20 agosto 2015

Clarividência

Clarividência é a capacidade de ver coisas, eventos ou objetos que estejam distantes de nós, seja essa distância física (de espaço) ou temporal (de tempo, no passado ou no futuro). A clarividência se dá através do plano espiritual e é um dom que nasce conosco, advindo de vidas passadas.



 A Clarividência além de ser um dom, é uma capacidade física e espiritual.

 Tal capacidade é um presente de Deus para todos os seus filhos, mas nem todos podem utilizá-lo, tudo tem a ver com a sua evolução e missão no plano físico. Mas no futuro está destinado que todos os humanos nasçam plenos de consciência e também com clarividência activa no seu corpo físico.
Antes de mais devo explicar que a clarividência é a capacidade de ver os mundos, os planos, invisíveis aos nossos olhos, e juntamente vem a clariaudiência que nos completa com os sons desses reinos, tão próximos de nós, mas que os nossos olhos físicos não são capazes de ver, devido á sua frequência tão elevada.
Algo que aprendi desde cedo acerca desta capacidade sobrenatural, podemos chamá-la assim, é que se divide em vários ramos e tipos, nem todos os clarividentes tem as mesmas capacidades e visões, existem vários tipos de níveis e tipos, são designadas por sete tópicos ou espécies: Completa; Parcial; Intencional; Semi-Intencional; Não-Intencional; Passado e do Futuro.

A Clarividência Completa, é classificada por o seu portador conseguir visualizar o plano etérico, astral e mental, capaz de ver sempre, algo que ficará permanente. Com o desenvolver e o estudo da própria capacidade é possível "desligar" a clarividência por determinado tempo e voltar a ativá-la mais tarde
.
Clarividência Parcial, o portador só consegue visualizar um plano (etérico, astral, mental) sendo que normalmente não tem o dom sempre ativo, apenas se ativa em determinados momentos, para determinadas ocasiões, sendo que pode ser controlada conforme a capacidade e evolução da pessoa.

A Clarividência Intencional, esta categoria também como o Parcial, não tem a capacidade sempre ativa, só quando necessita, mas que tem algo em especial, ele consegue ver além do seu limite de espaço, ou seja, o clarividente está no seu quarto, mas consegue ter uma visão através do auxilio de um ser, elemental, guia, ou até dele próprio, de outro determinado espaço ou plano, como se entrasse dentro desse mundo sem sequer mexer, sendo guiado como se fosse um filme.

A Clarividência Semi-Intencional, é igual á Intencional, mas esta é apenas temporário, aparece apenas por uma determinada razão e depois não é ativada mais, só em caso de necessidade.

Clarividência Não-Intencional, igual á visão Semi-Intencional, sendo que neste caso não existe preparação, aparece do nada, involuntária. Podendo captar vários planos e até manifestar-se em sonhos, sendo que é se caráter temporário.

Clarividência do Passado, é uma capacidade muito usada para estudos teosóficos de determinados locais e pessoas que ali viveram em épocas passadas, eras distantes, podendo ser um instrumento de ajuda e descoberta de trajetos de vidas passadas. Podendo o seu portador passar por um descampado e com a sua visão conseguir o que naquele local, há 500 anos, se passava ali. Pode ser de cariz temporário ou permanente, conforme a missão e a pessoa.

Clarividência do Futuro, é o oposto da visão do Passado, sendo que também pode ter vários níveis dentro desta, um portador pode visualizar o que vai acontecer dali a um mês como por exemplo, como aconteceu com grandes teosóficos e pessoas abertas a esse nível, como Leadbeater e Leonardo da Vinci, ver anos, ou até mesmo séculos. Neste caso também pode ser de cariz temporário ou permanente.



 A clarividência também tem uma capacidade muito peculiar, a visão cristalovidência, que é conseguir reter momentos e visões para mais tarde voltar a ver e estudar, podendo até ter o poder de ampliar as imagens ao ponto de ver os átomos.
 Poder ter esta capacidade de ver os mundos invisíveis aos nossos olhos nem sempre é uma benção, pois quem abre os braços e decide aceitar a abertura do chacra frontal leva com uma complicada missão em mãos, ver tudo que lhe for posto á frente, não só o bom mas também o mau. E o mais importante para quem manifesta esta capacidade é que deve estudar, meditar e aprender a controlar a clarividência, pois será mais fácil lidar e até evoluir no seu caminho.
  É muito importante relembrar que não se deve forçar a abertura da clarividência e muito menos usar técnicas como rituais, vudus ou uso de drogas para abrir os canais, pois isso é o pior que se pode fazer e pode submeter uma pessoa a danos irreparáveis. O melhor método é sem dúvida a meditação e o treino como a visão carnal, física.
  Dizia o grande teosófico C.W. Leadbeater que mais importante do que ver os planos etérico, astral e mental, era saber ver o que estava á nossa frente, o plano físico, quando o humano saber admirar e absorver tudo que vê, ele supera de nível e consegue então entrar em novos mundos onde descobri novos sons, novas cores, novas formas.
  E vale a pena lembrar que Leadbeater era um clarividente completo, ele conseguia ver o plano etérico, astral, mental, via reinos elementais, dos mestres, anjos, conseguia ver o passado, o futuro, ver os reinos de planetas com vida existentes na nossa galáxia e também a capacidade incrível de conseguir ver até ás células de uma pessoa.





19 agosto 2015

A Grande Deusa: Cerridwen!



Para os galeses, Cerridwen é uma Deusa Tríplice (donzela, mãe e mulher idosa), cujo animal totêmico é uma grande porca branca. Ela é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e do conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o mesmo poder que leva as almas para a morte traz a vida. De seu ventre parte toda a vida e a vida provêm da morte. Do interior de seu caldeirão emanam porções, com as quais Cerridwen comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus adoradores.
Na mitologia galesa, a história de Taliesin e Cerridwen nos oferece um exemplo de renascimento, após a luta mágica de transformação da Deusa Cerridwen e Gwion, onde Gwion torna-se um grão de trigo e Cerridwen, sob a forma de uma galinha, engole-o, resultando no seu renascimento em Taliesin.
Mas voltando a Cerridwen, vamos agora viajar em sua lenda e ver o que ela nos ensina e presenteia.
Cerridwen era esposa de Tegid - assim como nos apresentam as tradições de Gales – um gigante de um olho só -, da união de Cerridwen e Tegid surgem duas crianças:
- Creirwy descrita como a bela mulher do mundo e adorada por todos pela sua beleza e fascínio e - Affagdhu possuidor de grande feiura tal assim que ninguém gostava de permanecer ao seu lado.
Temendo a tristeza e solidão de seu filho, Cerridwen decide fazer uma poção contendo toda a sabedoria do mundo e presentear seu filho com ela, assim ele poderia ser bem visto perante os outros e não mais seria isolado por sua feiura – vemos aqui duas coisas interessantes: uma seria seus filhos sendo as duas representações dos polos para o equilíbrio: um era feio e a outra era linda. O segundo ponto é Cerridwen tentando reestabelecer o equilíbrio através da magia!
Assim Cerridwen parte em busca das ervas para sua poção deixando dois criados:
Morda (um cego) cuidaria das chamas do caldeirão atentando para que as mesmas nunca se extinguissem e Gwion, um garoto, que deveria mexer a poção durante um ano e um dia evitando que ela fervesse.
Próximo do grande dia e enquanto Cerridwen se põe a colher as ervas, a poção ferve no caldeirão deixando respingar três gotas que no dedo de Gwion que para conter a dor coloca o dedo na boca ingerindo assim toda a sabedoria do mundo. No mesmo momento graças a esses novos dons proféticos, Gwion tem a visão de Cerridwen, irada, tentando destruí-lo por vingança.
Assim Gwion foge temendo a ira de Cerridwen indo para sua terra natal.
Quando Cerridwen retorna com as ervas e percebe o acontecido, parte ferozmente atrás de Gwion correndo velozmente, o mesmo prevendo sua aproximação logo se transforma em uma lebre fazendo uso de seus dons mágicos adquiridos pela poção.
Cerridwen então se transforma em um cão e corre atrás da lebre e quando está prestes à apanha lá esta salta em um riacho e se transforma em um veloz peixe. O cão por sua vez também salta nas águas transformado agora em uma lontra e sai em disparada atrás do peixe, que abandona as águas do rio se transformando em um pássaro.
Cerridwen faz o mesmo saltando do rio e se transformando em um falcão, que vai se aproximando rapidamente atrás de sua presa.
Gwion fica em desespero e mergulha em uma pilha de grãos se transformando em um deles e Cerridwen se transforma em uma galinha e ciscando os grãos encontra Gwion e o ingere.
Ao ingeri-lo Cerridwen volta à forma humana agora vingada por seu filho.
Nove meses depois Cerridwen dá a luz a um lindo garoto.
Ainda com o coração frio sabendo que o garoto era Gwion, Cerridwen decide matar a criança. Porém por sua beleza irradiante ela desiste, colocando a criança em um saco de couro e o jogando nas águas do mar.
O bebê logo chega a uma costa e é encontrado por um pescador que ao desenrolar o couro e contemplar o rosto da criança diz:
- Mas que rosto radiante tem esta criança!
O garoto sendo Gwion renascido e ainda detentor da sabedoria logo responde:
- Pois rosto radiante há de ser meu nome!
Ou seja, em Galês, Taliesin.
No mito vemos por intermédio de Gwion que quem bebesse do liquido sagrado do caldeirão de Cerridwen seria capaz de conhecer o verdadeiro significado de todas as coisas.
Assim percebemos que para nossos ancestrais celtas os caldeirões tinham um significado especial, mesmo porque caldeirões fazem parte de muitas das lendas celtas entre estas lendas de heróis como Cu Chulain e Arthur.
O próprio Dagda – Thuata de Dannann – das lendas Irlandesas possuía um caldeirão que fazia parte de um conjunto de objetos mágicos conhecidos como tesouro dos Thuata de Dannann.
Seu caldeirão era conhecido como o Inesgotável, provendo alimento eternamente aos seus seguidores.
Assim sendo o caldeirão é a própria representação da transformação e abundância da natureza.
Quando Cerridwen se frustra em dar toda a sabedoria a seu filho, extraímos desta parte da lenda algo muito importante, que não podemos controlar e ou desequilibrar nossa Mãe Terra e seus ciclos o que hoje muito da raça humana já se esqueceu.
Depois de ser engolido por Cerridwen, Gwion entra em sua verdadeira transformação e passa pela regeneração dentro do útero de Cerridwen.
Ele renasce inspirado e com muitos talentos.
Vejo está parte da lenda nos mostrando que o espírito é imortal e que em todas as nossas encarnações adquirimos certos conhecimentos dos quais nunca são esquecidos e ficam estes guardados em nosso inconsciente, no profundo de nossas almas, essa a meu ver é a raiz da ancestralidade.
As metamorfoses de Gwion e Cerridwen na lenda nos colocam de frente com as fortes tradições Xamânicas contidas entre os celtas. Além do que se analisarmos a fundo estas transformações podemos ver o teor iniciativo da situação.
Cerridwen persegue Gwion na lenda por Terra, Céu e pelos Mares nos colocando de frente com os três principais reinos vistos pelos celtas como sagrados além do que a triplicidade é sempre encontrada em artefatos e símbolos célticos um destes é o próprio triskle.
A poção de Cerridwen deveria ser mexida durante um ano e um dia, interessante notar que este conceito de um ano e um dia corresponde ao ciclo completo das estações do ano e na verdade um ano e um dia implica em um conhecimento que transcende ao tempo linear, ou seja nossos ancestrais viam a vida como um eterno ciclo sem fim. De primavera a primavera, e vivenciar um ano e um dia corresponde a conhecer os mecanismos que regem a sucessão de eventos da vida. Lembrando que muitas tradições neo-pagãs também se atentam ao ciclo de um ano e um dia para suas iniciações.
Gwion se transforma em grão e Cerridwen o ingere e logo após nove meses recebe Gwion novamente.
Nada mais interessante do que notar aqui além da questão de morte e renascimento, a grande roda e o grande ciclo, com Cerridwen sendo a grande iniciadora.
Gwion renasce sábio com toda a ancestralidade deixada pelo grande caldeirão de Cerridwen, agora sua mãe.
Na lenda vemos as 3 faces da Grande Deusa sendo que torna-se Donzela quando é a caçadora perseguindo Gwion, transforma-se na Anciã quando devora Gwion, por fim, num ciclo de nove meses dá a luz a Gwion se tornando Mãe.
Seu aspecto caracterizado em corpo de uma velha representa o conhecimento de todos os mistérios que só a idade e a experiência podem proporcionar. Ela é a Deusa que devemos reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício. Ela é a Deusa do caos e da paz, da harmonia e da desarmonia.
Deusa da lua, dos grãos, da natureza. A porca branca comedora de cadáveres representando a Lua. Associa-se a morte, a fertilidade, a inspiração, a astrologia, as ervas, os encantamentos, o conhecimento...
Cerridwen é uma deusa celta e seu culto era mais representativo no País de Gales. Era a "senhora do caldeirão" e representa a poção da vida e da morte. O caldeirão, seu maior símbolo representa a fertilidade e a regeneração, por isso também era deusa dos bosques e dos animais. Os rituais para era deusa eram feitos na lua minguante.
Mensagem da Deusa pra você:
A aparição de Cerridwen na sua vida anuncia um tempo de morte e renascimento. Algo está morrendo, e é preciso deixar que se vá para que algo novo possa nascer. Conhecemos essa dança de morte e renascimento da Terra com as estações do ano. A matéria não pode ser criada ou destruída, mas passa por transformações. O mesmo acontece conosco. Para viver na plenitude e com totalidade é preciso que aceitemos a vida como ela é que inclui a morte e o renascimento.
Desapegue-se do que não serve mais para você e para sua totalidade.
Talvez você tenha chegado ao final de um ciclo, de um relacionamento, de um emprego, e esteja com medo de deixá-los ir embora. Ou sente que está morrendo, quando apenas uma parte de você tem de dar lugar ao novo. Talvez a ideia de que existe morte e apenas morte seja dolorosa demais para você aceitar. O fato de vivermos em determinada cultura privou a maioria de nós do caminho de morte e renascimento da Deusa. A totalidade é alimentada quando ficamos conscientes de que cada passo no caminho da vida também é um passo rumo à morte e ao renascimento. A totalidade é conquistada quando conseguimos dizer sim e dançar com a morte e o renascimento.
Cerridwen diz que você sempre receberá de volta o que der a ela. Isso será mudado, transformado, mas você o terá de volta.

É Deusa: da morte, da vida, da fertilidade, lua, magia.
Cores: preto.
Velas: preta.
Oferendas: grãos, caldeirões, velas, imagens da Deusa, coisas que tenham três faces.
Que a Deusa lhe abençoem e deem sabedoria hoje e sempre
Raffi Souza


13 agosto 2015

A sabedoria do Egito: Toth


Os antigos egípcios tinham a mais elevada veneração por Thoth, que para eles era o Deus criador desde que trouxera para a Terra o uso da escrita hieroglífica, da alquimia, da matemática, da arquitetura, da medicina, da magia, da alquimia, enfim a base de todas as ciências que levaram os egípcios a um altíssimo nível de conhecimento. Segundo Platão foi Hermes (Thoth) o pai da geometria, revelador do uso dos números, da geometria, astronomia e as letras. Deixou mais de dois mil livros escritos, quase todos destruídos quando do incêndio da Biblioteca de Alexandria.
Toth compreendia todos os mistérios da mente humana, pelo que há no “Livro dos Mortos” do Egito ele representa o advogado da humanidade. Em muitas pinturas é representado Anúbis ao lado da balança na qual era pesada a alma do morto ante o tribunal do julgamento, onde ele aparece diante da balança na qual era pesado o coração do morto. De um lado, num dos pratos da balança, era posto uma pena simbolizando a verdade, e do outro lado o Ab simbolizando o coração do morto. Cabia a Thot examinar a mente e determinar a dignidade do morto. No grande tribunal está Thot de pé diante da balança do julgamento dos homens penetrando na mente para julgar os sentimentos e propósitos. O escriba que nas gravuras está representado na presença de Osíris diante do julgamento das almas. Egípcios antigos acreditavam que antes do morto entrar no Além, primeiramente o coração dele deveria ser pesado na presença de Osíris. No mínimo o coração do morto deveria ter o peso de uma pena. O escriba Thot anotava criteriosamente o resultado de cada julgamento, assinalando se aquele que estava sendo pesado havia ou não se conduzido bem, se tivera uma vida digna e honrada. Por isto os egípcios diziam que Thot era o escriba confidencial do deus Osíris, o secretário de todos os deuses e fora ele quem trouxera para a Terra, entre inúmeras outras coisas, a música, assim como a instituição de um calendário anual constante de 365 dias, semelhante ao que somente muito depois foi oficializado e é utilizado na atualidade.
No mito simbólico da morte de Osíris, diz a Tradição egípcia que Thoth ensinou à deusa Ísis a conjurar encantos contribuindo assim decisivamente para que aquela deusa pudesse reconstituir totalmente o corpo do seu irmão Osíris que havia sido desfeito em pedacinhos. Por isto, segundo consta, toda a magia egípcia fora ensinada por Thoth.
Os egípcios se referiam a Thoth como sendo a mente e a língua de RA. Também representava a mente e a palavra falada de RA. A palavra constituía o poder com que RA objetivava suas ideias.
No Egito existiu uma casta de sacerdotes seguidores de Thoth, constituída pelos maiores conhecedores das ciências da época, especialmente da aritmética. Aqueles sacerdotes afirmavam que toda inspiração que tinham provinha de Thoth.
Para muitos estudiosos tudo o que existe registrado a respeito daquela figura enigmática é meramente lendário, sendo a sua história nada mais que mitos. Quando muito são referências ao principal escriba que apenas transcreveu os conhecimentos existentes em sua época. Mas, igualmente outros estudiosos da História Antiga do Egito, o consideram pelos feitos assinalados se tratar de um ser dotado de poderes divinos. Podemos afirmar que esta é a verdadeira natureza de Thoth, tratava-se de um ser que compreendia todos os mistérios da mente humana, pelo que no está representado no “O Livro dos Mortos” como o advogado da humanidade.
Para muitos estudiosos tudo o que existe registrado a respeito daquela figura enigmática é meramente lendário, sendo a sua história nada mais que mitos. Quando muito são referências ao principal escriba que apenas transcreveu os conhecimentos existentes em sua época. Mas, igualmente outros estudiosos da História Antiga do Egito, o consideram pelos feitos assinalados se tratar de um ser dotado de poderes divinos. Podemos afirmar que esta é a verdadeira natureza de Thoth, tratava-se de um ser que compreendia todos os mistérios da mente humana, pelo que no está representado no “O Livro dos Mortos” como o advogado da humanidade.
Seria Thoth descrito nos papiros antigos o mesmo que os gregos chamaram de Hermes? Há muitos indícios de que se tratam de seres distintos. Muitas vezes, os próprios gregos referiram-se a Hermes Trismegisto como não nascido de mulher, consequentemente que ele não tivera um corpo físico biológico e sim um corpo aparente com o qual se apresentava diante dos homens. Mas, por outro lado, a própria mitologia grega fala do nascimento de Hermes, como um dos integrantes do Olimpo, filho de Zeus e Maia e que nascera em uma caverna onde fora deixado por sua mãe.  Assim sendo, já podemos ver que os escritos gregos dão margem a se entender a existência de duas figuras distintas. Uma aquela do filho de Zeus e Maia chamada de Hermes e a outra um ser não nascido de mulher. Este corresponde precisamente ao que dizem os egípcios a respeito de Thoth. Enquanto a Mitologia grega atribui uma mãe a Hermes os documentos do Antigo Egito dizem que Thoth não foi nascido de mulher, que por isto era considerado um ser divino. Isto permite suspeitar de que o Hermes grego não é aquele referido no Antigo Egito com o nome de Thoth. O que houve foi que os gregos viram semelhança entre os feitos atribuídos a Hermes com os atribuídos pelos egípcios a Thot, e por esta razão erroneamente os associaram como uma mesma pessoa Hermes Trismegisto. Na verdade a quase totalidade dos ensinamentos assinalados como pertencentes a Hermes Trismegisto dizem respeito a Thoth, deus egípcios, e não ao deus Hermes da mitologia grega.
Não é somente a Hermes que Thoth tem sido comparado. Na realidade o Hermes a que se refere o Hermetismo tem sido comparado com importantes figuras de diversas culturas. Assim o feitos de Thoth são atribuídos a diversos nomes sagrados de diferentes culturas. Na civilização egípcia era Thoth; na grega era Hermes; na romana, Mercúrio; na maia, Quetazcoatl; na Atlante, Chiquitet, ou Khan (Ken). Os Sumérios e outros povos da Mesopotâmia adoravam deidades lunares virtualmente idênticas a Thoth. A Lua Deus, da Suméria, denominado Sin, tal como Thoth era aquele encarregado de medir a passagem de tempo.
Thoth é apresentado nos desenhos do Antigo Egito como a figura de Íbis, um pássaro grande integrante da fauna do Nilo.
Os Egípcios associavam o bico encurvado e longo da íbis com a Lua e por sua vez a íbis era, segundo a crendice popular, considerado um dos representantes terrestres de Thoth. Segundo a antiga Tradição egípcia, Thoth era o deus da Lua, o deus de sabedoria, o medidor do tempo, e o inventor do sistema de escrita, criador dos hieróglifos e do sistema de numeração. Em outros registros ele era apresentado tendo sobre a cabeça uma gravura simbólica composta pelo disco do Sol e o crescente da Lua.
Nas inscrições egípcias e nas lendas consta que o conhecimento de Thoth era imenso e que chegou a ter a capacidade de calcular e medir os céus, e até mesmo teria sido Ele Quem o planejou. Como já mencionamos antes, creditou-se-lhe o papel de criador inventor da astronomia, da astrologia, da botânica, da geometria e agrimensura e de um avançadíssimo sistema de trabalhar a pedra o que permitiu a construção dos grandes monumentos egípcios entre os quais a Grande Pirâmide de Gisé.
Existem muitas versões para o nome de Thoth. Em hieróglifo o seu nome é Tehuti cujo significado literal é: “Ele Quem Equilibra”. Outras vezes é mencionado como Khufu, nome que os gregos traduziam por Cheops. De acordo com o historiador do terceiro século, Manetho, Khufu era um ser de uma estirpe diferente das pessoas comuns. Há textos antigos que dizem haver sido Cheops/Khufu quem escreveu o Livro Gênesis que posteriormente foi compilado de forma modificada pelos hebreus passando então a integrar o Pentateuco do Antigo Testamento.
Para os egípcios Thoth era o Deus do equilíbrio por isto nas gravuras ele era estampado como “Mestre da Balança” indicando estar ele associado com os equinócios - o tempo quando o dia e a noite eram equilibradas. Tido como o mais eficaz dos escribas de toda a civilização egípcia, e que segundo alguns pesquisadores escreveu cerca de cem mil manuscritos (papiros). Representou um papel crucial nas designações e orientação de templos e ziggurats. Era um escriba, moralista, mensageiro, e o mágico supremo. Considerado o deus protetor de todas as artes, ciências, e produções intelectuais.

Oração ao Deus Thoth:
Salve Toth
Salve ó grande Deus Toth, oque tudo sabe e tudo vê, lhe agradecemos a vida e o privilégio de estarmos aprendendo um pouco de sua sabedoria e de nos mostrar que o saber não tem fim, nos ensinando sempre a ir de encontro ao que queremos, aprendendo a cada dia.
Agradecemos por sempre nos guarnecer e nos guiar com seu conhecimento à consciência superior e à luz verdadeira.
Agradecemos também pela saúde que temos e que tu que és o Deus Curandeiro continue proporcionando saúde a todos nós e a quem amamos.
Pedimos a ti, sabedoria, saúde, força e paz, para que possamos continuar encontrando nossos objetivos e crescimento espiritual.
Salve Toth, Salve Rá.

É deus: da sabedoria, escrita, matemática, magia, lua, julgamento.
Oferendas a Toth: escrever, meditar, imagens do deus.
Cores: branco, azul claro, prata.
Velas: branca, prata.
Que Toth lhe de sabedoria hoje e sempre!

Raffi Souza