O deus dos oceanos: Aegir!
Na mitologia nórdica, Aegir (em nórdico antigo Ægir, ou
"mar") é o deus dos mares e oceanos. Algumas interpretações
indicam-no como um deus Vanir do panteão nórdico, outras como um gigante
(jotun).
Aegir e as suas nove filhas
Ele era ao mesmo tempo cultuado e temido pelos marinheiros,
pois estes acreditavam que Aegir aparecia de vez em quando na superfície para
tomar a carga, homens e navios com ele para seu salão no fundo do oceano. Por
isso eram feitos sacrifícios para apaziguá-los, muitas vezes sendo sacrificados
prisioneiros antes de se começar a velejar. Aegir também é conhecido pelo
entretenimento generoso que ele providenciava aos outros deuses.
Sua esposa era a deusa Ran com quem ele teve nove filha (as
donzelas das ondas), que vestiam mantos e véus brancos.
Tinha dois servidores fiéis: Eldir e Fimafeng. Fimafeng foi
morto pelo deus Loki durante um banquete realizado pelos deuses no salão
submarino de Aegir próximo da ilha de Hler.
Há intérpretes da mitologia nórdica ainda que afirmam que
Aegir não é um deus, nem Aesir e nem Vanir, mas sim um gigante amistoso aos
deuses, como sua esposa Ran e suas filhas, as Wave Nikr. Ele está mais
associado à regência das viagens marítimas e coisas mundanas, do que à essência
do mar, do oceano e do princípio da água, pois estes já são regidos por uma
divindade vanir, conhecido como Njord. Sendo assim Aegir ou Ægir seria o
comandante das criaturas aquáticas e dos Jotun marinhos, os chamados Fjortun,
sendo ele quem prepara o Hidromel dos Aesir.
Era um gigante e semideus da mitologia nórdica, também
conhecido como Gymir ou Hler. Pertencia à casta divina dos Vanir e era filho de
Mistarblindi e irmão de Kari, o Ar, e Loki, o Fogo.
Aegir era um dos deuses que existiam antes do panteão ser
formado, havendo inclusive a lenda de que ele devastou tudo o que viu exceto o
deus do fogo Surtr. Veio provavelmente de Ginnungagap, o Vazio universal que
originou a terra dos gigantes do fogo, Muspelheim, e Nifleheim, uma terra gelada
e enevoada. Casado com Ran, sua irmã, tinha nove filhas muito perversas e
combativas. Estas filhas, sempre vestidas de branco, tinham nomes sinónimos de
onda: Kolga, Himingaleva, Hefring, Hunn, Hron, Bilgia, Bara, Duffa e
Blodughadda.
O gelo derretido por Surtr tinha formado o oceano de onde
nasceram os primeiros seres, a vaca Auduhmla e o gigante Ymir. Aegir foi então
designado para reinar sobre o oceano e morava debaixo da ilha Hlesey.
Os deuses faziam festins com cerveja todos os invernos no
seu palácio, uma vez que Aegir era o fornecedor desta bebida para todo o
panteão divino. As taças nunca ficavam vazias enchendo-se por magia.
No entanto, um dia disse que nunca mais servia cerveja
enquanto não lhe trouxessem um recipiente suficientemente grande para fermentar
toda a cerveja, o que levou Thor a passar por inúmeras peripécias para o
conseguir.
Aegir ao receber os deuses colocava ouro no chão para
providenciar luz em vez de acender uma fogueira; por esta razão o ouro era também
conhecido como "o fogo de Aegir".
O palácio de Aegir era um local sagrado, como se pode
verificar pelo episódio em que os deuses se reuniram para lamentar a morte de
Balder. Aparece entretanto Loki, incitador da morte de Balder, que insulta
inadmissivelmente todos os presentes; mas, como não podia ser cometida nenhuma
violência em casa de Aegir, nenhum mal lhe foi feito. Loki, enraivecido, ao
sair mata Fimafeng, que juntamente com Eldir era um dos ajudantes de Aegir.
Os Saxões primitivos ofereciam sacrifícios a um deus do mar,
possivelmente Aegir. As tempestades causadas pela ira frequente deste deus
provocavam o afundamento dos navios e os marinheiros acreditavam que Aegir
podia aparecer de repente para arrastar navios e tripulantes em direção aos seus
domínios submarinos.
Em algumas partes dos Edda, compilações de contos do século
XIII, Aegir aparece não como um semideus, mas como um homem conhecedor das
artes mágicas que morava na ilha de Hlesey. Tinha ido visitar os deuses ao
Asgard, sítio onde morava a raça divina dos Aesir, e nesta visita ouviu Bragi a
contar as aventuras dos deuses.
É também mencionado na Saga de Egil, a propósito do
afogamento de Bothvar, filho de Egil.
Origem do nome
Segundo estudos etimológicos [1] o nome Ægir está ligado à
raiz Proto-Germânica *akhwo, ao Proto-Indo-Germânico *akwa- (“água”), origem de
termos como aqua- (latim), o Gótico ahua (“rio”, “águas”) e o Inglês Antigo ea
“rio”. Na poesia skaldica seu nome era um sinônimo de mar. Também é chamado de
Hlér (do Proto-Nórdico *hlewa-z e Nórdico Antigo hlē-r — ambas palavras
poéticas para “mar” ou “oceano”) [1a]
[1b].
Parentesco
Aegir é muitas vezes considerado um deus Vanir, mas pouco se
sabe de suas origens. Alguns o classificam como um jotun. Todavia, é famoso por
ser esposo de Rán, e dessa relação ser pai das nove Ondinas.
Atributos
Aegir é o deus do mar agitado. De seu nome, como já
mencionado, tinha-se um sinônimo poético para o mar; e em outras metáforas como
“cavalo de Aegir” (barco ou navio) e “filhas de Aegir” (ondas) podemos ver a
influência deste deus na consciência dos povos germânicos [2]. Mas não apenas
isso: o ouro era chamado de “fogo do mar” ou “fogo de Ægir” justamente porque
era o que o deus usava para iluminar o seu salão enquanto ele entretinha os
Aesir.
Aegir tinha dois servidores fiéis: Eldir e Fimafeng.
História
Antigas lendas saxãs contam que ele surgia do mar com olhos
penetrantes, uma longa barba branca como a espuma e um sorriso benevolente no
rosto anunciando a chegada das tempestades e demais fenômenos, ele e sua esposa
Rán capturavam os afogados com redes ao contrário de quem era jogado, já que
era considerado um sacrifício ou oferta para bênçãos [3].
Ele era ao mesmo tempo cultuado e temido pelos marinheiros,
pois estes acreditavam que Aegir aparecia de vez em quando na superfície para
tomar a carga, homens e navios com ele para seu salão no fundo do oceano. Por
isso eram feitos sacrifícios para apaziguá-lo, muitas vezes sendo sacrificados
prisioneiros antes de se começar a velejar e todo marinheiro carregava consigo
moedas de ouro, para se caso o pior acontecesse, fosse aceito no salão de Aegir
e Rán.
Embora furioso e de grande força, é bastante generoso e
amistoso, dando bênçãos aos homens e sendo receptivo aos demais Deuses [4].
“Os poemas eddaicos muitas vezes mostram Ægir como anfitrião
aos deuses. Hymiskvida acontece porque os deuses esperam visitar Ægir e vão
precisar de um enorme caldeirão no qual fabricarão a cerveja que será
consumida.O poema diz como Thor consegue o caldeirão do gigante Hymir. O
próximo poema no Codex Regius da Edda Poética é Lokasenna, discórdia de Loki
(isto é, duelo verbal) com os deuses, e situa-se em uma festa organizada por
Ægir. Na verdade, os manuscritos de papel chamam o poema Ægisdrekka (Festa de
bebidas de Ægir). De acordo com o cabeçalho em prosa para o poema, “Ægir, que
também foi chamado Gymir, tinha preparado cerveja para os Æsir”” [5].
É nesse banquete próximo da ilha de Hler que o seu servo
Fimafeng foi morto por Loki.
Assim como outros deuses, existiram registros históricos de
seres antigos relacionados ao seu nome e atributos: “Um homem era chamado de
Ægir ou Hlér; ele viveu naquela ilha que agora é chamado de Ilha de Hlér [atual
Læssø, na Dinamarca]. Ele tinha muito conhecimento mágico. Ele fez o seu
caminho para Asgard, mas os Æsir sabiam de sua viagem com antecedência. Ele foi
bem recebido, mas muitas coisas foram feitas com ilusões” [6].
O início da Orkneyinga Saga (A Saga dos Ilhéus de Orkney) é
às vezes chamado Fundinn Noregr (Noruega Encontrada), e está intimamente
relacionado com uma seção do Flateyjarbók chamado Hversu Noregr byggdisk (Como
a Noruega foi Habitada). Ela começa com um rei chamado Fornjót, que governou no
norte da Noruega. “Fornjót teve três filhos. Um foi nomeado Hlér, a quem
chamamos Ægir, o segundo Logi, o terceiro Kári”. Como já mencionado, Hlér era
um kenning para Ægir, significando poeticamente “mar”. O substantivo Logi
significa “fogo” (notou alguma semelhança com Loki?), e Kári é listado no Þulur
(thulur) como “vento”. Assim, Ægir como uma personificação do mar parece ter
sido considerado como um dos três elementos em uma tradição genealógica que
presumivelmente foi localizada na Noruega [7].
Há intérpretes da mitologia nórdica ainda assim que afirmam
que Aegir não é um deus, nem Aesir e nem Vanir, mas sim um gigante amistoso aos
deuses, como sua esposa Ran e suas filhas, as Wave Nikr. Ele estaria assim mais
associado à regência das viagens marítimas e coisas mundanas, do que à essência
do mar, do oceano e do princípio da água, pois estes já são regidos por uma
divindade Vanir, Njord. Sendo assim Aegir ou Ægir seria o comandante das
criaturas aquáticas e dos Jotun marinhos, os chamados Fjortun, sendo ele quem
prepara o Hidromel dos Aesir.
Mas não é isso que pensa Lindow [8]: “Desde que Rán é
listada entre as deusas no Þulur e Ægir tem uma relação pacífica com os deuses,
sua inclusão no Þulur como um gigante parece questionável”
Que sejam prósperos.
Raffi Souza.
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