05 dezembro 2016

O Deus da Guerra Nórdica: Tyr

O Deus da Guerra Nórdica: Tyr

Apesar de Tyr aparecer em poucas lendas, a mais conhecida história sobre ele envolve o feroz lobo Fenrir, o qual nenhuma cadeia poderia segurar. O deus supremo Odin ordenou que os anões fizessem um grilhão mágico tão forte que Fenrir não pudesse quebrá-la. Os anões  então criaram um que era suave e macio como seda, chamado Gleipnir. Fenrir desconfiou quando os deuses tentaram amarrar Gleipnir à sua volta. Mas ele permitiu que eles o amarrassem após o bravo Tyr colocar a mão na boca do lobo. Mas esta propensão para a nobrez


a lhe custou sua mão. Quando Fenrir percebeu que tinha sido enganado e que não conseguiria se soltar, ele devorou a mão de Tyr.
No Ragnarok, Tyr está destinado a batalhar com Garm, o cão de guarda do submundo - uma luta que resultará na morte de ambos.                       

Filho de Odin e Friga, Tyr é o deus da guerra e do valor e patrono da justiça. Era o deus da honra suprema e uma das doze divindades de Asgard.

Tyr também era invocado com frequência por várias nações do Norte, que como Odin, a ele pediam vitória. Considerado o deus patrono da espada, era indispensável que a runa que o representava estivesse gravada nas armas. Tyr, cujo nome era sinônimo de valentia e sabedoria, também conta com a ajuda das brancas valquírias, assistentes de Odin. Geralmente era representado como um deus manco, a partir de uma história que envolve o filho lobo de Loki, Fenris. Segundo dizem, Fenris cresceu de tal forma que os deuses, temendo que se tornasse incontrolável, resolveram acorrentá-lo, dizendo a ele que nao conseguiria se soltar. Fenris aceitou o desafio e, infelizmente para os deuses, rompeu as amarras. Os deuses pediram aos anões que fabricassem então uma corrente mágica, Gleipnir, com grandes poderes, apesar de fina. Fenris foi desafiado novamente e aceitou ser amarrado porém, desconfiado da finura da corrente, disse que alguém tinha que por a mão em sua boca. Tyr for o único que teve coragem. Quando Fenris se viu preso de vez, arrancou a mão do deus. Apesar de tudo, Tyr alimentou e cuidou do lobo amarrado para sempre.
Tyr era filho de Odin e Frigga, é a divindade da guerra e um dos doze grandes deuses do Asgard. A sua invencível espada, o próprio símbolo da sua divindade, foi forjada pelos anões filhos de Ivald, também armeiros de Odin. A sua espada também pertence à lenda e há uma muito especial que Guerber colheu nos finais do século passado, onde se contava que a espada venerada pelos Cheruski, uma vez roubada do templo em que era adorada, passou para as mãos de Vitelio, prefeito romano que, encorajado pela sua posse, se autonomeou imperador, mas não soube lutar com ela e morreu pelas mãos de um dos seus legionários germanos, que a empunhou para cortar-lhe o pescoço pela sua covardia. Átila depois encontrou-a enterrada na margem do Danúbio e, com ela, quase se apropriou da Europa, para terminar por ser morto com o seu fio, pelas mãos da princesa Ildico, que vingava assim as mortes dos seus produzidas pelo huno.                       

O terrível lobo Fenris foi um dos monstruosos filhos do deus Loki e a gigante Angur. Odin tentou domesticá-lo enquanto era um filhote e levou-o para o Asgard. Tyr foi o encarregado de alimentar a fera, dado que era o único que se atrevia a aproximar-se dela; assim o fez, vendo como o animal crescia em tamanho e ferocidade e não melhorava de maneira nenhuma a sua conduta. Então os doze acordaram amarrar o lobo com correntes, para evitar que pudesse converter-se num perigo para todos; mas as correntes não serviam de nada, pois Fenris partia-as com toda a facilidade; de maneira que os deuses pediram aos elfos que fizessem algo indestrutível. Os elfos misturaram os passos de um gato, o cio do urso, a voz dos peixes, saliva de pássaros, a barba de uma mulher e a raiz de uma montanha; com ela teceram uma corda inquebrável, Gleipnir, que quanto mais puxava mais se apertava.                       

Foram todos, deuses e lobos, para a ilha de Lyngvi, para propor a Fenris que provasse a sua resistência, coisa nada fácil, dado que ele receava de uma liga tão sutil. Como os doze insistiam, Fenris aceitou, com a condição de que um deles pusesse o seu braço dentro das fauces, para pagar por todos se algo saísse mal. De maneira que Tyr foi de novo o escolhido e deixou o seu braço à prova dentro da boca de Fenris, enquanto se lhe atava o Gleipnir ao pescoço e às garras. O lobo esticou e esticou a atadura, mas esta só se apertava cada vez mais. O lobo furioso comeu o braço de Tyr e os deuses meteram-lhe uma espada na boca, para calá-lo; do sangue que brotou do seu paladar brotou o rio Vom e lá ficou Fenris, à espera do dia final, até que chegasse o momento em que se partisse a sua ligadura e fosse o momento da sua vingança.                       

Týr é um Aesir (deuses ligados a fenômenos naturais - a guerra era considerada um fenômeno natural), que possui uma ligação direta com um dos filhos de Loki, o gigantesco lobo Fenrir, que discutiremos a seguir. Porém inicialmente vamos montar uma ficha técnica desse deus.

A genealogia de Týr, segundo a Edda Poética, se dá proveniente de Hymir, o que lhe garante o posto de ser mais antigo que Odin, sendo que, para algumas vertentes, ele é considerado como o deus patrono dos nórdicos. Já na Edda em Prosa, ele aparece como sendo filho de Odin com Frigga, a deusa do amor, o que lhe coloca em mesma posição de Thor, como um príncipe dentre o panteão.
Logo a única certeza que temos em relação a esse deus é que sua fama é muito antiga, sendo que o mesmo tem uma runa que o simboliza. Essa runa geralmente é encontrada em armas como espadas, lanças e machados utilizados em batalhas. O formato dessa runa é uma seta apontando para cima.                       

Existe também o fato de que Týr é uma alusão a Ares na mitologia grega e a Marte na mitologia romana, o que lhe trouxe grande apelo entre as pessoas, que necessitavam de uma figura forte para trazer coragem frente às guerras. Devido a esse fato, Týr ganhou muita popularidade, sendo que hoje, ainda é relembrado seu mito no terceiro dia da semana nos países de línguas anglo-saxônicas, como o inglês, por exemplo - Tuesday ou em sueco e norueguês - Tisdag.                       

Agora vamos discutir o fato mais icônico de Týr, um fato presente também em Odin e Mimir, que é o sacrifício de uma parte do corpo. O chefe do panteão sacrificou o olho direito e se auto-imolou na Yggdrasil, em busca de conhecimento supremo e Mimir uma orelha. Entretanto o corajoso Týr teve parte de seu antebraço direito decepado pela ira de Fenrir.

A lenda conta que Fenrir não podia ser contido por nada, quaisquer fossem os grilhões que tentassem conter o lobo titânico, acabavam se esfarelando frente à monstruosa força da besta. E sabendo da importância que Fenrir teria no Ragnarok, o panteão resolve pedir aos anões que construíssem algo mágico para evitar que o lobo se soltasse e trouxesse o crepúsculo dos deuses antes do esperado. 

Dessa forma os anões modelaram e teceram uma corda de seda que não poderia ser rompida facilmente, sendo mais poderosa que qualquer corrente já feita. Essa corda recebeu o nome de Gleipnir e era feita de coisas que não poderiam existir, porém como os anões de Svartalfhein eram conhecedores de coisas estranhas, os deuses resolveram dar uma chance a Gleipnir.

Gleipnir era composta por seis coisas distintas, sendo elas: o som do passo de um gato, o fio da barba de uma mulher, as raízes de uma montanha, os tendões de um urso, a respiração de um peixe e a saliva de uma ave. Todas essas coisas juntas garantiam a essa corda dos anões uma poderosa mágica que permitia a mesma ser praticamente indestrutível.

Então os deuses atraíram o monstruoso lobo para uma ilha, conhecida como Lyngvi bem no centro do lago Amsvartnir e lá mostraram a corda para Fenrir, que ao vê-la lança um olhar de deboche, permitindo que os deuses o envolvam na mesma, porém, com finalidade de amansar a besta, Týr dá um passo a frente e coloca seu braço dentro da boca de Fenrir, que a mantém aberta como se estivesse a zombar dos deuses.

Então, notando que a corda começou a apertar e seus movimentos ficaram extremamente limitados, o lobo entra em pânico, porém já era tarde e ele se encontrava envolto em tão delicada corda. Com raiva de ter sido preso, Fenrir então fecha a bocarra, decepando a mão e parte do antebraço direito de Týr. Logo o custo para prender a besta foi muito alto para Týr, mas o que lhe garantiu uma posição de grande destaque entre os deuses do panteão.                       
A morte de Týr é prevista no Ragnarok, onde ele irá lutar contra Garm, o cão de guarda do submundo. Essa batalha se mostra terrível, chegando ao ponto dos dois virem a perecer.

Associações:
Deus: da justiça, da ordem, da guerra, valor;
Cores\vela: vermelho, branco, roxo;
Oferendas: sua runa (uma seta apontando para cima), colocar as coisas em ordem, lutas, imagens dele, usar sua sabedoria pra fazer a justiça;

Que os Deuses lhe abençoem com sabedoria!

Raffi Souza.