A deusa Mãe: Parvati!
Parvati (em sânscrito: Pārvatī, पार्वती) ou Mahadevi é a Deusa Mãe no Hinduísmo e,
nominalmente, a segunda consorte de Shiva, o deus hindu da destruição e
renovação (a primeira é Sáti). No entanto, ela não é diferente de Sáti, sendo
considerada a reencarnação da ex-consorte de Shiva. É a mãe de Ganexa e de
Escanda. Algumas comunidades também acreditam que ela é a irmã de Vishnu. Ela é
considerada como a Divina Shákti - a encarnação da energia total do Universo.
Em muitas interpretações das escrituras, Parvati é também
considerada como uma representação de Shákti, embora com aspecto mais suave da
Deusa Mãe, do que seus outros aspectos, como Kali e Durga. Ela é considerada a
filha simbólica do Himalaia e irmã do rio Ganges. Parvati, quando retratada
junto com Shiva, aparece com duas armas, mas, quando sozinha, é mostrada com
quatro braços, e monta um tigre ou leão.
Manifestações de Parvati
Geralmente, é considerada uma deusa benigna, mas tem
aspectos tanto sombrios, como Durga, Kali, Chandi e os Mahavidyas, como
benevolentes, como Mahagauri, Shailputri e Lalita. Às vezes, Parvati é
considerado como a suprema Mãe Divina, com todas as outras deusas referidas
como encarnações ou manifestações dela. Outras deusas hindus, como Uma, Cali e
Durga, costumam ser consideradas manifestações de Parvati.
Simbolismo
Como esposa de Shiva (que era um asceta mas que, mesmo
assim, foi levado ao casamento graças à determinação de Parvati), Parvati
representa a unidade entre homem e mulher.
Mas espera, quem era Sati e porque Parvati é considerada a
reencarnação dela? Bem vamos ver sobre Sati aqui rapidamente:
Satī (em devanágari: सती,
o feminino de sat "verdade") ou Dākshāyani é uma deusa hindu da
felicidade conjugal e longevidade; ela é particularmente adorada pelas esposas,
a fim de procurar prolongar a vida de seus maridos. Um dos aspectos de Devi,
Dākshāyani é a primeira consorte de Shiva, em segundo lugar Parvati, a sua
reencarnação.
Outros nomes para Dākshāyani incluem: Uma, Aparnā,
Sivakāmini, e mais de mil outros; uma lista pode ser obtida no Lalithā
Sahasranāmam.
A Ato de Sati, em que uma viúva hindu se suicida sobre a
pira funerária do seu marido como a consumação de um ato final de fidelidade e
devoção, tornou-se constante após a Deusa Sati, de quem o nome do ato é
derivado.
Lenda
A Deusa Sati, personificação da divina Prakrti, teve
nascimento humano de Brahma. Ela nasceu como filha de Daksha Prajāpati, um
filho de Brahmā e Prasuti. Foi nomeado Gaurī, "a de cor de açafrão",
uma vez que ela era dourada como o açafrão. Como é a filha de Daksha, ela
também é conhecida como Dākshāyani.
Dakshayani desposa Shiva
No momento que a Deusa Sati toma a forma humana durante seu
nascimento, Brahmā determina que ela deveria devotar-se a Shiva com humilde
devoções e desposá-lo. Era natural que Sati, como uma criança, adorasse os
contos e lendas associadas a Shiva e com isso cresceu dentro de si uma
fervorosa devoção.
Quando Sati foi crescendo, a ideia de casar-se com ninguém
mais que Shiva, tal como foi proposto pelo seu pai, se tornou um anátema para
ela. A cada proposta de reis valentes e ricos a fez ansiar cada vez mais o
asceta de Kailāsa, o deus dos deuses.
Para ganhar o respeito do asceta Shiva, a filha de Daksha
abandonou o luxo do palácio de seu pai e se mudou para uma floresta, para
dedicar-se a austeridades e ao culto de Shiva. Muitas rigorosas foram suas
provas que gradualmente foi reduzindo a sua alimentação a um "bilva"
de folhas por dia; essa particular abstinência valeu-lhe a alcunha de Aparnā.
Sua orações finalmente deram frutos quando, após testar a sua resolução, Shiva
finalmente aderiu à sua vontade e consentiu em fazer dela sua noiva.
Uma Sati em êxtase retornou à casa do seu pai para aguardar
seu noivo, mas não o encontrou feliz com os acontecimentos. O casamento foi
realizado na devida época, e Gaurī habitou com Shiva em Kailāsa. Daksha,
ilustrado na lenda como um rei arrogante, não aceitou bem o enlace e
basicamente retira a filha de sua família natal.
A arrogância de Daksha
Certa ocasião, Daksha organizou uma grande yagna para que
todos os deuses fossem convidados, com exceção de Sati e Shiva. Querendo
visitar seus pais, parentes e amigos infância, Gaurī procurou minimizar essa
omissão. Valendo-se que que seus pais tivessem negligenciado fazer um convite
formal para eles apenas porque, como família, tal formalidade fosse
desnecessária; certamente, não seria necessário convite para visitar a sua
própria mãe e, portanto, iria de qualquer forma. Shiva tentou dissuadi-la, mas
ela estava resolvida a seguir adiante; sendo assim, ele determinou uma escolta
de seus ganas e pediu a ela que não provocasse nenhum incidente.
O suicídio de Dakshayani
Sati foi recebida friamente por seu pai. E logo estavam em
meio a uma discussão acalorada sobre as virtudes (e a alegada falta delas) de
Shiva. A cada momento tornava-se mais claro a Gaurī que seu pai era
inteiramente incapaz de apreciar as excelentes qualidades de seu marido. A
conscientização de Gaurī a respeito disso tão somente porque Shiva a havia
desposado, ela foi a causa da desonra de seu marido. Ela se consumiu de raiva
contra o seu pai e aversão por sua mentalidade.
Pedindo em oração para que pudesse, em algum futuro
nascimento, nascer filha de um pai a quem ela poderia ter respeito, Dākshāyani
invocou seus poderes yogic e se suicidou.
A ira de Shiva
A ira de Shiva ao perceber esta catástrofe foi incalculável.
Ele criou Virabhadra e Bhadrakāli, duas ferozes criaturas que grassaram e
mutilaram no local do horrível incidente. Quase todos os presentes foram abatidos
indiscriminadamente durante a noite. O próprio Daksha foi decapitado.
De acordo com algumas tradições, acredita-se que um irado
Shiva realizou a temível dança Tāndava com o corpo carbonizado de Sati sobre
seus ombros. Durante esta dança, o corpo de Sati foi se desfazendo e os pedaços
caíram em vários lugares na terra. De acordo com outra versão, Shiva colocou o
corpo de Sati em seus ombros e correu sobre o mundo, demente de tristeza. Os
Deuses clamaram ao Senhor Vishnu para trazer a sanidade à Shiva. Vishnu usou
seu Sudarshana chakram para desmembrar o corpo sem vida de Sati, após o qual
Shiva recuperou a sua sanidade. Ambas as versões afirmam que o corpo do Sati
foi, assim, desmembrado em 51 pedaços que caíram sobre a terra em diversos
locais. Estes 51 lugares são chamados Shakti Peethas, e são locais de
peregrinação. Esta lenda, porém não é aceita pelas principais tradições do Sul
da Índia e noutros locais.
Depois da noite de horror, Shiva trouxe à vida todos os que
foram mortos e concedeu-lhes a sua bênção. Mesmo o abusivo e culpado Daksha
teve restaurada tanto a sua vida quanto o seu reinado. Sua cabeça decapitada
foi substituída pela de uma cabra. Tendo aprendido a sua lição, Daksha viveu o
resto da sua vida como um servo de Shiva.
Ato final
Dākshāyani renasceu como Pārvatī, filha de Himavan, o rei da
montanha, e sua esposa, a apsara Menā. Desta vez, ela nasceu filha de um pai a
quem ela poderia respeitar, um pai que apreciava Shiva ardentemente.
Naturalmente, Pārvatī solicitou e recebeu Shiva como seu marido.
Esta lenda aparece em detalhes na literatura Tantra, em
Puranas e na canção de Kalidasa, Kumārasambhavam, um épico que trata
principalmente do nascimento de Subrahmanya.
Agora que explicamos quem era Sati, vamos continuar falando
sobre Parvati.
A Deusa Parvati é a Deusa indiana do amor e do casamento.
Parvati é a segunda esposa de Shiva, o Deus indiano da destruição e da
transformação (a primeira esposa foi Sati, uma encarnação anterior de Parvati).
O casal possui dois filhos: Ganesha e Kartikeya, sendo Ganesha o Deus da
Sabedoria e Kartikeya o Deus da Guerra.
A Deusa Parvati é uma das muitas manifestações da Deusa
Durga, a Deusa Hindu que representa o grande poder feminino. Parvati retrata um
lado gentil e maternal da Deusa. Juntamente com a Deusa Sarasvati (Deusa das
artes e da sabedoria) e com a Deusa Lakshmi (Deusa da riqueza e da
prosperidade), Parvati faz parte da trindade de Deusas Hindus conhecida como
Tridevi.
Atribuições: Deusa do amor, do casamento, da devoção, da
fertilidade, da força divina e do poder, protetora das mulheres
Símbolos: Elefantes, Tigres, Tridente, flor de lótus e a
dança
Local: Índia
A Deusa Parvati é uma Deusa Hindu serena, tranquila e cheia
de amor. Parvati também é considerada uma Deusa da fertilidade e seus devotos
geralmente pedem por bons casamentos, para resolver problemas amorosos e para
atrair o amor de forma geral.
Existem muitas representações diferentes da Deusa Parvati e
a maioria delas mostra a Deusa usando um vestido avermelhado e ao lado de seu
marido, o Deus Shiva.
Sempre que está ao lado de Shiva, a Deusa Parvati possui
apenas dois braços e geralmente segura uma lótus em sua mão direita. Quando
vista sozinha ela é geralmente representada com quatro braços e pode segurar
diversos itens em suas mãos como uma concha, um espelho, uma coroa, um rosário,
um sino, um prato de arroz, uma ferramenta de agricultura ou cana de açúcar.
Uma de suas mãos podem estar na posição Abhaya mudra (não
tenha medo) e a outra pode estar segurando um de seus filhos, sendo mais comum
segurar Ganesha. Parvati também é represetada com pele dourada ou amarelada e o
bronze é o material mais usado para fazer suas esculturas.
Parvati e Shiva representam o casal perfeito que conseguiu
superar todas as dificuldades para se manterem juntos através do amor. Um dos
episódios mais trágicos da história de Parvati possui diversas variações, mas o
final é sempre o mesmo.
Uma das versões conta que: Uma vez, com a ausência de Shiva,
a Deusa Parvati moldou uma criança a partir do barro e a imbuiu de vida. Um dia
enquanto tomava banho, Parvati pediu para que seu filho vigiasse a entrada do
local onde se banhava para prevenir intrusos. Neste momento Shiva retornou de
uma viagem e foi impedido pela criança de entrar em sua morada. Num ataque de fúria,
Shiva decaptou a criança com seu tridente. Parvati, triste, contou que Shiva
havia matado seu próprio filho e ordenou que ele restaurasse a vida da criança.
Shiva então utilizou a cabeça do primeiro ser que encontrou para poder trazer a
criança de volta à vida. E esse ser foi um elefante. Assim, nasceu Ganesha.
A Deusa Parvati é normalmente encontrada ao lado do Deus
Shiva na maioria dos templos hindus localizados no sul e sudeste da Ásia.
Alguns deles celebram grandes eventos na vida da Deusa. Os templos de Khajuraho
são um dos quatro principais locais associados à Deusa Parvati, junto com
Kedarnath, Kashi e Gaya. De acordo com a mitologia hindu, Khajuraho é o lugar
onde Parvati e Shiva se casaram.
Uma grande parte das pessoas buscam ajuda da Deusa Parvati
para resolverem problemas conjugais. O mantra de Parvati Swayamvara Parvathi,
segundo seus devotos, tem o poder de trazer o casamento, resolver problemas
entre o casal ou, ainda, prevenir uma má união. Esse é um mantra que deve ser
pronunciado 1008 vezes por dia, durante 108 dias seguidos para que a energia
necessária para o seu funcionamento seja gerada.
Deusa Parvati – Invocação
A Deusa Parvati é comumente invocada para assuntos
conjugais. Porém, ela também possui vários outros atributos e pode chamada em
momentos de fraqueza ou impotência diante de alguma situação.
Você pode entrar em sintonia com a Deusa honrando
diariamente e presenteando de coração aberto alguma mulher que você admire. A
Deusa Parvati está fortemente presente nessa relação.
Caso queira, também pode realizar rituais ou entoar mantras
para que a aproximação com a Deusa seja maior. É importante que os rituais
sejam feitos durante a Lua Crescente, fase que mais se identifica com a Deusa
Parvati e seu consorte, o Deus Shiva.
Itens necessários:
Símbolo de Parvati (de sua escolha)
Incenso (opcional)
Sua música preferida ou algum mantra
Não importando o período do dia, tome um banho para relaxar
e acenda o incenso.
Mentalize seus pedidos e, com o símbolo em mãos, comece a
dançar como seu corpo mandar.
Extravase e deixe os pensamentos ruins de lado, focando
somente em Parvati e em sua benevolência. Dance até cansar ou sentir que foi o
suficiente, e se possível, repita durante os dias do quarto crescente.
No Ramayana e no Shiva Purana, nos quais se diz que Parvati
renasceu a partir de Sati, a primeira esposa de Shiva, já que os dois jamais
poderiam ser separados. Porem pela morte de Sati, Shiva, imerso em profunda
tristeza e solidão, retirou-se do mundo e prestou em silenciosa meditação. Parvati
só sabia lamentar o inacabável ascetismo de seu amado e se cansara de
permanecer junto a ele em vá adoração, pois Shiva, imerso em suas meditações,
nem sequer dava-se conta da presença dela.
Num dia de primavera, os deuses, para retirar Shiva de sua
atitude contemplativa, enviaram ao auxilio da bela Parvati o deus Kamadeva
(patrono do amor) e sua esposa Rati (a luxuria e o prazer sensual).
Elegendo o momento em que Parvati encontrava-se perto de
Shiva, Kamadeva preparou-se para disparar uma de suas flechas mágicas, mas
nesse instante, Shiva o olhou com seu terceiro olho e reduziu instantaneamente
em cinzas. Desde então, denomina-se o deus do amor com o nome de Ananga
(privado de membros). Rati derramou rios de lagrimas por aquele que imaginava
ter perdido para sempre, mas ela ouviu uma voz que lhe dizia: “Teu esposo terá
novamente o corpo e voltará para teu lado quando Shiva casar-se com Parvati.”
Nesse momento Parvati prostrou-se diante de Shiva ate’ que finalmente Shiva
reconheceu Sati em Parvati e prometeu a ela seu amor. Parvati pediu para Shiva
render-se a seu a seus desejos femininos e que devolvesse a kamadeva a forma de
seu corpo, a fim de que Rati pudesse desfrutar do marido. Aceita as condições,
Shiva e Parvati retiraram-se para o Monte Kailasa nos Himalaia.
Casada com Shiva, Parvati teve dois filhos, também deuses:
Ganesha (o removedor de obstáculos) e Skanda, karti Keya ou Subramanya (o deus
da guerra).
Antes, para obter o amor de Shiva, Parvati teve de seguir o
caminho da austeridade, disciplina e da virtude pura. Parvati é considerada a
deusa do casamento, e também é louvada como a deusa da família, daí a origem da
palavra parivar (família).
Parvati, filha de Himavat e de Mena é consorte bondosa,
austera e disciplinada de Shiva. Muitas vezes, ela é considerada a Mãe Suprema
– Maha Devi, a que acolhe a todos os filhos, com seu infinito amor maternal,
que os protege e os guia nas sendas da lei do karma, sempre mostrando aos
mesmos os caminhos corretos e orientando-os passos que devem dar.
Ela é também a deusa da beleza, a virtuosa, e ressurge com
diferentes manifestações, na forma de outras deusas, daí ser chamada de deusa
das mil faces. Tem muitos atributos e, desde a era védica, um dos principais é
a fertilidade, a forca que gera a procriação no mundo e nas espécies. É a
própria geração da energia criadora, em sânscrito chamada de shakti.
Entre seus muitos nomes e manifestações vamos encontrar, de
acordo com textos, seus atributos e características: Uma (a luz ou a
sabedoria), Sati, Parvati, Ambika, Haimavati, Durga ou Mahamaya, Kali,
Mahakali, Badrakali, Bhairavi, Devi, Mahadevi, Gauri, Bhavani, Jagatambe,
Jagatmata, Kalyayani, Kapila, Kapali, Kumari, etc.
Mantra da “Deusa Mãe"
JAY MATA
KALI MATA
UMA PARVATI
ANANDA MAH (REPETE 7 VEZES ESTA PARTE)
Fontes:
http://shivashankara.net/pt/yoga/mitologia/parvati/
https://www.santuariolunar.com.br/deusa-parvati/
http://sagradofeminino.saberes.org.br/saberes-ancestrais-femininos-sabedoria-espiritualidade-psicologia-saude-danca-feminina/sarasvati-lakshmi-parvati-as-tres-deusas-shaktissupremas-do-induismo/
https://www.santuariolunar.com.br/deusa-parvati/
http://sagradofeminino.saberes.org.br/saberes-ancestrais-femininos-sabedoria-espiritualidade-psicologia-saude-danca-feminina/sarasvati-lakshmi-parvati-as-tres-deusas-shaktissupremas-do-induismo/
Que sejam prósperos.
Raffi Souza.
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