01 novembro 2017

Youkais!

Youkais!


Youkai (demônio, espírito ou monstro) também escrito como yokai, é uma classe de criaturas sobrenaturais, existindo uma grande variedade no folclore japonês. O termo é ambíguo, pode ser traduzido como sedutor, encantador ou, até mesmo, calamidade. Comumente, o termo é interpretado como “encantamento”, o que traz a conotação de algo sobre-humano e misterioso. Eles também podem ser chamados de “ayakashi”, “mononoke” ou “mamono”. São criaturas mágicas que incluem entre tantos gêneros: a kitsune (raposa), Kodamas (espíritos da floresta), Yuki-onna (mulher da neve) Tsukumogamis (artefatos encantados) e os Onis (ogros/demônios).
Youkai: Mitologia
Tsukumogamis
O termo japonês “youkai” pode ser usado para designar todo tipo de monstro e criatura sobrenatural. Alguns são humanos com características de animais, como o Kappa (criança do rio), semelhante a uma tartaruga e o Tengu (cães do paraíso) que possuem asas. Os considerados “maus”, são chamados genericamente de “Youma”, Yurei (almas penadas), há também os relacionados à natureza, geralmente na forma de mulheres, os “Youseis”. Um yōukai que tem a habilidade de se transformar é chamado de obake ou bakemono.
Um youkai geralmente tem algum tipo de poder sobrenatural ou espiritual, e assim encontros com humanos tendem a ser perigosos. Por serem mais poderosos que os homens, também têm valores diferentes, por isso, muitos agem com arrogância em relação aos mortais. Eles geralmente são invulneráveis a ataques humanos, mas podem ser derrotados por exterminadores qualificados, como os “Youkai taijiya” (caçadores de youkais) e monges budistas com poderes espirituais (bênçãos de Buda).
Nura Rikuo
Alguns youkais simplesmente evitam os seres mortais e, portanto, o problema, pois eles geralmente habitam áreas isoladas longe dos homens. Outros, no entanto, optam por viver perto de assentamentos humanos e desenvolvem um verdadeiro apreço pela raça. Algumas histórias até mesmo contam sobre cruzamentos de youkais com seres humanos para produzir “han’yos”, ou “meio-demônios”.
Han’you ou Hanyou são considerados seres sobrenaturais frutos da união de um ser humano com um yōukai, muito presentes na moderna cultura japonesa. O mais comum é o filho de um youkai com um humano, mas outros tipos também são encontrados:
•Hanma: filho de um demônio e um ser humano;
• Hanki: filho de um oni (ogro) e um ser humano.
A aparência física de um meio-youkai normalmente é uma mistura de seus progenitores. Logo, eles possuem traços humanos e do youkai do qual é filho. Também herdam a força sobrenatural de seu parentesco youkai.
O termo é incomum na cultura japonesa antiga, já que se acreditava que humanos e youkais eram tão diferentes que seria impossível gerarem um filho juntos, com exceção dos que conseguiam se disfarçar na forma humana.
Traduzido em português como “meio-youkai”, o termo foi popularizado nos últimos tempos pelo seu uso em vários mangás e animes japoneses.
Exemplos de meio-youkais nos animes e mangás:
A maioria destes contos começa como belas histórias de amor, mas que muitas vezes acabam em desolação, resultante dos muitos obstáculos enfrentados por youkais e mortais em tais relações.
• InuYasha, Jinenji e Shiori do anime “InuYasha”.
• Yusuke Urameshi, de “Yu Yu Hakusho”.
• Sha Gojyo, de “Saiyuki”.
• Setsuna Sakurazaki, Kotaro Inugami, de “Negima”.
• Rihan Nura de “Nurarihyon no Mago”.
Hakuouki Shinsengumi Kitan
Yokais: Gêneros
Há uma grande variedade de youkais na mitologia japonesa. Alguns dos youkais mais conhecidos incluem os seguintes:
• Oni (demônios e ogros)
• Kappa (tartarugas)
• Yadoukai – Kohya Hijiri (monges andarilhos)
• Tanuki (cão-guaxinim)
• Tsukumogami (espíritos encantados de artefatos)
• Kitsune (raposas)
• Hebi (cobras)
• Mujina (texugos)
• Bakeneko (gatos)
• Tsuchigumo e jorōgumo (aranhas)
• Inugami (“deus cão”)
• Tengu (alados)
Tengu – Hiiro no Kakera
Youkais: Categorias
Em geral, eles podem ser divididos em quatro categorias com base na sua natureza;
Youkai ou Yokai
Em geral, youkai é um termo amplo, e pode ser usado para abranger praticamente todos os monstros e seres sobrenaturais, incluindo até mesmo as criaturas da mitologia ocidental. Este grupo é também referido como “mononoke”. Por outro lado, ele também é usado em um sentido mais estrito para se referir aos naturais, os seres terrestres do folclore japonês tradicional.
Neste sentido, compreendem os seres naturais, bem como os animais. Na verdade, as raposas foram historicamente consideradas como “youkais”, e muitas vezes são apresentados como tal na ficção moderna. Ao contrário dos animais normais, no entanto, eles têm poderes estranhos ou atributos bizarros, e tendem a ser mais inteligentes, muitos deles sendo conhecidos como trapaceiros.
Oni
Um dos aspectos mais conhecidos do folclore japonês é o “Oni” (demônio). Além do “Oni da montanha” (ogro), uma espécie de montanha-moradia de ogro, há o “Oni demoníaco”, geralmente representado com a pele vermelha, azul, marrom ou preta, dois chifres em sua cabeça, a boca bem cheia de presas, e vestindo apenas uma tanga de tigre. Muitas vezes carrega uma “kanabo” de ferro (cassetete pontiagudo) ou uma espada gigante. Onis são principalmente descritos como maus, mas ocasionalmente pode ser a encarnação de uma força natural ambivalente. Eles, assim como muitos obakes, existem em uma grande variedade de criaturas que habitam o Jigoku, “o inferno budista”.
Obake
Obake (também chamado bakemono ou simplesmente “bake”) são criaturas que mudaram de uma forma para outra, geralmente tornando-se mais poderoso no processo. Normalmente, esta mudança é devida à presença de sentimentos negativos e, como tal, tendem a ser um obake malicioso, ou mesmo violento.
Yurei
Yurei são fantasmas ou espíritos, e tendem a ser semelhantes aos seus homólogos ocidentais (almas penadas) que vagam em busca de remissão. Originalmente um yurei é um “reikon” (alma). Segundo a crença japonesa, após a morte, o reikon deixa o corpo e habita um mundo de passagem até que um enterro e cerimônia fúnebre adequada possa ser realizada para que se junte a seus antepassados. O reikon então se torna o espírito protetor das futuras gerações da família, celebrado durante o festival de Obon em agosto. Porém, se a pessoa morrer de forma súbita ou violenta, como um assassinato ou suicídio, os ritos apropriados não forem executados, ou ainda, influenciados por emoções poderosas, como ciúme, ódio ou vingança, o reikon poderá se transformar em um yurei e voltar do mundo dos mortos. Yureis são tão abundantes na cultura japonesa que ganharam até um dia especial, o Yurei no hi, comemorado no dia 26 de julho de cada ano.
Os Youkais, por abranger praticamente todos os monstros e seres sobrenaturais, estão presentes na grande maioria dos contos da vasta e rica mitologia japonesa.
Por Isa
Yokai – As Misteriosas Criaturas do Folclore Japonês
Yokai ou literalmente “aparição misteriosa” é o nome dado a qualquer tipo de criatura do folclore japonês: demônios, monstros, espíritos, animais com poderes sobrenaturais, objetos com vida, etc. Há tantas lendas sobre Youkai no Japão que é quase impossível dizer com precisão quantos deles existem no total.

Boa parte desses Youkai, permanecem desconhecidos, até mesmo para os japoneses e, por este motivo essas criaturas estão sendo esquecidas pouco a pouco. Como forma de manter vivo esse importante elemento da cultura japonesa, o ilustrador brasileiro Heitor Seió Kimura criou um projeto com algumas ilustrações:
YATAGARASU
Na mitologia japonesa, está criatura voadora de três pernas trata-se de um corvo selvagem chamado Yatagarasu (八咫). O aparecimento deste grande pássaro é interpretado como prova da vontade do Céu ou intervenção divina nos assuntos humanos. Dizem que ele guiou o caminho para o imperador Jimmu.
AO BOUZU
Aobozou (青坊主) é também conhecido como Me-hitotsu-bo, é um monge verde que dizem pegar crianças que passam próximos aos campos verdejantes de arroz.
O fato de ter essa aparência monstruosa e um olho só é a punição por ter cometido muitas atrocidades mesmo sendo um monge.
O kanji de AO, significa azul, mas também pode significar imaturo, tendo relação ao fato deste monge ter se “desviado” do seu caminho sagrado.
KARAKASA
Karakasa-obake (唐傘) pode ser traduzido como “guarda-chuva chinês”. Também é chamado de Kasa-obake e faz parte da categoria “tsukumogami”, ou seja, espíritos malignos ou travessos que dão vida à objetos quando estes completam 100 anos.
HEIKEGANI
Heikeopsis japonica (平家蟹) é uma espécie de caranguejo japonês, cujo corpo se assemelha a um rosto humano com raiva, onde antigamente se acreditava ser espíritos de samurais Heike mortos em batalhas reencarnados no caranguejo.
BAKU

Trata-se de youkai que tem a forma de uma anta com uma tromba que tem o poder de sugar os pesadelos e a má sorte das pessoas. É considerada uma criatura do bem, que repele o mal, as energias negativas e devora os espíritos malignos.
ICHIMOKUREN
Ichimokuren é uma espécie de divindade do vento na forma de um dragão de apenas um olho. Segundo a lenda, este youkai reside o Monte Tado, localizado no sul do Japão. Apesar da sua função protetora, o Ichimokuren possui uma personalidade violenta e furiosa, criando ventanias fortes capazes de virar barcos e destruir casas.
ONAMAZU
Onamazu, o peixe gato gigante é um bagre lendário que dizem ser guardado pelo deus Kashima, que coloca uma pedra mágica gigante em sua cabeça para mantê-lo sob controle. Quando deus kashima se distrai de sua vigília ou cai no sono, onamazu se debate, causando terremotos terríveis com a sua cauda.
ROKUROKUBI
Rokurokubi (ろくろ首) é um youkai que durante o dia tem aparência humana, mas durante a noite, ganha a habilidade de esticar o pescoço, alcançando uma grande altura. São capazes de sugar a energia das pessoas enquanto dormem e de mudar a face para uma face de oni para espantar os mortais mais facilmente.
WANYUDOU
Segundo a lenda, Wanyūdō (轮入道) era um senhor feudal tirano que arrastava suas vítimas até a morte amarradas em uma carruagem ou carro de boi. Como punição, ele adquiriu a forma de uma roda em chamas com seu rosto preso no meio.
KATAKIRIUWA
Katakiriuwa tem a forma de um leitão de apenas um olho, um ouvido e três pernas, além do seu corpo estar constantemente envolto em chamas. Além disso, esse ser sobrenatural parece não ter sombra e dizem que ele corre por entre as pernas de uma pessoa para roubar a sua alma e deixando-a sexualmente impotente. Para evitar que isso aconteça, basta que o veja antes de correr ou então cruzar as pernas.
O Japão é um país conhecido por suas superstições, cultura, e crenças diferentes, resultando em inúmeras lendas e criaturas bizarras.  Há centenas deles, alguns inofensivos, outros aterrorizantes. Neste artigo vamos conhecer algumas das criaturas e lendas mais bizarras do Japão.
Kamaitachi
Kamaitachi( 窮奇) é um monstro do folclore japonês que significa foice(kama) e doninha(itachi). O monstro possuiria a forma de uma doninha com dentes afiados como foices que cortariam suas vítimas com extrema rapidez.
Os antigos japoneses dizem que o Kamaitachi é o responsável pelos cortes que as pessoas sofrem quando são atingidas por fortes rajadas de vento frio! Então, o golpe do Kamaitachi faz um pequeno corte na pessoa, que, inicialmente, não sofre muito, pelo corte ser pequeno, mas provavelmente o corte ficará infeccionado!
Okiku, A Boneca Viva
Okiku é uma pequena boneca trajando um kimono. Ela pertencia a uma garotinha, chamada Okiku, que morrera de frio. Seu espírito possuiu a boneca, e agora, seu cabelo cresce misteriosamente. A boneca está, hoje, no templo Mannenji. Primeiro, seu cabelo era curto, mas com o passar do tempo, as madeixas da boneca foram crescendo, e hoje estão atingindo a cintura da boneca. Ninguém sabe como o cabelo da boneca continua a crescer, mas pesquisas científicas concluíram que aquele é o cabelo de uma criança jovem, talvez o de Okiku.
Umiboozu
Umiboozu (海坊主) é um terrível monstro marinho que normalmente aparece no litoral do Japão. Suas lendas são descritas no período Edo. A principal ação desse monstro é destruir. Ele sempre aparece para devastar embarcações, levando junto com elas, os seres humanos para as profundezas do mar. Também dizem que ele pode formar um redemoinho nos litorais em formato de uma panela, e nela puxar os seres humanos que estiverem à sua margem.
Há muitas descrições sobre a lenda do Umiboozu. Algumas pessoas dizem que ele pode assumir várias formas. Mas, a sua característica física original é de ser monstruoso, chegando a medir 30 metros para fora da água e por ter uma cabeça careca muito brilhante. Esta fez com que o Umibõzu ganhasse o apelido de “Monstro careca”.  Dizem que esse monstro não tem boca e nem olhos e sua cor é negra como a noite sem luar. No entanto, em algumas lendas relatam o Umibõzu com boca enorme e olhos reluzentes como fogo.
Isonade
Imagine um tubarão. Agora imagine um tubarão cuja as barbatanas são como um ralador de queijo, exceto que em vez de queijo ralado ele rala sua carne. Esse é o Isonade, que usa seus dentes e barbatanas para fazer filé de você, em seguida, arrastá-lo pra baixo no fundo do oceano
Kushisake Onna
Seu nome(口裂け女) significa “a mulher com a boca cortada”. Se você estiver andando na rua sozinho, tarde da noite, ela irá saltar de algum canto ou beco e parar na sua frente. Você não poderá fugir, pois ela irá se teletransporta e irá aparecer bem na sua frente. Ela usa uma máscara cirúrgica e um casaco surrado.
Kushisake irá perguntar-lhe: “Eu sou bonita?”. Se você disser que não, ela cortará sua cabeça com um grande par de tesouras. Se você responder que sim, ela irá retirar a máscara, revelando sua boca rasgada de orelha a orelha, e irá perguntar “Que tal agora?”. Se você responder que não, você será cortado ao meio, e se você disser que sim, sua boca será cortada como a dela.
Tomimo no Jigoku
O Inferno de Tomimo é um poema amaldiçoado, que diz matar aqueles que o lerem em voz alta. Se você tiver sorte não morrerá, mas merdas acontecem de qualquer jeito. Tomimo’s Hell foi escrito por Yomota Inuhiko, em seu livro chamado “The Heart is like a Rolling Stone”, e está incluído no Saizo Yaso’s 27th collection of poems de 1919. O poema conta a história de Tomimo, que morre e vai para o inferno.
Hitobashira
Hitobashira (人柱) significa “pilares humanos”. No Japão antigo, os japoneses acreditavam que selar pessoas vivas às construções, fariam-nas mais fortes e estáveis. Selar pessoas nos pilares e paredes eram sacrifícios comuns aos deuses, que contentes, abençoavam as construções para durarem por mais tempo. Diz-se que os pilares humanos são assombrados por aqueles que serviram como sacrifício.
Teke
Teke teke teke seria o som que a criatura faz quando anda (com o seu cotovelo). Ela era uma bela jovem que caiu (ou se jogou, existem várias versões) nos trilhos do metrô. Ela foi cortada ao meio por um trem, mas sua raiva e rancor foram tão intensos que seu torso continua a procurar vingança. Apesar da falta de suas pernas, ela pode se mover muito rápido, e se você tiver o azar de ser capturado por ela, Teke Teke o cortará ao meio, com uma foice que ela carrega.
Yuki-onna
Yuki-onna (雪女? mulher da neve) é um espírito ou youkai (espécie de demônio do folclore japonês) encontrado no folclore japonês. É uma figura muito comum na animação, mangá e literatura japonesas.
Segundo o folclore, as Yuki-Onna cantam para seduzir os homens, fazendo-os se perder nas nevascas e morrer congelados. Frequentemente elas aparecem na forma de mulheres belas e jovens, e em muitas lendas elas se apaixonam por homens e se aproximam deles, casando-se e constituindo família, tendo filhos, inclusive. Entretanto, a história de amor sempre finda com o desaparecimento dela num dia de maior bruma ou de tempestade, provavelmente quando o chamado de seu mundo se torna mais forte.
Aka Manto
Aka Manto significa Capa/Casaso Vermelha. Basicamente diz respeito a um espírito atormentado, que assombra banheiros. Ele irá aparecer quando você usar o banheiro que não tiver papel higiênico. Ele, então, irá te perguntar: “Você quer o papel vermelho ou o papel azul?”. Se você escolher o papel vermelho, você será cortado em pedaços. Se você optar pelo papel azul, você será estrangulado até a morte. De acordo com outras versões da história, ao escolher o papel vermelho, você será esfolado vivo, e se preferir o azul, seu sangue será drenado de seu corpo.
Gashadokuro
Gashadokuro(がしゃどくろ) é um youkai, uma criatura da mitologia japonesa, este espírito é bem simples – é um esqueleto gigante feito de ossos de pessoas que morreram de fome. Eles andam por aí, agarrá-lo e morder sua cabeça, beber o seu sangue, e adicionar o seu esqueleto
para a pilha.
Vilarejo Inunaki
Inunaki Village é um misterioso vilarejo completamente isolado de outras vilas, e até mesmo do país em si. Não se sabe ao certo se este vilarejo de fato existe, mas algumas pessoas dizem que sim. Na entrada da vila, existe uma placa que diz “As leis constituintes do Japão não se aplicam aqui”.
Os moradores desta vila vivem de maneira muito estranha: incesto, canibalismo e assassinato são comuns por lá. Por alguma razão, você não pode usar seu celular ou outro dispositivo eletrônico, enquanto estiver em Inunaki Village. Existem antigas lojas e alguns telefones públicos por lá, mas você não pode ligar para ninguém. Diz-se que quem entra em Inunaki Village não consegue sair.
Túnel Kyiotaki
Este túnel foi construído em 1927. Ele tem 444m de comprimento (4 é um número amaldiçoado no Japão, semelhante ao número 13 para a maioria das pessoas ocidentais). Kyiotaki é, de acordo com as lendas, amaldiçoado por todos os trabalhadores que morreram enquanto o construíam, devido as péssimas condições de trabalho da época, que os obrigavam a trabalhar feito escravos, e por todos aqueles que morreram no túnel, vítimas de acidentes causados pelos espíritos dos trabalhadores.
É dito que os fantasmas podem ser vistos no túnel durante a noite, e que podem até mesmo possuir seu carro, e causar um acidente. Dizem também que há um espelho neste túnel, e que se você olhar para ele e ver um fantasma, você terá uma morte horrível. O comprimento do túnel também pode variar, dependendo do tempo e do período em que você estiver medindo-o (noite ou dia).
Akaname
O Akaname pode ser traduzido como “lambedor de sujeira”. Akaname é um tipo horrível de bicho-papão do Japão que, literalmente, lambe os banheiros sujos, limpa tudo com a língua ajudado por sua saliva venenosa. Acredita-se que o monstro pode ter se originado como uma forma que os pais encontraram para motivar os seus filhos a manterem o banheiro sempre limpo.
Shirime
A descrição deste personagem é um pouco grosseira. Shirime foi o nome dado a uma aparição de um homem com um olho no lugar do seu ânus. Olho no cu, melhor dizendo.
Não existe quase nenhuma informação sobre suas aparições. Na verdade, só existe uma história registrada sobre o Shirime, mas, a ideia de este ser foi bastante assimilada pelo artista e poeta Yosa Buson que incluiu várias criaturas sobrenaturais nos quadros que pintou. A história do Shirime simplesmente afirma que um samurai solitário estava andando por uma estrada à noite, quando alguém o chamou. Ele se virou para ver um homem misterioso se despir e apontando para o seu traseiro. Do nada, um grande olho brilhante começou a se abrir a partir da área indicada. O samurai ficou tão horrorizado que ele saiu correndo gritando, e o Shirime nunca mais foi visto.

Fonte: https://skdesu.com/15-monstros-mitos-e-lendas-japonesas/
Que sejam prósperos.
Raffi Souza.

31 outubro 2017

A lua grega: Selene

A lua grega: Selene!


Hoje irei falar sobre a titã da lua, aquela que é a lua em todas as suas formas hoje vou falar sobre Selene!
Os titãs Téia e Hiperion tiveram três filhos, as mais lindas crianças do Olimpo: Selene - a lua, Helius - o sol e Eos - a aurora. Outros deuses, invejando a beleza dos filhos de Téia, lançaram Helius nas águas negras do Eridano. Quando Selene mergulhou à procura do irmão, foi tragada pelas águas. Ao saber do trágico destino dos filhos, Téia os procurou por todo o mundo e cansada adormeceu.
Ao acordar Téia viu seus filhos no céu, iluminando tanto o sofrimento como a alegria dos mortais: Eos - a Aurora, abria as portas para a chegada de Helius - o Sol - que acompanhava o dia. Selene - a deusa da lua - acompanhava a noite. A jovem tinha a pele tão branca quanto a neve e viajava em uma carruagem de prata puxada por dois cavalos. Com seu manto prateado, carrega uma tocha e tem uma meia lua em sua cabeça.
Selene nunca se havia interessado por homem algum. Sua imagem pálida e solitária atravessava os céus numa rotina de pura melancolia. Certa noite ela foi acompanhada pelos olhos sonhadores do tímido Endimion, um belo pastor da Tessália que levava o rebanho para o alto da montanha para poder observá-la mais de perto. De tanto contemplá-la, ele conseguiu compreender o caprichoso ciclo lunar que era um mistério para todos.
De tanto ver o pastor Endimion a contemplá-la, Selene quis conhecê-lo, pois talvez ele fosse um homem diferente capaz de entender o ritmo de seus delicados movimentos pelo céu noturno. Abandonando seu curso, Selene encontrou Endimion adormecido ao relento no alto do monte. Seu sono era sereno e seu suave semblante tocou o coração de Selene que se sentiu invadida por uma paixão que nunca antes experimentara.
Depois dessa noite, ela ficava perturbada cada vez que avistava Endimion no alto do monte a apreciá-la. Certa noite, não resistindo aos encantos do amado Selene abandonou seu curso e foi encontrar-se com Endimion que dormia numa caverna. Beijando-lhe os olhos, infundiu-lhe um sono mágico. Tomada pela paixão, ela se esqueceu de que era a luz que iluminava a noite o que causou um eclipse total, deixando o mundo totalmente escuro.

Zeus, o deus dos deuses, não tolerava qualquer distúrbio no cosmos e resolveu castigá-la. Porém Selene o sensibilizou quando revelou que estava apaixonada pelo mortal, que era sujeito ao envelhecimento e à morte. Para preservar a felicidade de Selene, Zeus fez Endimion dormir eternamente para nunca envelhecer e não temer a morte. Endímion dorme até hoje e não pode ver a linda luz prateada enquanto Selene cruza os céus. Algumas vezes, Selene abandona os céus e vem juntar-se a ele nas noites escuras da Lua Nova e quando ela eclipsa.
Selene representa todas as fases da Lua e seu nome deriva do grego "selas" que significa luz e claridade. Selene estava relacionada ao nascimento, crescimento, fertilidade e falecimento. Conhecida por sua grande importância na magia, era associada a Artêmis ou Hécate, sendo também conhecida pelos romanos por Luna ou Lua e tradicionalmente celebrada no dia 7 de fevereiro.
O mito de Selene está relacionado ao encanto dos enamorados. Cheia de encanto e magia, inspiradora dos poetas, companheira dos solitários, confidente dos namorados, lá no alto, ela nos acompanha no nosso percurso pela vida. A Lua inspira os poetas a falar de amor, do amor romântico que não conhece o tempo e nem a hora. Esse é o desejo dos enamorados: cristalizar para sempre aquela intensa paixão dos primeiros encontros.
Infelizmente isso não foi possível, pois a Lua e o pastor estavam juntos, mas continuavam sozinhos. Não puderam conhecer um ao outro, porque não se falavam e não se olhavam. Não riam juntos, não faziam projetos, nem ao menos discutiam um com o outro. Não compartilhavam segredos, alegrias ou tristezas e não podiam, a cada noite, contar um ao outro os vestígios do dia, aquelas coisas tão simples, sem as quais o amor não sobrevive...
Selene é a Deusa grega da Lua, era filha de Hipérion e Téa, tendo como irmãos, a Deusa Eos, e o Deus Hélius. Um de seus melhores mitos sabidos envolve um simples, mas belo pastor, cujo nome era Endymion. A Deusa da lua se apaixonou por este mortal, um caso que, consequentemente resultou no nascimento de cinquenta filhas. Mas Endymion era, aliás, ser humano, e assim suscetível ao envelhecimento e eventualmente à morte. Selene não podia carregar o pensamento deste fato cruel. Então, assegurando que Endymion permanecesse eternamente jovem, fez com que o belo jovem dormisse para sempre. Desta maneira, Endymion viveria sempre, dormindo com a mesma aparente idade.

Selene é muito associada a Ártemis, ou Hécate, mas vale lembrar, que está deusa representa todas as fases da Lua, e é a pura personificação deste astro sendo seu nome romano Lua ou Luna.
Tradicionalmente ela é celebrada no dia 7 de fevereiro.
Ervas especificas da egrégora de Selene:
* Áster – Todas às Deusas e Deuses pagãos.
* Lunária - Associada à Deusas da Lua (Selene).
* Anis estrelado – Erva da magia.
Aqui vai um comentário interessante.... Deusa Selene, rege a segunda-feira, ou Monday, ou dia da lua, como Yemanjá e poucos dias separam suas festas. Logo após dia 9 vem Kuan Yin, que também rege a lua e as águas.... fevereiro, sob o signo de aquário rege os ritos das mães das águas.
Endímion foi um rei sagrado dos Etólios, que os conduziu da Tessália para Elida. Era filho de Zeus e da ninfa Cálice, herdando do pai a força e o poder de liderar homens e da mãe a beleza, sendo um dos mais belos personagens da mitologia grega.
Um dia, enquanto pastoreava os seus rebanhos, adormeceu numa colina e foi despertado pela luz da lua cheia, que havia se aproximado tanto que quase ele poderia tocá-la com sua mão. Maravilhado com a lindeza e perfeição da titânide Selene, ele passou a maldizer o destino humano. Imaginou-se com o rosto sulcado de rugas e o encanto do seu corpo viril arruinado por Cronos, perderia o volume e as carnes flácidas cairiam penduradas nos ossos. Como podia Selene, quase tão velha quanto o Tempo, se manter tão jovem e luminosa e permanecer no mundo enquanto o destino dos homens era se transformar em pó? Passou o resto da noite em claro, em sua admiração revoltada para com a lua que, como toda mulher, se fez ainda mais linda e cintilante para prender a sua atenção.
Este voltou com seu rebanho nas semanas seguintes e passava em claro suas noites observando o passeio diário que Selene fazia no céu, aparecendo inteira, reduzindo até que sumisse de vez, para novamente aparecer tímida num fio em forma de arco.
Meses se passaram e, longe de seu reino e família, Endímion já não queria voltar para sua casa. Os filhos já cresciam, podiam cuidar do seu reino, e sua mulher já não lhe despertava o fascínio de outrora e, mesmo sem perceber, passou a desejar a lua. Sabia exatamente em que ponto do horizonte ela apareceria em cada dia e com os olhos fixos, às vezes banhados em lágrimas, esperava por ela. Nutrindo está paixão impossível, ele não percebia que afrontava os deuses com sua pretensão e a cada manhã amaldiçoava-os e a sua condição de humano. Ele era filho de Zeus, por todos os lugares que passava ouvia que era semelhante aos deuses por seu porte e beleza, porque então não era divino e imortal?
Selene, a Cintilante, era filha de Hipérion e Tia, e percorria o céu num carro de prata puxado por dois cavalos brancos. Na primeira noite que Endímion dormia ao relento com suas ovelhas, admirou-se com sua beleza e fez com que a noite parasse para poder se encantar com o belo rosto do homem que dormia. Lentamente aproximou-se dele fazendo com que a lua quase se encostasse a terra, e com seus alvos dedos de raios de luar acariciou o belo rosto fazendo com que o pastor despertasse.
Durante o período de enlevo de Endímion, Selene se fazia a cada dia mais linda, vestia-se de prata e branco, destacava seus olhos azuis-claros com sombras das cores do amanhecer para encantar ainda mais seu apaixonado. E como a distância os separava, somente seus olhares se tocavam.
Como nada na terra escapa os olhos dos deuses, este romance e a indignação de Endímion com os deuses logo se tornaram assuntos, deixaram de ser comentários sussurrados para serem ditos em viva voz no Olímpio. Os deuses não admitiam que um mortal se comparasse a eles, e juntos foram a Zeus pedir uma punição às ousadias do rapaz, para que o pai dos deuses lançasse Nêmeses e suas fúrias sobre ele.
Zeus, que amava seus filhos mortais, se esquivou do assunto, passando para Hera a incumbência de castiga-lo. Porém quando a deusa do céu fitou o rapaz nos olhos compreendeu sua revolta. O louro cabelo do Etólio, cortado à maneira de Teseu, curtos na frente para que não atrapalhassem a visão e longos até abaixo dos ombros na parte traseira, o nariz perfeito e a harmonia de suas feições encantaram a deusa, que imediatamente aceitou a causa do rapaz, afinal eram tantos os bastardos de Zeus que, porque este, o mais perfeito de todos, não teria o direito à imortalidade?
Voltou ao Olimpo e conversou com Zeus, argumentando que este era seu filho, por que então condena-lo se sua reivindicação era justa? Se não tivesse nascido tão belo e forte, e não tivesse a revolta com a morte não seria filho de Zeus, por que culpá-lo se tudo que Endímion fazia era de sua natureza? Nada mais natural que ele, sendo filho de Zeus, fosse orgulhoso de sua linhagem.
Zeus rapidamente percebeu, enciumado, que o rei pastor encantara sua esposa como antes já havia encantado sua amante Selene, e que se ele não desse um basta, logo todas as deusas defenderiam sua causa. Com sua astúcia, vinda de Métis, Zeus decidiu-se, atenderia às reivindicações de seu filho, o tornaria imortal e o manteria jovem pela eternidade, mas para garantir a fidelidade de sua esposa, ele viveria eternamente mantendo sua beleza, dormindo. E desceu a terra para expor a Endímion seu castigo.
Hera, porém, conhecia muito bem seu esposo, e não confiava no seu julgamento. Conhecida como a que tem mil olhos e cujo animal é o pavão que traz em sua cauda os mil olhos bovinos de Hera, espreitou enquanto Zeus fazia a sua proposta ao moço. Protetora dos casamentos e dos romances conjugais, ela ficou penalizada com a decisão de Zeus. O romance de Endímion e Selene nunca se realizaria se ela não agisse rápido.
Vestida com as cores do Céu, desceu novamente à terra e de lá ao Hades, na terra dos Cimérios, adentrou no sonolento palácio de Hipno, o filho da Noite e de Érebo, e entre espíritos adormecidos, conversou com o irmão de Tânato. Pediu-lhe que não desobedecesse ao Rei dos deuses, e cumprisse exatamente o que lhe foi pedido, porém deveria acrescentar duas coisas, que Endímion dormisse com os olhos abertos para que pudesse ver Selene e que seus sonhos sempre fossem o que ele imaginava durante o período que passou apaixonado pela Titânida. Com isto, Hipno não desagradaria a Zeus e também agradaria a Senhora dos Céus, e assim foi feito.
Conformado com sua sina, Endímion deitou-se no morro onde pela primeira vez sentiu a presença de Selene, e adormeceu com os olhos abertos e voltados para o céu. E logo ao anoitecer Selene veio vê-lo, compungida pelo castigo infligido ao seu amado e enternecida acariciou sua face, e neste momento os olhos dele a fitaram, e no seu sonho ele murmurava palavras de amor a ela. Percorrendo o corpo do amado com seus argênteos dedos, percebeu que ele reagia aos seus estímulos e penetrou nos seus sonhos.
Longe do mundo real, onde a distância os separava, eles se amavam nos sonhos e a cada nova noite Selene deixava que seus cavalos, a tanto treinados em percorrer o céu noturno, levassem seu carro luminoso e, se despindo suas roupas de luz, se deitava junto com o amante e penetrava nos seus sonhos. O corpo dele, reagindo aos estímulos, ficava pronto para o amor e os dois se amavam tanto no onírico quanto na realidade. Deste amor nasceram as 50 filhas da Lua e, das filhas desta, os sonhos femininos das que amam à distância os amores impossíveis e os concretizam, ainda que de forma onírica.
Até hoje quando vemos uma lua esplendorosa e radiante no céu nos lembramos que, em algum canto da Grécia, um rapaz que dorme com olhos abertos a fita e sonha, é para ele que Selene se faz tão bonita.
Selene (em grego: Σελήνη, Selíní, "lua"), na mitologia grega, era a deusa da lua. Ela é filha dos titãs Hiperião e Teia e irmã do deus do sol, Hélio e de Eos, deusa do amanhecer. Ela dirige sua carruagem lunar pelos céus. Vários amantes são atribuídos a ela em vários mitos, incluindo Zeus, Pã, e o mortal Endimião. Em tempos clássicos, Selene foi muitas vezes identificada com Ártemis, assim como seu irmão, Hélio, foi identificado com Apolo.
Ambos Selene e Ártemis também foram associados com Hécate, e todos os três eram considerados como deusas lunares, embora apenas Selene fosse considerada como a personificação da própria lua. Sua equivalente romana é Luna.
Depois que seu irmão Hélio termina sua jornada pelo céu, Selene, recém-banhada nas águas do Oceano que circunda a terra, começa sua própria jornada enquanto a noite cai sobre a terra, iluminada pela radiância da sua cabeça imortal e de sua áurea coroa. Jovem e bela.
Na Arcádia, uniu-se a Pã, que a seduziu disfarçando-se com uma pele de ovelha e depois a presenteou com um rebanho de bois inteiramente brancos que ela usou para puxar seu carro noturno.
Com Antifemo ou Eumolpo, Selene teve o filho Museu, um adivinho renomado e grande músico, capaz de curar doentes com sua arte, que foi amigo inseparável, discípulo ou mesmo mestre de Orfeu.
Que sejam prósperos.

Raffi Souza.

17 outubro 2017

O deus das tempestades: Indra!


O deus das tempestades: Indra!


Indra é o deus das tempestades no hinduísmo, filho de Aditi com o sábio Kasyapa. Rei de todos os deuses no passado, perdeu importância no período pós-védico. A lenda relata sua fúria quando seus seguidores abandonaram seu culto e passaram a venerar Krishna. Quando Indra enviou uma tempestade para puni-los, eles oraram a Krishna, que ergueu uma montanha para protegê-los da força da tormenta.
Diz-se que Indra não é propriamente um indivíduo, mas o nome genérico para o rei dos céus. Ao executar certos sacrifícios e penitências, um mortal pode ascender ao paraíso e tornar-se o rei dos céus. Seu reino deve durar até que outra pessoa se torne elegível para sua posição. Diz-se que, ao executar mil sacrifícios de Ashwamedha (http://betoquintas.blogspot.com.br/2014/10/o-sacrificio-do-cavalo.html), uma pessoa torna-se elegível para ser Indra. Assim sendo, o Indra em exercício sempre teme por sua posição e permanece atento aos mortais que realizam sacrifícios e penitências, cuidando para que eles não cumpram as condições para destroná-lo.
Em textos posteriores ao Rig Veda ele é descrito como enganoso e de fraca determinação em muitas histórias. Em decorrência de seus atos, é frequentemente amaldiçoado por sábios ascetas. Seu feito mais importante foi a derrota do asura Vritra, que era um dragão (ahi).
Indra, também conhecido como Sakra, Saudharmendra, Phra In, Indara, Indera, Indrudu, Inthiran, Dishitian e Taishakuten, é o Deus Hindu das tempestades, dos relâmpagos, da chuva, do clima, das estações, do ar, da guerra, da soberania, da fertilidade, da bebedeira, da dança, da felicidade e do céu. Esposo de Shachi, seu nome significa Pura Beleza. Por vezes é retratado como filho de Aditi, Deusa do Céu, com o sábio Kasyapa ou como filho da Deusa da terra Prthivi e do Deus do céu Dyaus Pita e, assim, irmão de Agni. Em algumas outras versões Indra é o pai de Prthivi e Dyaus, o que foi o motivo para o início do esquecimento do culto dessas duas deidades por Indra assumir seus atributos. Seus filhos com Shachi foram: Jayanta, Midhusa, Nilambara, Rbhus, Rsabha, Sitragupta e o famoso Arjuna.
A história conta que Indra nasceu totalmente adulto e pronto para a batalha e que antes de se tornar o governante dos Deuses teve que vencer o asura (demônio) Vritra, pois o demônio, tomando a forma de um dragão, havia absorvido toda a água do mundo e com isso a vida estava se deteriorando no planeta. Então, Indra tomou uma grande quantidade de Soma (bebida ritual e sagrada do hinduísmo) fazendo com que sua força triplicasse lhe dando a capacidade de lutar adequadamente com seu inimigo. Com isso, Indra conseguiu destruir as 99 fortalezas de Vritra e, após partir o inimigo ao meio, a água finalmente voltou a jorrar para a terra em forma de chuva. Depois disso, todos proclamaram Indra como o Rei supremo dos Deuses.
Após esse grande feito, Indra decidiu refazer seu palácio celestial tornando-o grandioso em magnificência e esplendor, porém, chegou um momento em que sua ambição começou a ser tão grande que seu arquiteto principal foi até Brahma reclamar e pedir ajuda para fazer Indra voltar ao seu juízo perfeito. Brahma prometeu ajuda-lo e, juntamente com Vishnu, foram ao palácio do Rei dos Deuses conseguindo fazer Indra voltar a si depois de vários discursos sobre a humildade e um ensinamento sobre os Indras seus sucessores. Indra então se tornou um asceta e foi para as montanhas para redenção, ao passo que sua esposa teve com Brahma clamando que o Criador trouxesse seu marido de volta. Brahma, portanto, foi novamente ao encontro dele para lhe ensinar que cada um tem um papel a cumprir no grande destino da vida e que Ele poderia ser um grande guerreiro e também um Rei humilde. Com isso Indra retorna ao seu palácio e aos seus afazeres de Rei dos Deuses como um Deus mais poderoso e humilde.
Indra era a divindade mais respeitada, contudo, seu culto foi suplantado pela Trimurti védica (Brahma, Vishnu e Shiva) e com isso perdeu proeminência tornando-se apenas o Rei dos Deuses Menores, tanto que em algumas versões mais recentes Ele é retratado como vingativo e covarde e que conseguiu sua vitória apenas com o auxílio de Vishnu e Shiva. Há uma história que conta da fúria de Indra por ter perdido seus adoradores para Krishna e que, com isso, tentou puni-los com uma grande tormenta, mas que Krishna protegeu os fiéis ao erguer uma montanha como uma barreira entre eles e Indra. Ainda assim, sua força é tão grande que Ele é a divindade mais citada em todos os escritos sagrados do hinduísmo, haja visto que um total de 250 hinos do Rig Veda são dedicados exclusivamente a Ele.
É importante notar também a complexidade da figura de Indra, pois além de ser visto como uma deidade Ele também é visto como um cargo, um posto que um mortal detém e pode adquirir. A lenda conta que se um devoto realizar 1.000 sacrifícios ou penitências de Ashwamedha (em que se oferecia um cavalo para expiar os pecados) aos deuses antigos ele ascende aos céus como o novo Indra e como esposo de Shachi (também chamada de Indrani – a esposa de Indra). Por este motivo, conta-se que o velho Indra sempre observa os humanos para que ninguém consiga atingir a marca dos 1.000 sacrifícios e assim destrona-lo, porém, um novo Indra sempre consegue atingir seu feito e substituir o antigo reinado por um novo, fazendo assim com que o universo se mantenha e se sustente até o momento de Shiva destruir o antigo mundo e Brahma criar um novo.
Inicialmente Ele era visto como uma divindade solar, visto que faz parte das doze divindades que compõe os Aditya: divindades solares que são considerados como descendentes da Deusa do Céu Aditi. Com o passar dos tempos, seu retrato como o Deus que Brande o Raio foi o que permaneceu no imaginário da sociedade e seu encargo como divindade solar foi sendo esquecido. Indra cavalga os céus em uma carruagem dourada e é adorado no festival de Indrajata, onde seus adoradores fazem procissões com máscaras, danças, luzes e criam uma imagem de barro de Indra jogando-a ao rio clamando por chuvas. Ele é frequentemente representado com uma pele bem avermelhada (por vezes marrom ou amarela) tendo quatro braços, ou dois muito longos, segurando a Vajra (Parafuso Relâmpago) que é sua arma principal, além do arco, a rede e um gancho, cavalgando o grande elefante branco Airavata de quatro chifres ou o cavalo branco Uchchaihshravas. Um de Seus símbolos mais conhecido é o lótus. Seu poder é tão imenso que é capaz de ressuscitar os mortos em batalhas, mover seu palácio celestial para onde quiser e de colocar ordem no universo, uma qualidade compartilhada apenas com o Deus Brahma. Seu mantra é Om Indraya Namah.
Indra também possui 1.000 olhos ao redor do corpo e há um mito que explica esse fato. O sábio Gautama (Buda) havia criado a mulher mais bela de todas e Indra havia se apaixonado por ela. Quando não conseguia mais suportar ficar sem tê-la Ele enganou o Gautama fazendo-o sair de casa e fez amor com a mulher, mas Gautama pressentindo algo ruim O pegou fazendo amor com sua esposa. Então, este proferiu que já que Indra gostava tanto de mulheres, que 1.000 vaginas crescessem pelo seu corpo. Envergonhado, Indra não aparecia mais em público e com isso deixou de cumprir com suas obrigações e, por isso, Brahma intercedeu por Indra junto a Gautama e este disse que as vaginas se transformassem em olhos para que Ele sempre se lembrasse de observar aonde suas ações o levavam.
É um dos deuses mais adorados no Oriente, pois Ele ultrapassa as fronteiras do hinduísmo e se assenta em outras grandes religiões como tendo papel muito importante, dentre elas: Zoroastrismo, Budismo e Taoísmo. No Japão é conhecido como Taishakuten, por exemplo. Mas, diferentemente dos deuses greco-romanos que são vistos como divindades distintas, por exemplo, Vênus é Vênus e Afrodite é Afrodite, mas que as unem em uma única figura (sincretismo religioso), Indra e Taishakuten não são deuses diferentes. Ele é uma divindade que, por ser tão respeitada, é adorada em várias religiões distintas apenas com nomes locais diferentes. Sua importância é tão grande que arqueólogos encontram na figura de Indra uma possível origem para os deuses Triptólemo e Dionísio, na Grécia. Existe também uma relação de Indra com o Deus Sakra no budismo, onde alguns autores afirmam que são divindades distintas e que Indra sincretizou parte do mito de Sakra, onde um antigo Sakra é destituído do poder por outro mais jovem e puro. Outras grandes divindades que são relacionadas a Indra, são os Deuses Zeus, Júpiter e Thor.
É interessante como Indra consegue agir na vida de um adepto, pois enquanto o devoto trabalha para desenvolver seus conhecimentos e sua conexão com a divindade Indra o auxilia em tudo. Porém, a partir do momento que Indra percebe que o adepto está se desenvolvendo o suficiente para atingir um novo estágio, evoluir de um ponto a outro em sua caminhada, Ele começa a criar barreiras e obstáculos para que o buscador não consiga acessar um novo mistério. Por isso podemos entender também como sendo um trabalho do Indra deus assim como do Indra interior, pois esses obstáculos/barreiras são boicotes ocasionados pelo próprio aspirante que, em conexão com a divindade, não quer ver seu “reinado” ser suplantado por outro. Indra é uma divindade muito antiga e, assim como toda divindade, é antropomórfica. Desta forma, se você não consegue entende-lo em sua total extensão e complexidade, corre o perigo de cair sobre o domínio negativo do deus e não conseguir continuar com sua caminhada. E, claro, isso não deve ser visto como algo ruim, mas como um teste que o próprio Deus nos impõe para termos a certeza se estamos prontos e preparados para seguir adiante rumo ao desligamento da Samsara.
INVOCAÇÃO A INDRA
Om bhur bhuvaha svaha
Tat savitur varenyam
Bhargo devasya dhimahi
Dhiyo yonah prachodayath

Ó Deus da Vida que traz felicidade
Dá-nos tua luz que destrói pecados
Que a Tua Divindade nos penetre
E possa inspirar nossa mente

Nós meditamos na glória do Criador
Que criou o Universo, que é digno de adoração
Que é a corporificação do conhecimento e da Luz, que é o removedor de todos os pecados e da ignorância
Que Ele ilumine nosso intelecto
Senhor! Tu, que és a Fonte de Luz
Que tudo permeia, Sustentador, Protetor e Provedor da Felicidade
Ascende, ilumina e inspire nossa inteligência
Para possuir qualidades eternas
Mão Divina,
Nossos corações estão cheios de escuridão
Por favor, afaste a escuridão
E promova a iluminação dentro de nós
Om Sahasra nethraye Vidhmahe
Vajra hasthaya Dheemahe
Thanno Indra Prachodayath
OM
Seus equivalentes divinos
ü Deus Indra
ü  Deus Zeus
ü  Deus Júpiter
ü  Deus Thor
ü  Deus Dionísio
Epítetos
ü  Adribhit (O que fende montanhas e nuvens)
ü  Adridvit (O que é inimigo de montanhas e nuvens)
ü  Ajatasatru (Aquele que não tem igual)
ü  Akasesa (Senhor do Céu)
ü  Anabhayi (Que não tem temor)
ü  Anapi (O que não tem amigos)
ü  Devendra (Indra dos Devas)
ü  Divapati (Senhor dos Deuses)
ü  Gopati (Senhor dos vaqueiros)
ü  Gotradari (O que abre os estábulos do céu)
ü  Kapilasva (O que tem cavalos marrons)
ü  Indralokesa (Senhor do Mundo de Indra)
ü  Mahindra (O Grande Indra)
ü  Manavendra (Senhor dos homens)
ü  Meghavahana (Cavaleiro das Nuvens)
ü  Paksacchit (O que corta as asas)
ü  Prajapati (Senhor das Criaturas)
ü  Purandara (Destruidor de Cidades)
ü  Rjukratu (O que tem ações sinceras e corretas)
ü  Sahasraksha (O que tem mil olhos)
ü  Sakra (Poderoso)
ü  Satacrata (O Deus dos Cem Ritos)
ü  Svargapati (Senhor dos Céus)
ü  Tapastaksa (O que destrói o poder das austeridades)
ü  Ugradhanvan (O que tem o arco poderoso)
ü  Uluka (Coruja)
ü  Vajri (O que dirige os raios)
ü  Verethragna (Deus da Vitória)
ü  Vrsan (Poderoso / Touro)
ü  Vrtrahan (Assassino de Vritra)
ü  Yajnabhagesvara (O Senhor dos Deuses).

Que sejam prósperos.
Raffi Souza.