31 maio 2015

VODU Loas do Panteão Vodu

VODU
 Loas do Panteão Vodu



A lista a seguir contém os nomes e descrições dos principais loas Rada e Petro adorados na religião Vodu.

AGWE
Deus do mar do Vodu Rada, patrono dos pescadores e marinheiros, consorte da loa feminina Erzulie. Agwe é visto como um mestiço de olhos verdes, geralmente usando o uniforme de um oficial naval.

AIZAN
Loa haitiano do Vodu que habita a água e dá a seus devotos o poder de cura e de adivinhação.

AYIDA WEDO
Loa haitiano/beninense do Vodu visto como uma deusa serpente arco-íris de várias cores. É a consorte do loa-serpente Damballah, freqüentemente simbolizada por uma cobra, serpente ou dragão.

BARON SAMEDI
Loa do Vodu Petro da morte e magia negra. Governante dos cemitérios, visto como um anão. Seu símbolo é uma cruz preta num túmulo, a cruz usando um casaco preto e no topo uma cartola. Ele controla as almas de homens e mulheres que foram mortos por magia maléfica. Dizem que quando ele é invocado à meia-noite, o som estranho e assustador de correntes se faz ouvir com seu aparecimento. Baron Samedi é o loa Petro mais invocado na magia negra do Vodu.

BOSU
Loa haitiano do Vodu que habita as montanhas e os cemitérios. Sua cor sagrada é o preto.

DAMBALLAH
Loa Rada do Vodu conhecido como Serpente do Céu, Pai das Águas Cadentes e loa de toda sabedoria espiritual. Damballah é o consorte de Ayida Wedo, o loa-serpente arco-íris. Ele é reverenciado e invocado às quintas-feiras, e sua cor sagrada é o branco.

ERZULIE
Loa Rada do Vodu que representa amor, beleza e feminilidade. Seu principal atributo é o luxo e é visto como uma jovem, bela, rica senhora que usa muitos anéis e colares de ouro. Sua bebida favorita é o champanhe, e, como a Virgem Maria, seu símbolo é um coração perfurado. Mas, diferentemente da Virgem Maria, Erzulie possui um caráter bastante erótico. É a consorte de Ogum, o loa do fogo e da guerra, e também de Agwe, o loa real do mar. Em sua forma Petro, é conhecida como Erzulie Ge-Rouge (Erzulie Olhos Vermelhos) e vista como uma mulher pálida, trêmula, que soluça incontrolavelmente porque ninguém a ama o suficiente. Branco e rosa são suas cores, e ela é reverenciada em seu dia sagrado, sexta-feira.

GHEDE
Loa da morte do Vodu Rada. É o loa invocado no encerramento de todas as cerimônias Rada. Veste-se com as roupas coloridas de um palhaço ou bobo-da-corte e muitas vezes usa entre as pernas um gigantesco falo de madeira. Entoa canções obscenas com voz anasalada e se deleita em desconcertar as pessoas sexualmente.
Nas Grandes Cerimônias, sacrificam-se bodes pretos para ele, tanto como oferenda quanto como djakati (galinhas de penas eriçadas afamadas por possuir a capacidade sobrenatural de localizar, descobrir e destruir feitiços mágicos feitos contra seus donos). Ghede é conhecido por sua fome insaciável, e uma pessoa por ele possuída come quantidades enormes de comida do ritual. Seu dia sagrado é sábado, e o preto, sua cor favorita. Embora seja o loa da morte, pode também ser um grande curandeiro. Em sua forma Petro, é conhecido como Baron Samedi, o Governante dos Cemitérios.

LEGBA (PAPA LEGBA)
Loa Rada dos caminhos e encruzilhadas. (Na religião Vodu, todas as encruzilhadas têm um significado simbólico.)
Originalmente um deus solar beninense, Legba é o mais importante dos loas, e todas as cerimônias Rada iniciam-se com uma invocação a ele. É o intérprete dos outros loas e lhes permite surgir pela estaca (o objeto cerimonial mais importante do Vodu) fincada na terra. É o guardião das chaves que trancam o portão que separa o mundo material do mundo dos espíritos. Legba geralmente aparece como um velho camponês manco, malvestido, fumando um cachimbo e usando uma muleta, mesmo sendo muito poderoso; dizem que sua posse de um devoto em transe é violentíssima, fazendo com que os membros da pessoa se contorçam como se ela fosse aleijada e o rosto fique com aparência velha e abatida. No sul do Haiti, bodes e os menores pintos de cada chocadeira são sacrificados a Legba em seu dia sagrado, terça-feira. Em sua forma Petro, é conhecido como Carrefour, o Mestre das Encruzilhadas.

LOCO (PAPA LOKO BENIN)
Loa haitiano da cura e espírito das ervas e da vegetação que empresta às folhas poder curativo. Sua cor sagrada é o verde.

MARASSA
Misteriosos loas gémeos do Vodu que são divinos em poder, mas humanos em comportamento. Acredita-se que os Maras-sa sejam os pais de toda a espécie humana e os únicos loas criados diretamente por Deus (sentido cristão). São retratados como crianças gêmeas e, quando possuem um devoto numa cerimónia, inspiram-lhe um comportamento infantil.

OGOUN
Loa Rada haitiano/nigeriano da guerra e do fogo que protege seus adoradores das balas e ferimentos infligidos por armas. Ele fortalece seus devotos, dando-lhes tapas e levantando-os no ar. É invocado com o derramamento cerimonial de rum, que é então posto em fogo, o que não acontece com os outros loas. Quarta-feira é seu dia sagrado, uma espada é seu símbolo, e o vermelho, sua cor favorita.


SIMBI
Um loa Petro geralmente barulhento e bravio, conhecido como Patrono dos Poderes Mágicos. Acredita-se que ele habita mangueiras e cabaceiros. É reverenciado e invocado em seu dia sagrado, a terça-feira.

SOBO
Loa haitiano/beninense Rada do raio e trovão, cujo símbolo sagrado é o carneiro.
Os seguidores do Vodu acreditam que Sobo forja pedras-de-raio (lâmina dos machados pré-colombianos) arremessando raios para a terra, que atingem a rocha e lançam a pedra no solo do vale. Antes que um houngan possa tocá-la com as mãos, a pedra-de-raio deve ficar lá por um ano e um dia.

TI KITA
Um loa Petro feminino, poderoso e muito temido, associado com o culto da magia e dos mortos. "Alimenta-se" de porcos e bodes, sendo o preto seu cor sagrada.

ZAKA
Loa haitiano da agricultura. Aparece como um camponês usando chapéu de palha, fumando cachimbo e carregando na mão um facão de mato.


 (Fonte: “A magia das velas”, de Gerina Dunwich)

30 maio 2015

Pomba-Gira Maria Padilha

Pomba-Gira
Maria Padilha



A Pomba-Gira ou Pombajira é um Exu-feminino. Tal como os Exús, as Pombas-Giras são espíritos em evolução, que já viveram entre os humanos, e que aprendem sobre a vida através de nossa própria vida, enquanto aguardam a sua vez de reencarnar. Os espíritos mais evoluídos são chamados por outro nome. Assim a Pomba-Gira passa a ser chamada de Lebará.

Zaira Male era uma bruxa, que fundou a sociedade “Mulheres de Cabaré Damas da Noite”, local onde as mulheres da “noite” se reuniam, recebiam os homens a quem davam prazer, mas não só. Esse local permitia-lhes reunir-se para aprender a magia, encantos e feitiços, para conseguir obter dos homens tudo o que queriam.
Zaira Male transmitiu ás suas aprendizes o culto ás outras que morressem. Assim nasceu o culto da Pomba-Gira. As antigas, as anciãs incorporavam no corpo das mulheres novas com capacidades mediúnicas para as receber, e transmitir as suas mensagens. Essas mensagens podem ser das mais variadas, no entanto o objectivo principal é o conhecimento da magia e dos encantamentos, que permitirá ás mulheres saber como conquistar o homem amado.

As Pombas-Giras são Exús fêmeas ligadas á sexualidade e á magia, tendo várias áreas de domínio: amor, sexo, sentimentos.

As Pombas-Giras têm um nome cabalístico: KLÉPOTH.
E cada uma atende por um nome diferente: rainha das 7 catacumbas, Maria Padilha…

Maria Padilha é uma das principais entidades da Umbanda e do Candomblé, da linha da esquerda, sendo também conhecida por Dona Maria Padilha, e considerada a Rainha das Pombas-Giras. É a Rainha do Reino da Lira, Rainha das Marias.
É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer, como é conhecido nas Kimbandas.
Ela é vista como o espírito de uma mulher muito bonita e sedutora, que em vida teria sido uma fina prostituta ou cortesã influente.

Maria Padilha é uma Pomba-Gira poderosa capaz de auxiliar em problemas de amor, saúde, afastar indesejáveis, desmanchar feitiços.
As mulheres que trabalham com esta entidade têm uma personalidade muito forte e são geralmente extremamente sensuais e atraentes. Amam como ninguém, mas se forem traídas facilmente odeiam seus parceiros amorosos.

Maria Padilha é a protetora das prostitutas. Gosta do luxo e do sexo. Suas roupas são geralmente vermelhas e pretas, usa uma rosa nos seus longos cabelos negros. É uma Pomba-Gira que gosta de festas e dança.

Os seus dons: dom do encantamento de amor.

As suas oferendas são: cigarros, champanhe, rosas vermelhas em número ímpar, jóias, cosméticos, espelhos, mel, licor de anis.

Os seus trabalhos são geralmente despachados em encruzilhadas em “T”.


A saudação a Exú: Laroyê, Exu! (“Salve, Exu!”)

Maria Padilha, tem vários nomes:

- Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da Kalunga;
- Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas;
- Maria Padilha Rainha dos Infernos;
- Maria Padilha Rainha das Almas;
- Maria Padilha das Portas do Cabaré;
- Maria Padilha Rainha das 7 facas;
- Maria Padilha Rainha da Figueira…

O maior segredo para pedir e obter o que pedir para Maria Padilha, está na fé nela e no respeito por ela.

29 maio 2015

Cristianismo Esotérico

Cristianismo Esotérico



As chamadas religiões de mistérios, são na verdade correntes teológicas e doutrinarias existentes no plano da tradição religiosa crista.
Estas perspectivas religiosas de fundamento cristão, defendem os princípios da reencarnação e da evolução espiritual.
O Gnosticismo constitui uma das mais reconhecidas expressões deste pensamento místico cristão, sendo que este assumem-se como uma as vertentes esotéricas do Cristianismo.
As religiões de Mistérios, não se tratam de movimentos religiosos de massas, ou seja, não celebram o seu culto através de liturgias públicas e destinadas ao publico em geral. Tratam-se ao contrário, de movimentos religiosos de natureza hermética e ocultista, que tendem a preservar em segredo os seus mistérios espirituais.
Esses mistérios, vão sendo gradualmente desvendados aos seus membros, de cada vez que se evolui um degrau na escala de progresso espiritual. São por isso movimentos de natureza iniciática, e em que não existem sacerdotes que pratiquem actos propriamente litúrgicos, mas antes e apenas mestres que orientam e auxiliam os seus educandos nos desenvolvimento dos estudos místicos e espirituais.
O processo de iniciação, não decorre essencialmente de uma liturgia formal, mas antes de processo espiritual interior por via do qual o iniciado consegue ascender a um plano superior de conhecimento e de existência, conseguindo assim aceder, ou comunicar, ou «ver» uma tal dimensão de existência celestial. 
As religiões dos mistérios professam a sua crença no ciclo de migração das almas e nareencarnação, enquanto um processo de evolução espiritual. Assim sendo, não defendem a visão cristã clássica do «céu» ou do «inferno», sendo que não professam que uma alma após uma única existência terrena, possa ficar eternamente condenada ao inferno e em permanente estado de condenação, nem eternamente no céu em eterno estado de graça. Ao contrário, a generalidade das religiões de mistérios,( nas quais se incluem o cristianismo místico), professam que as almas evoluem através de um ciclo continuado de experiências existenciais,  através das quais edificam um processo de evolução espiritual. O cristianismo místico ou cristianismo esotéricos, defende que a mensagem de Jesus Cristo consistiu precisamente nessa revelação espiritual, que apela o homem a caminhar no sentido das virtudes do amor e do altruísmo, como forma de progressão na escala evolutiva do espírito.
Esta visão, e todas as suas consequências, difere substancialmente dos postulados teológicos tradicionais do cristianismo. A ortodoxia Crista, afirma que Jesus é o salvador da humanidade, e que apenas em Jesus reside a salvação da alma e a conquista da vida eterna. As religiões dos mistérios dizem algo ligeira mas profundamente diferente. Algumas das visões do Cristianismo místico, defendem ao contrario, que a mensagem de Jesus não afirma que Jesus Cristo apenas e «per se» era a salvação, mas antes que aceitar e seguir as palavras de Jesus é que constitui  o caminho para salvação, sendo que essa salvação esta por isso dentro de cada um de nos e na nossa opção em seguir os ensinamentos de Jesus.
Outra diferença substancial entre a teologia ortodoxa crista e as visões do cristianismo esotérico, reside no instrumento que conduz á salvação. A ortodoxia crista, tende a depositar na «fé» o meio fundamental pelo qual se obtêm o perdão e salvação eterna. Ao contrário, o cristianismo místico professa que a salvação não reside determinantemente na «fé», mas antes na «iluminação».
Assim, segundo as doutrinas místicas cristas, a salvação advêm da iluminação, ou seja, da «sabedoria». A salvação advêm por isso de um processo esforçado de evolução espiritual, que apenas se consegue concretizar através da sabedoria. A ignorância, nunca pode conduzir á sabedoria, e por isso nunca pode levar á iluminação e consequentemente á salvação. Assim sendo, apenas um espírito repleto de sabedoria e por isso evoluído, poderá aspirar a uma ascensão. A sabedoria traz consigo compreensão, a compreensão conduz á paz, ao equilibro e á tolerância. A paz, o equilíbrio e a tolerância,  levam ao perdão honesto e consciente. O  perdão honesto e consciente, conduz ao altruísmo, e o altruísmo consciente e repleto de sabedoria é a fonte de iluminação de uma alma. O ciclo evolutivo perfaz-se por isso através deste processo, e não apenas pela fé. A fé, é um instrumento imprescindível, pois é com ela que conseguimos ver as realidades invisíveis. Contudo, a fé que não seja acompanhada de sabedoria, não conduz aos mais elevados planos de ascensão espiritual. A fé é o tijolo com o qual se constrói o edifício da salvação. Mas a sabedoria é o cimento que permite edificar com solidez e douradouramente. Sem a sabedoria, o edifício da fé não consegue produzir o desejado fruto da salvação. 
Outra diferença fundamental entre a ortodoxia crista e o cristianismo esotérico, consiste numa questão de cânones, ou seja, enquanto que a teologia crista ortodoxa apenas aceita os textos do Novo Testamento existentes na Bíblia Sagrada, (aqueles 27 escolhidos e aprovados por são Atanásio da Alexandria e pelo Concílio de Cartago III , no sec IV d.C ), o cristianismo esotérico tende a aceitar na sua literatura oficial, os demais evangelhos e epistolas, ( chamados também de textos  Deuterocanónicos),considerados apócrifos.
Na verdade, em grande parte os textos apócrifos são igualmente considerados de Deuterocanónicos, porquanto são também textos considerados canónicos, ou seja, livros sagrados. Contudo, por não corresponderem a um certo quadro de parâmetros de avaliação sobre o seu teor e origem, sendo que não foram por isso introduzidos na bíblia como livros oficiais da doutrina, ou cânones bíblicos.
O cristianismo esotéricos, também tende a aceitar os ensinamentos de textos apócrifos pré-cristaos, ( textos hebraicos ), ou seja, textos do Antigo Testamento que não foram incluídos no Cânone segundo o Concílio de Jâmnia ( sec I d.C.)