08 maio 2018

A deusa dos vulcões: Pele!


A deusa dos vulcões: Pele!


Seu pai a exilou por causa de seu mau temperamento, mais recentemente por brigar com sua irmã mais velha, a deusa-água ka-lee-oo-maai (Namaka), a qual o marido de Pele seduziu. Ela viajou do Tahiti, numa canoa guiada pelo seu irmão, o deus-tubarao ka-moho-ali, seguida por sua irmã mais velha. Toda vez que ela desembarcava numa ilha e criava uma morada vulcânica, a irmã afundava. Finalmente a batalha final acabou perto de Hana, Maui, onde Pele venceu a deusa-água. As lendas dizem que os ossos desta, ainda se encontram numa montanha chamada Ka-iwi-o-Pele.
Depois dessa batalha ela encontrou novos inimigos, na deusa da neve Poliahu, que ela lutou contra no Manau Kena, e o deus da fertilidade Kamapua'a, que ela às vezes ama.
Pele é conhecida pelo seu temperamento violento, mas também por fazer visitas aos mortais, normalmente aparecendo como uma mulher alta, bonita e jovem ou como uma velha, feia e frágil. Por vezes está acompanhada de um cachorro branco que ela usa para testar as pessoas, perguntando se elas têm alguma comida ou bebida para dar. Aqueles que passam no teste por mostrar compaixão são poupados e recompensados. Entretanto aqueles que fazem o contrário e são crueis, desrespeitosos ou mesmo insensíveis são punidos tendo seus lares destruídos. Quando enraivecida ela aparece ou como uma mulher em chamas ou como chamas puras.
Ela gosta de danças sociais e é conhecida por ser muito ciumenta e vingativa quando não consegue o homem que quer. Histórias que envolvem Pele são comuns a volta da fogueira. Dizem que sua presença pode ser sentida perto do vulcão Kilaueu, e que costuma amaldiçoar aqueles visitantes que levam do havai pedras vulcânicas.
Pele é a Deusa havaiana do fogo, da luz, dos vulcões, da dança e da violência. Ela é considerada uma Malihini, ou seja, uma Deusa que migrou para o Havaí depois da colonização polinesia. Ela e seus irmãos foram incorporados à mitologia havaiana por volta do século XII .
É chamada nos cânticos sagrados havaianos de Pele Honua Mea que significa “Aquela que Dá Forma à Terra Sagrada” ou “Aquela que Muda a Terra Sagrada”. Pele é o fogo da transmutação, o que converte tudo às cincas para depois renascer, é a paixão, o brilho intenso de luz e movimento. Pele é a Chama Divina, a chama da paixão e do propósito. Ela incorpora a criação dinâmica, a ação e o direcionamento e representa a coragem e a confiança. Pele é linda, é o impacto inspirador, a forte, o poder, a criativo, o entusiasmado, a espontânedade, a vida, a apaixão, o quente e a erupção. Pele é perigosa, ainda que generosa e boa e gentil.
Existem diversas histórias sobre a Deusa, dependendo dos lugares nas quais são narrados, cada ilha tem lendas diferentes mas todas no mesmo contexto, sendo que Pele é a Deusa do fogo e dos vulcões. Seja como for, sua personalidade tem dupla analogia o fogo que destrói mas também que reconstrói e renasce, como arquétipo de transformação permanente. Ela também pode ser vista como uma Deusa da Terra pois cria nova terra com sua lava rica em minerais, sendo assim uma Deusa da criação. Ela é a que toma a vida (com fluxo destruidor da lava) e aquela que dá a vida e a faz florecer (com suas terras férteis providas da lava). Pele é a regeneração através da morte, Ela recebe as almas daqueles que morreram e as renova para o renascimento com seu fogo da criação.
Na verdade, a palavra havaiana “Pele” significa lava derretida. Há muitas histórias que falam da ira de Pele, normalmente estimulada pelo ciúme ou a arrogância de alguém, que a levam a causar erupções vulcânicas ou fluxos de lava destrutivos.
Pele também é simbolizada pela árvore “Ohi’a Lehua” que cresce rapidamente na lava fresca As flores da lehua são sagradas à essa Deusa, assim como a trepadeira de mel havaiano que bebe o néctar das flores de lehua.
Faces
Algumas vezes Pele se transforma em uma jovem donzela ou numa velha senhora com um cão branco.
Há relatos da Deusa como uma jovem mulher com longos cabelos marrons e usando um vestido vermelho dançando próxima a um vulcão. Às vezes Ela pede um cigarro que 0 acende com o estalar de seus dedos.
Já a face Anciã ou “Tūtū Pele” (Velha Pele ou Violenta Pele) é vista com mais frequência. Tutu Pele é muito amada pelo povo do Havaí, por Seus conselhos e sabedoria, além de advertir sobre os perigos iminentes. Ela desaparece no ar tão rápido quanto surgiu.
Por vezes está acompanhada de um cachorro branco e testa as pessoas, perguntando se elas têm alguma comida ou bebida para dar. Aqueles que passam no teste por mostrar compaixão são poupados e recompensados. Entretanto aqueles que fazem o contrário e são cruéis, desrespeitosos ou mesmo insensíveis são punidos tendo seus lares destruídos. Quando enraivecida ela aparece ou como uma mulher em chamas ou como chamas puras.
Mesmo com tantas representações, ela geralmente é tida como a face Mãe por seu potencial criador inerente.
Mitologia
A deusa nasceu em Honua-Mea, parte do Taiti. Ela fazia parte de uma família de seis filhas e sete filhos nascidos de Haumea (uma antiga deusa da Terra) e Kane Milohai (Deus criador do céu e da terra).
Existem uma série de variações nas lendas que falam de como a Deusa chegou às ilhas havaianas. Uma das versões mais comuns relata que ela foi exilada por seu pai por causa de seu temperamento, e mais precisamente por brigar com sua irmã mais velha, Namakaokahai, uma Deusa da água, cujo marido Pele tinha seduzido.
O irmão mais velho de Pele, o rei dos tubarões, Kamohoali’i, lhe deu uma grande canoa, na qual ela e sua irmã Hi’iaka (conhecida como a padroeira dos dançarinos de hula) viajaram para longe de casa através do mar até que chegaram ao Havaí.
Sempre que Pele encontrava um lugar onde ela pudesse morar, ela criava um vulcão, e a sua vingativa irmã afundava. O embate entre Pele e Namakaokahai terminou perto de Hana em Maui, após uma batalha épica, onde Pele dilacerou sua irmã. A lenda diz que os ossos da deusa permanecem no local na forma de uma colina chamada Ka-iwi-o-Pele. Após tudo isso, Pele finalmente encontrou refúgio em Mauna Kea, na Ilha do Havaí, onde cavou sua fogueira final e eterna, a cratera Halemaumau, no cume do vulcão Kilauea, onde se acredita que ela vive até hoje.
Em outra versão, a Deusa Pele vem de uma terra dita “perto das nuvens,” com seus pais Kane-hoa-lani and Ka-hina-liʻi e irmãos Ka-moho-aliʻi e Kahuila-o-ka-lan. De seu marido Wahieloa (também chamado Wahialoa) Ela tem uma filha chamada Laka e um filho chamado Menehune.
Pele e Lohiau
Uma vez instalada em Kilauea, Pele viajou para uma ilha vizinha e se apaixonou por um jovem chefe chamado Lohiau.
Uma versão diz que ela estava dormindo em sua casa na cratera Halemaumau na Ilha Grande e outra que ela estava de pé na Rocha de Kauai na extremidade ocidental de Oahu, quando ela ouviu os sons de um festival de hula. Ela seguiu os sons para Haena em Kauai, viu o belo chefe dançando em uma festa, e se apaixonou (ou se sentiu despertada pela luxúria). Materializando a forma de uma bela jovem, ela entrou na dança, conseguiu o coração de Lohiau e viveu com ele por um tempo. Finalmente, teve de voltar para casa e prometeu que mandaria chamá-lo.
Após voltar para casa, Pele enviou seu jovem irmã Hi’iaka com a missão de trazer Lohiau até ela. Ela investiu Hi’iaka de poderes sobrenaturais, os quais a jovem utilizou para superar vários obstáculos durante a sua jornada.
Quando Hi’iaka chegou no lar de Lohiau, ela descobriu que o jovem chefe havia morrido de coração partido por causa da saudade que sentia da Deusa Pele. Hi’iaka então pegou seu espírito e usou seus poderes mágicos para trazê-lo de volta a vida. Enquanto isso, Pele ficava cada vez mais impaciente, imaginando que sua irmã havia roubado o seu amado Lohiau. Enfurecida, Pele enviou um fluxo de lava que matou Hopoe, um amigo de Hi’iaka.
Quando Hi’iaka finalmente retornou trazendo o jovem Lohiau à Kilauea, ela soube da morte de seu amigo e, tomada pela dor da perda, ela abraçou Lohiau, a quem ela chegou a amar. Pele viu o gesto da irmã e enviou mais lava, desta vez para matar Lohiau. Protegida por seus poderes mágicos, Hi’iaka restaurado Lohiau novamente à vida e parte com ele de volta para o seu lar.
Pele e Poli’ahu
Pele é considerada rival de Poli’ahu, a Deusa da Neve, e suas irmãs Lilinoe (a Deusa da linha fina), Waiau (Deusa do Lago Waiau) e Kahoupokane (um fabricante de kapa cujas atividades criam trovão, chuva e relâmpago).
Um mito diz que Poli’ahu veio de Mauna Kea com seus amigos para participar de corridas de trenó pelas colinas gramadas ao sul de Hamakua. Pele se disfarçou como uma bela estranha e foi recebida por Poli’ahu. No entanto, Pele ficou com ciúmes e se enfureceu. Ela abriu as cavernas subterrâneas de Mauna Kea e atirou seu fogo em Poli’ahu, com a Deusa da neve fugindo para um cume de montanha onde Poli’ahu finalmente foi capaz de agarrar seu manto de neve agora queimando e jogá-lo sobre a montanha. Os terremotos sacudiram a ilha enquanto o manto de neve se desdobrava até chegar às fontes de fogo, esfriando e endurecendo a lava. Os rios de lava foram levados de volta para Mauna Loa e Kilauea. As
Outras batalhas também conduziram Pele à derrota e confirmaram a supremacia da Deusas da neve na parte do norte da ilha deixando Pele na porção do sul.
Pele e Kamapua’a
Um amante que provou ser um bom par para Pele era Kamapua’a, um semi-deus da fertilidade que era parte porco, parte humano, que escondeu as cerdas que cresciam ao longo de suas costas usando uma capa. Ele e Pele estavam em desacordo desde o princípio; Ela cobriu a terra com lava estéril, ele trouxe torrentes de chuva para extinguir seus incêndios e chamou os javalis para cavar a terra, abrandando o local para que as sementes pudessem crescer.
Pele e Kamapua’a brigaram um contra o outro até que seus irmãos imploraram para Ela ceder, como eles temiam tempestades de Kamapua’a iriam apagar todos os veios de lava e matar o poder de Pele de trazer o fogo. Os dois permaneceram amantes tempestuosos, diz-se, até que uma criança nasceu, então Kamapua’a navegou para longe e Pele voltou para seus namoricos.
Locais de culto
Dizem que sua presença pode ser sentida perto do vulcão Kilauea onde seria a sua morada, está localizada no Parque Nacional dos Vulcões, no sudeste da Grande Ilha do Havaí.
Também há uma lenda onde fala que a Deusa lança uma maldição sobre quem perturbar ou roubar sua casa. Algumas pessoas dizem que esse mito foi inventado por um guarda florestal da Ilha Grande, com o intuito de impedir que os turistas levem objetos da ilha como lembranças. Ainda assim, a cada ano, milhares de pedaços de rocha de lava são enviados de volta para o Havaí, juntamente com pedidos de perdão, por pessoas do mundo todo que afirmam terem sofrido desgraças horríveis desde que levaram as pedras da morada de Pele.
As pessoas do Havaí consideram a Deusa como sua “aumakua” ou Espírito Guardião. Antes da colonização do homem branco nas ilhas, as sacerdotisas de Pele usavam roupas com as mangas e barras queimadas além de carregar uma vara simbolizando o Bastão “Paoa” que dizem que Pele usou para criar as crateras vulcânicas. Ainda hoje, mesmo com as crenças modernas as pessoas da ilha ainda levam oferendas de peixes, flores e frutas à Deusa.
Parentesco
Filha da Deusa Haumea, uma antiga deidade da terra e Kane Milohai (Kāne-milo-hai), outras fontes seu pai é Kane Hoalani e há ainda uma referência a Moemoe (um nome que tem a ver com o sonho proposital).
Seus irmãs são: Makole Nawahi Waa (a canoa de Olhos Ardentes) Hiiaka Wawahi Lani (Detentora da Nuvem que rasga o Céu), Hiiaka Noho Lanei (Detentora da Nuvem que Reside no Céu), Hiiaka Kaalawa Maka (detentora da Nuvem visívem rapidamente) Hiiaka Hoi Ke Poli a Pele (Detentora da Nuvem que Abraça o Amago de Pele), Hiiaka Kaleiia (detentora da nuvem que forma uma grinalda) Hiiaka Opio (Detentora da Nuvem que são Formadas). Há ainda quem a ligue como irmã de Namaka (ou Nā-maka-o-Kahaʻi), uma Deusa da água, Ka’ohelo (como irmã mortal), Kapo (a Deusa da fertilidade) e Pele-kumu-honua.
Seus irmãos são: Kamohoali’i, (Deus do vapor e as vezes retratado como um Deus-tubarão), Kapohoikahiola (Deus das explosões), Keuakepo (ou Ke-ua-a-ke-pō, espírito do raio e Deus do fogo), Kane Kahili (Espírito do trovão) e Keoahi Kamakawa (ou Ke-ō-ahi-kama-kaua, um espírito das fontes de lava cujo nome significa “Fogo que Impulsiona a Criança para a Guerra”).
Mãe de Laka e de Menehune.
Consorte de Kamapua’a, (o Deus da fertilidade) em alguns mitos e do herói Wahieloa em outros.

Epítetos
Pele honua mea – Pele da Terra Sagrada.
Ka wahine ʻai honua – A mulher devoradora da terra
Pele ‘ai’houn – Pele a Devoradora da Terra Pele the eater of land
Tūtū Pele – Violenta Pele ou Velha Pele
Madame Pele – como sinal de respeito
Guia rápido de correspondências
Invoque Pele para: amor, paixão, sexualidade, magia, limpeza, purificação, conhecimento, emoções, transmutação, poder, vigor, coragem, fúria e revelações.
Face da Deusa: Mãe
Aromas e plantas: cana de açúcar, ervilha de cheiro, flores do campo, gerânio, hibisco, ohi’a lehua, rosa vermelha, sândalo
Pedras: granada, rubi, pedras e rochas vulcânicas
Animais: cachorro branco
Cores: branco, laranja, vermelho, marrom e preto
Dia: terça-feira, sexta-feira
Data de comemoração: 28 de janeiro
Elemento: terra e fogo
Signo: Áries e Leão
Planeta: Marte
Estação do ano: Verão e outono
Símbolos: vulcão, hibisco e pedras vulcanizadas.
Que sejam prósperos.
Raffi Souza.

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