquidão;
Amigdalite;
Náusea;
Verruga;
Prisão de ventre;
Cólica;
Ansiedade;
Insônia;
Enxaqueca e
Picadas de insetos.
As propriedades do manjericão incluem sua ação antiespasmódica, digestiva, vermífuga, antibacteriana, fungicida, inseticida, adstringente, cicatrizante, febrífugo, estimulante, anti-emético, anti-tussígeno e anti-inflamatória.
Como consumir
As partes usadas do manjericão são suas folhas e caules, para tempero de omeletes, ensopados de carnes, peixes, frangos, saladas, sopas, recheios, como ingrediente principal em molho típico italiano, bem como em doces e licores.  O manjericão combina perfeitamente com pratos que levam tomate, azeite, limão, carnes vermelhas,  massas e queijos.
Chá de manjericão:
Adicionar 10 folhas de manjericão em 1 xícara de água fervente. Deixar repousar por 5 minutos, esperar amornar, coar e beber a seguir.
Efeitos colaterais e contraindicações
Os efeitos colaterais do manjericão incluem reações alérgicas, e ele está contraindicado em altas doses durante a gravidez, em crianças com menos de 12 anos e em mulheres em fase de lactação.
Como plantar manjericão
O manjericão gosta de sol pleno, e prefere o solo fértil, bem drenado e que não acumula água, mas precisa de rega regular. Ele pode ser plantado em vasos de plantas ou terrenos bem adubados e não gosta de frio e geadas, nem calor excessivo, embora goste de sol. Ele não resiste à muita colheitas, com necessidade de replantio frequente.
Tem gente que chama de alfavaca, tem quem conheça por manjericão ou basílico. É a mesma erva aromática, boa de cozinha e de cura.
Na verdade, a espécie Ocimum basilicum tem 64 variedades, a sua maioria oriundas da região mediterrânica pois, nativas de regiões tropicais e subtropicais (se supõe que seja originário da Índia).
O manjericão miúdo é usado em vasos, na Grécia e Portugal, para presentear os amores, em festas populares.
Com o manjericão de folha larga (mais conhecido como alfavaca) se fazem aquelas trouxinhas recheadas. Também existe o manjericão roxo, super cheiroso e muito usado como ornamental mas, que vai muito bem na comida.
Manjericão, uma planta poderosa!
Antigamente a água de manjericão era usada como perfume (algumas variedades são mais odoríferas que outras) e, até os dias de hoje o manjericão é usado em banhos de cheiro, para relaxar e curar o corpo e a alma. Dizem que “uma folhinha de manjericão, ao dia, na comida, te livra da visita do médico” – não se sabe se isso é verdade mas, de qualquer forma, essa erva é uma delícia.
De tempos imemoriais que o manjericão é usado em rituais espirituais pois se diz que seu aroma “abre a porta do espírito e nos conecta com o alto”.
É muito usado em todas as giras da umbanda brasileira, onde sempre se tem um ramo de manjericão para benzimentos e descargas.
Simbolicamente, o manjericão é um apaziguador do espírito atuando na dissolução de energias pesadas, nas raivas, nos descontroles emocionais e na “abertura do véu”.
Propriedades do manjericão
O manjericão é rico em vitaminas, minerais, flavonóides e antioxidantes, útil para proteger o corpo do envelhecimento e para combater os efeitos dos radicais livres. É uma erva com vigorosas propriedades anti-inflamatórias e anti-bacterianas, analgésica, antitérmica, antiséptica, digestiva, emenagoga, expectorante e sedativa.
Além disso, manjericão promove a digestão e o correto funcionamento do estômago.
O conselho privilegiar o seu consumo cru, como complemento de saladas e molhos, como tempero que você joga ao final dos pratos, por cima, para que não perca seu valor nutricional e curativo. Também é considerado um tônico para o sistema nervoso e para a mente, em particular em caso de estresse, fadiga e cansaço.
Indicações de uso do manjericão na medicina popular
Infecções da pele e vias respiratórias, rachaduras nos mamilos, bronquite, cólicas, febres, flatulência, insônia, problemas digestivos, reumatismo. Em problemas cardíacos e venosos também teu boa aplicação tanto como chá como compressa (nas varizes se coloca um macerado de folhas de manjericão).
Mas não só nestes casos que o manjericão é indicado.
Dê uma lida também nesses nossos artigos abaixo que indicam ervas com ação comprovadamente anticâncer e outras que devem ser usadas para uma boa e tranquila gravidez:
Óleo essencial de manjericão
Este óleo é muito útil em casos de estresse físico e emocional. Na aromaterapiaele é usado em casos de insônia, dores de estômago e indigestão.
Para acalmar a tosse e resfriado são indicadas vaporizações com óleo essencial de manjericão em água ou soro fisiológico e, diluído em uma base de óleo vegeta, é excelente para massagem de músculos engarrotados.
O que é que o manjericão tem?
De acordo com as tabelas do Centro de Pesquisa de Alimentação e Nutrição, da Itália, que é um país que consome manjericão à toda hora, temos que:
100 gramas de manjericão contêm 26 mg de vitamina C,
300 mg de potássio,
250 mg de cálcio,
37 mg de fósforo
39 calorias,
boa fonte de vitaminas A, E, B3, B6,
magnésio
zinco
e uma pequena parte de proteína
Usos culinários do manjericão
O mais famoso uso culinário do manjericão é o molho pesto que, com azeite de oliva e nozes compõe o molho mais versátil para massas, pizza, passar no pão, ou comer da forma que você mais gostar.
Outro uso muito difundido é – manjericão com tomate. Em molho, ou salada, o manjericão dá um “gostinho especial” que não pode faltar. Mas, também com batatas cozidas, berinjela ao forno ou, enfim, etc, etc.
Plantar manjericão em casa é fácil
O manjericão pode ser plantado a partir de sementes se você já tem experiência com o cuidado do jardim. É mais fácil semear e ter bons resultados no início da primavera. Mas, o mais fácil mesmo é você comprar algumas mudas bem formadas e transplantá-las diretamente para seus vasos na varanda ou para os canteiros no jardim.
Manjericão gosta de sol, de água (mas não suporta encharcamento da terra) e de ventilação (mas não de correntes de vento constantes). No verão, ou quando o calor está acima dos 25ºC, você deverá regar o seu manjericão de manhã, antes do sol, e à noite.
E você também pode reproduzir o manjericão a partir de estacas que são galhos mais grossos, com 3 a 4 entre nós, sem as folhas (para que a planta direcione sua força para o enraizamento), que você deixará um dias em um copo de água, na sombra, até aparecerem as primeiras raízes. Assim, de uma boa muda de manjericão que você compre, no ano seguinte poderá tirar 2 ou 3 estacas e constituir outras plantas.
Você também terá o benefício, se cultivar manjericão, da sua ação repelente de insetos: 18 PLANTAS QUE VÃO TE AJUDAR A REPELIR OS INSETOS DA CASA E PRAGAS DO JARDIM e poderá juntar as folhas de manjericão naquele repelente caseiro que te ensinamos a fazer.
Bom, com manjericão no jardim, se sentir está ficando doente tome um bom banho de ervas e inclua manjericão na sua escolha. Desde já adiantamos que o manjericão é uma erva universal, pode ser usada por todos, até crianças, e também pode-se lavar a cabeça com ele, sem medo de ser feliz.

Uso magico do manjericão:
O Manjericão é bom para a saúde, indispensável para muitos pratos, e também usado em rituais mágicos.
Manjericão na magia: segredos e dicas
As principais propriedades mágicas do manjericão
MANJERICÃO é a melhor planta para fortalecer os laços familiares e melhorar as relações entre os cônjuges. Ele ajuda a restaurar a antiga paixão e criar uma nova.
O manjericão representa, antes de tudo, limpeza, proteção, exorcismo, atração de amor, boa sorte e bem-estar financeiro.
A planta inspira alegria no coração, dá força ao espírito e cura doenças. Ela aumenta também as habilidades extra-sensoriais e da clarividência.
Mantém um ambiente familiar tranquilo, bloqueia discussões e conflitos.
Protege a casa de hóspedes hostis.
Aumenta o poder sexual.
Cura a frigidez.
OS PODERES MÁGICOS DO MANJERICÃO
Quase ninguém sabe, mas o manjericão é utilizado há séculos para muitos fins medicinais, religiosos, místicos e culinários. É uma planta que, segundo a história, contem uma espécie de essência divina. Os indianos, por exemplo, juram em tribunal sobre um raminho de manjericão. Há ainda quem refira que durante a ressurreição de Jesus Cristo, crescia dessa planta ao redor do túmulo.
São muitos os benefícios do manjericão. Veja abaixo algumas das características dessa planta mágica.
PODERES OCULTOS DO MANJERICÃO
Há quem utilize o manjericão para trazer riqueza. Em alguns estabelecimentos comerciais, ajuda a trazer mais clientes. Pode ser também ideal andar com a planta no bolso ou na carteira.
Se oferecido, como um presente, para uma pessoa que está mudando de casa, pode indicar sorte, assim como traz harmonia e integração para a família. O manjericão também transforma a energia agressiva e negativa em vontade de perseguir uma meta e os seus ideais.
É também uma boa fonte de energia, quando utilizado na alimentação. Deve ser colocar no topo da comida, sempre por último e de forma delicada, de forma a garantir o seu poder energético.
Há séculos que o manjericão é conhecido e utilizado por diversas culturas, para diversos fins, sejam místicos, religiosos, medicinais ou culinários.
É reverenciado como uma planta imbuída de essência divina e, por este motivo, os indianos costumam jurar sobre um raminho desta planta em seus depoimentos nos tribunais de justiça.
Consta que crescia manjericão ao redor do túmulo de Jesus Cristo, após sua Ressurreição, e por isto nas Igrejas Ortodoxas Gregas benze-se a água com suas folhas e muitos vasos da planta ornamentam os altares.
A mágica que faz o chocolate deixar-nos mais felizes:
Como proteger sua energia e os benefícios das sete ervas nos ambientes:
Encontre a cura com a aromaterapia!
Poderes Ocultos e Mágicos do Manjericão.
1) Traz riqueza para aqueles que o carregam em seus bolsos e é utilizado em estabelecimentos comerciais (na soleira da porta ou perto do caixa) para trazer fregueses.
2) O manjericão dado como presente traz boa sorte para uma casa nova.
3) Age como pacificador e integrador na família, daí ser chamado de erva da harmonia.
4) Transmuta a energia agressiva, transformando-a em vontade e força para brigar por coisas mais importantes como metas e ideais. Ajuda a brigar pela vida e pelas coisas que nós queremos.
5) É ótimo para os desorganizados e indisciplinados. Ajuda-nos também a ver o brilho e o perfume da vida.
6) Na alimentação, atua como energizante. Por ser muito delicado, deve ser usado na cozinha delicadamente. Coloque-o sempre por último nos alimentos cozidos para que ele não perca os princípios energéticos.
7) É excelente para dar banho em crianças agressivas e que dormem mal.
8) O escalda-pés com manjericão é ótimo para quem está agressivo, com raiva e pronto para explodir. Tira a raiva na hora.
9) O chá de manjericão ajuda pessoas muito contidas a liberarem o amor.
10) Pode também ser colocado em vasos para evitar a entrada de energias negativas dentro de casa.
11) As compressas de manjericão (uma pasta pilada com as folhas) ajuda as mães que ficam com os seios doloridas ou com rachaduras depois da amamentação.
12) Os gargarejos com manjericão são ótimos para dor de garganta, aftas ou mau hálito.
13) Excelente para casos de confusão mental. Pode ser usado ainda como tintura ou vinagre, queimado no aromatizador ou aspergido. Galhos nos vasos funcionam bem.
14) Utilize em banhos de limpeza, saúde, cura e fertilidade.
15) É muito útil para cessar violência, abençoar e acalmar.
16) Protege contra todas as formas do mal e atrai boa sorte.
17) Cultivar manjericão, em um vaso ou em uma horta, traz paz e felicidade para a casa.
18) Esmague uma folha e inale o cheiro: ajuda a clarear a mente e o caminho correto irá se revelar.
19) Para proteção, coma o manjericão nos pratos que preparar com a devida visualização.
20) Outras tradições mágicas associadas à planta são para garantir a fidelidade dos casais, evitar discussões e atrair dinheiro.

Que sejam prósperos.
Raffi Souza.

18 março 2020

O cervo protetor amazônico: Anhangá!


O cervo protetor amazônico: Anhangá!

Ahiag̃ (Anhangá), na mitologia dos povos tupis e Mawé, Ahiag̃ são retratados como uns dos vários demônios seguidores de Yurupari (Jurupari).
Essas criaturas são conhecidas e temidas por se transformar em diversas formas para enganar as pessoas, sequestrá-las, matá-las e comê-las. Eles são capazes ainda de amaldiçoar pessoas e até mesmo de possuí-las.
Ahiag̃ não sabem nadar. Demônios não têm coragem de entrar na água por medo do espírito protetor das águas (Sukuyu'wera), seu inimigo.
Origem do nome
"Anhangá" vem do termo tupi añánga, "espírito".
Protetor dos animais
Segundo alguns mitos, era o protetor da caça nas florestas, protegendo os animais contra os caçadores. Quando a caça conseguia fugir, os índios diziam que Anhangá as havia protegido e ajudado a escapar.
Versão cristã do mito
Os jesuítas catequizadores dos índios utilizaram o vocábulo Anhangá para se referir ao demônio cristão. Isto por conta de Anhangá (que quer dizer "alma velha") ser semelhante ao termo "Anhanguera", que quer dizer "diabo velho". Entrementes, na mitologia indígena, o ser que mais se assemelha ao diabo cristão é Jurupari, o espírito maligno.
Veado com olhos de fogo, que além de enganar os caçadores, desviando o tiro de suas armas rumo às pessoas queridas, traz febre e loucura em que o vê;
Anhangá
O vale do Anhangabaú é envolto em mistérios, em seu subsolo passa o rio Anhangabaú que em tupi-guarani significa mau espírito, ou seja, rio do mal espírito, ou onde mal espírito bebe água.
Ele nasce no atual bairro do Paraíso, no subsolo de onde hoje fica a Avenida 23 de Maio, segue pela própria Avenida 23 de Maio, Vale do Anhangabaú até desaguar no rio Tamanduateí na Avenida do Estado.
Anhangá
Na época da colonização de São Paulo, indígenas tinham medo de cruzar o rio, diziam que sofreriam ataques do Anhangá, uma criatura maligna da mata.
O Anhangá se apresenta sob a forma de vários animais, entre eles galinha do mato, morcego, macaco, rato, humano, mas principalmente como um veado branco com olhos de fogo e uma cruz na testa entre os olhos. Quando tem contato com algum humano, traz para quem o viu a desgraça e os lugares frequentados por ele são ditos mal-assombrados. Ele protege os pequenos animais e plantas dos seres humanos, ou seja, não deixavam nem os índios caçarem para subsistência.
Na atualidade o vale do Anhangabaú abriga em sua volta centenas de prédios altos e alguns centenários, dentre esses são tidos como mal-assombrados o prédio dos correios, o teatro municipal, o edifício Martinelli, Edifício Joelma o Edifício Andraus e a câmara dos vereadores de São Paulo. Os 4 últimos são palcos de grandes desgraças, que são os incêndios do Joelma e Andraus e a morte do garoto que caiu de vários andares no poço do elevador do edifício Martinelli e a câmara dos vereadores de São Paulo foi por onde ficáramos corpos dos mortos do incêndio do Edifico Joelma. Até o famoso castelinho da Rua Apa, não fica tão distante do Vale do Anhangabaú.
É a única região urbana do Brasil que concentra tantos casos sobrenaturais em seu entorno, seria a ação do Anhangá pôr os seres humanos terem destruído toda a natureza em volta do rio Anhangabaú? Sensitivos afirmam que o vale do Anhangabaú emite energia muito ruim, o que faria com que seu entorno absorveria parte dessa energia.
Anhangá
Os animais das florestas e campos vivem tranquilos, pôs tem um defensor contra o homem-caçador. Seu nome é Anhangá.
Anhangá é o Deus protetor das matas. Ele é grande veado branco encontrado, com olhos vermelhos. Um caçador que ameaça algum animal, principalmente se for uma fêmea amamentando seu filhote, é perseguido por anhangá.
Dizem que a muito tempo, um índio insistiu em perseguir uma veada, mesmo vendo que ela estava com sua cria. No alto de uma montanha, anhangá, com seus olhos vermelhos e ar majestoso, observava a cena.
Com grande crueldade, o índio armou seu arco e fecha e disparou contra o filhotinho, ferindo o pobre animalzinho. Não satisfeito com tanta crueldade, agarrou o pobrezinho e escondeu-o atrás de uma árvore. Apavorado, o veadinho gritou pela sua mãe. Ao ouvir os gritos desesperados do filhote, a veada aflita correu na direção da árvore.
O índio, com sua arma preparada, disparou uma flechada no pobre bicho. Todo alegre aproximou-se do animal caído e para sua surpresa… viu a sua mãe caída no lugar do grande cervo.
Aos gritos o índio o percebeu que fora vítima de uma ilusão criada pelo grande veado branco. E saiu correndo pela floresta.
Anhangá é um espírito que vive na floresta e que pode tomar a forma do que quiser. Além de boi, peixe, pessoa ou macaco, o mais comum é sua aparição na forma de um veado branco com olhos de fogo e uma cruz vermelha na testa.
Segundo alguns mitos, era o protetor da caça nas florestas, protegendo os animais contra os caçadores. Quando a caça conseguia fugir, os índios diziam que Anhangá as havia protegido e ajudado a escapar.  Com um pouco de tabaco, era possível negociar com ele.
Os jesuítas catequizadores dos índios utilizaram o vocábulo Anhangá para se referir ao demônio cristão. Isto por conta de Anhangá (que quer dizer “alma velha”) ser semelhante ao termo “Anhanguera”, começou a ser traduzido como “diabo velho”.
Também foi inspirado neste mito surgiu o nome “rio Anhangabaú” para um ribeirão que corta o estado de São Paulo, inicialmente conhecido como Rio das Almas, o rio Anhangabaú era muito temido pelos indígenas da região. Os índios acreditavam que suas águas traziam doenças ao corpo e ao espírito. Essa crença leva a suspeita de que suas águas não eram potáveis.
Os registros de sua presença aparecem em cartas de José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Fernão Cardim no século XVI. Seus relatos tratam Anhangá como um espírito mau, temido pelos povos indígenas.
Anhangá é muito citado na obra As Aventuras de Tibicurea, de Érico Veríssimo
A Lenda do Anhangá é um espírito que vive na floresta e que pode tomar a forma do que quiser. Além de boi, peixe, pessoa ou macaco, o mais comum é sua aparição na forma de um veado branco com olhos de fogo.
Os registros de sua presença aparecem em cartas de José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Fernão Cardim no século XVI. Seus relatos tratam Anhangá como um espírito mau, temido pelos povos indígenas. Outros relatos, como o do alemão Hans Staden, comentam do medo dos indígenas ao sair à noite:
"Os indígenas não gostam de sair das cabanas sem luz, tanto medo têm do Diabo, a quem chamam Ingange, o qual frequentemente lhes aparece."
Para os povos indígenas, Anhangá é considerado o deus da caça e do campo. Ele protege os animais contra caçadores. Algumas lendas contam que caçadores faziam tratos com Anhangá, pedindo ajuda na caça em troca de tabaco.
Já para os jesuítas que chegaram aqui no Brasil, Anhangá era considerada uma figura maligna, comparado demônio da teologia cristã.
Anhangá é muito citado na obra As Aventuras de Tibicurea, de Érico Veríssimo:
"Aos cinco anos fiz minha primeira caçada de tucanos. Mas não me meti fundo no mato, porque tinha medo de encontrar Anhangá, Curupira e os outros espíritos maus."
"O mato todo riu com ele. Riu de mim. Depois o diabo virou três cambalhotas no ar e começou a dançar com toda a velocidade em meu redor. Senti que meus olhos escureciam. Eu mal e mal ouvia a voz de Anhangá, berrando:
- Ninguém pode comigo! Ninguém me vence, nem Tupã!"
Foi dessa figura mitológica que surgiu o nome "rio Anhangabaú" para um ribeirão que corta o estado de São Paulo.
Inicialmente conhecido como Rio das Almas, o rio Anhangabaú era muito temido pelos indígenas da região. Os índios acreditavam que suas águas traziam doenças ao corpo e ao espírito. Essa crença leva a suspeita de que suas águas não eram potáveis.
Teodoro Sampaio, historiador brasileiro, escreveu em uma de suas publicações que o rio era considerado pelos índios como "bebedouro das assombrações".
Dizem que você pode ver um Anhangá se andar pela Floresta Amazônica em noite de lua cheia, se você passar por algum lugar mal-assombrado.
A LENDA DO ANHANGÁ
SIGNIFICADO E FORMAS DE APARIÇÃO
Anhá-Angá, “anhang” do tupi-guarani. “Ang” significando Alma e “Anhá”, correr, ou seja, uma alma que corre. Pode ser traduzido por alma errante dos mortos, sombra, espírito ou, como fala o caboclo, visagem, que é o mesmo que espectro, fantasma e assombração.
Anhangá é alma protetora das matas e, assim como o Curupira, é protetor de todos os animais. A ele parecem estar afetos o destino da caça e da pesca.
 Como alma é invisível, entretanto pode assumir diversas formas. As formas nas quais se apresenta depende para quem aparece.
Para desesperar pescadores, por exemplo, surge como pirarucu-anhanga e jurará-anhanga duendes de pirarucu e tartaruga.
Pode apresentar-se na forma de um pássaro (galinha do mato), macaco, morcego, rato etc. No fabulário da região norte encontra-se diferentes formas de sua presença: Mira-anhangá – visagem de gente; Tatu-anhangá – visagem de tatu; Suasu-anhangá – visagem de veado; Tapiira-anhangá – visagem de boi.
A sua forma mais comum de aparição é como um portentoso veado branco, com chifres cobertos de pelos, olhos de fogo e com uma cruz na testa.
PODERES DE ANHANGÁ VERSUS ASTÚCIA DOS CAÇADORES
O Anhangá traz para aquele que o vê, ouve ou pressente certo prenúncio de desgraça, e os lugares frequentados por ele são mal-assombrados.
Quando assobia a caça e a pesca desaparecem por encanto.
Existem caçadores e pescadores astutos que, tão logo reconheçam seu assobio, com ele compactuam para uma boa caça ou pesca oferecendo-lhe tabaco.
“Meu compadre me dê uma boa caça, que lhe presenteio com um pouco de tabaco”.
Se a pessoa for atendida, dever cortar uma vara, rachar sua ponta e nela introduzir o tabaco, mortalha para cigarros e fósforo. Feito isso espeta a vara nas proximidades onde a caça foi abatida, dizendo: “compadre está aí o tabaco prometido”.
Contam que todos que se dispuseram voltar para procurar o ofertório, jamais o encontraram.
Mais uma vez o fumo assume um relevante papel no cotidiano das gentes do mato. O tabaco é utilizado também como ofertório para aplacar a ira, a cólera, dos seres punitivos e vingativos, ou agradar os benfeitores; para afastar as influências maléficas e atrair a proteção das deidades do mato.
Segundo relatos, se alguém fizer pouco caso de Anhangá, apanha na hora sem saber de quem, como se fosse atacado por alguém armado com um pedaço de pau.
Caçador desprevenido que aproximar-se de Anhangá em forma de veado e tentar abatê-lo, terá uma desagradável surpresa, pois expelindo fogos pelos olhos, o atacará com incontrolável fúria.
Dizem que se o caçador quiser ter uma caça tranquila, evitando a presença de Anhangá, antes de entrar na mata deve acender foguetes com duas ou três cargas. Se já estiver dentro da mata pode defumar com castanha de caju ou ainda, mais fácil, é fazer uma cruz com madeira da própria mata.
Apesar de os poderes de Anhangá a astúcia de caçadores e pescadores consegue neutralizá-los em parte.
“Anhangá” são rimas para cantar o mito amazônico que protege os animais do caráter predatório de pescadores e caçadores.
Anhangá
Rios e matas,
passarela da ilusão,
muitas são as máscaras
do desfile de assombração.
Caçador, muito cuidado
com o que irás caçar,
se for branco, o veado,
é melhor não atirar.
Se de olhos afogueados
nem lhe deite um olhar,
pois é alma do outro lado,
é o encantado Anhangá.
Se quiseres boa caça,
faz a ela um agrado:
na ponta de uma vara,
deixa um pouco de tabaco,
os fósforos e a mortalha,
para que faça seu cigarro.
Anhangá quando fuma,
deixa de assoviar,
caçador vai à caça,
foi o trato com Anhangá...
Anhangá, Anhangá, Anhangá!
Anhangá, Anhangá, Anhangá!


Correspondências:
É deus: da caça, do medo, do terror, da floresta, dos animais;
Cores: branco, vermelho, preto;
Símbolos: todos os animais, a floresta, um Veado branco com olhos de fogo;
Oferendas: tabaco, fumo;
Invocar para: em geral não se reza ou invoca Anhanga, os indígenas rezam para que ele permita a caçada, e pedindo que não faça mal a eles.
Conjugue: Ticê.
Filhos: não se tem informações sobre isso.


Que sejam prósperos.
Raffi Souza.