12 fevereiro 2015

Obaluaê/Omulú, o Orixá das Doenças e da Cura

Obaluaê/Omulú, o Orixá das Doenças e da Cura

Obaluaê




Vamos para mais um Orixá, este pode responder os "banhos" de pipocas tanto na Umbanda e Candomblé. Este Orixá chama muita atenção por uma "dualidade" de idades (Jovem, guerreiro e astuto à um velho, sábio e guardião). Sim eles são os mesmos Orixá? Sim são quando os negros vieram da África para o Brasil, como escravos, trouxeram centenas de Orixás (dizem que o número era em torno de 300 a 400), com esse grande número de Divindades percebe-se que alguns atuam no mesmo elemento e com a mesma qualidade, portanto começaram a ser cultuados unidos como se fossem um só, como exemplo encontramos Oxalá e Obatalá, Oxossi e Ossain, e muitos outros, fato que também aconteceu com Obaluaê e Omulú. Mas encontramos Casas que podem cultuá-los como dois Orixás diferentes e outras como o mesmo.



Obaluaê/Obaluàyé/Abaluaê é o Orixá que está assentada no pólo positivo ou irradiante da Linha da Evolução, que é a sexta Linha de Umbanda. É o Trono Masculino da Evolução, que representa e irradia a Vibração Divina que promove a Evolução contínua de todos os seres e elementos da Criação. Ele  irradia, o tempo todo, Sagradas Energias que nos fazem dar um passo à frente; inclusive transmutando ou modificando de forma positiva todo e qualquer sentimento, pensamento ou energia contrária à nossa evolução. Essa atuação se dá por meio da luz violeta, essencialmente transmutadora, a frequência mais alta de todas as cores do arco-íris. Por trás da simplicidade com que o Divino Pai Se manifesta entre nós, está presente “a chama violeta”, preciosa e Divina.
É conhecido como "Médico dos pobres", mas ele não é só isso Ele é o Senhor das Passagens de um plano para outro, de uma dimensão para outra, de um estado ou condição para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa, pois atua diretamente no processo reencarnatório. É um Trono Divino que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, por meio da irradiação dos Fatores Transmutador e Evolucionista.   
Este fator de Obaluaê de transmutar não só as situações na nossa vida na Terra, mas também favorece a transmutação divina atuante na criação, tornado o negativo em positivo. No sentido Evolucionista vem para criar a evolução ao ser, sendo a atuação  da Evolução na Criação.
O Trono da Evolução é um dos sete Tronos Essenciais que formam a Coroa Divina Regente do nosso planeta. Na Umbanda, ele projeta a Linha da Evolução, que é regida por Obaluaê (Orixá Masculino e Universal) e Nanã (Orixá Feminino e Cósmico). Obaluaê é o aspecto ativo e Nanã o passivo.
 Seu número é o quatro, que representa: o mundo material; os 4 pontos cardeais; os 4 elementos; o Alto/Embaixo/Direita/Esquerda; o quadrado. Simboliza a concretização do Divino no plano material.
Seu primeiro elemento é a terra e o 2º elemento é a água.
Obaluaê e Nanã são Orixás que atuam magneticamente nos elementos terra e água. Obaluaê é ativo no elemento terra e passivo no elemento água. É um Orixá terra/água. Inversamente, e como seu par complementar, Mãe Nanã é ativa no elemento água e passiva no elemento terra. Sua saudação é "Salve nosso Pai Obaluaê! Resposta: - Atotô, Obaluaê! (Significa: Silêncio, a o Filho e Senhor da Terra)". Os planetas é Saturno e Júpiter.
Dias da semana: Sábado e Segunda.
Cor: Branco, violeta, prateado, bicolor branco/preto.
Ferramentas: O xaxará (espécie de vassoura de fios de palha da costa e enfeitada com búzios); o manto e o capuz de palha da costa.
Símbolos: O cruzeiro; a cruz; o octógono (a “cruz” de oito braços, cujo desenho lembra um asterisco); a palha da costa.
Pontos na Natureza: O cemitério (a calunga pequena) e o mar (a calunga grande).
Ervas principais: Folha de Omulú (canela de cachorro), Pariparoba, Mamona, Cambará, Cravos e Crisântemos brancos ou lilás.
Animais: Cachorros
Sincretismo: São Roque, celebrado em 16 de agosto. Também sincretiza com São Lázaro, este festejado em 17 de dezembro.
Flores: Crisântemos (de cor branca e ou lilás), violetas, flores do campo e margaridas, e outras.
Ervas: Ervas quentes ou agressivas: Folhas de chorão (para decantação e limpeza); alho desidratado ou a casca do alho (ácido consumidor); cebola desidratada ou a casca da cebola; cipó cruz (cura espiritual de obsessores); valeriana; garra do diabo; mamona; picão preto; fumo (tabaco). Ervas mornas ou equilibradoras: Sálvia (equilibradora, limpeza leve, erva da sabedoria); sete sangrias (fortalecedor, protetora e estimuladora da cura); sabugueiro (equilibrador e poderoso curador espiritual); barba de velho; damiana; salsaparrilha; trapoeraba; folhas de beterraba; catinga de mulata; ipê roxo; lantana; umbaúba; arroz; velame. Fonte: Adriano Camargo.
Outras: Agoniada; alamanda; alfavaca roxa; alfazema; aroeira; babosa (ou aloés); arrebenta-cavalo; assa-peixe; barba de milho; beldroega; camomila; canena ou coirana; canela de velho; capixingui; carnaúba; cinco chagas; cipó chumbo; carobinha do campo; cordão de frade; erva-moura; erva de bicho; erva de passarinho; estoraque brasileiro (sua resina é reduzida a pó, misturada com benjoim e utilizada em defumações pessoais, para arrancar males); figo benjamim; folhas de bananeira; fortuna; guararema; guanxuma; hortelã brava; hera; jamelão; jenipapo (folhas); jurubeba; levante ou alevante; mangue vermelho (folhas); malolô ou araticum de areia; mamona branca; manjericão roxo; musgo; panacéia; picão da praia; piteira imperial; quitoco; zínia.
Essências: Alecrim, guiné.
Oferenda: Velas brancas e violetas e ou bicolores branco/preto; vinho rosê licoroso, água potável, água de coco, mel; uma porção de pipocas estouradas na areia ou em azeite de oliva virgem; coco seco fatiado e coberto com mel e pipocas; rosas, margaridas e crisântemos brancos ou de cor lilás. Montagem: Cobrir o solo com as pipocas, no formato de uma cruz, e sobre ela dispor o coco fatiado coberto com mel e pipocas. Em torno, despejar os líquidos. Circular com as flores. Firmar as velas, fechando com elas toda a oferenda.
Local da oferenda: No cruzeiro do cemitério, à beira-mar ou à beira de um lago.
Quando oferendar: Em toda situação na qual precisemos superar uma grande dificuldade, para alcançar uma condição melhor. Exemplos: para atravessar uma doença de difícil tratamento; para obter a cura de males físicos e morais; para enfrentar e superar vícios; para superar pensamentos, sentimentos e emoções negativos que se repetem; para recuperar autoestima e autoconfiança; para superar qualquer atuação negativa que esteja nos atingindo (magias negativas, projeções mentais negativas etc.). Pedir ao Divino Obaluaê que nos dê sabedoria, paciência e tranquilidade para enfrentar e superar aquela condição negativa e assim alcançarmos um estágio mais favorável, evoluindo até chegar à cura. A cura é sempre um processo interno, pois depende primeiro que o indivíduo se disponha intimamente a modificar suas reações aos problemas externos, para então conseguir superá-los definitivamente.
Comidas
1- Arroz branco ligeiramente cozido e coberto com pipocas feitas no azeite de oliva. Cobrir o arroz com a pipoca. Enfeitar com fatias de pão integral (ou de pão preto) regadas com azeite de oliva, cuidadosamente cortadas em forma de cruz.
2-Milho de pipoca estourado numa panela com areia: Depois de peneirar a areia, essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de louça branca ou de barro) e enfeitada com uma bisteca de porco passada no dendê e com pedacinhos de coco.  Também se usa colocar apenas tirinhas de coco sobre a pipoca.
3-Costela de porco com fava branca: Cozinhar ligeiramente meio quilo de costela de porco. Refogar no dendê, com 1 cebola roxa picadinha, e reservar.
Em separado, cozinhar por alguns minutos meio quilo de fava branca e escorrer a água. Aquecer um pouquinho de azeite de dendê e nele passar ligeiramente a fava.
Colocar a fava numa vasilha de louça branca ou então num alguidar forrado com folhas de taioba ou folhas de mostarda. Sobre a fava, colocar a costela de porco.
4- Purê de mandioca com feijão preto: Cozinhar a mandioca, amassar e preparar o purê: refogar no azeite de oliva 1 cebola picada (branca ou roxa), colocar a mandioca, uma pitada de sal e um pouco de leite, mexendo até dar o ponto.
Em separado, cozinhar ligeiramente o feijão preto e escorrer a água. Refogar em azeite de oliva com cebola picada e uma pitada de sal.
Forrar uma louça branca ou um alguidar com folhas frescas de sálvia e por cima colocar: na metade do vasilhame, o purê de mandioca; na outra metade, o feijão. (Fica um prato “branco e preto”.)
5- Estourar pipocas no azeite de oliva consagrado: com elas formar quatro fios de pipoca (enfiando-as em pedaços de linha branca ou violeta).  Dispor os fios de pipoca em forma de cruz e rodear com crisântemos brancos. Aspergir água de coco em torno (colocar um pouco de água de coco na boca e ir “soprando”, para que ela vá caindo em volta da cruz).
Lenda:
Obaluaê é criado por Iemanjá e se torna um Sol
Nanã apaixonou-se por Orixalá, mas este se mantinha fiel a Iemanjá, sua esposa.
Sabendo que ele apreciava o vinho de palma, Nanã o embriagou. Embriagado, Orixalá uniu-se a Nanã, que ficou grávida, dando à luz um filho doente e com muitas chagas recobrindo seu pequeno corpo. Sentindo-se impossibilitada de cuidar da criança, Nanã resolveu deixá-la perto do mar. Um caranguejo causou ferimentos na pele da criança.
Iemanjá, que estava saindo do mar, viu o pequeno ser deitado nas areias da praia. Ficou olhando por algum tempo, para ver se havia alguém tomando conta dele, mas ninguém aparecia. A grande Divindade das águas compreendeu que ele fora abandonado. Sentindo imensa compaixão, resolveu adotá-lo como filho.
Com seu instinto maternal, Iemanjá dispensou-lhe todo o carinho e os cuidados necessários para livrá-lo da doença. Envolveu todo o corpo do menino com palhas, para que sua pele pudesse respirar e, assim, fechar as chagas.
Obaluaê cresceu e continuou usando aquele tipo de roupa. Ninguém, a não ser sua mãe, tinha visto seu rosto. Era austero e misterioso, provocando olhares curiosos e assustados. Ninguém conseguia imaginar o que se escondia sob aquelas palhas.
Oyá, certa vez, o encarou, pedindo que descobrisse o rosto, pois queria desvendar aquele mistério. Obaluaê negou-se a fazê-lo. Ela, que nunca se deu por vencida, resolveu enfrentá-lo. Usando toda sua força, evocou o vento, fazendo voar as palhas que o protegiam.
Quando a poeira assentou, Oyá pôde ver um ser de uma beleza tão radiante, que só poderia ser comparado ao Sol. Nem mesmo ela, como Orixá, conseguia erguer os olhos para ele. Assim, todos entenderam que aquele mistério deveria continuar escondido.

Omulú



Omulú/Omolú é o Orixá Cósmico assentado no pólo negativo (absorvedor) da Linha da Geração, que é a sétima Linha de Umbanda, onde polariza com o Orixá Universal Iemanjá. Enquanto Iemanjá é a Regente Divina da Geração, Pai Omulú é o Regente do equilíbrio na Criação Divina. E Iemanjá sendo a Mãe Vida, maternal, mas sempre autoritária (não aceita desrespeito de seus filhos contra ela) e Pai Omulú é o "Zelador da Vida", é rigoroso, mas também compreensivo ( mesmo que não mostre). Iemanjá sendo a Irradiação Divina atuante sob a Vida e a Geração dos seres, das criaturas e das espécies. É a Grande Mãe, é o aspecto Mãe do Criador, é a Mãe de todas as Águas, simbolizada pelos mares e oceanos. Quem se coloca de forma reta sob a Sua Irradiação começa a vibrar o amor maternal, que aflora e se manifesta com intensidade.
Com Omulú é diferente, ele paralisa tudo que atenta contra a vida. As Irradiações de Omulú garantem o equilíbrio da Criação, pois atraem para o Seu campo Cósmico todos os seres que se desequilibraram e passaram a atuar de forma desvirtuada, atentando contra qualquer dos Sentidos da Vida. O magnetismo de Omulú é absorvente e Suas ondas são alternadas. Omulú também é a morte física, ou seja, o instante seguinte à passagem do plano material para o plano espiritual (desencarne). Ele é a "morte" das coisas que atentam contra a vida como; doenças, vício e o desequilíbrio, assim restaurando da saúde espiritual e material dos seres desvirtuados e dos desequilibrados. Isso é a "morte" regida de Pai Omulú.
Mas Omolu não pune ou castiga ninguém, pois estas ações competem à Lei Divina. Os Tronos da Geração (Feminino: Yemanjá; Masculino: Omolu) regem sobre este aspecto da Gênese (toda a Vida, toda a Geração), e não apenas sobre o sexo. Sabemos que:
Minerais afins fundem-se e dão origem aos minérios;
Elementos afins fundem-se e dão origem a novos elementais;
Energias afins fundem-se e dão origem a novas energias;
Cores afins fundem-se e dão origem a novas cores;
Seres afins (machos e fêmeas da mesma espécie) fundem-se e dão origem a novos seres.
O Seu primeiro elemento é a terra e o 2° a água.
Na Umbanda, Pai Omulú é associado ao planeta Plutão e aos números 12 e 13. Na Astrologia, Plutão é um astro que provoca atração, mas também repulsa, além de mudanças, alterações, a destruição e a reconstrução de novos ciclos na vida humana. Na Mitologia, ele representa o inferno, o invisível e o misterioso. Como Obaluaê ele é ativo no elemento terra e passivo na água. Sua saudação é "Salve Nosso Pai Omulú! Resposta: “Atotô, Omulú!” (Significa: Peço Quietude, a o Rei Dono da Terra)".
Dias da semana: Sábado e Segunda.
Cor: Roxo. Também o branco, o preto e o vermelho juntos, e ainda o branco e o preto juntos.
Ferramentas: O Xaxará (espécie de vassoura de fios de palha da costa e enfeitada com búzios); o manto e o capuz de palha da costa (Azê), a lança de ferro (Okó); os búzios.
Símbolos: O cruzeiro do cemitério; a foice (alfanje); a terra; as pipocas; a palha da costa.
Pontos na Natureza: O cemitério (a calunga pequena),  ponto à esquerda do cruzeiro do cemitério e o mar (a calunga grande).
Ervas principais: Quentes ou agressivas: Alho desidratado; casca de alho; casca de cebola; carapiá; cipó cabeludo; chorão; dandá; erva de bicho; garra do diabo; mamona roxa; olho de cabra; orégano; peregum roxo; picão; pinhão roxo; valeriana.
 Mornas ou equilibradoras: Alcachofra (folhas); angélica (raiz); capim rosário; chapéu de couro; cravo da Índia; sete sangrias; trapoeraba (ou coração roxo); manjericão (comum); manjericão roxo; noz de cola (obi seco); verbena; folhas de beterraba; catinga de mulata; ipê roxo; lantana; folha de fogo.
Outras: Acônito; agoniada; alamanda; alfazema de caboclo; assa-peixe; babosa (ou pau d’alho); beldroega vermelha; bomina; café do mato; cambará; canela de velho; camena coirana; capixingui; carobinha do mato; casadinha; cebola do mato; cordão de frade (ou de São Francisco); cotiveira; douradinha; erva de passarinho (ou erva de andorinha); erva moura; figueira (folhas); folhas de fumo; folhas de lentilha; folhas de milho; folhas de tremoço; gervão roxo; guararema; guanxuma; hortelã brava; jenipapo; manjerona; mastruz (ou mastruço); mololô; musgo; palha da costa; quitoco; rabujo; sabugueiro; senza; tamarindo (folhas e casca); vassoura preta; velame do campo.
Animais: Cachorros, porco, cabrito, galos carijós, frangos rajados, galinha d'angola, tatu e cágado, patos pretos e brancos.
Sincretismo: São Roque, celebrado em 16 de agosto. Também sincretiza com São Lázaro, este festejado em 17 de dezembro.
Essências: Cravo, manjericão, café, alfazema.
Oferenda: Velas roxas; crisântemos brancos; flores do campo roxas; vinho tinto seco; água mineral; um coco seco aberto só nos “olhinhos,” o suficiente para se colocar dentro dele um pouco de mel; um punhado de sal grosso; um punhado de terra vegetal coberta por fios de palha da costa; uma porção de pipoca coberta de coco ralado e estourada em azeite doce (ou no dendê, se for uma oferenda para o corte de magia negativa); frutas (de preferência, as de casca ou polpa escura); ervas.
Local da oferenda: No cemitério (na parte esquerda do cruzeiro); à beira-mar.
Quando oferendar: Para pedir a cura de doenças. Especialmente nos casos de doenças auto-imunes, infecto-contagiosas, ósseas, musculares e de pele; Para proteção e defesa contra magias negativas, atuações mentais negativas, ataques externos etc.; Para o equilíbrio e a cura de enfermidades e desequilíbrios no campo sexual; Para superar vícios de difícil tratamento; Para vencer o desamor e o desânimo diante da vida, buscando a recuperação da autoestima e da autoconfiança; Para o tratamento de processos de obsessão e perturbações ligadas a presenças espirituais desequilibradas no campo magnético do enfermo.
Comidas:
1-Arroz branco: coberto com pipoca e enfeitado com fatias de pão preto regadas com dendê.
2-Pipoca: feita no dendê e enfeitada com tirinhas de coco.
3-Feijoada: Preparar uma feijoada comum e depois temperar com dendê e cebola roxa. Enfeitar com tirinhas de coco.
4-Feijão preto com camarão: Cozinhar em ponto firme e apenas em água um punhado de feijão preto. Escorrer a água e reservar. Em separado, refogar no dendê um punhado de camarão fresco (ou camarão seco previamente dessalgado), cebola roxa picadinha e temperos (cheiro verde, orégano etc.). Juntar o feijão cozido e refogar ligeiramente. Servir num alguidar ou num prato de papelão forrado com coco (ralado ou em tirinhas), ou então com folhas de taioba. Pode-se fazer apenas o feijão com a cebola, passados no dendê (sem o camarão).
5-Carne de porco: Um pedaço de carne de porco, um pouco de dendê e meio quilo de cebola roxa. Aquecer o dendê e passar a carne de porco nesse azeite, só para dourar.  Juntar um pouco de água para cozinhar levemente a carne. Cortar a cebola e passar no dendê quente, rapidamente, para não murchar. Colocar a carne num alguidar ou num prato de papelão forrado com folhas de taioba e cobrir com a cebola.
6- Aberém: Pequenas porções de massa de acarajé (ou de milho), sem sal. Enrolar em folha de bananeira e cozinhar em banho-maria. Depois, regar com mel (ou dendê).
Lenda:
Omulú ganha pérolas de Iemanjá
Omulú foi salvo por Iemanjá quando sua mãe, Nanã Burukê, ao vê-lo doente e coberto de chagas, abandonou-o numa gruta perto da praia.
Iemanjá recolheu Omulú e o lavou com a água do mar. O sal da água secou suas feridas. Omulú tornou-se um homem vigoroso, mas ainda carregava as cicatrizes, as marcas feias da varíola.
Iemanjá confeccionou para ele uma roupa toda de ráfia, com a qual ele escondia as marcas de suas doenças. Era um homem poderoso, andava pelas aldeias e, por onde passava, deixava um rastro ora de cura, ora de saúde, ora de doença, Mas continuava sendo um homem pobre.
Iemanjá não se conformava com a pobreza do filho adotivo. Ela pensou:
     “Se eu dei a ele a cura, a saúde, não posso deixar que seja um homem pobre”. E ficou imaginando quais riquezas poderia lhe dar.
Iemanjá era a dona da pesca, tinha os peixes, os polvos, os caramujos, as conchas, os corais. Tudo aquilo que dava vida ao oceano pertencia a sua mãe, Olocum, que dera tudo a Iemanjá.
Iemanjá resolveu então ver suas jóias. Tinha algumas, mas enfeitava-se mesmo era com algas, com água do mar, vestia-se de espuma e se admirava com o reflexo de Oxu, a Lua. Iemanjá se lembrou de que tinha uma grande riqueza, que eram as pérolas que as ostras fabricavam para ela. Muito contente com esta lembrança, chamou Omulú e lhe disse:
     “De hoje em diante, és tu quem cuida das pérolas do mar. Serás chamado de Jeholu, o Senhor das Pérolas”.
Por isso as pérolas pertencem a Omulú. Por baixo de sua roupa de ráfia, enfeitando seu corpo marcado de chagas, Omulú ostenta colares e mais colares de pérola, belíssimos colares. (“Mitologia dos Orixás”, Reginaldo Prandi, 2005.)

Aqui está mais um Orixá, Salve o médico da Umbanda! Atotô!


Christopher Grey