Vamos
para mais um Orixá, este pode responder os "banhos" de pipocas tanto
na Umbanda e Candomblé. Este Orixá chama muita atenção por uma
"dualidade" de idades (Jovem, guerreiro e astuto à um velho, sábio e
guardião). Sim eles são os mesmos Orixá? Sim são quando os negros vieram da
África para o Brasil, como escravos, trouxeram centenas de Orixás (dizem que
o número era em torno de 300 a 400), com esse grande número de Divindades percebe-se
que alguns atuam no mesmo elemento e com a mesma qualidade, portanto começaram
a ser cultuados unidos como se fossem um só, como exemplo encontramos Oxalá e
Obatalá, Oxossi e Ossain, e muitos outros, fato que também aconteceu com
Obaluaê e Omulú. Mas encontramos Casas que podem cultuá-los como dois Orixás
diferentes e outras como o mesmo.
Obaluaê/Obaluàyé/Abaluaê é o
Orixá que está assentada no pólo positivo ou irradiante da Linha da Evolução,
que é a sexta Linha de Umbanda. É o Trono Masculino da Evolução, que representa
e irradia a Vibração Divina que promove a Evolução contínua de todos os seres e
elementos da Criação. Ele irradia, o tempo todo, Sagradas
Energias que nos fazem dar um passo à frente; inclusive transmutando ou
modificando de forma positiva todo e qualquer sentimento, pensamento ou energia
contrária à nossa evolução. Essa atuação se dá por meio da luz violeta,
essencialmente transmutadora, a frequência mais alta de todas as cores do
arco-íris. Por trás da simplicidade com que o Divino Pai Se manifesta entre
nós, está presente “a chama violeta”, preciosa e Divina.
É
conhecido como "Médico dos pobres", mas ele não é só isso Ele é o
Senhor das Passagens de um plano para outro, de uma dimensão para outra, de um
estado ou condição para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa,
pois atua diretamente no processo reencarnatório. É um Trono Divino que cuida
da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, por meio da irradiação dos
Fatores Transmutador e Evolucionista.
Este
fator de Obaluaê de transmutar não só as situações na nossa vida na Terra, mas
também favorece a transmutação divina atuante na criação, tornado o negativo em
positivo. No sentido Evolucionista vem para criar a evolução ao ser, sendo a
atuação da Evolução na Criação.
O
Trono da Evolução é um dos sete Tronos Essenciais que formam a Coroa Divina
Regente do nosso planeta. Na Umbanda, ele projeta a Linha da Evolução, que é
regida por Obaluaê (Orixá Masculino e Universal) e Nanã (Orixá Feminino e
Cósmico). Obaluaê é o aspecto ativo e Nanã o passivo.
Seu número é o quatro, que representa: o mundo
material; os 4 pontos cardeais; os 4 elementos; o
Alto/Embaixo/Direita/Esquerda; o quadrado. Simboliza a concretização do Divino
no plano material.
Seu
primeiro elemento é a terra e o 2º elemento é a água.
Obaluaê
e Nanã são Orixás que atuam magneticamente nos elementos terra e água. Obaluaê
é ativo no elemento terra e passivo no elemento água. É um Orixá terra/água.
Inversamente, e como seu par complementar, Mãe Nanã é ativa no elemento água e
passiva no elemento terra. Sua saudação é "Salve nosso Pai Obaluaê!
Resposta: - Atotô, Obaluaê! (Significa: Silêncio, a o Filho e Senhor da
Terra)". Os planetas é Saturno e Júpiter.
Dias da semana: Sábado e
Segunda.
Cor: Branco, violeta,
prateado, bicolor branco/preto.
Ferramentas: O xaxará
(espécie de vassoura de fios de palha da costa e enfeitada com búzios); o manto
e o capuz de palha da costa.
Símbolos: O cruzeiro; a cruz;
o octógono (a “cruz” de oito braços, cujo desenho lembra um asterisco); a palha
da costa.
Pontos na Natureza: O
cemitério (a calunga pequena) e o mar (a calunga grande).
Ervas principais: Folha de
Omulú (canela de cachorro), Pariparoba, Mamona, Cambará, Cravos e Crisântemos
brancos ou lilás.
Animais: Cachorros
Sincretismo: São Roque,
celebrado em 16 de agosto. Também sincretiza com São Lázaro, este festejado em
17 de dezembro.
Flores: Crisântemos (de cor
branca e ou lilás), violetas, flores do campo e margaridas, e outras.
Ervas: Ervas quentes ou agressivas:
Folhas de chorão (para decantação e limpeza); alho desidratado ou a casca do
alho (ácido consumidor); cebola desidratada ou a casca da cebola; cipó cruz
(cura espiritual de obsessores); valeriana; garra do diabo; mamona; picão
preto; fumo (tabaco). Ervas mornas ou equilibradoras: Sálvia (equilibradora,
limpeza leve, erva da sabedoria); sete sangrias (fortalecedor, protetora e
estimuladora da cura); sabugueiro (equilibrador e poderoso curador espiritual);
barba de velho; damiana; salsaparrilha; trapoeraba; folhas de beterraba;
catinga de mulata; ipê roxo; lantana; umbaúba; arroz; velame. Fonte: Adriano
Camargo.
Outras: Agoniada; alamanda;
alfavaca roxa; alfazema; aroeira; babosa (ou aloés); arrebenta-cavalo;
assa-peixe; barba de milho; beldroega; camomila; canena ou coirana; canela de
velho; capixingui; carnaúba; cinco chagas; cipó chumbo; carobinha do campo;
cordão de frade; erva-moura; erva de bicho; erva de passarinho; estoraque
brasileiro (sua resina é reduzida a pó, misturada com benjoim e utilizada em
defumações pessoais, para arrancar males); figo benjamim; folhas de bananeira;
fortuna; guararema; guanxuma; hortelã brava; hera; jamelão; jenipapo (folhas);
jurubeba; levante ou alevante; mangue vermelho (folhas); malolô ou araticum de
areia; mamona branca; manjericão roxo; musgo; panacéia; picão da praia; piteira
imperial; quitoco; zínia.
Essências: Alecrim, guiné.
Oferenda: Velas brancas e
violetas e ou bicolores branco/preto; vinho rosê licoroso, água potável, água
de coco, mel; uma porção de pipocas estouradas na areia ou em azeite de oliva
virgem; coco seco fatiado e coberto com mel e pipocas; rosas, margaridas e
crisântemos brancos ou de cor lilás. Montagem: Cobrir o solo com as pipocas, no
formato de uma cruz, e sobre ela dispor o coco fatiado coberto com mel e
pipocas. Em torno, despejar os líquidos. Circular com as flores. Firmar as
velas, fechando com elas toda a oferenda.
Local da oferenda: No
cruzeiro do cemitério, à beira-mar ou à beira de um lago.
Quando oferendar: Em toda
situação na qual precisemos superar uma grande dificuldade, para alcançar uma
condição melhor. Exemplos: para atravessar uma doença de difícil tratamento;
para obter a cura de males físicos e morais; para enfrentar e superar vícios;
para superar pensamentos, sentimentos e emoções negativos que se repetem; para
recuperar autoestima e autoconfiança; para superar qualquer atuação negativa
que esteja nos atingindo (magias negativas, projeções mentais negativas etc.).
Pedir ao Divino Obaluaê que nos dê sabedoria, paciência e tranquilidade para
enfrentar e superar aquela condição negativa e assim alcançarmos um estágio
mais favorável, evoluindo até chegar à cura. A cura é sempre um processo
interno, pois depende primeiro que o indivíduo se disponha intimamente a
modificar suas reações aos problemas externos, para então conseguir superá-los
definitivamente.
Comidas
1- Arroz branco ligeiramente
cozido e coberto com pipocas feitas no azeite de oliva. Cobrir o arroz com a
pipoca. Enfeitar com fatias de pão integral (ou de pão preto) regadas com
azeite de oliva, cuidadosamente cortadas em forma de cruz.
2-Milho de pipoca estourado numa panela com areia: Depois de peneirar a areia, essa pipoca é colocada
num alguidar ou tigela (de louça branca ou de barro) e enfeitada com uma
bisteca de porco passada no dendê e com pedacinhos de coco. Também se usa colocar apenas tirinhas de coco
sobre a pipoca.
3-Costela de porco com fava branca: Cozinhar ligeiramente meio quilo de costela de porco. Refogar no
dendê, com 1 cebola roxa picadinha, e reservar.
Em
separado, cozinhar por alguns minutos meio quilo de fava branca e escorrer a
água. Aquecer um pouquinho de azeite de dendê e nele passar ligeiramente a
fava.
Colocar
a fava numa vasilha de louça branca ou então num alguidar forrado com folhas de
taioba ou folhas de mostarda. Sobre a fava, colocar a costela de porco.
4- Purê de mandioca com feijão preto: Cozinhar a mandioca, amassar e preparar o purê: refogar no azeite de
oliva 1 cebola picada (branca ou roxa), colocar a mandioca, uma pitada de sal e
um pouco de leite, mexendo até dar o ponto.
Em
separado, cozinhar ligeiramente o feijão preto e escorrer a água. Refogar em
azeite de oliva com cebola picada e uma pitada de sal.
Forrar
uma louça branca ou um alguidar com folhas frescas de sálvia e por cima
colocar: na metade do vasilhame, o purê de mandioca; na outra metade, o feijão.
(Fica um prato “branco e preto”.)
5- Estourar pipocas no azeite de oliva consagrado: com elas formar quatro fios de pipoca (enfiando-as em
pedaços de linha branca ou violeta).
Dispor os fios de pipoca em forma de cruz e rodear com crisântemos
brancos. Aspergir água de coco em torno (colocar um pouco de água de coco na
boca e ir “soprando”, para que ela vá caindo em volta da cruz).
Lenda:
Obaluaê é criado por Iemanjá e se torna um Sol
Nanã
apaixonou-se por Orixalá, mas este se mantinha fiel a Iemanjá, sua esposa.
Sabendo
que ele apreciava o vinho de palma, Nanã o embriagou. Embriagado, Orixalá
uniu-se a Nanã, que ficou grávida, dando à luz um filho doente e com muitas
chagas recobrindo seu pequeno corpo. Sentindo-se impossibilitada de cuidar da
criança, Nanã resolveu deixá-la perto do mar. Um caranguejo causou ferimentos
na pele da criança.
Iemanjá,
que estava saindo do mar, viu o pequeno ser deitado nas areias da praia. Ficou
olhando por algum tempo, para ver se havia alguém tomando conta dele, mas
ninguém aparecia. A grande Divindade das águas compreendeu que ele fora
abandonado. Sentindo imensa compaixão, resolveu adotá-lo como filho.
Com
seu instinto maternal, Iemanjá dispensou-lhe todo o carinho e os cuidados
necessários para livrá-lo da doença. Envolveu todo o corpo do menino com
palhas, para que sua pele pudesse respirar e, assim, fechar as chagas.
Obaluaê
cresceu e continuou usando aquele tipo de roupa. Ninguém, a não ser sua mãe,
tinha visto seu rosto. Era austero e misterioso, provocando olhares curiosos e
assustados. Ninguém conseguia imaginar o que se escondia sob aquelas palhas.
Oyá,
certa vez, o encarou, pedindo que descobrisse o rosto, pois queria desvendar
aquele mistério. Obaluaê negou-se a fazê-lo. Ela, que nunca se deu por vencida,
resolveu enfrentá-lo. Usando toda sua força, evocou o vento, fazendo voar as
palhas que o protegiam.
Quando
a poeira assentou, Oyá pôde ver um ser de uma beleza tão radiante, que só
poderia ser comparado ao Sol. Nem mesmo ela, como Orixá, conseguia erguer os
olhos para ele. Assim, todos entenderam que aquele mistério deveria continuar
escondido.
Omulú/Omolú é o Orixá Cósmico
assentado no pólo negativo (absorvedor) da Linha da Geração, que é a sétima
Linha de Umbanda, onde polariza com o Orixá Universal Iemanjá. Enquanto Iemanjá
é a Regente Divina da Geração, Pai Omulú é o Regente do equilíbrio na Criação
Divina. E Iemanjá sendo a Mãe Vida, maternal, mas sempre autoritária (não
aceita desrespeito de seus filhos contra ela) e Pai Omulú é o "Zelador da
Vida", é rigoroso, mas também compreensivo ( mesmo que não mostre).
Iemanjá sendo a Irradiação Divina atuante sob a Vida e a Geração dos seres, das
criaturas e das espécies. É a Grande Mãe, é o aspecto Mãe do Criador, é a Mãe
de todas as Águas, simbolizada pelos mares e oceanos. Quem se coloca de forma
reta sob a Sua Irradiação começa a vibrar o amor maternal, que aflora e se
manifesta com intensidade.
Com
Omulú é diferente, ele paralisa tudo que atenta contra a vida. As Irradiações
de Omulú garantem o equilíbrio da Criação, pois atraem para o Seu campo Cósmico
todos os seres que se desequilibraram e passaram a atuar de forma desvirtuada,
atentando contra qualquer dos Sentidos da Vida. O magnetismo de Omulú é
absorvente e Suas ondas são alternadas. Omulú também é a morte física, ou seja,
o instante seguinte à passagem do plano material para o plano espiritual
(desencarne). Ele é a "morte" das coisas que atentam contra a vida
como; doenças, vício e o desequilíbrio, assim restaurando da saúde espiritual e
material dos seres desvirtuados e dos desequilibrados. Isso é a
"morte" regida de Pai Omulú.
Mas
Omolu não pune ou castiga ninguém, pois estas ações competem à Lei Divina. Os
Tronos da Geração (Feminino: Yemanjá; Masculino: Omolu) regem sobre este
aspecto da Gênese (toda a Vida, toda a Geração), e não apenas sobre o sexo.
Sabemos que:
Minerais
afins fundem-se e dão origem aos minérios;
Elementos
afins fundem-se e dão origem a novos elementais;
Energias
afins fundem-se e dão origem a novas energias;
Cores
afins fundem-se e dão origem a novas cores;
Seres
afins (machos e fêmeas da mesma espécie) fundem-se e dão origem a novos seres.
O
Seu primeiro elemento é a terra e o 2° a água.
Na
Umbanda, Pai Omulú é associado ao planeta Plutão e aos números 12 e 13. Na
Astrologia, Plutão é um astro que provoca atração, mas também repulsa, além de
mudanças, alterações, a destruição e a reconstrução de novos ciclos na vida
humana. Na Mitologia, ele representa o inferno, o invisível e o misterioso.
Como Obaluaê ele é ativo no elemento terra e passivo na água. Sua saudação é
"Salve Nosso Pai Omulú! Resposta: “Atotô, Omulú!” (Significa: Peço
Quietude, a o Rei Dono da Terra)".
Dias da semana: Sábado e
Segunda.
Cor: Roxo. Também o branco, o
preto e o vermelho juntos, e ainda o branco e o preto juntos.
Ferramentas: O Xaxará
(espécie de vassoura de fios de palha da costa e enfeitada com búzios); o manto
e o capuz de palha da costa (Azê), a lança de ferro (Okó); os búzios.
Símbolos: O cruzeiro do
cemitério; a foice (alfanje); a terra; as pipocas; a palha da costa.
Pontos na Natureza: O
cemitério (a calunga pequena), ponto à
esquerda do cruzeiro do cemitério e o mar (a calunga grande).
Ervas principais: Quentes ou
agressivas: Alho desidratado; casca de alho; casca de cebola; carapiá; cipó
cabeludo; chorão; dandá; erva de bicho; garra do diabo; mamona roxa; olho de
cabra; orégano; peregum roxo; picão; pinhão roxo; valeriana.
Mornas ou equilibradoras: Alcachofra (folhas);
angélica (raiz); capim rosário; chapéu de couro; cravo da Índia; sete sangrias;
trapoeraba (ou coração roxo); manjericão (comum); manjericão roxo; noz de cola
(obi seco); verbena; folhas de beterraba; catinga de mulata; ipê roxo; lantana;
folha de fogo.
Outras: Acônito; agoniada;
alamanda; alfazema de caboclo; assa-peixe; babosa (ou pau d’alho); beldroega
vermelha; bomina; café do mato; cambará; canela de velho; camena coirana;
capixingui; carobinha do mato; casadinha; cebola do mato; cordão de frade (ou
de São Francisco); cotiveira; douradinha; erva de passarinho (ou erva de
andorinha); erva moura; figueira (folhas); folhas de fumo; folhas de lentilha;
folhas de milho; folhas de tremoço; gervão roxo; guararema; guanxuma; hortelã
brava; jenipapo; manjerona; mastruz (ou mastruço); mololô; musgo; palha da costa;
quitoco; rabujo; sabugueiro; senza; tamarindo (folhas e casca); vassoura preta;
velame do campo.
Animais: Cachorros, porco,
cabrito, galos carijós, frangos rajados, galinha d'angola, tatu e cágado, patos
pretos e brancos.
Sincretismo: São Roque,
celebrado em 16 de agosto. Também sincretiza com São Lázaro, este festejado em
17 de dezembro.
Essências: Cravo, manjericão,
café, alfazema.
Oferenda: Velas roxas;
crisântemos brancos; flores do campo roxas; vinho tinto seco; água mineral; um
coco seco aberto só nos “olhinhos,” o suficiente para se colocar dentro dele um
pouco de mel; um punhado de sal grosso; um punhado de terra vegetal coberta por
fios de palha da costa; uma porção de pipoca coberta de coco ralado e estourada
em azeite doce (ou no dendê, se for uma oferenda para o corte de magia
negativa); frutas (de preferência, as de casca ou polpa escura); ervas.
Local da oferenda: No
cemitério (na parte esquerda do cruzeiro); à beira-mar.
Quando oferendar: Para pedir
a cura de doenças. Especialmente nos casos de doenças auto-imunes,
infecto-contagiosas, ósseas, musculares e de pele; Para proteção e defesa
contra magias negativas, atuações mentais negativas, ataques externos etc.;
Para o equilíbrio e a cura de enfermidades e desequilíbrios no campo sexual;
Para superar vícios de difícil tratamento; Para vencer o desamor e o desânimo
diante da vida, buscando a recuperação da autoestima e da autoconfiança; Para o
tratamento de processos de obsessão e perturbações ligadas a presenças
espirituais desequilibradas no campo magnético do enfermo.
Comidas:
1-Arroz branco: coberto com
pipoca e enfeitado com fatias de pão preto regadas com dendê.
2-Pipoca: feita no dendê e
enfeitada com tirinhas de coco.
3-Feijoada: Preparar uma
feijoada comum e depois temperar com dendê e cebola roxa. Enfeitar com tirinhas
de coco.
4-Feijão preto com camarão:
Cozinhar em ponto firme e apenas em água um punhado de feijão preto. Escorrer a
água e reservar. Em separado, refogar no dendê um punhado de camarão fresco (ou
camarão seco previamente dessalgado), cebola roxa picadinha e temperos (cheiro
verde, orégano etc.). Juntar o feijão cozido e refogar ligeiramente. Servir num
alguidar ou num prato de papelão forrado com coco (ralado ou em tirinhas), ou
então com folhas de taioba. Pode-se fazer apenas o feijão com a cebola,
passados no dendê (sem o camarão).
5-Carne de porco: Um pedaço
de carne de porco, um pouco de dendê e meio quilo de cebola roxa. Aquecer o
dendê e passar a carne de porco nesse azeite, só para dourar. Juntar um pouco de água para cozinhar
levemente a carne. Cortar a cebola e passar no dendê quente, rapidamente, para
não murchar. Colocar a carne num alguidar ou num prato de papelão forrado com
folhas de taioba e cobrir com a cebola.
6- Aberém: Pequenas porções
de massa de acarajé (ou de milho), sem sal. Enrolar em folha de bananeira e
cozinhar em banho-maria. Depois, regar com mel (ou dendê).
Lenda:
Omulú ganha pérolas de Iemanjá
Omulú
foi salvo por Iemanjá quando sua mãe, Nanã Burukê, ao vê-lo doente e coberto de
chagas, abandonou-o numa gruta perto da praia.
Iemanjá
recolheu Omulú e o lavou com a água do mar. O sal da água secou suas feridas.
Omulú tornou-se um homem vigoroso, mas ainda carregava as cicatrizes, as marcas
feias da varíola.
Iemanjá
confeccionou para ele uma roupa toda de ráfia, com a qual ele escondia as
marcas de suas doenças. Era um homem poderoso, andava pelas aldeias e, por onde
passava, deixava um rastro ora de cura, ora de saúde, ora de doença, Mas
continuava sendo um homem pobre.
Iemanjá
não se conformava com a pobreza do filho adotivo. Ela pensou:
“Se eu dei a ele a cura, a saúde, não
posso deixar que seja um homem pobre”. E ficou imaginando quais riquezas
poderia lhe dar.
Iemanjá
era a dona da pesca, tinha os peixes, os polvos, os caramujos, as conchas, os
corais. Tudo aquilo que dava vida ao oceano pertencia a sua mãe, Olocum, que
dera tudo a Iemanjá.
Iemanjá
resolveu então ver suas jóias. Tinha algumas, mas enfeitava-se mesmo era com
algas, com água do mar, vestia-se de espuma e se admirava com o reflexo de Oxu,
a Lua. Iemanjá se lembrou de que tinha uma grande riqueza, que eram as pérolas
que as ostras fabricavam para ela. Muito contente com esta lembrança, chamou
Omulú e lhe disse:
“De hoje em diante, és tu quem cuida das
pérolas do mar. Serás chamado de Jeholu, o Senhor das Pérolas”.
Por
isso as pérolas pertencem a Omulú. Por baixo de sua roupa de ráfia, enfeitando
seu corpo marcado de chagas, Omulú ostenta colares e mais colares de pérola,
belíssimos colares. (“Mitologia dos Orixás”, Reginaldo Prandi, 2005.)
Aqui
está mais um Orixá, Salve o médico da Umbanda! Atotô!
Christopher Grey